sábado, 14 de julho de 2012

A MAÇONARIA E OS TEMPLÁRIOS (parte I)


São inúmeras as especulações quanto as ligações entre a Ordem do Templo e a franco-Maçonaria; duas teorias a respeito merecem a nossa consideração e destaque. Uma delas sugere que os templários fugidos da França continuaram se reunindo com a proteção da franco-Maçonaria. Carl Gottthelf, Barão de Hund, relatou em seu livro “Sobre o Regime da Estrita Observância” -- nome dado ao sistema de maçonaria escocesa introduzido na Europa  por John Micthell em 1728 – que os membros da Estrita Observância são os sucessores dos templarios.
Elize de Montangnac afirma em sua obra; "História dos Cavaleiros Templários" que segundo o Barão de Hund, “após a destruição da ordem templo em 1307, o Grão-Mestre provincial de Auvergne, Pierre d’Aumont, fugiu com dois  comandantes e cinco cavaleiros. Disfarçados de obreiros maçons se refugiaram numa ilha escocesa, onde encontraram o Grão-Comendador George de Harris e diversos outros irmãos, com os quais resolveram dar continuidade a ordem. Criaram no dia São João de 1313, um capitulo para o qual Aumont, o primeiro nome da lista, foi nomeado Grão-Mestre. Para despistar seus perseguidores tomaram os símbolos da maçonaria e se denominaram maçons livres.”  A partir desta data a Ordem do Templo espalhou-se pelo mundo sob o manto da Franco-Maçonaria.
Entretanto Hund não apresentou documentação convincente e muitos não acreditaram nele.  
            Uma outra teoria, formulada na Escocia pelo conhecido historiador maçônico Robert Lomas parece bastante consistente.   Segundo Lomas, tais ligações podem ser provadas pela análise de uma escultura existente na Capela de Roslyn.

                 A ORDEM DOS CAVALEIROS DO TEMPLO
A ordem dos Cavaleiros do Templo foi fundada no ano de 1118  em Jerusalém, na época das Cruzadas,  tinha o objetivo de proteger os  peregrinos que se dirigiam ao Santo Sepulcro.  
Seus fundadores, que fizeram votos de pobreza, castidade e obediência, eram:

1-      Hughues de Payen(1º Grão-Mestre)
2-      Godfroi de Saint Omer
3-      André de Montbard
4-      Geofrey Bisol
5-      Payen de Montdidier
6-      Archembaud de Saint Aignant
7-      Gundomar
8-      Godfroy

Três Bulas papais confirmaram a existência dos templários: A “Omne datum optimum” de 1139, a “Milites Templi” de 1144  e a  “Militia Dei” de 1145.
A Cavalaria templária era a tropa mais disciplinada e mais bem preparada da Europa medieval. Por seu valor e espírito de corpo, era considerada a vanguarda e a espinha dorsal dos exércitos dos cruzados  na palestina.
Os templários eram excelentes administradores, fiéis e organizados depositários, e por isto, tornaram-se banqueiros de papas, reis e particulares. Conhecidos por sua lealdade e valentia, inspiravam confiança na população, que em suas mãos depositavam imensas fortunas, e  por este motivo,  foram alvo da cupidez do Rei Felipe o Belo, de França, que por necessitar  de imensas quantias de dinheiro para financiar suas guerras contra seus vizinhos resolveu apoderar-se dos bens da Ordem.

Em 13/10/1307, tropas do Rei da França, numa operação coordenada e simultânea, invadiram o quartel general dos templários em Paris e prenderam os membros da hierarquia templária, incluindo seu Grão-Mestre Jacques de Molay. Entretanto, a busca por documentos da ordem e também por  seu “tesouro”  resultou infrutífera, pois, nada foi encontrado. Quanto ao “tesouro” anteriormente mencionado,  nunca se soube em que realmente consistia, mas até hoje existem conjecturas a respeito.

Aproximadamente 120 templários foram queimados vivos, depois de terem suportado torturas onde foram obtidas confissões duvidosas.  Finalmente  em 22/03/1312, por um “inviolável e perpétuo decreto”, através da bula “Vox in excelso” o papa aboliu oficialmente a Ordem dos Cavaleiros do Templo.

