domingo, 30 de setembro de 2012

VIVAS!

Hoje, 30 de Setembro, o querido Ir.'. M.'.I.'. Analdo Meira da Cunha comemora a passagem de mais uma primavera. Que o G.'.A.'.D.'.U.'. continue a guiar seus passos e derrame sobre a sua família uma chuva de bênçãos,  é o desejo da Loja São José Nº14 da qual você também faz parte.

PADRES MAÇONS

Dentre os inúmeros mitos envolvendo a Maçonaria e a Igreja Católica está o fato de padres não poderem ser maçons. Pelo lado maçônico não existe problema algum, desde que o profano, seja ele padre ou não, se encaixe no perfil estabelecido pela Maçonaria. Para desmistificar este fato, disponibilizamos abaixo uma lista(incompleta) de padres maçons:

  • Bispo Azeredo Coutinho 33.`. (Escritor português prelado de Pernambuco.)
  • Bispo Conde de Irajá 33.`. (Sagrador, coroador e celebrante do casamento de Dom Pedro II.)
  • Conego Dr. João Carlos Monteiro 3.`.
  • Conego Francisco L. de Brito Medeiros Campos 3.`.
  • Conego Ismael de Senna Ribeiro Nery 18.`.
  • Frei Antonio do Monte Carmelo 18.`.
  • Frei Candido de Santa Isabel Cunha 18.`.
  • Frei Carlos das Mercês Michelli 7.`.
  • Frei Francisco de Monte Alverne 33.`. (Maior pregador do século XIX.)
  • Frei Francisco de Santa Thereza Sampaio 7.`. (Grande polemista)
  • Frei Francisco de São Carlos 33.`.
  • Frei Joaquim do Amor Divino Caneca 7.`.
  • Frei Norberto da Purificação Paiva 33.`.
  • Monsenhor Pinto de Campos .`. (Escritor pernambucano.)
  • Padre Albino de Carvalho Lessa 3.`.
  • Padre Antonio Alvares Guedes Vaz 18.`.
  • Padre Antonio Arêas 3.`.
  • Padre Antonio da Immaculada Conceição 3.`.
  • Padre Antonio João Lessa 7.`.
  • Padre Auliciano Pereira de Lyra 33.`.
  • Padre Bartholomeu da Rocha Fagundes 30.`.
  • Padre Candido Ferreira da Cunha 33.`. ( 1º Presidente da Constituinte do Brasil.)
  • Padre Diogo Feijó 33.`. ( Regente do Brasil, na menoridade de D. Pedro II.)
  • Padre Ernesto Ferreira da Cunha 17.`.
  • Padre Francisco João de Arruda 3.`.
  • Padre Francisco José de Azevedo 18.`. (Inventor da primeira maquina de escrever.)
  • Padre Francisco Marcondes do Amaral 3.`.
  • Padre Francisco Peixoto Levante 15.`.
  • Padre Guilherme Cypriano Ribeiro 3.`.
  • Padre Januário da Cunha Barbosa 7.`. ( Orador sacro, fundador do Instituto Histórico Brasileiro. )
  • Padre João da Costa Pereira 3.`.
  • Padre João José Rodrigues de Carvalho Celeste 7.`.
  • Padre Joaquim Ferreira da Cruz Belmonte 33.`.
  • Padre José Capistrano de Mendonça 30.`.
  • Padre José da Silva Figueiredo Caramurú 32.`.
  • Padre José Luiz Gomes de Menezes 33.`.
  • Padre José Roberto da Silva 3.`.
  • Padre José Sebastião Moreira Maia 3.`.
  • Padre Lourenço de Albuquerque Loyola 3.´.
  • Padre Manoel Cavalcante de Assis Bezerra de Menezes 3.´.
  • Padre Manoel Telles Ferreira Pita 7.´.
  • Padre Paulo de Maia 3.´.
  • Padre Thomaz dos Santos Mariano Marques 3.´.
  • Padre Torquato Antonio de Souza 3.´.
  • Padre Vicente Ferreira Alves do Rosário 33.´.
  • Vigário Eutychio Pereira da Costa 33.´. ( Deleg. do Grão Mestre no Pará em 1.877 - Bol G.O.B. 1.918 pág. 1.123.)
  • (Garantimos a autenticidade dos presentes nomes, pois se acham registrados na Grande Secretaria Geral da Ordem no Rio de Janeiro - Do Popular ( Victoria, de 16 de Maio de 1.908.)
  • Padre Vicente Gaudinieri ( Iniciado na Loja Modestia nº 0214, em Morretes, transferido para Palmeira-PR, onde, por coincidência em 1º/02/1.898 foi fundada a Loja Conceição Palmeirense, a qual mais tarde, mudou o nome para Loja Moria. Participou como fundador da Loja Luz Invisível, está registrado no Livro de Obreiros nº 1, na página nº 23.)

  • Padre Guilherme Dias ( A Loja Luz Invisível nº 33 - Curitiba, possue correspondência deste irmão, quando passou a residir na cidade de Ponta Grossa.)
  • Bispo Claudio, nome de batismo: Claudemir Pereira do Nascimento ( Dom Claudio de Deus ) - Iiniciado em 15/05/1975, na ARLS BEITH-EL nº 1.788, subordinada ao Gr.·. Or.·. SP, posteriormente por solicitação do Grão Mestre, filiou-se na ARLS RETIDAO E PRUDENCIA nº 2.143, onde ocupou diversos cargos, inclusive o de V.·.M.·.. Em 1996, recebeu o Grau 33. Foi condecorado com o título de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa, o qual recebeu em Barcelona, Espanha através do Grande Prior de Portugal. - Continua ativo na ARLS JEAN BAPTISTE WILLERMOZ 626, juridicionada a GLSP, onde, tambem exerceu o cargo de V.·.M.·.. Filiado à ARLS VALE DO NILO n° 23 - em Japeri, Estado do Rio de Janeiro, sob auspícios da GLMERJ em 15 de dezembro de 2.010. Membro ativo do Corpo Filosófico OLIDIO SAMPAIO COELHO, em Japeri, RJ.

Pesquisa realizada por Hiran Luiz Zoccoli.

sábado, 29 de setembro de 2012

A "SANTA" INQUISIÇÃO

"Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres"                                                                                                                                      Albert Einstein


Inquisição

A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.


