Inquisição
A Inquisição foi
criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana.
Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma
ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos
eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas
que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira,
onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
Conceito de Heresia
Em fins do século XVIII, a Igreja
Católica sentiu-se ameaçada por uma série de críticas feitas aos dogmas sobre
os quais se apoiava a Doutrina Cristã. Essas críticas e dúvidas sobre a verdade
absoluta da mensagem da Igreja aumentaram, e os indivíduos que partilhavam
dessas idéias contestadoras da doutrina oficial do catolicismo eram chamados de
hereges.
A palavra heresia origina da palavra grega "hairesis" e do latim
haeresis e significa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja
Católica em matéria de fé. No que diz respeito propriamente ao conceito de
heresia, foi aceita a definição do teólogo medievalista M. D. Chenu, de que
herege é "o que escolheu'' , o que isolou de uma verdade global uma
verdade parcial, e em seguida se obstinou na escolha.
A Inquisição
Medieval
Inquisição medieval foi produto de
uma longa evolução durante a qual a Igreja e o Papado sentiam-se ameaçados em
seu poder. Mas para que a caça aos hereges surtisse efeito era necessário o
apoio do Estado, dos soberanos temporais, o que mostra a implicação política
dessas perseguições, principalmente numa época em que a Igreja e o Estado
estavam unidos.
Apesar do controle da Igreja, não foi possível conter a difusão das heresias,
principalmente dos cátaros ou albigenses, contestadores dos dogmas a Igreja e
que no sul da França constituíram-se numa espécie de Igreja contra a Igreja de
Roma.
Domingos de Gusmão, criador da Ordem dos Dominicanos organizou em 1219 uma
confraria chamada "milícia de Jesus Cristo". Os membros da milícia de
São Domingos foram os primeiros a utilizar e aplicar técnicas de crueldade e
violência, que foram copiadas nos séculos XVI, XVII e XVIII pela Inquisição
moderna.
Através da ideologia do catolicismo, a Igreja oferecia aos seus fiéis, na Idade
Média como hoje, uma mensagem de salvação, de vida eterna, que poderia ser
alcançada através da crença em Jesus Cristo. O ideal da Igreja era manter a
unidade da doutrina, que nesse tempo ainda se encontrava fraca para manter as
dissidências. O problema do bem e do mal, da natureza humana e da Igreja, sobre
a própria conduta da vida e sobre o fim do homem.
Em 12 de maio de 1314 dá-se o primeiro auto-de-fé e seis indivíduos acusados de
heresia foram queimados. Já em Valência houve um auto que se tornou célebre,
pois foram queimados vinte e cinco pessoas que não quiseram arrepender-se,
abjurar-se de suas crenças e confessar que a Igreja estava certa. A medida que
as heresias alastravam-se, o herege passou a ser visto como uma perigosa ameaça
e como um traidor de Deus. Então percebe-se que a Igreja Católica
funcionava como uma espécie de "empresa", com uma determinada ordem e
hierarquia, estabelecendo sua organização, suas leis, suas regras punitivas e
suas promessas de gratificação. Já os infratores das regras eram punidos com: a
excomunhão, o confisco de todos os seus bens, o exílio, a prisão perpétua, os
açoites e até a sua morte na fogueira.
Como no século XVIII a Espanha não estava unida politicamente, com isso a
Inquisição medieval atuou apenas em alguns bispados, sem penetrar no Reino de
Castela até o final do século XV. Com a união das coroas o rei e a rainha da
Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente
os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo,
eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes
seus bens.
Origens
da Inquisição na Espanha Moderna
Foi na Espanha e Portugal, durante a
época moderna, ou seja nos séculos XVI, XVII e XVIII, que a Inquisição alcançou
seu apogeu. Durante a Idade Média os mais tolerantes da Europa, países onde
haviam coexistido durante séculos grupos étnicos e religiosos diferentes. Um
fenômeno básico levou ao estabelecimento do Tribunal da Inquisição: a
existência, no território ibérico, de três grandes comunidades, a cristã, a
muçulmana e a judia.
