terça-feira, 31 de julho de 2012

FRANK SHERMANN LAND


Frank Shermann Land, nascido em 21 de junho de 1890 em Kansas City, Estado do Missouri nos Estados Unidos da América; seu pai, William Shermann Land, era madeireiro e sua mãe, Elizabeth Lothie, cuidava dos afazeres do lar, que contrariando a família casou-se com 15 anos e aos 16 anos teve Land. Quando tinha 2 anos sua família mudou-se para Saint Louis. Bem cedo já demonstrava seu espírito de liderança. Sempre possuiu uma vida religiosa muito ativa; desde criança, e junto com os ensinamentos de sua mãe, Land conheceu a importância de uma filosofia de vida repleta de virtudes. Frank Land destacou-se dos demais jovens de sua escola pelo comportamento e interesse pelas atividades escolares, cívicas e religiosas, e pelas pessoas. Land desde menino lia constantemente a Bíblia, sabendo de memória muitos de seus importantes ensinamentos. A idéia da reunião em sua casa surgiu quando uma vez ele disse a sua mãe que gostaria de fazer algo para os amigos, e de bem usarem o tempo disponível que tinham, e ela sugeriu o uso do porão, que foi decorado e preparado para as reuniões.
Em sua própria vida, as qualidades que possuía de despertar as aspirações humanas, seu senso de organização e de elevados ideais, estavam sempre presentes, desde sua infância. Em 1909, com 10 anos de idade, numa tarde de domingo ensolarado, Land recebia no porão de sua casa, como sempre fazia, dezenas de crianças da comunidade.  A classe foi tão interessante e popular que atraiu jovens de todas as redondezas e lhe proporcionou o Título de "O Menino Ministro de Saint Louis". Land pregava aquilo que ele desejava, o essencial de uma vida correta, uma filosofia que sua mãe havia lhe incultado. Em uma de suas preleções, com senso de bons propósitos, na profundidade de seus olhos azuis, começou assim:

"Amigos são muito importantes. Nós devemos fazer amigos. Nós devemos compartilhar com eles. Nós devemos nos ajudar. Vou contar a vocês uma história da Torah sobre dois verdadeiros amigos, David e Jônatas."
Ao finalizar a história ele recomendou:

