quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O MAÇOM E A JUVENTUDE





  Por diversas vezes, encontramos a expressão “Construtor Social” vinculada à missão de ser Maçom e com isso focamos nossos esforços no coletivo, em ações sociais. Não há nada de errado nesta postura de nos concentrarmos nesta dimensão objetiva dirigida ao outro como a sociedade organizada, desde que não nos esqueçamos da dimensão subjetiva ou bem próxima a nós. Todo Maçom tem, de alguma forma, um vínculo com a juventude, seja com sobrinho, filho, neto, funcionário ou vizinho.
   A Organização das Nações Unidas – ONU, qualifica como jovens pessoas entre os 13 e 24 anos de idade. Mesmo reconhecendo a importância desta maravilhosa fase da vida, não podemos nos esquecer de que a juventude é também uma forma imatura de um ser vivo. Nas nossas alegorias, não podemos tratá-los como “pedra bruta”, mas, sim, como uma “pedra em formação”, sem, ainda, a plenitude de uma estrutura externa e interna bem definida. Sob o ponto de vista geológico, esta “pedra em formação” está exposta a todas as intempéries do tempo e todas as forças da natureza.
 Os jovens como “pedra em formação” estão expostos também moral e psicologicamente. Nesta face é onde grande parte de sua formação (aprendizado) se dá em ambientes adversos, diferentes do lar, das instituições de promoção da moral e da ética ou mesmo das religiões. Não havendo uma atuação prática substancializada em valores e forças neste processo de formação, teremos como resultante uma pedra de estrutura interna fragilizada, com tantas arestas e deformidades externas que, ao uso do malho e do cinzel, ela trincará ou não se sustentará como peça adequada a nenhuma edificação. Os valores aprendidos pelo Maçom no estudo de nossos símbolos precisam ser balizadores de sua conduta.     
 Lembremo-nos de que um dia, estávamos “nas trevas”, vendados; éramos completamente ignorantes sobre o que se passava ao nosso redor. Por isto, precisávamos de um GUIA ESCLARECIDO (Experto). Este estado que nos encontrávamos se aplica à família, onde o jovem/filho, incapaz de se dirigir, necessita do amparo e guia de um adulto/pai. Nosso Grão-Mestre AdVitan Leonel Ricardo de Andrade, há anos nos alerta: “Para com os filhos deve (o Maçom) exercer com lealdade o poder pátrio, educando e ensinando-lhes que o trabalho e a honradez constituem o mais seguro amparo, além de ser a única forma justa e perfeita de ascensão social.” A PRIMEIRA CÉLULA DA SOCIEDADE É A FAMÍLIA. QUE NENHUM MAÇOM SE ESQUIVE DE SUA CONDIÇÃO DE EDUCADOR, PRINCIPALMENTE, PELO EXEMPLO. Este artigo foi inspirado no livro “CENTENÁRIO DA LOJA MAÇÔNICA CARIDADE SUL MINEIRA” 1998, onde na página 123, o Irmão Jesus Antonio Padilha se manifesta sobre a juventude: "Nós temos esta responsabilidade sagrada, a responsabilidade de abrir estradas amplas para a jornada do moço, na direção do futuro. Temos que rasgar clareiras, para o seu repouso e refazimento, ao longo dessa caminhada, temos o dever de nos postarmos como tenebrário para o escuro das suas noites de dúvidas e de incertezas." Neste nono ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudo das Lojas. Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.

Fraternalmente Quirino
                                                                                                          Sérgio Quirino – ARLS
Presidente Roosevelt 025 - GLMMG

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Maçom, cidadão ideal




Quando pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse:"Não posso dar-lhe um código; estejas com os melhores e mais sábios que você encontrar, e imite-os"!