Conceito de Heresia


Em fins do século XVIII, a Igreja Católica sentiu-se ameaçada por uma série de críticas feitas aos dogmas sobre os quais se apoiava a Doutrina Cristã. Essas críticas e dúvidas sobre a verdade absoluta da mensagem da Igreja aumentaram, e os indivíduos que partilhavam dessas idéias contestadoras da doutrina oficial do catolicismo eram chamados de hereges.
A palavra heresia origina da palavra grega "hairesis" e do latim haeresis e significa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja Católica em matéria de fé. No que diz respeito propriamente ao conceito de heresia, foi aceita a definição do teólogo medievalista M. D. Chenu, de que herege é "o que escolheu'' , o que isolou de uma verdade global uma verdade parcial, e em seguida se obstinou na escolha.


A Inquisição Medieval


Inquisição medieval foi produto de uma longa evolução durante a qual a Igreja e o Papado sentiam-se ameaçados em seu poder. Mas para que a caça aos hereges surtisse efeito era necessário o apoio do Estado, dos soberanos temporais, o que mostra a implicação política dessas perseguições, principalmente numa época em que a Igreja e o Estado estavam unidos. 
Apesar do controle da Igreja, não foi possível conter a difusão das heresias, principalmente dos cátaros ou albigenses, contestadores dos dogmas a Igreja e que no sul da França constituíram-se numa espécie de Igreja contra a Igreja de Roma. 
Domingos de Gusmão, criador da Ordem dos Dominicanos organizou em 1219 uma confraria chamada "milícia de Jesus Cristo". Os membros da milícia de São Domingos foram os primeiros a utilizar e aplicar técnicas de crueldade e violência, que foram copiadas nos séculos XVI, XVII e XVIII pela Inquisição moderna. 
Através da ideologia do catolicismo, a Igreja oferecia aos seus fiéis, na Idade Média como hoje, uma mensagem de salvação, de vida eterna, que poderia ser alcançada através da crença em Jesus Cristo. O ideal da Igreja era manter a unidade da doutrina, que nesse tempo ainda se encontrava fraca para manter as dissidências. O problema do bem e do mal, da natureza humana e da Igreja, sobre a própria conduta da vida e sobre o fim do homem.
Em 12 de maio de 1314 dá-se o primeiro auto-de-fé e seis indivíduos acusados de heresia foram queimados. Já em Valência houve um auto que se tornou célebre, pois foram queimados vinte e cinco pessoas que não quiseram arrepender-se, abjurar-se de suas crenças e confessar que a Igreja estava certa. A medida que as heresias alastravam-se, o herege passou a ser visto como uma perigosa ameaça e como um traidor de Deus. Então percebe-se que a Igreja Católica funcionava como uma espécie de "empresa", com uma determinada ordem e hierarquia, estabelecendo sua organização, suas leis, suas regras punitivas e suas promessas de gratificação. Já os infratores das regras eram punidos com: a excomunhão, o confisco de todos os seus bens, o exílio, a prisão perpétua, os açoites e até a sua morte na fogueira.
Como no século XVIII a Espanha não estava unida politicamente, com isso a Inquisição medieval atuou apenas em alguns bispados, sem penetrar no Reino de Castela até o final do século XV. Com a união das coroas o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens.  


Origens da Inquisição na Espanha Moderna

Foi na Espanha e Portugal, durante a época moderna, ou seja nos séculos XVI, XVII e XVIII, que a Inquisição alcançou seu apogeu. Durante a Idade Média os mais tolerantes da Europa, países onde haviam coexistido durante séculos grupos étnicos e religiosos diferentes. Um fenômeno básico levou ao estabelecimento do Tribunal da Inquisição: a existência, no território ibérico, de três grandes comunidades, a cristã, a muçulmana e a judia.
Os judeus habitavam em bairros que eram chamados em Portugal de "judarias", e na Espanha de "aljamas," e que ficavam situados nas mais belas áreas das cidades, diferentes dos insulabres e sórdidos ''guetos''. A guerra de ''Reconquista'', na qual os cristãos lutaram durante séculos para expulsar os árabes, chamados de ''infiéis'', que ocupavam desde o ano de 711 vastas regiões da Península Ibérica, nunca teve o mesmo caráter que as Cruzadas.

Com a centralização do poder, no final do século XV, os judeus, apesar de, numerosos e influentes, nunca tiveram o domínio político sobre a Espanha, como os mouros, e viviam no território hispânico muito tempo antes destes. Suas origens remontavam ao período antes de Cristo e existem na Espanha lápides mortuárias com inscrições em hebraico datadas do século III d.C. A maneira diferente como judeus e árabes trajavam-se, suas leis dieléticas, suas ocupações sócio-profissionais específicas, seus costumes nunca foram considerados ou mencionados como delitos, nem as diferenças culturais vistas com desconfiança. Os judeus freqüentavam as festas religiosas e os batismos dos seus cristãos, e estes eram convidados para as cerimônias das crianças judias. Já os cristãos convidavam judeus para entoarem suas ladainhas durante o sepultamento de seus familiares, e os casamentos mistos também não eram raros.
O IV Concílio de Latrão, reunido em 1215, determinou que todos os judeus usassem obrigatoriamente um distintivo, para que não fossem confundidos com os cristãos. Nem em Portugal, nem na Espanha esta ordem foi cumprida. A liberdade e tolerância que desfrutaram durante tão longo período sob a bandeira árabe permitiu o desenvolvimento amplo de suas potencialidades, e os judeus alcançaram posições de grande prestígio, tanto na área política como na econômico-financeira. Seu estilo de vida comparava-se ao das classes aristocráticas.
O avanço dos conhecimentos de arte náutica, a expansão marítima e o desenvolvimento do comércio foram fatores que, levaram ao amadurecimento de uma classe média, ansiosa de participar nos lucros e de ascender socialmente. O confronto desta burguesia cristã com a já sedimentada e tradicional burguesia judaica foi explorado pelas facções do poder, principalmente a Igreja, que procurava liderar uma intensiva propaganda antijudaica, responsabilizando os judeus por todos os males que afligiam a nação. No decorrer do século XIV, gradativamente, aumentaram os pedidos de restrições as atividades aos judeus. Para escaparem da morte os judeus procuravam voluntariamente o batismo.
A partir disso, dá-se início a uma política racista que procurava justificativas acusando todos os conversos de serem falsos cristãos, mas que na verdade nasceu do conflito entre a burguesia cristã-velha e a burguesia cristã-nova.
Essa política disseminou contra as conversões, dando origem aos "estatutos de pureza de sangue", segundo o qual nenhum descendente de judeu e mouro, até a sexta ou sétima geração, podia pertencer as corporações profissionais, cursar nas universidades, ingressar nas ordens religiosas ou militares ou ocupar qualquer posto oficial. O fato de terem sido as corporações profissionais as primeiras instituições a adotar os estatutos de pureza de sangue, e não a Igreja, mostra claramente que se tratava de um problema social, mesmo que tivesse envolvimento religioso.
O Tribunal da Inquisição na Espanha foi criado com o objetivo extirpar a heresia judaica e eliminar os conversos suspeitos de a praticarem, acusados de estarem contagiando a sociedade espanhola. O Tribunal da Inquisição espalhou-se por todas as cidades da Espanha dentre elas podemos citar Granada, Castela, Aragão, Sevilha, Catalunha e Valência. Tudo isso foi feito pela ordem do inquisidor geral Tomás de Torquemada, chefe do mosteiro dominicano de Santa Cruz em Segóvia.