"Sejamos sempre leais uns aos outros. Sejamos sempre amigos e companheiros como eles foram também”.
No começo do século 20 o meio-oeste dos Estados Unidos vivia na euforia de potencial mudanças e de alto otimismo. Acreditava-se que o novo século traria progresso, curaria as feridas deixadas pela guerra ocorrida entre os Estados da Federação, e no desenvolvimento do oeste americano. Aguardava-se com emoção a inauguração da Feira Mundial em 1904 na cidade de Saint Louis, Theodore Roosevelt tinha assumido a Presidência após o assassinato do Presidente Willian Mckinley no dia 06 de setembro de 1901, e tomava medidas duras, para acertar a situação econômica do País. Períodos de grandes esperanças eram seguidos de recessão e depressão. O negócio de madeira do pai de Land se deteriorara, tendo que encerrá-lo ficando desempregado, e buscando nos bares o consolo para as suas dificuldades. Os problemas se agravaram no âmbito familiar com conflitos pessoais de tal ordem que somente restava uma solução, a dolorosa separação. Atendendo o convite de sua mãe, Martha J. Sampson, Elizabeth deixou Saint Louis, indo para Kansas City em companhia dos filhos, Land com 12 anos e sua irmã Etta Glen com 7 anos. A avó Martha deu a filha e aos netos seu amor com toda sua plenitude, convivendo com eles por muitos anos. Elizabeth sentiu dificuldades dessa mudança de vida, principalmente por seus filhos terem de se ajustar a um novo lar, uma nova cidade, uma nova vida.
Para Land foi mais difícil ainda a adaptação. Ele sentia a falta do pai e a falta de uma personalidade masculina no lar, pois sua avó era viúva. O amor para sua mãe, sua avó e sua irmã se transformaram quase em uma devoção. Porém um jovem com 12 anos necessita ter um homem ao seu lado em quem confiar, a quem contar seus problemas, e de quem possa ter respostas as intrigantes questões da vida. Esta antiga necessidade em sua própria vida o levou a buscar soluções mais tarde, tiradas de suas próprias conclusões, aos jovens de sua grande Nação, através da Ordem DeMolay.
Land conseguiu terminar o ginásio, tomando parte ativa nos festejos de Kansas City, mas devido às dificuldades financeiras e tendo que trabalhar para ajudar o sustento da família teve que abandonar a faculdade.
Na primavera de 1907 sua avó reuniu a família para falar de um plano que ela tinha com respeito principalmente ao futuro de Land. Ela disse que desejava que Land possuísse alguma coisa, que fosse um homem de negócios, e com isso ele pudesse também ter o suficiente para continuar seus estudos. Seu plano consistia em abrir um restaurante familiar, tendo todos como sócios. Ela e a mãe de Land seriam as cozinheiras e ele cuidaria do atendimento. O negócio em pouco tempo prosperou e se tornou um grande sucesso. Sua marca registrada era um serviço de buffet com a seguinte propaganda:
"Coma tudo que puder por 0,25 centavos".
Já em 1908 ele começou a estudar no recém criado Instituto de Artes de Kansas City. Foi aí que ele conheceu e se apaixonou par Madeline Swiezewski, três anos mais nova que ele, nascida em 5 de fevereiro de 1893. Seus pais tinham vindo da Polônia pouco antes dela nascer, e sua mãe tinha morrido quando ela era ainda bem criança, e tinha sido criada por uma tia, juntamente com suas duas irmãs.
Durante esse tempo a mãe de Land casou-se novamente com um comerciante local, um ano mais velho que ela. Esse feliz casamento trouxe mudanças para sua vida. Não querendo mudar-se com sua mãe para a nova casa, ficou residindo com sua avó. O negócio do restaurante ficou complicado com tantos sócios e Land decidiu com a concordância dos demais, comprar as outras partes, e com 18 anos apenas ele ficou sendo o único dono, e com o decorrer do tempo, o local tornou-se famoso, e cresceu muito sob sua supervisão e liderança.
Uma certa ocasião Land falando para um grupo de jovens consultores recomendava:
"Prestem atenção no jovem quieto e atencioso. Eu tenho visto muitos crescerem com habilidade para inspirar e liderar outros. O jovem que é muito impetuoso, agressivo, desejando forçar seu caminho, frequentemente se queima antes de atingir seu objetivo. Olhem o quieto, sensitivo, e consciencioso jovem que evita um lugar proeminente a princípio, porém quando chega o momento e o desafio aparece, olhem ele! Ele terá a habilidade de liderar. Ele se tornará um homem de sucesso. Vocês se orgulharão dele!"
Land foi um perfeito exemplo desse pronunciamento. Ele era acanhado por natureza, introspectivo, e que tinha se esforçado sempre para adquirir uma auto-inspirada educação em seus primeiros anos, se encontrava agora, com os anos da maioridade diante dele, aceitava o desafio e principiava uma vida de autêntica liderança. Uma vida dedicada ao ideal de servir aos outros.
O dia 21 de junho de 1911 era um dia comum de princípio do verão, quando toda a família entrou em seu restaurante cantando parabéns para você; e colocando presentes sobre a mesa. Não se via nenhum presente de sua avó Martha, até que ela disse:
"Land, você faz 21 anos hoje, e eu estou orgulhosa de você e do que tem feito".
Entregou-lhe um envelope dizendo:
"Seu avô era Maçom; ele amava a Maçonaria e eu ficarei feliz se você entrar para a Maçonaria. Em memória de seu avô e como meu presente, você encontrará nesse envelope o dinheiro necessário para sua iniciação. Faça o que seu coração mandar, mas eu ficarei muito feliz se você fizer isto."
Frank Land atendeu o pedido de sua avó seguindo também os ditames de seu coração, pois era seu desejo ser Maçom. Iniciado na Loja Simbólica IVANHOÉ n.º 446, no dia 25 de abril de 1912; foi exaltado ao Grau de Mestre em 29 de junho de 1912. Aos 25 anos de idade foi nomeado diretor do Bureau de Serviços Sociais do Supremo Conselho do Mundo do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Ele tinha tornado realidade o sonho de sua avó, mas isso representava mais do que a realização de um sonho. Parecia que ele encontrava na Maçonaria algo que ele inconsciente buscava. Ela lhe proporcionava meios para manifestar seu amor fraternal, sua compaixão pelos infelizes, seu desejo de ajudar o próximo. Em pouco tempo ele já pertencia ao Rito de York e Rito Escocês Antigo e Aceito. Tornou-se Grau 32º da Jurisdição Sul e Nobre do Santuário Místico, Shriner, no Ararat Temple de Kansas City "Ancient Order of the Nobles of the Mystic Shrine".
O romance com sua amada Nell continuava, e eles se casaram no dia 15 de setembro de 1913 em Budd Park, Frank e Nell nunca esqueceram as promessas solenes feitas nessa ocasião e viveram sempre felizes.
Em setembro de 1914 ao voltar do trabalho no restaurante, Land disse a Nell que recebera uma proposta para vender o restaurante, desejando saber o que ela pensava. Informou ter sido chamado para trabalhar em tempo integral como Administrador e Secretário no Templo do Rito Escocês, com um escritório, e colaborador em um programa chamado "Comissão de Ajuda Maçônica."
Nell fechou os olhos como que tendo um visão do futuro e respondeu:"Frank venda e aceite o convite. Você nunca será totalmente feliz enquanto não encontrar meios de servir ao povo. Eu creio que isto abrirá um novo mundo para você. Isto é o princípio do grande trabalho de sua vida. Eu sinto a grandeza que advirá para você e outros com a realização deste ideal".
A profecia de Nell Land tornou-se realidade no decorrer dos anos de 1914 a 1919. A posição adquirida por Land lhe permitiu planejar a formação da Ordem DeMolay, sendo o principal evento que conduziu a formação da Ordem DeMolay. Estes foram os terríveis anos da primeira grande Guerra Mundial. Quando os Estados Unidos se uniram aos aliados, contra o poder alemão, com o desejo de trazer a democracia para o mundo, cada homem e materiais foram necessários, e quanto maior era o sacrifício oferecido para ajudar nas lutas do front, maiores eram os problemas que surgiram no país. Desemprego, incertezas, necessidades e privações.
Os E.U.A não somente sofreram a perda de seus homens, mas dos pais de família e dos lares antes felizes e vigorosos, naquele tempo desfeitos e carentes do apoio paterno perdido em guerra. Uma resposta para esta situação crítica veio aproximadamente com o desenvolvimento de muitas organizações filantrópicas. Land foi selecionado para atuar como Diretor de Filantropia Maçônica e Agência de Emprego do Rito Escocês, oferecendo alimentação e roupas adquiridas em campanhas através das Lojas Maçônicas. Land agia como se a situação fosse imperiosa para que coloca-se em prática seu amor fraternal, sua compaixão pelos outros necessitados e seu desejo de ajudar seus semelhantes. Land era um homem bondoso sempre disposto para ouvir os problemas daqueles que buscavam socorro. As pessoas o procuravam para ouvir seus conselhos na solução de suas dificuldades. Ele demonstrava interesse por todos e sua mágica personalidade transformava em amigos todos que o encontravam. Jovens, velhos, ricos e pobres tinham alto respeito por ele e depositavam nele toda a confiança.
A Guerra finalmente terminou e Land estava seriamente preocupado com os jovens que tinham perdidos seus pais na guerra. Ele recordava sua infância, a solidão a ansiedade para falar com algum homem a quem confiar seus sonhos. Várias tentativas foram feitas no sentido de auxiliar os jovens nessa situação, mas, o relacionamento homem/jovem, não dava os resultados esperados. Vagarosamente e firmemente, Land convenceu-se que a melhor solução para os jovens seria uma associação com outros jovens e então fundou a Ordem DeMolay.
Frank Shermann Land faleceu em 8 de novembro de 1959 e foi enterrado com cerimônias honradas no Mt. Cemitério de Moriah, onde hoje repousa ao seu lado sua amada esposa.
Na noite do enterro, os Membros Ativos do Supremo Conselho Internacional que assistiram os serviços, se encontraram e discutiram o futuro da Ordem DeMolay. Nesta reunião, H. Malvern Marks, Past Grande Mestre e então Oficial Executivo no Texas sugeriu a criação de um painel comemorativo em homenagem a  Land. Este painel deveria trazer as recomendações de Land para a próxima reunião do Comitê Executivo.
No outono de 1960, um Comitê Comemorativo foi designado para este propósito. Como membros tinha H. Malvern Marks (Presidente), George M. Saunders, Stanley Garrity, Harold Schafer, Chandler Cohagen, Albert McNally, e Dr. Claude F. Long.
Este comitê recomendou que o escritório de Land devesse permanecer como ele deixou, deveria ser um monumento à memória dele, e ao seu trabalho. Recomendou mais tarde que a sala próxima ao escritório deveria ser convertida em um museu para exibição das Jóias e Homenagens conferidas à Land, um quadro com seu busto, que lhe foi presenteada durante um jantar de homenagens dedicado a Land.

