São
inúmeras as
especulações quanto as ligações entre a Ordem do Templo e a franco-Maçonaria;
duas teorias a respeito merecem a nossa consideração e destaque. Uma delas sugere que os templários fugidos da França continuaram se
reunindo com a proteção da franco-Maçonaria. Carl Gottthelf, Barão de Hund, relatou em seu livro “Sobre o
Regime da Estrita Observância” -- nome dado ao sistema de maçonaria escocesa introduzido na
Europa por John Micthell em 1728 – que
os membros da Estrita Observância são os sucessores dos templarios.
Elize
de Montangnac afirma em sua obra; "História dos Cavaleiros
Templários" que segundo o Barão de Hund, “após a destruição da ordem templo em
1307, o Grão-Mestre provincial de Auvergne, Pierre d’Aumont, fugiu com
dois comandantes e cinco cavaleiros.
Disfarçados de obreiros maçons se refugiaram numa ilha escocesa, onde
encontraram o Grão-Comendador George de Harris e diversos outros irmãos, com os
quais resolveram dar continuidade a ordem. Criaram no dia São João de 1313, um
capitulo para o qual Aumont, o primeiro nome da lista, foi nomeado Grão-Mestre.
Para despistar seus perseguidores tomaram os símbolos da maçonaria e se
denominaram maçons livres.” A partir
desta data a Ordem do Templo espalhou-se pelo mundo sob o manto da
Franco-Maçonaria.
Entretanto Hund não apresentou
documentação convincente e muitos não acreditaram nele.
Uma outra teoria,
formulada na Escocia pelo conhecido historiador maçônico Robert Lomas parece bastante consistente. Segundo Lomas, tais ligações podem ser
provadas pela análise de uma escultura existente na Capela de Roslyn.
A ordem dos
Cavaleiros do Templo foi fundada no ano de 1118
em Jerusalém, na época das Cruzadas,
tinha o objetivo de proteger os
peregrinos que se dirigiam ao Santo Sepulcro.
Seus
fundadores, que fizeram votos de pobreza, castidade e obediência, eram:
1- Hughues de Payen(1º
Grão-Mestre)
2- Godfroi de Saint Omer
3- André de Montbard
4- Geofrey Bisol
5- Payen de Montdidier
6- Archembaud de Saint Aignant
7- Gundomar
8- Godfroy
Três Bulas papais
confirmaram a existência dos templários: A “Omne datum optimum” de 1139, a
“Milites Templi” de 1144 e a “Militia Dei” de 1145.
A Cavalaria templária
era a tropa mais disciplinada e mais bem preparada da Europa medieval. Por seu
valor e espírito de corpo, era considerada a vanguarda e a espinha dorsal dos
exércitos dos cruzados na palestina.
Os templários eram
excelentes administradores, fiéis e organizados depositários, e por isto,
tornaram-se banqueiros de papas, reis e particulares. Conhecidos por sua
lealdade e valentia, inspiravam confiança na população, que em suas mãos
depositavam imensas fortunas, e por este
motivo, foram alvo da cupidez do Rei
Felipe o Belo, de França, que por necessitar
de imensas quantias de dinheiro para financiar suas guerras contra seus
vizinhos resolveu apoderar-se dos bens da Ordem.
Em 13/10/1307, tropas do Rei da França, numa
operação coordenada e simultânea, invadiram o quartel general dos templários em
Paris e prenderam os membros da hierarquia templária, incluindo seu Grão-Mestre
Jacques de Molay. Entretanto, a busca por documentos da ordem e também por seu “tesouro”
resultou infrutífera, pois, nada foi encontrado. Quanto ao “tesouro” anteriormente
mencionado, nunca se soube em que
realmente consistia, mas até hoje existem conjecturas a respeito.
Aproximadamente 120 templários
foram queimados vivos, depois de terem suportado torturas onde foram obtidas confissões
duvidosas. Finalmente em 22/03/1312, por um “inviolável e perpétuo
decreto”, através da bula “Vox in excelso” o papa aboliu oficialmente a Ordem
dos Cavaleiros do Templo.