Santo Ofício da Inquisição em Portugal

O sucessor de Dom Manuel no trono, Dom João III, influenciado pela Espanha e sob a alegação de que os judeus batizados a força e seus descendentes não eram cristãos verdadeiros, solicita ao papa autorização para instalar em Portugal um tribunal que funcionasse nos moldes do espanhol. 
Os portugueses de origem judaica perseguidos pela Inquisição espalharam-se pelos quatro cantos do mundo, levando seus costumes, religião, língua, alimentação, folclore, literatura, que preservaram durante séculos.
  No que diz respeito a Inquisição portuguesa, sua implantação política também se revelou bem clara desde o seu estabelecimento. Quando o tribunal da Inquisição portuguesa entrou em funcionamento regular, as forças políticas e espirituais da nação estavam unidas: rei e inquisidor eram a mesma pessoa.


Métodos de Ação do Tribunal

O Tribunal da Inquisição orientava-se, como já dissemos, por um Regimento Interno, onde estavam sistematizados as leis, jurisprudência, ordens e prazos a serem seguidos. 
Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas natureza: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo, deísmo, libertinismo, molinismo, maometismo, blasfêmias, desacatos, críticas aos dogmas; e contra a moral e os costumes, como bigamia, sodomia, feitiçaria etc, com toda sua série de modalidades, e que se misturavam com o campo religioso.
 
Os crimes contra a fé eram considerados mais graves do que os crimes contra os costumes e a moral, e as suas penas eram muito mais severas. Os réus acusados de crime contra a fé tinham quase sempre seus bens confiscados , enquanto os infratores dos costumes recebiam sentenças leves e raramente pena de morte.
 
A base sob a qual se apoiava a Inquisição era a denúncia. Aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. O crédito das testemunhas dependia exclusivamente do arbítrio dos inquisidores. "Ouvir dizer" e "suposições" também eram considerados provas.
 
Quando um indivíduo era denunciado, um funcionário da Inquisição ia a sua casa, acompanhado pelo juiz do fisco, que seqüestrava tudo que o suspeito possuía, antes mesmo de ter provas de ter provas de sua culpa. Depois de prendê-lo, passava ferros e trancas nas portas da casa e ninguém mais podia entrar a não ser os funcionários da Inquisição. A família ficava na rua, sem abrigo, as crianças à mercê da caridade dos vizinhos, esperando que alguém as socorresse. Muitas vezes os filhos jamais reviam seus pais e famílias ficavam para sempre separadas, como aconteceu tantas vezes com os presos no Brasil. Outras vezes, a Inquisição mandava que se arrasasse a casa em que haviam morado o herege e sua família, para que não ficasse dele um sinal sobre a terra. Os descendentes de um penitenciado pela Inquisição eram considerados infames por várias gerações e impedidos de qualquer participação na sociedade.
 
Um suspeito podia ser preso a qualquer momento, sem saber o que se queria dele. Nunca ficava conhecendo o nome de quem o acusou, nem lhe era comunicado o motivo da prisão, nem o lugar em que havia cometido o crime de que era acusado, nem com que havia pecado. Com o tempo a Inquisição introduziu uma farsa, um advogado de defesa, mas este não podia examinar o processo, era escolhido pelos Inquisidores, sendo um funcionário do Tribunal.
 
Todo réu, para salvar-se, tinha de confessar-se culpado, e acusar as pessoas de sua intimidade: pais, irmãos, parentes, amigos. Se não denunciasse a família era considerado diminuto, isto é, estava escondendo culpados. Caso não mencionasse todos os nomes, a confissão era considerada incompleta. Nesse caso, mandavam-no para a câmara de tortura. Confuso, no desespero de querer salvar-se, o réu prometia denunciar mais, e acusava todas as pessoas que conhecia: amigos de infância, pais, filhos, irmãos, parentes etc.
 
A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados. Eram chamados contumazes, pois, negando, continuavam persistindo no crime. E também os relapsos, que, já tendo sido condenados, tornavam a pecar. Se no último momento, antes de se aplicar a pena de morte, o réu se dizia arrependido, e pedia para morrer na Lei de Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado na fogueira. Se, porém, persistia em dizer que queria morrer na lei de Moisés, era queimado vivo. Os que fugiam eram queimado "em efígie", isto é, simbolicamente.
 
A flagelação era um castigo dos mais comuns. O indivíduo era açoitado através das ruas da cidade, despido até a cintura, muitas vezes montado num burro, enquanto as pessoas lhe atiravam pedras e detritos.
 
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.

Os Autos de Fé

Durante o auto-de-fé, os réus ouviam suas sentenças. Os condenados a morrer na fogueira, depois da cerimônia eram transportados para o lugar onde se erguia o queimadeiro. 
O auto-de-fé começava com a procissão seguida de uma missa. O sermão tinha uma importância toda especial, e o pregador era sempre escolhido entre os mais distinguidos membros do clero.
Desde o estabelecimento do tribunal da Espanha em 1480, até 1808, foram queimados 31.912 hereges (em efígie 17.659). Foram penitenciadas 291.450 pessoas, num total de 341.021. De 1780 até 1820 houve cerca de 5.000 processados.
 
Todos esses dados são aproximados e com o avanço das pesquisas devem ser renovados.