Fonte: www.ifsl.org.br

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O QUE É "LANDMARK"?


Essa é uma palavra muito escutada no meio maçônico e sempre presente na literatura da Ordem. Mas você sabe realmente o que é “landmark“?
A palavra inglesa “landmark”, se traduzida ao pé da letra, significa “marco de terra”. A palavra é referente àqueles marcos existentes em entradas de cidades, trevos, praças, etc. Os marcos costumam ser feitos de pedra, concreto ou outro material sólido, e são usados para indicar limites territoriais, fronteiras, registrar um acontecimento, ou mesmo servir de referência. São objetos proeminentes e resistentes, feitos e instalados para durarem e não serem deslocados, ou seja, imutáveis.
Sendo figura relacionada à simbologia da maçonaria operativa, suas características de relevância, referência, solidez e imutabilidade serviram para que o termo ilustrasse as leis permanentes da maçonaria regular, aquelas conhecidas no meio jurídico como “cláusulas pétreas” que, pela inalterabilidade, protegem os princípios e fundamentos da instituição.
Os landmarks maçônicos mais conhecidos e adotados no mundo são os “25 Landmarks de Mackey”. Porém, algumas Grandes Lojas, exercendo o poder soberano que possuem sobre suas leis e administrações, tem publicado suas próprias relações de landmarks, variando seus totais entre 7 e 54.
O que se observa em comum em todas as relações de landmarks das Obediências regulares são os seguintes princípios:
·         Independência e auto-governo das Grandes Lojas;
·         Crença num Ser Supremo;
·         Crença na imortalidade da alma;
·         Presença obrigatória dum livro sagrado, esquadro e compasso em Loja;
·         Sigilo sobre os modos de reconhecimento;
·         Maçom ser homem livre e adulto;
·         Proibição de discussão sobre política e religião de forma sectária.
A maçonaria em geral entende que esses princípios são atributos que compõem a maçonaria e, na ausência de um ou mais desses, não se trata mais de maçonaria. Assim sendo, os landmarks, imutáveis, tem por objetivo garantir a perpetuidade da Sublime Ordem, deixando-a evoluir enquanto mantém a sua essência imaculada.

Fonte: www.noesquadro.com

domingo, 29 de julho de 2012

FEIJOADA DANÇANTE

A Loja Maçônica São José Nº 14 convida a todos os amigos da sociedade mipibuense para a Tradicional "Feijoada Dançante" que será realizada no dia 02 de Setembro no Espaço Cultural de nossa Loja (MAÇONARIA) a partir das 11:00 horas da manhã.
Os ingressos já estão à venda pelo preço de R$5,00 com os Irmãos da Loja. 
Será um grande prazer tê-los conosco!