Os judeus habitavam em bairros que eram chamados em Portugal de
"judarias", e na Espanha de "aljamas," e que ficavam
situados nas mais belas áreas das cidades, diferentes dos insulabres e sórdidos
''guetos''. A guerra de ''Reconquista'', na qual os cristãos lutaram durante
séculos para expulsar os árabes, chamados de ''infiéis'', que ocupavam desde o
ano de 711 vastas regiões da Península Ibérica, nunca teve o mesmo caráter que
as Cruzadas.
Com a centralização do poder, no
final do século XV, os judeus, apesar de, numerosos e influentes, nunca tiveram
o domínio político sobre a Espanha, como os mouros, e viviam no território
hispânico muito tempo antes destes. Suas origens remontavam ao período antes de
Cristo e existem na Espanha lápides mortuárias com inscrições em hebraico
datadas do século III d.C. A maneira diferente como judeus e árabes
trajavam-se, suas leis dieléticas, suas ocupações sócio-profissionais
específicas, seus costumes nunca foram considerados ou mencionados como
delitos, nem as diferenças culturais vistas com desconfiança. Os judeus
freqüentavam as festas religiosas e os batismos dos seus cristãos, e estes eram
convidados para as cerimônias das crianças judias. Já os cristãos convidavam
judeus para entoarem suas ladainhas durante o sepultamento de seus familiares,
e os casamentos mistos também não eram raros.
O IV Concílio de Latrão, reunido em 1215, determinou que todos os judeus
usassem obrigatoriamente um distintivo, para que não fossem confundidos com os
cristãos. Nem em Portugal, nem na Espanha esta ordem foi cumprida. A liberdade
e tolerância que desfrutaram durante tão longo período sob a bandeira árabe
permitiu o desenvolvimento amplo de suas potencialidades, e os judeus alcançaram
posições de grande prestígio, tanto na área política como na
econômico-financeira. Seu estilo de vida comparava-se ao das classes
aristocráticas.
O avanço dos conhecimentos de arte náutica, a expansão marítima e o
desenvolvimento do comércio foram fatores que, levaram ao amadurecimento de uma
classe média, ansiosa de participar nos lucros e de ascender socialmente. O
confronto desta burguesia cristã com a já sedimentada e tradicional burguesia
judaica foi explorado pelas facções do poder, principalmente a Igreja, que
procurava liderar uma intensiva propaganda antijudaica, responsabilizando os
judeus por todos os males que afligiam a nação. No decorrer do século XIV,
gradativamente, aumentaram os pedidos de restrições as atividades aos judeus.
Para escaparem da morte os judeus procuravam voluntariamente o batismo.
A partir disso, dá-se início a uma política racista que procurava
justificativas acusando todos os conversos de serem falsos cristãos, mas que na
verdade nasceu do conflito entre a burguesia cristã-velha e a burguesia
cristã-nova.
Essa política disseminou contra as conversões, dando origem aos "estatutos
de pureza de sangue", segundo o qual nenhum descendente de judeu e mouro,
até a sexta ou sétima geração, podia pertencer as corporações profissionais,
cursar nas universidades, ingressar nas ordens religiosas ou militares ou
ocupar qualquer posto oficial. O fato de terem sido as corporações
profissionais as primeiras instituições a adotar os estatutos de pureza de
sangue, e não a Igreja, mostra claramente que se tratava de um problema social,
mesmo que tivesse envolvimento religioso.
O Tribunal da Inquisição na Espanha foi criado com o objetivo extirpar a
heresia judaica e eliminar os conversos suspeitos de a praticarem, acusados de
estarem contagiando a sociedade espanhola. O Tribunal da Inquisição espalhou-se
por todas as cidades da Espanha dentre elas podemos citar Granada, Castela,
Aragão, Sevilha, Catalunha e Valência. Tudo isso foi feito pela ordem do
inquisidor geral Tomás de Torquemada, chefe do mosteiro dominicano de Santa
Cruz em Segóvia.
Santo
Ofício da Inquisição em Portugal
O sucessor de Dom Manuel no trono,
Dom João III, influenciado pela Espanha e sob a alegação de que os judeus
batizados a força e seus descendentes não eram cristãos verdadeiros, solicita
ao papa autorização para instalar em Portugal um tribunal que funcionasse nos
moldes do espanhol.