A Inquisição no Brasil

A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial durante mais de dois séculos, atingiu as regiões mais distantes e perseguiu portugueses residentes no Brasil e brasileiros natos,  e as leis racistas estão textualmente registradas na legislação portuguesas. 
Inicialmente o trabalho árduo, com poucas recompensas imediatas, o perigo das viagens, a hostilidade dos índios, as doenças foram fatores que não estimularam a vinda de portugueses. Dom Manuel não sabendo o que fazer com o Brasil, arrendou-o a um grupo de mercadores cristãos-novos, que foram os primeiros a explorar o país economicamente. 
O regimento trazido por Tomé de Souza era bastante maleável e a vida familiar na colônia decorria sem interferência das autoridades nos comportamentos nem nos credos religiosos. Temos notícias de cristãos-novos que praticavam livremente o judaísmo em São Vicente na Primeira metade do século XVI. 
Quando Felipe segundo da Espanha incluiu Portugal entre seus domínios, em 1550, reforçou por razões políticas o tribunal da Inquisição, e a perseguição às heresias também se intensificou. As denúncias sobre as infrações religiosas na colônia chegavam ininterruptamente aos ouvidos dos inquisidores, assim como as notícias sobre a riqueza dos colonos. Agentes inquisitoriais foram enviados para o Brasil, visitadores, comissários e familiares, para investigar, prender os suspeitos de heresias. Perante o visitador são apresentadas as mais variadas heresias, feitiçarias, bruxarias, sodomia, bigamia, blasfêmias, desacatos, e os crimes de religião: judaísmo, luteranismo. 
O auge de perseguições inquisitoriais no Brasil deu-se na primeira metade do século XVIII, quando a produção do ouro, dominava a economia colonial. 
Na Paraíba, por exemplo, havia uma importante comunidade cristo-judia, constituída principalmente de haviadores de cana. Entre 1729 e 1736 a Inquisição prendeu 48 pessoas, que foram processadas em Lisboa, sendo uma das mulheres, Guiomar Nunes, queimada. 
 

Considerações Finais

Por tudo que foi visto, podemos verificar as maldades feitas pela Inquisição. Como exemplo dessas maldades podemos citar as caças aos hereges (principalmente judeus, árabes, muçulmanos, negros), não podia ter outra religião que não fosse o catolicismo, eram presos, torturados, flagelados e principalmente queimados vivos em praça. Mas, a pior dor deixada pela Inquisição foi o empobrecimento cultural e econômico, que foram absorvidas por Portugal e Espanha, pois não puderam praticar estudos sobre física, biologia, medicina, agricultura, matemática. Já economicamente a burguesia, estava muito bem, por causa do desenvolvimento do capitalismo comercial que crescia cheio de dinamismo e criatividade, foi castrada pela Inquisição e pelo Estado. Consequentemente, isso também afetou o Brasil, pois naquele tempo o mesmo era colônia de Portugal e seguia todas as normas estabelecidas pela Inquisição.
A Inquisição durante muitos séculos conseguiu manter com a união da política e da religião, através de meios burocráticos o poder sobre as pessoas para não o livre arbítrio do pensamento na forma de estudos, críticas, descobertas, questionamento e religião.

Trabalho livre de autoria do Ir.'. Carlos Roberto V. Ferreira
A.'.M.'. membro da ARLS Horus n° 459
Colaboração do Ir.'. Mário Paiva

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

AS RELIGIÕES E A MAÇONARIA


"A devoção não está no joelho que se dobra, mas no coração, que não se vê dobrar" 
(Matias Aires)

Desde a antiguidade, por religião entende-se a relação do homem para com Deus ou com o divino. A religião assenta na diferença essencial que existe entre o homem e o animal, pois os animais não têm nenhuma religião. A diferença entre o homem e o animal consiste na consciência, na qual o homem tem por objeto de sua reflexão sua própria essência, sua própria espécie. Esta consciência pode converter em objeto outra realidade, outras coisas, de modo especial, seu próprio ser. Sinal disso é o pensamento, a linguagem e o amor humanos. Essa diferença entre o homem e o animal não só fundamenta a religião, mas também seu próprio ser infinito. Nisso está sua verdade.
Por outro lado, a falsidade da religião está em o homem tornar independente de si mesmo ou seu próprio ser infinito, separando-o e apondo-o como diferente de si produzindo a bipolaridade Deus e Homem.
O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cerca levaram o homem a fundar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos - muitas vezes centrados na figura de um ente supremo - que o ajuda a compreender o significado último de sua própria natureza.
O ser humano é uma criatura instintivamente religiosa.
Deus é o nosso mais forte arquétipo. As religiões com seus princípios e orientações para a busca do superior, do divino, de Deus e de suas leis, auxiliam extraordinariamente o campo íntimo das criaturas que as aceitam. Mas será sempre necessário praticar e exemplificar os ensinos edificantes e não somente frequentar os templos e executar as cerimônias exteriores dos cultos religiosos.
A primeira missão das religiões é provar que existe um Deus que nos criou e que, se o nosso corpo físico é perecível, a nossa alma é eterna. Provar também que Deus, pela sua imensidade, está em tudo que existe. E sobre o respeito que devemos ter por Deus e a reverência que a Ele devemos consagrar. As religiões foram sempre um conjunto de práticas pelas quais os homens simples procuram alcançar a amizade de Deus, os bens supremos da saúde, da força, da paz, da riqueza. Há a que se aplica especialmente em purificar a idéia de Deus e em afirmar a indestrutibilidade do espírito humano; outra em mostrar a existência de uma Ordem Universal realizando-se por Leis; outra ainda, em exaltar o sentimento do dever ou amor ao próximo e a compaixão por todas as criaturas.
Os valores religiosos verdadeiros, quando não deturpados em sua essência, constituem-se em poderosos incentivos para o crescimento e iluminação das almas, por sugerir-lhes, através da fé e da esperança, melhores condições no pensamento e nas ações.
A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um PRINCÍPIO CRIADOR, ao qual, em respeito a todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo.
Em si própria a Maçonaria não é uma religião. Mas por isso mesmo que se abre a todos os homens, sem distinção de crenças religiosas. Coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento o seu fundamento. Tem o direito de enaltecer o que cada Religião produziu de melhor.
O pensamento essencial de nossa liturgia é utilizar todas essas criações do passado, ou pelos menos, uma parte de suas lendas, de seus símbolos, de suas cerimônias, para delas tirar os elementos de um sistema destinado a pôr em evidência as qualidades e as virtudes mais necessárias ao homem: a prática da solidariedade, a justificação da tolerância, a apologia do dever e do trabalho, o recurso incessante às luzes da razão e da consciência, a fé na liberdade e no progresso, a convicção de que, antes de tudo, convém caminhar de acordo com o poder que guia o mundo pela harmonia e para a retidão.
A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhes.
O maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens. Sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus, espíritas ou livres pensadores.
Àquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a maçonaria diz: "Aqui ninguém te interpelará pela tua crença, nem te injuriará".
Nossa Instituição coloca, em primeiro plano, a prática da tolerância ou da solidariedade, visando mais particularmente ou a glorificação do trabalho ou o culto da vontade ou da Justiça. O iniciado pode assim contemplar alternativamente diversas fases do ideal a que aspira, aprendendo aos poucos, que deve procurar mais longe, e mais alto ainda, a plenitude da vida superior que deseja atingir subindo a escala das Iniciações Maçônicas.
Diz-se que a Maçonaria não deve pronunciar-se entre as filosofias, nem entre as Religiões. É exato. Entretanto, ela não pode se desinteressar das conclusões gerais que comportam o movimento do espírito. Ficando inteiramente alheia às disputas das Escolas e das Seitas. Deve, se quiser, exercer influência moral sobre seus adeptos, orientá-los no domínio do intelectual para um fim conforme as necessidades e as aspirações de seu tempo.
A Maçonaria, sempre ávida pela verdade, sempre pronta a aceitar as mais ousadas descobertas das ciências, não impondo limite ao livre exame, ela fica, na esfera do dever, profundamente idealista e soberanamente intransigente. Nisso reside a doutrina de que se pode prevalecer, sem faltar a seus princípios de tolerância e de universalidade.
Enquanto muitos se apegam ao que julgam ser a verdade conquistada, o Maçom persiste em prosseguir certo de que ela existe em alguma parte e que está prestes a ser acolhida de onde quer que venha.
A Maçonaria tem seus objetivos em comum com a religião porque o objetivo de ambas é a verdade, no sentido mais alto da palavra, isto é, enquanto Deus, e somente Deus, é a verdade.
A verdade é o todo, é o absoluto, e este é Deus. Como todo, só é pensável e atingível pela mente humana.
A Maçonaria não é adversária da religião, mas antes, é a sua melhor cooperadora. Porém, condena o fanatismo, a obsessão religiosa. Não tolera a hipocrisia.
Resumindo, o principal dever do maçom em matéria de religião é o da prática da tolerância absoluta em relação às crenças alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos os homens de boa vontade, sob a bandeira da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Colaboração do Ir.'. Mário Paiva
A.'.R.'.L.'.S.'. São José Nº14