McMAÇONARIA


Estava eu outro dia conversando com um irmão e amigo que pertence a outra Loja e Obediência, esta tão regular e tradicional quanto a da qual sou membro. Era nosso primeiro encontro após uma visita que ele havia feito à minha Loja. Papo vai, papo vem, e eis que o irmão pergunta se poderia indicar um candidato para ingressar em minha Loja. Eu, conhecendo a idoneidade moral desse irmão, respondo afirmativamente. Afinal de contas, é direito de todo Mestre Maçom regular indicar candidatos e, se ele havia escolhido a minha para realizar a indicação, era motivo de honra para mim.  Porém, a dúvida ficou no ar, e logo questionei o irmão do porquê dele não realizar a indicação em sua própria Loja, já que eu sabia que ele era inclusive o Secretário da Loja, e poderia acompanhar o processo para a Iniciação mais de perto.
Tenho que confessar que a resposta não me surpreendeu muito, visto ser algo cada dia mais comum de ser visto na Maçonaria Brasileira: o irmão se queixou de sua Loja, dizendo que a mesma está sem conteúdo, reunindo-se apenas para bater malhete, isso quando não está ocupada com brigas internas e externas; reclamou ainda que toda tentativa dele e de outros irmãos mais novos de inovar é frustrada pelos “donos da Loja”. E tendo o irmão visitado algumas vezes nossa Loja e observado seu modus operandi, se sentia mais à vontade para indicar um amigo no qual enxergava os princípios maçônicos básicos e o interesse no aperfeiçoamento moral e espiritual.
Compreendendo a situação do irmão, reafirmei minha concordância e disponibilidade em avalizar tal indicação em minha Loja, dizendo que seria para nós uma honra receber o futuro afilhado dele, é claro que após a devida sindicância e seguindo todos os trâmites de costume. Ao tocar no assunto, o irmão aproveitou para perguntar como era nosso processo de sindicância, os documentos, exigências e custos para ingresso na Loja. Sendo ele um irmão sempre muito interessado e participativo, não me incomodei de explicar todo o processo, desde a indicação até a iniciação. Ao final, informei ainda o valor do investimento para Iniciação, o qual cobre o kit de Aprendiz (avental, luvas, ritual, broche, identidade, diploma, etc.) e um jantar comemorativo em que o iniciado e sua família são apresentados a toda a família da Loja.
Nesse momento, vi o espanto no rosto do irmão, que logo exclamou que o valor informado era exorbitante, impraticável, e que o processo para iniciação era muito burocrático. Ao escutar tais comentários, perguntei-me como era possível fazer o mesmo com menos tempo e recursos… não contive a curiosidade e questionei: – E como é em sua Loja? – O irmão então me respondeu que sua Obediência estava dispensando muitas das exigências para a Iniciação, além de isentar os candidatos da taxa do placet. Por conta disso, sua Loja consegue fazer todo o processo para Iniciação em apenas um mês, e cobra apenas R$50,00 do candidato.
Após escutar o irmão, fiquei refletindo por um momento sobre o assunto. Eu já conhecia essa história “de outros carnavais” e meu raciocínio era de que, de uma certa forma, um valor mais substancial, o processo relativamente demorado, e as exigências documentais como quase de um concurso de policial federal, serviam como filtros, peneiras, para separar os curiosos daqueles realmente interessados. Todos aqueles documentos, entrevistas e consultas teoricamente garantiam a qualidade mínima social e moral dos indivíduos que pleiteiam ingresso na Maçonaria. Mas, será que aquela fórmula “fast food” de Maçonaria estava funcionado para a Loja dele e outras Lojas daquela Obediência?
O que a Loja dele e outras da Jurisdição estavam fazendo, com a anuência da Obediência, era proporcionar aos profanos um acesso rápido e barato à Maçonaria. É o que podemos chamar de “McMaçonaria”. A questão é se isso é realmente bom para os membros e para a Instituição. Pensando nisso, perguntei ao Irmão quantos membros haviam iniciado na Loja dele nos últimos dois anos. Ele respondeu que algo em torno de 50 novos irmãos. – Uau – imaginei. Então perguntei a ele a média de membros por reunião atualmente. Ele sabia bem: uns 26 a 28 irmãos, a maioria de irmãos mais antigos, apenas uns 10 membros da “nova safra”. Então lancei a pergunta derradeira… – E você sabe o nome desses 50 irmãos? – A resposta, é claro, foi negativa. – Talvez eu saiba de uns três deles – o irmão me respondeu.
Isso já era de se esperar… Como dito anteriormente, essa ideia não é nova. Algumas Grandes Lojas dos EUA já haviam tentado algo parecido alguns anos atrás, porém de forma mais intensa e abrangente e, é claro, foi um fracasso. Não somente causou alguns problemas internos, como também impactou na relação com outras Grandes Lojas no mundo, que não gostaram nem um pouco dessa história.
Com a tática da McMaçonaria, a tal Obediência deve ter aumentado consideravelmente o número de seus filiados. Já as Lojas que abriram mão do conceito de células de “família maçônica” não obtiveram ganhos reais em troca. Talvez, membros promissores, que se identificariam com a Loja e seus valores quando em sua forma tradicional, se entregam à desmotivação de serem mais uns entre dezenas e, ao frequentarem a Loja, que perde sua própria identidade, acabam por também se afastarem. Os agora maçons, que adquiriram um “lanche” rápido e barato de Maçonaria, podem por fim não experimentar, degustar, saborear e aproveitar a verdadeira essência da Ordem. Enfim, a curto prazo parece algo ótimo, mas a longo prazo pode ser prejudicial, assim como uma alimentação à base de fast food.
Fonte: www.noesquadro.com.br

MAÇONARIA AO REDOR DO MUNDO


TURQUIA

Durante o século XIX e primeira década do século XX, a Maçonaria na Turquia se resumia em Lojas funcionando sob a autoridade das Grandes Lojas da Inglaterra, Irlanda e Escócia e do Grande Oriente de França. Houveram também esforços isolados de Lojas italianas e gregas naquele país, mas com pouca expressividade.
A Maçonaria era o elo que ligava os 05 fundadores do famoso partido político “União e Progresso” na Turquia. Apesar de não ser necessária filiação maçônica para se tornar um membro do Partido, todos os seus dirigentes eram maçons, assim como os oficiais do exército que esse partido formou na Trácia para derrubar a monarquia turca. Interessante observar que, na história turca, o período de 1908 a 1918 é comumente chamado de “Estado Maçônico”, pelas relações exteriores da Turquia terem sido predominantemente realizadas por intermédio das Obediências Maçônicas.
O Supremo Conselho do REAA da Turquia, até então adormecido, foi reativado em Março de 1909, emitindo Cartas Constitutivas para a criação de 04 Lojas turcas. Lojas ligadas às Obediências da Itália, França, Espanha e Egito se uniram a essas 04 Lojas turcas e fundaram, em Julho de 1909, a Grande Loja da Turquia, a qual foi consagrada pelo Supremo Conselho. Esse fato merece um adendo:
Alguns poucos maçons no Brasil ainda teimam em querer condenar a “regularidade de origem” das Grandes Lojas Estaduais brasileiras pelo fato das primeiras Cartas Constitutivas terem sido concedidas pelo Supremo Conselho do Grau 33o, que não é um Corpo da Maçonaria Simbólica, em 1927. Mas outras Grandes Lojas espalhadas pelo mundo também tiveram suas origens em um Supremo Conselho, como foi o caso da Grande Loja da Turquia.
Voltando ao assunto, nesses mais de 100 anos de existência, a Grande Loja da Turquia teve e tem em seus quadros os mais importantes políticos e líderes de diferentes setores daquele país, tendo participado ativamente da democratização e colaborado imensamente nas relações internacionais da Turquia. Atualmente, a Grande Loja da Turquia conta com mais de 200 Lojas e de 30 mil membros, possui uma Loja de Pesquisas com um periódico trimestral e publica uma revista de notícias bimestral.
Uma peculiaridade da Grande Loja da Turquia é a adoção do Ritual Turco, exclusivo da Grande Loja da Turquia e obrigatório em todas as suas jurisdicionadas, inclusive aquelas que trabalham em outras línguas. É um ritual baseado no Ritual Standard da Escócia, e nos Ritos Moderno e Schroeder. O Ritual Turco exige a presença em Loja do Alcorão, e do Antigo e Novo Testamentos. O traje solicitado é terno escuro e gravata preta, e há um interstício de no mínimo 01 ano entre um grau e outro, além da exigência de apresentação de trabalho para a concessão do grau. Enfim, algumas similaridades com as práticas maçônicas brasileiras.
Fonte: www.noesquadro.com.br

sábado, 28 de julho de 2012

A MAÇONARIA E OS TEMPLÁRIOS (parte II)