Os portugueses de origem judaica perseguidos pela Inquisição espalharam-se
pelos quatro cantos do mundo, levando seus costumes, religião, língua,
alimentação, folclore, literatura, que preservaram durante séculos.
No que diz respeito a Inquisição portuguesa, sua implantação
política também se revelou bem clara desde o seu estabelecimento. Quando o
tribunal da Inquisição portuguesa entrou em funcionamento regular, as forças
políticas e espirituais da nação estavam unidas: rei e inquisidor eram a mesma
pessoa.
Métodos
de Ação do Tribunal
O
Tribunal da Inquisição orientava-se, como já dissemos, por um Regimento
Interno, onde estavam sistematizados as leis, jurisprudência, ordens e prazos a
serem seguidos.
Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas natureza: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo, deísmo, libertinismo, molinismo, maometismo, blasfêmias, desacatos, críticas aos dogmas; e contra a moral e os costumes, como bigamia, sodomia, feitiçaria etc, com toda sua série de modalidades, e que se misturavam com o campo religioso.
Os crimes contra a fé eram considerados mais graves do que os crimes contra os costumes e a moral, e as suas penas eram muito mais severas. Os réus acusados de crime contra a fé tinham quase sempre seus bens confiscados , enquanto os infratores dos costumes recebiam sentenças leves e raramente pena de morte.
A base sob a qual se apoiava a Inquisição era a denúncia. Aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. O crédito das testemunhas dependia exclusivamente do arbítrio dos inquisidores. "Ouvir dizer" e "suposições" também eram considerados provas.
Quando um indivíduo era denunciado, um funcionário da Inquisição ia a sua casa, acompanhado pelo juiz do fisco, que seqüestrava tudo que o suspeito possuía, antes mesmo de ter provas de ter provas de sua culpa. Depois de prendê-lo, passava ferros e trancas nas portas da casa e ninguém mais podia entrar a não ser os funcionários da Inquisição. A família ficava na rua, sem abrigo, as crianças à mercê da caridade dos vizinhos, esperando que alguém as socorresse. Muitas vezes os filhos jamais reviam seus pais e famílias ficavam para sempre separadas, como aconteceu tantas vezes com os presos no Brasil. Outras vezes, a Inquisição mandava que se arrasasse a casa em que haviam morado o herege e sua família, para que não ficasse dele um sinal sobre a terra. Os descendentes de um penitenciado pela Inquisição eram considerados infames por várias gerações e impedidos de qualquer participação na sociedade.
Um suspeito podia ser preso a qualquer momento, sem saber o que se queria dele. Nunca ficava conhecendo o nome de quem o acusou, nem lhe era comunicado o motivo da prisão, nem o lugar em que havia cometido o crime de que era acusado, nem com que havia pecado. Com o tempo a Inquisição introduziu uma farsa, um advogado de defesa, mas este não podia examinar o processo, era escolhido pelos Inquisidores, sendo um funcionário do Tribunal.
Todo réu, para salvar-se, tinha de confessar-se culpado, e acusar as pessoas de sua intimidade: pais, irmãos, parentes, amigos. Se não denunciasse a família era considerado diminuto, isto é, estava escondendo culpados. Caso não mencionasse todos os nomes, a confissão era considerada incompleta. Nesse caso, mandavam-no para a câmara de tortura. Confuso, no desespero de querer salvar-se, o réu prometia denunciar mais, e acusava todas as pessoas que conhecia: amigos de infância, pais, filhos, irmãos, parentes etc.
A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados. Eram chamados contumazes, pois, negando, continuavam persistindo no crime. E também os relapsos, que, já tendo sido condenados, tornavam a pecar. Se no último momento, antes de se aplicar a pena de morte, o réu se dizia arrependido, e pedia para morrer na Lei de Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado na fogueira. Se, porém, persistia em dizer que queria morrer na lei de Moisés, era queimado vivo. Os que fugiam eram queimado "em efígie", isto é, simbolicamente.
A flagelação era um castigo dos mais comuns. O indivíduo era açoitado através das ruas da cidade, despido até a cintura, muitas vezes montado num burro, enquanto as pessoas lhe atiravam pedras e detritos.