CARTA DE DAN BROWN À MAÇONARIA AMERICANA

Aos Convidados da Jurisdição Sul.

É uma grande honra para mim ser convidado a saudá-los mediante esta carta. Esperava poder estar com vocês esta noite pessoalmente, porém o lançamento do meu livro “O símbolo perdido” me manteve longe de Washington.

Nas últimas semanas, como poderiam imaginar, me perguntaram várias vezes o que me atraiu tanto dos maçons como para fazer deles o ponto central do meu novo livro. Minha resposta é sempre a mesma: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de qual definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar adequadamente o profundo respeito e admiração que sinto por uma organização na qual homens de crenças diferentes são capazes de “partilhar o pão juntos” num laço de fraternidade, amizade e camaradagem."

Por favor, aceitem meus humildes agradecimentos pelo nobre exemplo que constituem para a Humanidade. É o meu sincero desejo de que a comunidade maçônica reconheça “O Símbolo Perdido” como o que na realidade é: um intento honrado de explorar reverentemente a história e a beleza da Filosofia Maçônica.

Sinceramente,

Dan Brown




Colaboração do Ir.'.Mário Paiva
A.'.R.'.L.'.S.'. São José Nº14

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DIAS OBRIGATÓRIOS DA ORDEM DEMOLAY

Quando somos perguntados sobre qual a razão da existência da Ordem DeMolay sempre usamos como resposta os temas recorrentes: filantropia, aprendizado, liderança, patriotismo, cidadania, entre outros. 
Mas como isso é colocado em prática?
Cada Capítulo DeMolay, juntamente com o Conselho Consultivo, tem suas formas particulares de agir, mas são norteados pelo Supremo Conselho da Ordem DeMolay, que é uma obediência nacional e tem em seu regulamento, entre as observâncias obrigatórias, o cumprimento às seguintes datas:
  1. Dia de Devoção. O domingo mais próximo de 18 de março. No dia de Devoção é dever dos membros de cada Capítulo DeMolay frequentar alguma igreja em grupo, na qual tenha sido preparada alguma cerimônia especial.
  2. Dia do Patriota. Um dia conveniente para o capítulo no mês de setembro. Nesse dia o Capítulo organizará uma reunião especial na qual os grandes acontecimentos patrióticos do país serão lembrados, de modo que a grande luz do patriotismo jamais se ofusque em nossa cidadania.
  3. Dia educacional. Um dia conveniente no mês de outubro. É dever da cada Capítulo organizar uma programação nesse mês para enaltecer o valor da educação e da escola pública, principal baluarte da liberdade.
  4. Dia DeMolay de Conforto. Próximo à época do Natal, é aconselhável a cada membro visitar os doentes ou idosos.
  5. Dia dos Pais e das Mães. Cerimônias públicas em homenagem a ambos.
  6. Dia do Meu Governo. Em dia conveniente de novembro deve-se organizar um programa de observância que exalte o governo do País.
  7. Dia em memória a Frank S. Land. No dia 08 de novembro deve-se organizar um programa em Honra ao fundador da Ordem e angariar fundos para a caridade Maçônica.
  8. Dia em Memória a Jacques DeMolay. 18 de março é o dia em honra da memória do Herói Mártir que dá o nome à nossa Ordem, sendo, a meu ver, a data mais importante do calendário DeMolay.
Isso é apenas um exemplo do que é exigido de cada Capítulo pelo SCODRFB, mas um verdadeiro DeMolay, aquele que absorveu o espírito das sete virtudes e ama esta Ordem, pratica não somente o que é exigido, vai muito além das obrigações, e por um simples mas valoroso motivo: o prazer de fazer o Bem.


Edison Teixeira 
Chanc.'. 
A.'.R.'.L.'.S.'.São José Nº14





terça-feira, 25 de setembro de 2012

SÃO JOSÉ DE ANTIGAMENTE

Vista panorâmica do Centro de São José de Mipibu na primeira metade do século passado.