A CAPELA ROSSLYN

A Capela Rosslyn foi construída por Sir William St Clair, Conde de Okney. Ele foi descendente direto de Sir William de St Clair, o ultimo Mestre de Templo da Escócia, que morreu levando o coração de um rei morto(Robert de Bruce) na ultima Cruzada para Jerusalém.

                                  
Foto 1 – A Capela Rosslyn situada nas
            proximidades da cidade de Edimburgo


Sir William St Clair, o construtor da Capela, é também ancestral direto do primeiro Grão mestre da Maçonaria escocesa, também chamado de William St Clair (Sinclair) e está enterrado em Rosslyn(foto 2 )


Foto 2 - O túmulo do templário Sir William St Clair, preservado    em Rosslin



PONTOS DE LIGAÇÃO COM A MAÇONARIA.

O Dr. Lomas  afirma que a capela de Rosllyn é um importante elo de ligação entre a maçonaria  e os Templários. Para corroborar esta afirmativa,  explica o seguinte: 


  1. Rosslyn estabelece uma ligação entre um Templo judeu, os cavaleiros templários e a Maçonaria.
  2. A planta baixa de Rosslyn é uma copia do Templo de Herodes e a parte construída  sobre o terreno é uma réplica da arquitetura Herodiana de Jerusalém.
  3. Rosslyn contem o documento mais antigo que mostra uma cerimônia do primeiro grau, parecida com a atual, sendo conduzida por um cavaleiro templário.





Peça entalhada em pedra mostrando uma cerimônia do primeiro grau da maçonaria -  Na capela de Roslyn, parte inferior da janela frontal,  canto  sudeste, existe um entalhe que parece mostrar parte da cerimônia de admissão ao  primeiro grau da Maçonaria (ver foto 2).



              Foto 3 – Esta foto mostra a peça entalhada que se encontra
               na capela Rosllyn

Este entalhe, produzido por volta de 1440-50,  mostra 07 pontos distintos de similaridade com  o  Primeiro Grau da Maçonaria de hoje. Antes de ser entalhado na pedra, foi entalhado na madeira e depois conferido. Isto significa que a obra tinha as características originais desejadas.




      É APENAS UMA COINCIDÊNCIA?
Muitos artigos publicados por autores maçônicos sugerem que a ligação entre a Maçonaria e os Templários mostrada nesta escultura, é apenas uma coincidência.  A figura mostra um homem ajoelhado entre duas colunas. Ele esta de olhos vendados e tem uma corda com um laço corrediço ao redor do pescoço. Seus pés estão numa posição estranha e não natural, e em sua mão esquerda está um exemplar da bíblia. O final do laço em volta de seu pescoço está sendo controlado por um homem que esta usando um manto, à moda dos templários. 

Para aqueles que não conhecem nossas posturas dentro de loja, para trabalhar no primeiro grau, explicamos que quando alguém está sendo admitido na Maçonaria, este alguém é chamado de candidato. Os homens são admitidos em lojas de homens e as mulheres em lojas de mulheres. Para ser admitido, o candidato deverá estar  vestido uma maneira bem diferente do convencional, ou seja, deverá estar usando uma camisa branca  dobrada para trás, deixando parte de seu corpo descoberto. Seus olhos são vendados e ao redor de seu pescoço vai uma corda com um laço corrediço como se fosse ser enforcado.


Análise detalhada da peça entalhada em pedra - A escultura de Rosslyn mostra algumas  características  que a identificam como sendo maçônica.  A seguir um desenho mostrando as principais características da mesma.


                                              

              Figura 3 - Desenho mostrando as principais características
              da estatua.

O que perturba alguns autores ingleses, ironiza do Dr. Lomas, é que a escultura foi entalhada 570 anos antes, ou seja,  270 anos antes da  fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra.  Quando esta informação foi divulgada houve grande desconforto entre os membros da maçonaria inglesa.
  Vários artigos foram escritos por escritores maçônicos  apoiando o ponto de vista que sustenta que os pontos  de ligação estão  na escultura por mera coincidência.  Contudo, a afirmação deles de que se trata de coincidência pode ser avaliada pelo Teste de Hipótese. Para confirmar ou rejeitar o ponto de vista dos autores que acham que se trata de mera coincidência,  o Dr. Lomas realizou o teste da Hipóte Nula:


O TESTE DA HIPÓTESE NULA

Existem 07 pontos de concordância entre a peça entalhada e a cerimônia de admissão ao primeiro grau da maçonaria de hoje. São eles:

1-      Um dos homens está com os olhos vendados. Isto não é comum nas estátuas medievais, sendo que a estátua da justiça é o único exemplo conhecido. Não existe outra figura com os olhos vendados em Rosslyn.
2-      Sobre o homem ajoelhado: isto é comum nas estatuas/figuras medievais e existem outras figuras ajoelhadas em Rosslyn.
3-      Sobre o homem que está  segurando uma bíblia em sua mão esquerda:  existem alguns entalhes mostrando figuras segurando livros ou pergaminhos nas mãos em Rosslyn.
4-      Sobre o homem tem uma corda ao redor do pescoço: existem poucas figuras conhecidas, no período estudado, com uma corda enlaçada ao redor do pescoço.  A mais conhecida é uma estatua chamada The Dying Gaul. Existe uma outra em Rosslyn que tem um laço ao redor do pescoço. Trata-se da figura de um homem sendo enforcado, que representa o anjo Shemhazai cujos pecados obrigaram Deus provocar o Dilúvio. Tal figura mostra o anjo Shimenzai com muito medo de olhar Deus face a face, e por isto, mostra sua cabeça virada para uma direção contrária de onde se localiza a figura de Deus. Shimenzai está representado com um laço ao redor do pescoço, mas em Rosslyn não existe outra figura assim representada.



