sábado, 21 de julho de 2012

SÃO JOÃO, O BATISTA

( 1º lugar no concurso “ O Malhete” da Academia M. de Letras de Juiz de Fora) 

                    
                                                                                 I

Quando céleres cobrem as sombras noturnas o infindo deserto,
Como mortalhas vaticinais da imensidão, do silêncio e da solidão,
Nas vastidões longínquas e ermas surge um solitário e estranho espectro,
Com a voz da razão clama a luz nas palavras de um asceta João.


II
Vinde a mim! Brada tua voz rouca de insurgente e perene súplica,
Ao povo que o ouve eleva a esperança e bendita a nova profecia,
Batizai-vos! A sublimidade emoldura tão formosa e humilde prédica,
E o jovem eremita derrama de tuas mãos o saber de tão pura filosofia.
III
Pregai nos desertos das almas! Teus ensinamentos serão férteis sementes,
Que florescerão as raízes do porvir e gerarão os frutos da essênia sabedoria,
E serás tu, João “o Batista”, o semeador nestas incultas searas inocentes,
Como arauto de um novo tempo que a magna luz de tua voz logo principia.
IV
Comerás o gafanhoto, saciarás de mel e vestirás os andrajos de tua rota veste,
Ouvirás o silencio das noites e dormirás no infinito leito do vasto firmamento,
Caminharás sempre com retidão de firme prumo para onde o sol se eleva ao leste,
E vagarás por terra, ar, água e fogo em busca do mais sagrado quinto elemento.
V
O batismo ofertará o conhecimento, mas somente o divino fogo trará o espírito,
Virá alguém depois de mim! O justo eremita proclama sereno tua nova elegia,
Eis que surge o mestre e João ajoelha para ser batizado como teu fiel discípulo,
O fogo encontra a água!  Do espírito e do saber nasce impávida a imortal filosofia
VI
Jesus, O Nazareno  e  João, O Batista, seguem seus caminhos nos orientes do destino.
Terás tua cabeça cortada, mas tua palavra renascerá sempre no luzir da pura verdade.
Padecerás o sofrimento dos mártires, mas a cruz será teu calvário e emblema divino.
Messiânicos profetas ungidos pela excelsa virtude e magna essência da fraternidade.
VII
No principio era o verbo e o verbo era Deus! As nocivas trevas não mais existirão.
No batismo será sempre derramada a sabedoria que a transmuda em esplendor e luz.
Pai! Perdoai os! Eles não sabem o que fazem. Aos céus se eleva seu humilde perdão.
A água e o fogo tornam-se o caminho de esperança do eremita João e do nazareno Jesus.

Ir.`. William Spangler MM
ARLM União Diamantinense

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