Muitas dessas construções ainda podem ser vistas atualmente em nossa cidade. Notem que o quarteirão onde situa-se o antigo cinema está praticamente intacto.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

"OS ESSÊNIOS"


Eram originários do Egito, e durante a dominação do Império Selêucida, em 170 A.C., formaram um pequeno grupo de judeus, que abandonou as cidades e rumou para o deserto, passando a viver às margens do Mar Morto, e cujas colônias estendiam-se até o vale do Nilo.
Os essênios pertenciam a uma das cinco seitas judaicas da época, a saber:

Os Fariseus – Flexíveis na interpretação das escrituras, valorizavam a erudição, questionavam a tradição e adaptavam as leis ás circunstâncias. Acreditavam na alma imortal e na ressurreição, mas não eram messiânicos.
Os Saduceus – Aristocráticos estavam sempre ao lado de quem detinha o poder. Dominavam os serviços religiosos no Templo em Jerusalém, e interpretavam literalmente as leis. Negavam a imortalidade da alma e a ressurreição.
Os Sicários – “Homens com punhal” partilhavam das mesmas crenças dos fariseus, mas viam a guerrilha contra Roma como um preparo de ações maiores a serem realizadas na chegada do Reino de Deus.
Os Zelotas – De origem sacerdotal pregavam a expulsão dos romanos e a morte dos judeus que colaboravam com o invasor, chegando a matar os que se casavam com mulheres pagãs. Desencadearam a revolta contra os romanos que levou à Guerra Judaica( 66-70d.C.) Entre os seguidores de Jesus, Pedro, Judas e seu irmão Thiago teriam sido zelotas.
No meio da corrupção que imperava na época, os essênios conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De costumes irrepreensíveis, moralidade exemplar, pacíficos e de boa fé, dedicavam-se ao estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, longe do materialismo avassalador. Segundo alguns estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos.
Os essênios suportavam com admirável estoicismo os maiores sacrifícios para não violar o menor preceito religioso. Procuravam servir a Deus, auxiliando o próximo, sem imolações no altar e sem cultuar imagens. Eram livres, trabalhavam em comunidade, vivendo do que produziam. Em seu meio não havia escravos.
Tornaram-se famosos pelo conhecimento e uso das ervas, entregando-se abertamente ao exercício da medicina ocultista. Em seus ensinos, seguindo o método das Escolas Iniciáticas, submetiam os discípulos à rituais de Iniciação, conforme adquiriam conhecimentos e passavam para graus mais avançados. Mostravam então, tanto na teoria quanto na prática, as Leis Superiores do Universo e da Vida, tristemente esquecidas na ocasião.
Alguns dizem que eles preparavam a vinda do Messias. Eram uma seita aberta aos necessitados e desamparados, mantendo inúmeras atividades onde a acolhida, o tratamento de doentes e a instrução dos jovens eram a face externa de seus objetivos.
Muitos estudiosos acreditam que a Igreja Católica procura manter silêncio acerca dos essênios, tentando ocultar que receberam desta seita muitas influências. Não há nenhum documento que comprove a estada essénia de Jesus, no entanto seus atos são típicos de quem foi iniciado nesta seita.
A missão dos seguidores do Mestre Verdadeiro foi a de difundir a vinda de um Messias e nisto contribuíram para a chegada de Jesus. Na verdade, os essênios não aguardavam um só Messias, e sim, dois. Um originário da Casa de Davi, viria para legislar e devolver aos judeus a pátria e estabelecer a justiça.
Esse Messias-Rei restituiria ao povo de Israel a sua soberania e dignidade, instaurando um novo período de paz social e prosperidade. Jesus foi recebido por muitos como a encarnação deste Messias de sangue real. No alto da cruz onde padeceu, lia-se a inscrição: Jesus Nazareno Rei dos Judeus.
O outro Messias esperado nasceria de um descendente da Casa de Levi. Este Salvador seguiria a tradição da linhagem sacerdotal dos grandes mártires. Sua morte representaria a redenção do povo e todo o sofrimento e humilhação por que teria que passar em vida seria previamente traçado por Deus.
O Messias-Sacerdote se mostraria resignado com seu destino, dando a vida em sacrifício. Faria purgar os pecados de todos e a conduta de seus atos seria o exemplo da fé que leva os homens a Deus. Para muitos, a figura do pregador João Batista se encaixa no perfil do segundo Messias. Até os nossos dias, uma seita do sul do Irã, os Mandeanos, sustenta ser João Batista o verdadeiro Messias.
Vivendo em comunidades distantes, os essênios sempre procuravam encontrar na solidão do deserto o lugar ideal para desenvolverem a espiritualidade e estabelecer a vida comunitária, onde a partilha dos bens era a regra. Rompendo com o conceito da propriedade individual, acreditavam ser possível implantar no reino da Terra a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens. Consideravam a escravidão um ultraje à missão do homem dada por Deus.
Todos os membros da seita trabalhavam para si e nas tarefas comuns, sempre desempenhando atividades profissionais que não envolvessem a destruição ou violência. Não era possível encontrar entre eles açougueiros ou fabricantes de armas, mas sim grande quantidade de mestres, escribas, instrutores, que através do ensino passavam de forma sutil os pensamentos da seita aos leigos. O silêncio era prezado por eles. Sabiam guardá-lo, evitando discussões em público e assuntos sobre religião. A voz, para um essénio, possuía grande poder e não devia ser desperdiçada. Através dela, com diferentes entonações, eram capazes de curar um doente. Cultivavam hábitos saudáveis, zelando pela alimentação, físico e higiene pessoal. A capacidade de predizer o futuro e a leitura do destino através da linguagem dos astros tornaram os essênios figuras magnéticas, conhecidas por suas vestes brancas. Eram excelentes médicos também. Nos escritos dos rosacruzes, são considerados como uma ramificação da Grande Fraternidade Branca, fundada no Egito no tempo do faraó Akenaton.
Em cada parte do mundo onde se estabeleceram, eles receberam nomes diferentes, às vezes por necessidade de se protegerem contra as perseguições ou para manterem afastados os difamadores. Mestres em saber adaptar seus pensamentos às religiões dos países onde se situavam, agiram misturando muitos aspectos de sua doutrina a outras crenças. O saber mais profundo dos essênios era velado à maioria das pessoas. É sabido também que liam textos e estudavam outras doutrinas. De sua teologia e de suas doutrinas se conhece muito pouco. Não se sabe se tiveram outros livros sagrados além do Pentateuco.
Para ser um essênio, o pretendente era preparado desde a infância na vida comunitária de suas aldeias isoladas. Já adulto, o adepto, após cumprir várias etapas de aprendizado, recebia uma missão definida que ele deveria cumprir até o fim da vida. Vestidos com roupas brancas, ficaram conhecidos em sua época como aqueles que “são do caminho”. Foram fundadores dos abrigos denominados “beth-saida” , que tinham como tarefa cuidar de doentes e desabrigados em épocas de epidemia e fome. Os beth-saida anteciparam em séculos os hospitais, instituição que tem seu nome derivado de hospitaleiros, denominação de um ramo essênio voltado para a prestação de socorro às pessoas doentes. Fizeram obras maravilhosas, que refletem até os nossos dias.