5-      Um dos homens tem seus pés numa posição que é ainda usada pelos candidatos à iniciação na maçonaria de  hoje. Esta é uma posição pouco comum e não existe outra figura em Rosslyn nesta posição.

6-      A cerimonia esta sendo realizada entre duas colunas, exatamente como é feito na maçonaria de hoje.

7-      O laço está sendo controlado por um homem claramente vestido à moda dos Templários. Existem muitos outros símbolos e imagens dos Templários entalhados em Rosslyn.

Assim, qual é a probabilidade  de que todos estes fatores estejam juntos por coincidência?

Adotamos a Hipótese Nula. Admitimos  que os fatores que ligam os Templários a Maçonaria estavam juntos na peça entalhada por  coincidência, e então aplicamos o Teste de probabilidade para testar a viabilidade desta idéia.


AVALIAÇÃO DAS PROBABILIDADES

1-      A probabilidade de que o homem esteja vendado por acaso é 0,5,  pois, ele poderia estar vendado ou não. Este é o pior  caso de probabilidade que dá a Hipótese Nula a melhor chance de sucesso, uma vez que não existe outra figura com os olhos vendados em Rosslyn.
2-      A probabilidade de o homem estar ajoelhado por acaso é 0,5, uma vez que, novamente,  ele poderia estar ajoelhado ou não
3-      A probabilidade de que o homem esteja segurando uma bíblia por acaso é 0,5, pois, ele poderia estar segurando uma bíblia ou não.
4-      A probabilidade de o homem ter uma corda ao redor do pescoço é 0,5, ainda que exista somente uma figura com os olhos vendados em Rosslyn. Novamente estou dando a Hipótese nula a melhor chance de ocorrer por acaso.
5-      A probabilidade que o homem esteja com pés numa postura maçônica (somente nesta posição o candidato pode ser feito maçon) é de 0,5, porque ele poderia estar nesta posição ou não. Nenhuma outra figura em Rosslyn mantém os pés nesta estranha  posição,(à moda dos maçons), de modo que novamente concedemos á Hipótese nula, o beneficio da dúvida. 
6-      A probabilidade  de a cerimônia ter ocorrido entre duas colunas é de 0,5, porque a  alternativa seria não realizá-la entre colunas.
7-      A probabilidade de que um Templário esteja controlando o laço ao redor do pescoço do  homem é 0,5; isto é mais uma generosidade com relação á Hipótese Nula, porque o laço poderia estar frouxo ou sendo controlado por uma outra pessoa que não fosse um templário. Na moderna cerimônia maçônica de iniciação o laço é controlado pelo segundo diácono enquanto o candidato faz o juramento com a mão sobre a bíblia.

Agora precisamos considerar a possibilidade de que todas estas 07 probabilidades tenham ocorrido ao mesmo tempo. Para achar a probabilidade composta devemos  multiplicar todas as probabilidades mencionadas uma pelas outras. Ou seja:

(0,5)x(0,5)x(0,5)x(0,5)x(0,5)x(0,5)x(0,5)  = 0,0078   

Portanto, existe somente 8 chances em 1000 de que os elementos de ligação entre a Maçonaria e os Templários (na pessoa de Sir William St Clair) tenham sido colocadas na peça entalhada, por acaso. Isto significa pelo menos 95% de confiança num universo de 20 dados e pelo menos 99% num de 100. Existe somente uma chance em 128 de que tais elementos de ligação tenham ocorrido por acaso.


CONCLUSÕES

1- Por causa destas evidencias, recusa-se a Hipótese Nula., e reafirma-se que Sir William foi ligado à Maçonaria em 1440 e que esta ligação envolvia os Templários.

2- Foi significativa a contribuição dos templários para elaboração do atual processo de iniciação adotado pela maçonaria, conforme pode ser visto na figura 3 e foto 3.

Bibliografia

1-    Palestra proferida pôr Dr Robert Lomas da Universidade de Bradford, em 25/08/00, na 5a Conferência Internacional de Great Priores, na cidade Stirling, Escócia.
2-    Site Oficial da Ordem dos Templários no Brasil
3-    Site Delphos dos Templários argentinos.
4-    CHAPEL, Rosslyn. Disponível em HTTP//WWW.rosslynchapel.org.uk/
5-    Doe Maçonnike Encyclopedie Zookt. Disponível em HTTP//dancing.org/booksmackey/HMAP-1/Hmac-11htm
6-    Montagnac, Elise de – Historia dos Cavaleiros Templários e os pretendentes de sua sucessão seguida da história das Ordens de Cristo e de Montosa. São Paulo. Madras 
7-    RALLS, Karen – Os Templários e o Graal. Rio de Janeiro. Madras

O AVENTAL

É o símbolo do trabalho. É a parte principal do vestuário maçônico, constituindo-se um dos símbolos mais importantes da Maçonaria. Tem a forma de um retângulo, encimado por um triângulo; nos dois primeiros graus são simples, sem enfeites ou adornos, e de tecido branco. Os aventais dos demais graus, tem cor e desenhos variados, conforme os graus que representa e conforme o rito adotado. O fundo porém é sempre branco.
           