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas natureza: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo, deísmo, libertinismo, molinismo, maometismo, blasfêmias, desacatos, críticas aos dogmas; e contra a moral e os costumes, como bigamia, sodomia, feitiçaria etc, com toda sua série de modalidades, e que se misturavam com o campo religioso.
Os crimes contra a fé eram considerados mais graves do que os crimes contra os costumes e a moral, e as suas penas eram muito mais severas. Os réus acusados de crime contra a fé tinham quase sempre seus bens confiscados , enquanto os infratores dos costumes recebiam sentenças leves e raramente pena de morte.
A base sob a qual se apoiava a Inquisição era a denúncia. Aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. O crédito das testemunhas dependia exclusivamente do arbítrio dos inquisidores. "Ouvir dizer" e "suposições" também eram considerados provas.
Quando um indivíduo era denunciado, um funcionário da Inquisição ia a sua casa, acompanhado pelo juiz do fisco, que seqüestrava tudo que o suspeito possuía, antes mesmo de ter provas de ter provas de sua culpa. Depois de prendê-lo, passava ferros e trancas nas portas da casa e ninguém mais podia entrar a não ser os funcionários da Inquisição. A família ficava na rua, sem abrigo, as crianças à mercê da caridade dos vizinhos, esperando que alguém as socorresse. Muitas vezes os filhos jamais reviam seus pais e famílias ficavam para sempre separadas, como aconteceu tantas vezes com os presos no Brasil. Outras vezes, a Inquisição mandava que se arrasasse a casa em que haviam morado o herege e sua família, para que não ficasse dele um sinal sobre a terra. Os descendentes de um penitenciado pela Inquisição eram considerados infames por várias gerações e impedidos de qualquer participação na sociedade.
Um suspeito podia ser preso a qualquer momento, sem saber o que se queria dele. Nunca ficava conhecendo o nome de quem o acusou, nem lhe era comunicado o motivo da prisão, nem o lugar em que havia cometido o crime de que era acusado, nem com que havia pecado. Com o tempo a Inquisição introduziu uma farsa, um advogado de defesa, mas este não podia examinar o processo, era escolhido pelos Inquisidores, sendo um funcionário do Tribunal.
Todo réu, para salvar-se, tinha de confessar-se culpado, e acusar as pessoas de sua intimidade: pais, irmãos, parentes, amigos. Se não denunciasse a família era considerado diminuto, isto é, estava escondendo culpados. Caso não mencionasse todos os nomes, a confissão era considerada incompleta. Nesse caso, mandavam-no para a câmara de tortura. Confuso, no desespero de querer salvar-se, o réu prometia denunciar mais, e acusava todas as pessoas que conhecia: amigos de infância, pais, filhos, irmãos, parentes etc.
A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados. Eram chamados contumazes, pois, negando, continuavam persistindo no crime. E também os relapsos, que, já tendo sido condenados, tornavam a pecar. Se no último momento, antes de se aplicar a pena de morte, o réu se dizia arrependido, e pedia para morrer na Lei de Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado na fogueira. Se, porém, persistia em dizer que queria morrer na lei de Moisés, era queimado vivo. Os que fugiam eram queimado "em efígie", isto é, simbolicamente.
A flagelação era um castigo dos mais comuns. O indivíduo era açoitado através das ruas da cidade, despido até a cintura, muitas vezes montado num burro, enquanto as pessoas lhe atiravam pedras e detritos.
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Os Autos de Fé
Durante
o auto-de-fé, os réus ouviam suas sentenças. Os condenados a morrer na
fogueira, depois da cerimônia eram transportados para o lugar onde se erguia o
queimadeiro.
O auto-de-fé começava com a procissão seguida de uma missa. O sermão tinha uma importância toda especial, e o pregador era sempre escolhido entre os mais distinguidos membros do clero.
Desde o estabelecimento do tribunal da Espanha em 1480, até 1808, foram queimados 31.912 hereges (em efígie 17.659). Foram penitenciadas 291.450 pessoas, num total de 341.021. De 1780 até 1820 houve cerca de 5.000 processados.