COTIDIANO E FILOSOFIA DOS ESSÊNIOS
É possível conhecer o dia-a-dia dos essênios a partir de informações do historiador judeu Flávio Josefo ( 37 d.C – 100 d.C) que com 16 anos viveu durante três anos com um mestre essênio e deixou documentos relatando as suas experiências.
De acordo com Josefo, os membros da seita acordavam antes do nascer do Sol. Permaneciam em silêncio e faziam suas preces até o momento em que um mestre dividia as tarefas entre eles de acordo com a aptidão de cada um. Trabalhavam durante 5 horas em atividades como o cultivo dos vegetais ou o estudo das escrituras. Terminadas as tarefas, banhavam-se em água fria e vestiam túnicas brancas. Comiam uma refeição em absoluto silêncio, só quebrado pelas orações recitadas pelo sacerdote no início e no fim. Retiravam então a túnica branca, considerada sagrada, e retornavam ao trabalho até o pôr-do-sol. Tomavam outro banho e jantavam com a mesma cerimônia.
Josefo também nos conta que os essênios tinham com o solo uma relação de devoção. Um dos rituais comuns deles consistia em cavar um buraco de cerca de 30 centímetros de profundidade em um lugar isolado dentro do qual se enterravam para relaxar e meditar.
As refeições eram frugais, com legumes, azeitonas, figos, tâmaras e, principalmente, um tipo muito rústico de pão, que quase não levava fermento. Eles possuíam pomares e hortos irrigados pela água da chuva, que era recolhida em enormes cisternas e servia como bebida. Além dela, as bebidas essênias se resumiam ao suco de frutas e “vinho novo”, um extrato de uva levemente fermentado.

Os hábitos alimentares frugais e a vida metódica dos essênios garantiam-lhes uma vida saudável. Segundo Josefo, muitos deles teriam atingido idade extraordinariamente avançada.
Uma das principais obras que permitem o estudo sobre a filosofia essênia é um manuscrito encontrado em 1785 por um historiador francês em viagens pelo Egito e pela Síria. É um dialogo entre Josefo e o mestre essênio Banus a respeito das leis da natureza. Abaixo estão algumas definições:

O Bem - Tudo aquilo que preserva ou produz coisas para o mundo, como “o cultivo dos campos, a fecundidade de uma mulher e a sabedoria de um professor”.
O Mal - O que causa a morte, como a matança de animais. Por esse motivo, o sacrifício de animais, mesmo que para a alimentação, é condenável.
A Justiça - O homem deve ser justo porque na lei da natureza as penalidades são proporcionais às infrações. Deve ser pacífico, tolerante e caridoso com todos, “para ensinar aos homens como se tornarem melhores e mais felizes”.
A Temperança - Sobriedade e moderação das paixões são virtudes, pois os vícios trazem muitos prejuízos à saúde.
A Coragem - Ela é essencial para “rejeitar a opressão, defender a vida e a liberdade”.

A Higiene - Uma outra virtude essencial para os essênios para “renovar o ar, refrescar o sangue e abrir a mente à alegria”.
O Perdão - No caso de as leis não serem cumpridas, a penitência é simples e para se obter o perdão, deve-se “fazer um bem proporcional ao mal causado”.

JESUS CRISTO TERIA SIDO UM ESSÊNIO?
Há dezenas de dúvidas sobre os essênios, mas a hipótese de que Jesus Cristo teria tido contato com eles é uma das mais intrigantes.
Não há relatos sobre onde esteve nem o que Jesus fez entre seus 13 e 30 anos. Assim, a hipótese que os estudiosos adotam é a de que Jesus, durante esse tempo, esteve com os essênios e teve sua “clarividência” despertada junto a esse povo.
Outro fato intrigante, é que, sendo os essênios uma das três mais importantes seitas da Palestina naquela época, por que o evangelho não fala deles?
Teria sido o evangelho “censurado”? A verdade ainda é desconhecida, mas, de acordo com os manuscritos do mar Morto, eis alguns costumes dos essênios:

• Batismo.
• Santa Ceia.
• Caridade.
• Andavam em grupo de doze.
• Jejum.
• Curandeirismo (por imposição das mãos).

O tipo de vida dos essênios se parecia muito com a dos primeiros cristãos, o que faz algumas pessoas pensarem que Jesus fez parte dessa seita antes de começar sua missão pública.
O que se tem certeza é de que Jesus pode tê-la conhecido, mas não há nada que prove que Ele a tenha adotado, e tudo o que se escreveu sobre esse assunto não tem comprovação.

O LEGADO ESSÊNIO
No fim de 1946 (Novembro ou Dezembro) três pastores em Ain Feshka, oásis próximo ao Mar Morto, descobrem em uma das grutas da região uns jarros de argila e em um deles três rolos escritos em hebraico antigo, o que dificulta a identificação. Esta gruta está situada nos rochedos de uma falésia a cerca de 1300 metros ao norte de algumas ruínas que os árabes conhecem pelo nome de Khirbet Qumran.
Assim, com a descoberta, os arqueólogos relacionam o grupo que vivia nessas ruínas com os possíveis responsáveis pelos manuscritos encontrados. E ao redor, outras grutas são encontradas contendo outros fragmentos cuidadosamente embalados em jarros, o que leva a crer que aqueles documentos não estariam ali por acaso.

No total, são recuperados, em 11 grutas de Qumran, 11 manuscritos mais ou menos completos e milhares de fragmentos de mais de 800 manuscritos em pergaminhos e papiros. Escritos em hebraico, aramaico e grego, cerca de 225 manuscritos são cópias de livros bíblicos, sendo o restante livros apócrifos. Os manuscritos estão sendo traduzidos até hoje e muito já foi descoberto.