    

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A TROLHA



A TROLHA – Ou colher de pedreiro. Trata-se de uma espécie de pá achatada com a qual os Pedreiros assentam e alisam a argamassa. Sendo um instrumento neutro, deve ser visto como um Símbolo da tolerância, com que o Maçom deve aceitar as possíveis falhas e defeitos dos demais Irmãos. Pode ser vista, também, como um Símbolo do amor fraternal que será, então, o único cimento que uniria toda a Maçonaria. Desta forma, passar a Trolha, significa perdoar, desculpar, esquecer as diferenças. Entendida desta forma, pode ser vista como Símbolo da Paz que deve reinar entre os Irmãos.

ENTENDENDO O RITO DE YORK


por João Guilherme C. Ribeiro, PGSS, MRA
Antiguidade
O ritual americano, tanto nos Graus Simbólicos, trabalhados nas Blue Lodges quanto nos Altos Graus, trabalhados nos Capítulos do Real Arco, nos Conselhos dos Graus Crípticos e nos Acampamentos das Ordens de Cavalaria, compõem o que deve ser chamado de Rito Inglês Antigo.  Formam um sistema coerente e consecutivo, sendo que os Graus Simbólicos e os Graus do Real Arco podem gabar-se de trabalhar os rituais mais próximos dos modelos originais. Historicamente, são os que menos sofreram alterações e interpolações dos "revisores".
Suas formas foram cristalizadas pelos Maçons da Grande Loja dos Antigos e transportadas aos Estados Unidos quando estes ainda eram colônias americanas.
Podemos ver que o Monitor, de Thomas Smith Webb, registrava os seguintes passos existentes na Maçonaria americana em 1797:
– Primeiro Grau
– Segundo Grau (Fellow Craft, camarada ou companheiro de ofício)
– Terceiro Grau (Master Mason, Mestre Maçom)
– Quarto Grau (Mark Master Mason, Mestre de Marca)
– Quinto Grau (Present or Past Master, Venerável ou Ex-Venerável)
– Sexto Grau (Most Excellent Master, Mui Excelente Mestre)
– Sétimo Grau (Royal Arch Mason, Maçom do Real Arco)
Webb foi o grande responsável pela forma que persiste até hoje nos Graus Simbólicos e nos do Real Arco.  Seu trabalho baseado no ritualista inglês William PrestonIllustrations of Masonry, cuja primeira edição foi publicada em 1774.
Monitor de Webb nos dá idéia do panorama maçônico nos Estados Unidos recém-independentes.  Ele também faz referência aos Graus de Cavalaria e os descreve (Red CrossMalta e Templars), mas como Graus de Ordens honoríficas, fora do sistema da Franco-Maçonaria.  Os Graus Inefáveis do Rito Escocês Antigo e Aceito são descritos e comentados por ele, do Mestre Secreto até o de Grande Eleito, Perfeito e Sublime Maçom.  É preciso lembrar que, àquela época, o REAA não havia sido transformado no sistema coerente de hoje, o que aconteceria com a fundação do primeiro Supremo Conselho em 1801..
Origem do Rito Inglês Antigo
Grande Loja dos Antigos foi fundada em 1751 por Maçons irlandeses radicados em Londres, depois que aPrimeira Grande Loja, aquela original de 1717, se recusou a recebê-los em seus quadros.
Por volta da metade do século XVIII, a Primeira Grande Loja já não conservava as mesmas características da época de sua fundação.
E por que isto aconteceu?
Simplesmente porque havia uma nova dinastia reinante, os Hanover, que substituíram os Stuarts, destronados por causa de sua conversão ao catolicismo.  Ora, as Lojas estavam entre os melhores canais de comunicação da época.  Claro que não podiam ser deixadas sem controle pela nova dinastia reinante.
Não pode haver dúvida de que a criação da Grande Loja foi um ato eminentemente político.  Vem daí a proibição de falar em política ou religião nas Lojas (o que, a longo prazo, seria até benéfico!) e a introdução sistemática dos nobres nos postos-chave da Ordem! Lembremos de que o primeiro Grão-Mestre, Anthony Sawyer, era um commoner, alguém do povo.  A partir do duque de Wharton, passou a ser um nobre e, depois de seu sucessor em 1723, o conde de Dalkeith, um nobre estritamente ligado à Coroa britânica.  Assim, o canal de comunicação mais importante da época passou à tutela da casa real!
A estrutura litúrgica também foi alterada, porque a forma cristianizada dos rituais era associada aos Stuarts.  Data daí a introdução do Terceiro Grau (1725).
Outro problema com os rituais é que os sinais foram trocados após a publicação, em 1730, do livro Maçonaria Dissecada, de Samuel Prichard.  Aí, com receio de que não-Maçons viessem pedir ajuda ao fundo de beneficência (essa beneficência, lembrem-se, era uma prática herdada das guildas medievais), os manda-chuvas da Primeira Grande Loja fizeram mais mudanças.
Voltando à nossa história, a nova Grande Loja de 1751 intitulou-se Os Antigos e diziam praticar a forma original de Maçonaria (e citavam a prática lendária da Maçonaria da cidade de York, daí o nome incorporado ao Rito), enquanto que a Primeira Grande Loja, a velha, foi apelidada muito pejorativamente de Os Modernos...
Durante sessenta anos, as duas estiveram às turras, até que a turma do "deixa-disso" resolveu-se pela união, já que os protagonistas da pancadaria haviam falecido.
Nasce o Rito Inglês Moderno
Para juntar banana com laranja, chamou-se uma comissão de notáveis (vocês sabiam que o nosso Hipólito José da Costa era um dos nove?) com a missão de criar um ritual aceitável por ambas as facções. Foi aí que nasceu oRito Inglês Moderno, adotado oficialmente a partir de 1813, quando se formalizou a União das duas Grandes Lojas, a dos Antigos, de 1751, e a dos Modernos, de 1717.
O Rito Inglês Antigo continuou nos EUA
Os americanos não deram a mínima pelota para o que acontecia do outro lado do Atlântico, até mesmo porque desde 1776 haviam cortado os laços com a metrópole britânica.
Na colonização dos Estados Unidos, as Lojas Maçônicas haviam chegado com Cartas Constitutivas de quatro Grandes Lojas: GL dos Antigos (de 1751), GL dos Modernos (de 1717), GL da Irlanda (de 1723 e inventora das Lojas militares) e GL da Escócia (de 1732).
Claro, os Modernos se identificavam com o poder político inglês. Quando veio a independência, eles perderam todo o prestígio.  As velhas Grandes Lojas Provinciais americanas se transformaram nas Grandes Lojas Estaduaisde hoje (pelo menos nas 13 colônias) e nelas prosperou a forma original dos Antigos, bem semelhantes às dos escoceses e dos irlandeses.
Por isto, é absolutamente seguro afirmar que as Blue Lodgesas Lojas Simbólicas americanas, trabalham, básica e ininterruptamente, no velho Ritual Inglês Antigo, cuja forma atual foi patenteada (isto mesmo, patenteada) por Thomas Smith Webb.
Onde está a primazia
Então, quando se falar em primazia e originalidade, falemos nos Estados Unidos, não na Inglaterra – e isso tanto para os Graus Simbólicos quanto para o Real Arco.  Este, na união de 1813, não como os manda-chuvas (leia-seduque de Sussex!) não conseguiram extingui-lo, foi espremido ao lado do Grau de Mestre Maçom, como um Grau "lateral", para que a Coroa inglesa mantivesse o controle político e a vigilância através da recém-criadaGrande Loja Unida da Inglaterra, cujo Grão-Mestre é sempre um membro da Família Real (como até hoje, em que é o duque de Kent).
Aí está o pano de fundo histórico do Rito que está chegando ao Brasil.
Ele já esteve por aqui antes, no século XIX, em três Lojas do Grande Oriente dos Beneditinos e foi usado por muito tempo nas Lojas do Rio Grande do Sul.  Agora está chegando e empolgando, mas não deve ser deturpado, como não foram os Altos Graus, representados no Brasil pelo Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil e pelo Grande Conselho de Maçons Crípticos do Brasil.
Desculpem o longo texto, mas antes que se comece a ter opiniões e que brotem os “achismos”, vamos entender melhor o que estamos fazendo. E nos conscientizarmos de que estamos lidando com um verdadeiro Túnel do Tempo, que merece respeito e fidelidade..
Considerações sobre a introdução 
do Rito Inglês Antigo no Brasil