Os registros históricos afirmam que após a extinção da ordem, os templários espalharam-se pela a Europa. Foram para Portugal, Espanha, Alemanha, Escócia, Inglaterra, etc, onde se filiaram a outras ordens. Entre as ordens que os acolheram, estão a Maçonaria(operativa) os Hospitalários, os Cavaleiros Teutônicos, outros.

Influência dos templàrios na organização da maçonaria
 Ao entrarem na maçonaria, os templários devem ter contribuído muito para o aperfeiçoamento da organização, para o enriquecimento dos rituais, etc. Entretanto, pouco se tem de concreto a respeito. Faltam estudos mais aprofundados que possam melhor esclarecer  a questão.
Uma contribuição bastante significativa a esse respeito foi dada recentemente pelo Dr. Robert Lomas, da Universidade de Bradford, que utilizando dados da literatura  existentes e estudando edifícios pertencentes e aos templários, trouxe informações significativas sobre a influencia que os  mesmos exerceram na elaboração do ritual de iniciação da maçonaria de hoje.  

Os Templários na Escócia - Numa palestra realizada na cidade de Stirling, Escócia, em 25/08/00, o Dr Robert Lomas nos informa que quando o Rei da França e o Papa Clemente V  fizeram o acordo para prender os templários, tentaram fazer com que outros países  seguissem o seu exemplo. Assim sendo, o rei Eduardo II da Inglaterra prendeu alguns membros da ordem. A Alemanha e a Espanha permitiram que a maioria dos templários se filiasse em outras ordens. Entretanto na Escócia, estando o Rei Robert Bruce excomungado, ignorou as solicitações do Papa e recebeu jubilosamente muitos templários, os quais colaboraram em sua luta contra os ingleses. 
 Os Templários em Roslin, Escócia - Ainda de acordo com o Dr. Lomas, Hugo de Payen, primeiro Grão Mestre dos Templários, foi na primeira Cruzada com Henri St Clair, primeiro Conde de Roslin.  Hugo visitou a cidade de Roslin (Escócia) em 1126, onde lhe foi dado terras para construir a primeira preceptoria dos templários fora da Terra Santa.  Séculos depois, com a proscrição da Ordem dos Templários na França, alguns de seus membros foram para a região de Roslin, onde construíram a Capela Rosslyn.

A capela Rosslyn, está localizada a poucos quilômetros  de onde é hoje a cidade de Edimburgo.  O layout de Rosslyn, a qual foi iniciada no ano de 1440, é uma réplica exata da planta baixa do Terceiro Templo, construído em Jerusalém por Herodes e destruído no século 1 pelos Romanos.(ver a figura 1 abaixo).

Figura 1 - O layout do Templo de Herodes permaneceu desconhecido pelos arqueólogos até meados de século 19, aproximadamente 4 séculos depois da construção de Rosslyn

Informações a respeito da planta baixa do Templo de Herodes chegaram até nós, porque em  1860 os Engenheiros do Exercito Britânico organizaram uma expedição a Jerusalém, e, dois tenentes, Wilson e Warren, mapearam a cidade de acordo com padrões de reconhecimento da Artilharia. Eles escavaram sob o Templo do monte  e encontraram muitos túneis nos quais também acharam e documentaram, artefatos templários. A seguir, uma ilustração do poço e túneis cavados pelos Templários sob o Templo do Monte, retirada de um relatório do exercito feito em 1870. 


Figura 2 - Desenho mostrando os túneis encontrados pela  expedição do Exercito Britânico escavados sob o Templo do Monte em Jerusalém.  À esquerda podem ser vistos os túneis feitos pelos Templários. O poço tem 80 pés de fundura.

Em 1440 William St Clair era o homem mais poderoso da Escócia. Ele decidiu construir a capela Rosslyn para armazenar os tesouros herdados dos Templários e para arranjar um cargo de Autoridade Espiritual para o seu rival James II, que estava marcando passo na política inglesa e que finalmente se matou  durante a Guerra das Rosas.

Para abrigar os pedreiros que trouxe para construir Rosslyn , William teve que construir  alojamentos na vila Roslin. Quando James II morreu (1460), seu filho James III, achando que William estava tomando atitudes que ameaçavam a Coroa da Escócia,  expulsou-o de Okney e mandou quebrar suas estatuas.

Fonte: www.cavtemplarios.com.br




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