Os registros históricos
afirmam que após a extinção da ordem, os templários espalharam-se pela a
Europa. Foram para Portugal, Espanha, Alemanha, Escócia, Inglaterra, etc, onde
se filiaram a outras ordens. Entre as ordens que os acolheram, estão a
Maçonaria(operativa) os Hospitalários, os Cavaleiros Teutônicos, outros.
Influência dos templàrios na organização da maçonaria
Ao entrarem na maçonaria, os
templários devem ter contribuído muito para o aperfeiçoamento da organização,
para o enriquecimento dos rituais, etc. Entretanto, pouco se tem de concreto a
respeito. Faltam estudos mais aprofundados que possam melhor esclarecer a questão.
Uma contribuição bastante significativa a esse respeito foi dada
recentemente pelo Dr. Robert Lomas, da Universidade de Bradford, que utilizando
dados da literatura existentes e
estudando edifícios pertencentes e aos templários, trouxe informações
significativas sobre a influencia que os
mesmos exerceram na elaboração do ritual de iniciação da maçonaria de
hoje.
Os
Templários na Escócia - Numa
palestra realizada na cidade de Stirling, Escócia, em 25/08/00, o Dr Robert
Lomas nos informa que quando o Rei da França e o Papa Clemente V fizeram o acordo para prender os templários,
tentaram fazer com que outros países
seguissem o seu exemplo. Assim sendo, o rei Eduardo II da Inglaterra
prendeu alguns membros da ordem. A Alemanha e a Espanha permitiram que a
maioria dos templários se filiasse em outras ordens. Entretanto na Escócia,
estando o Rei Robert Bruce excomungado, ignorou as solicitações do Papa e
recebeu jubilosamente muitos templários, os quais colaboraram em sua luta
contra os ingleses.
Os Templários em Roslin, Escócia - Ainda de acordo com o Dr. Lomas, Hugo de
Payen, primeiro Grão Mestre dos Templários, foi na primeira Cruzada com
Henri St Clair, primeiro Conde de Roslin.
Hugo visitou a cidade de Roslin (Escócia) em 1126, onde lhe foi dado
terras para construir a primeira preceptoria dos templários fora da Terra
Santa. Séculos depois, com a proscrição
da Ordem dos Templários na França, alguns de seus membros foram para a região
de Roslin, onde construíram a Capela Rosslyn.
A capela Rosslyn, está localizada
a poucos quilômetros de onde é hoje a
cidade de Edimburgo. O layout de
Rosslyn, a qual foi iniciada no ano de 1440, é uma réplica exata da planta
baixa do Terceiro Templo, construído em Jerusalém por Herodes e destruído no
século 1 pelos Romanos.(ver a figura 1 abaixo).
Figura 1 - O layout do Templo de Herodes
permaneceu desconhecido pelos arqueólogos até meados de século 19,
aproximadamente 4 séculos depois da construção de Rosslyn
Informações a respeito
da planta baixa do Templo de Herodes chegaram até nós, porque em 1860 os Engenheiros do Exercito Britânico
organizaram uma expedição a Jerusalém, e, dois tenentes, Wilson e Warren,
mapearam a cidade de acordo com padrões de reconhecimento da Artilharia. Eles
escavaram sob o Templo do monte e
encontraram muitos túneis nos quais também acharam e documentaram, artefatos
templários. A seguir, uma ilustração do
poço e túneis cavados pelos Templários sob o Templo do Monte, retirada de um
relatório do exercito feito em 1870.
Figura 2 - Desenho mostrando os túneis
encontrados pela expedição do Exercito
Britânico escavados sob o Templo do
Monte em Jerusalém. À esquerda podem
ser vistos os túneis feitos pelos Templários. O poço tem 80 pés de fundura.
Em 1440
William St Clair era o homem mais poderoso da Escócia. Ele decidiu construir a
capela Rosslyn para armazenar os tesouros herdados dos Templários e para
arranjar um cargo de Autoridade Espiritual para o seu rival James II, que
estava marcando passo na política inglesa e que finalmente se matou durante a Guerra das Rosas.
Para
abrigar os pedreiros que trouxe para construir Rosslyn , William teve que
construir alojamentos na vila Roslin.
Quando James II morreu (1460), seu filho James III, achando que William estava
tomando atitudes que ameaçavam a Coroa da Escócia, expulsou-o de Okney e mandou quebrar suas
estatuas.
Fonte: www.cavtemplarios.com.br
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