Em Roma, como os romanos.  Se queremos que os rituais simbólicos tenham a mesma aceitação que os rituais do Real Arco, devemos levar em consideração alguns pontos:
1.  Sabemos que 86% das Lojas brasileiras trabalham no REAA (e provavelmente as nossas vão trabalhar em Templos do mesmo Rito).  Não temos duas portas, na grande maioria delas e temos que nos conformar e aceitar o fato. Purismos exagerados seriam tolice.  Se futuros Templos vierem a ser construídos ou reformados, tudo bem.  Desprezar o que já existe em nome de um esnobismo litúrgico é condenar o Rito à morte antes do parto.
2.  Existem expressões consagradas.  Em seu brilhante trabalho, o Irmão Christian incluiu as essas expressões, como Meus Irmãos como tal me reconhecem.  Lembremos que este Rito foi a matriz primeira do Rito Escocês, o que dá para perceber mesmo a quem não tenha pretensões de ritualista.  Para nós, quanto mais for sentida a semelhança com o Escocês, mais teremos a ganhar.  Não só porque se confirma a origem comum dos Ritos, mas porque seguramente dará um certo conforto por trilhar um caminho conhecido.  Veremos que as muitas mudanças dos rituais obscureceram o significado de algumas partes do REAA. 
Aqui elas aparecerão.

3. Há anos estamos alimentando este sonho de ter Graus Simbólicos cuja continuação natural seja o nosso Real Arco.  Uma vez que os rituais do Real Arco chegaram primeiro no Brasil e há 14 anos são contínua e repetidamente trabalhados, procuramos ser consistentes com os termos já conhecidos. Daí adequar as expressões sem perder a fidelidade do sentido.
4.  Que temos que ser mais explícitos nas informações do floorwork, para que todos saibam como conduzir-se em Loja.  Vamos ter Irmãos do Brasil inteiro pedindo informações!  Quanto mais explicado no ritual, quanto menos suscitar dúvidas, melhor.
5.  Subentende-se que o ritual pela GL de Nova York é todo trabalhado em uma única noite.  A cerimônia ficou quilométrica.  Por isso, transformaremos as instruções para que sejam dadas posteriomente.
6.  O Christian entendeu muito bem que devemos usar os nossos costumes latinoamericanos.  Jamais daria certo, aqui entre nós, trabalharmos no Grau 3, como passou a fazer, por necessidade, a Maçonaria americana.  O sucesso do Real Arco se deveu, em boa parte, por seguir os usos e costumes brasileiros, desdobrando os rituais de modo que os Graus fossem seqüenciais.  E não houve qualquer problema de aprovação com os americanos.
Nossa responsabilidade
Imensa, com certeza, é a carga nos ombros do grupo que tenta integrar o Rito Inglês Antigo na Maçonaria do Brasil.  Foi-nos dada uma oportunidade como só tiveram Joaquim Gonçalves Ledo e seus correligionários em 1821, com a introdução do Rito Moderno, e em 1829, com a criação da primeira Loja do REAA, e como teriamLauro Sodré e seus correligionários em 1914, na criação do Rito Brasileiro.
Mas as oportunidades são imensas, também, desde que nos lembremos de que temos um universo peculiar.  Devemos ter o bom senso de integrar o Rito dentro das condições e em respeito aos demais Ritos, como respeitosa foi a demonstração do Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco no Brasil em transformar-se no primeiro Corpo Maçônico em nosso país a pública e estatutariamente acolher Irmãos das três Potências e dos seis Ritos regulares brasileiros.
Se formos criteriosos quanto a isto, usando o bom senso e respeitando nossas arraigadas tradições (não os achismos inconseqüentes!), a chegada do legítimo Rito de York será, sem dúvida, um acontecimento ímpar.
Fonte: www.realarco.gov.br