Todos esses dados são aproximados e com o avanço das pesquisas devem ser renovados.
O auto-de-fé começava com a procissão seguida de uma missa. O sermão tinha uma importância toda especial, e o pregador era sempre escolhido entre os mais distinguidos membros do clero.
Desde o estabelecimento do tribunal da Espanha em 1480, até 1808, foram queimados 31.912 hereges (em efígie 17.659). Foram penitenciadas 291.450 pessoas, num total de 341.021. De 1780 até 1820 houve cerca de 5.000 processados.
Todos esses dados são aproximados e com o avanço das pesquisas devem ser renovados.
A
Inquisição no Brasil
A Inquisição interferiu profundamente
na vida colonial durante mais de dois séculos, atingiu as regiões mais
distantes e perseguiu portugueses residentes no Brasil e brasileiros
natos, e as leis racistas estão textualmente registradas na legislação
portuguesas.
Inicialmente o trabalho árduo, com poucas recompensas imediatas, o perigo das
viagens, a hostilidade dos índios, as doenças foram fatores que não estimularam
a vinda de portugueses. Dom Manuel não sabendo o que fazer com o Brasil,
arrendou-o a um grupo de mercadores cristãos-novos, que foram os primeiros a
explorar o país economicamente.
O regimento trazido por Tomé de Souza era bastante maleável e a vida familiar
na colônia decorria sem interferência das autoridades nos comportamentos nem nos
credos religiosos. Temos notícias de cristãos-novos que praticavam livremente o
judaísmo em São Vicente na Primeira metade do século XVI.
Quando Felipe segundo da Espanha incluiu Portugal entre seus domínios, em 1550,
reforçou por razões políticas o tribunal da Inquisição, e a perseguição às
heresias também se intensificou. As denúncias sobre as infrações religiosas na
colônia chegavam ininterruptamente aos ouvidos dos inquisidores, assim como as
notícias sobre a riqueza dos colonos. Agentes inquisitoriais foram enviados
para o Brasil, visitadores, comissários e familiares, para investigar, prender
os suspeitos de heresias. Perante o visitador são apresentadas as mais variadas
heresias, feitiçarias, bruxarias, sodomia, bigamia, blasfêmias, desacatos, e os
crimes de religião: judaísmo, luteranismo.
O auge de perseguições inquisitoriais no Brasil deu-se na primeira metade do
século XVIII, quando a produção do ouro, dominava a economia colonial.
Na Paraíba, por exemplo, havia uma importante comunidade cristo-judia,
constituída principalmente de haviadores de cana. Entre 1729 e 1736 a
Inquisição prendeu 48 pessoas, que foram processadas em Lisboa, sendo uma das
mulheres, Guiomar Nunes, queimada.
Considerações
Finais
Por tudo que foi visto, podemos
verificar as maldades feitas pela Inquisição. Como exemplo dessas maldades
podemos citar as caças aos hereges (principalmente judeus, árabes, muçulmanos,
negros), não podia ter outra religião que não fosse o catolicismo, eram presos,
torturados, flagelados e principalmente queimados vivos em praça. Mas, a pior
dor deixada pela Inquisição foi o empobrecimento cultural e econômico, que
foram absorvidas por Portugal e Espanha, pois não puderam praticar estudos
sobre física, biologia, medicina, agricultura, matemática. Já economicamente a
burguesia, estava muito bem, por causa do desenvolvimento do capitalismo
comercial que crescia cheio de dinamismo e criatividade, foi castrada pela
Inquisição e pelo Estado. Consequentemente, isso também afetou o Brasil, pois
naquele tempo o mesmo era colônia de Portugal e seguia todas as normas
estabelecidas pela Inquisição.
A Inquisição durante muitos séculos conseguiu manter com a união da política e
da religião, através de meios burocráticos o poder sobre as pessoas para não o
livre arbítrio do pensamento na forma de estudos, críticas, descobertas,
questionamento e religião.
Trabalho
livre de autoria do Ir.'. Carlos Roberto V. Ferreira
A.'.M.'.
membro da ARLS Horus n° 459
Colaboração do Ir.'. Mário Paiva
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