Pesquisa/Colaboração Ir.'.Mário Paiva
A.'.R.'.L.'.S.'.São José Nº14

A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DA HUMANIDADE


Texto enviado pelo Ir.'.Mário Paiva

Mesmo que a Maçonaria tenha por objetivo básico o fomento e desenvolvimento de atividade filantrópica e constitua uma escola de ética, moral e preservação da liberdade e igualdade, ela é uma instituição de característica política muito forte. É um erro admitir que ela seja apolítica...

Uma multidão anda desencantada com política. Julga os políticos causadores de todos os males, um câncer em nossa sociedade. Estão enojadas com a politicagem. A consideram vil e perniciosa. Opção de trabalho de indivíduos incompetentes, inescrupulosos, que se extasiam na busca ao poder por simples vaidade ou no interesse em fazer seu patrimônio crescer pela corrupção. Será que dentre todos os políticos profissionais não existe um único que vise governar de forma a resolver problemas? Serão todos os políticos desonestos? Incompetentes? Estultos? Tudo parece indicar que sim!
Nosso governo toma empréstimos vultosos de organismos internacionais para acabar com fome e miséria. Mas, estas chagas parecem não ter fim! Há décadas usam-se os mesmos jargões: acabar com a violência, a doença, a ignorância, a fome! Há quem pergunte: crianças devem passar fome para que se honrem dívidas? O mundo vive respondendo que sim! Países como o Brasil estão frequentemente contraindo e pagando dívidas! Milhões de crianças já deram, e dão, suas vidas como pagamento por dívidas, e outros milhões continuam pagando estas mesmas obrigações com corpos desnutridos e mentes deformadas. Para pagar estas dívidas criou-se um sistema moderno de escravos. Nossa floresta amazônica vem sendo destruída à razão de um campo de futebol por segundo, apenas porque insistimos em saldar dívidas com gado ou nossa produção agrícola. Existem locais onde sequer se dá tempo para explorar de forma coerente a madeira existente; incêndios devastam florestas imensas apenas para dar lugar a alguma indústria pecuária ou agrária. Adicionalmente, aumentam o efeito estufa!
Que é feito com o que deveria ser fonte de divisas para acabar com fome e miséria? O que é feito com o dinheiro arrecadado ás custas das vidas de crianças e cidadãos? É usado para desenvolver e comercializar mais e melhores armas de guerra. Países como o Brasil são os responsáveis pelas inúmeras guerras que ocorrem pelo mundo. E isto à custa das gerações que aqui vivem escravas cativas de um aviltante sistema de alienação e escravidão!
E porque nosso político não dá um basta? Existem inúmeros grandes e honestos pensadores políticos. Inclusive, maçons! É incompetência? O que lhes limita a atuação? É sua formação acadêmica. Todos os profissionais, em todas as áreas de atuação são treinados tendo por estribo uma base filosófica mecanicista, um método que visa quebrar um problema grande em componentes menores, para então tratar de entender e resolver cada componente em separado. Porém, ao tentar resolver um dos componentes perde-se a visão de conjunto, da interdependência dos componentes do problema. Não é possível tentar resolver em separado problemas globais. Pode-se consertar um componente, mas este vai quebrar de novo em seguida, apenas porque se ignorou os outros problemas conectados com ele. É necessário mudar tudo numa só vez, ao mesmo tempo; os ideais, as instituições e os valores. E nisto a maioria de nossos políticos são incompetentes - Indiferente da pessoa ou partido político que assuma o poder de comando. É a razão de suas soluções não se tornarem perenes. É o motivo de seu insucesso! É a causa de políticos serem execrados pelos eleitores!
Nossa formação cartesiana permite dissecar uma árvore, mas não nos habilita a entender sua natureza. Um pensador de sistemas olharia a árvore em suas trocas sazonais, entre árvore e terra, entre Terra e céu. Ele tem a capacidade de visualizar seu ciclo anual como uma imensa respiração que a Terra realiza com suas florestas, propiciando oxigênio, sopro de vida, unindo Terra ao céu e nós ao universo. Não a veria apenas em relação à vida de toda a floresta, mas como o habitat de pássaros, o lar de insetos. Ao observar uma árvore como um ente isolado, fica-se intrigado com os milhões de frutos que ela produz em vida, onde apenas uma ou duas frutas produzirão outras árvores semelhantes. Mas, se observarmos a árvore como membro de um sistema vivo maior, tal abundância de frutos fará sentido, pois centenas de animais e aves sobreviverão graças a ela. Isto é Interdependência! A árvore não sobrevive sozinha. Para tirar água do solo, precisa de fungos que crescem na raiz. O fungo precisa da raiz e a raiz precisa do fungo. Se um morrer, o outro morre também.
Há milhões de relações como esta no mundo, cada uma envolvendo uma interdependência. A teoria dos sistemas reconhece esta lei de relações como a essência de todas as coisas vivas. Só um desinformado chamaria tal noção de ingênua ou romântica, porque a dependência comum a todos já é um fato científico.
O que ocorre com o exemplo da árvore deveria ser parte da formação do político. A profissão de político não pode ser executada por aventureiros, por pessoas despreparadas. Além de profissional especializado, que sabe pensar, conquistar, manter e expandir o poder de forma legitima e com força, ele deve se formar no entendimento de sistemas interdependentes. De modo que, ao resolver o problema da habitação, resolva também educação, segurança, meio-ambiente, saúde, tráfego, distribuição da riqueza, tudo junto, tudo interdependente. Se assim o fizer, o resultado será positivo, gerador de bem estar e felicidade, que é em essência o verdadeiro objetivo da política.
Mesmo que a Maçonaria tenha por objetivo básico o fomento e desenvolvimento de atividade filantrópica e constitua uma escola de ética, moral e preservação da liberdade e igualdade, ela é uma instituição de característica política muito forte. É um erro admitir que ela seja apolítica. Por isto, é importante ao Maçom aprender a escolher seu representante político baseado não apenas por suas característica moral, ética e formação acadêmica, mas especialmente por sondar se em seu candidato existe noção de sistemas interdependentes. Esta constitui uma maneira de atuar no objetivo de realmente propiciar soluções duradouras aos problemas da humanidade.
Ao sermos iniciados como maçons tornam-se nossa responsabilidade servir como multiplicadores de idéias que levem o Brasil e o mundo a se tornar realmente independente de sistemas aviltantes que escravizam, esmagam e trituram o ser humano até só sobrar bagaço!