   Entende-se por lei maçônica, em sentimento amplo, a Constituição e o Regulamento Geral, além dos denominados landmarks (em número de 25, que são as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal) e por Atos normativos maçônicos aqueles representados por Regimentos Internos de Lojas e dos Tribunais Maçônicos, bem como por Decreto Maçônico.
   As leis maçônicas são de ordem moral e estão restritas à Instituição. Assim sendo, devem cingirse, estritamente, à ritualística e a liturgia,sem gerar conflitos – vale dizer – sem colidir com a boa hermenêutica das leis civis.
   A Constituição da República Federativa do Brasil, instituiu um Estado Democrático e a Maçonaria acolhe seu preâmbulo em seus PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, definidos na abertura do Ritual do Aprendiz.
   Trata-se de um preâmbulo maravilhoso pela riqueza conceitual de seu conteúdo que merece todo elogio, especialmente na vivência do cidadão Maçom, no desempenho de seus deveres que devem manifestar profunda reverência para com a Ordem e alta consideração para com a Loja.
   Aparecem bem claros os valores supremos proclamados no papel e que precisamos professar com a nossa vida de homens livres e de bons costumes, conscientes de que somos a própria alma da Maçonaria. Ela tem a missão de educar, desenvolver e prosperar a humanidade, e é dita progressista. Combate, ainda, o vício, a tirania, a injustiça social e pretende libertar o homem.
Na abertura das nossas reuniões, o nosso Ritual faz alusão a uma das muitas definições do que seja, ou signifique a Maçonaria, explicando o seu objetivo, o qual explicita: "Tornar feliz a humanidade pelo exemplo, pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e a crença de cada um". Buscando e rebuscando o que temos diante de nós, dentro de nós, só é necessário que façamos cumprir na plenitude o que já temos. Em vez de observarmos e buscarmos fora, temos de observar e buscar dentro.
   A Maçonaria tem, como um dos objetivos primeiros, a missão de levar à humanidade a felicidade real, pelo exemplo daqueles que fazem a Maçonaria, pelos seus integrantes. Ainda estamos engatinhando na construção desses objetivos. Precisamos de dirigentes que estejam imbuídos do espírito democrático e o transmitam especialmente com ações eficazes. Se não derem de saída, o bom exemplo, invalidarão o exercício do que se prega e na prática vai gorar certamente. Virtudes se ensinam mais pelos exemplos, que pelas palavras. "Lutar pelo princípio da Eqüidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e méritos". Sem essa prática não existe, não existirá razão de nos filiarmos à Instituição, destinada a assegurar o exercício dos direitos, da liberdade, da igualdade e justiça como valores supremos.
   Embora esses direitos sejam descurados, às vezes ignorados, maltratados, e longe de ser praticados por grande parte de nós e principalmente a partir das classes chamadas intelectualizadas, dirigentes, etc, aparecem com destaque, porque são a razão fundamental das demais prerrogativas anunciadas no Preâmbulo.
   Na verdade, há muito o que fazer. É preciso, apenas, idéias e boa vontade de elevar a Ordem e assistir e valorizar o Maçom. Um Maçom bem formado e motivado só precisa de uma alavanca e um ponto para fazer este mundo melhor.
   A Maçonaria preocupa-se com o analfabetismo, a violência, a superstição, a insegurança, a má distribuição de rendas, aonde o grande lucro vai para quem somente movimenta o dinheiro, dentre tantos outros. E busca soluções na raiz dos problemas, naquilo que provocam estes efeitos, estas causas.
   LIBERDADE - Em seus enunciados a Maçonaria realça o direito do homem à Liberdade, sem a qual o ser humano deixa de o ser e perde até a razão de existir. Infelizmente muito se fala em liberdade e quanto mais se fala, menos ela existe. Para ser alcançada a liberdade, está entre os clamores de nosso povo a Segurança, sem a qual é impossível funcionar a liberdade. Hoje, não se pode sair de casa tranqüilamente, até podemos, mas (quem garante!!!) retornarmos vivos e sadios? Se inexiste a segurança como pode haver liberdade? Existe sim, profundo mal-estar,agravado ainda pela inércia, ou seja, a falta de ação, de atitudes corretas, de atividade das autoridades. Se os requisitos básicos da liberdade estão em déficit, ou, sua existência é precária como pode haver dignidade da pessoa humana?
   IGUALDADE – Um valor sumamente exaltado, desde a revolução Francesa, uma revolução de burguesia e não do povo, como muitos pensam. Quanta tinta derramada no papel, páginas, versos e versos, e as maravilhosas pregações de todos os iluminados que caminharam entre nós, pregando o amor e a reconciliação entre os povos, em todas as religiões; Quanto sangue derramado em nome da liberdade e da igualdade. A Maçonaria reconhece que todos os homens nasceram iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho. A igualdade segundo temos constatado não existe nem em potência, nem em valor, nem em dimensão, nem em duração.
O que existe e persiste, é que queremos ser diferentes e divulgamos sermos iguais, quando somos sujeitos a comparações diferentes. Para ficarmos num único exemplo de "desigualdade" e garantia do direito de cada um ao critério de igualdade, retidão, equanimidade e principalmente justiça, seria aceitável que o Tribunal Eleitoral através dos órgãos oficiais de comunicação, (Boletins e Revistas oficiais) publicassem antes do pleito eleitoral em lugar de destaque as fotos, os currículos vitae, endereços, telefones e o PROGRAMA ADMINISTRATIVO ou de trabalho (Plataforma) de todos os candidatos aos cargos eletivos para que fosse garantida aos eleitores o direito de fazer seu julgamento e prestigiar o mais apto. Assim, os eleitos seriam, realmente, aqueles que mais conhecimento possuam, que mais espiritualidade tenham demonstrado e que sintam e se comprometam com deveres e responsabilidades. E teriam a chance de escolher melhor. Isso, por acaso tem sido feito? Nem mesmo o acesso ao endereço do eleitor é facultado a todos os candidatos. A "Saúde, Força e União" depende somente da abnegação e desprendimento. Mas ninguém dá o primeiro passo. Há medo de perder o "espaço conquistado"! Sei que não conseguiríamos esse ideal porque tudo depende da aprovação e da boa vontade das cúpulas às quais estamos subordinados. Talvez, um dia, nossos dirigentes resolvam dar uma demonstração de eqüidade, reconhecendo igualmente o direito de cada um, vencendo suas paixões e submetendo suas vontades.
   Isto poderá fortalecer a Democracia e a Maçonaria, dando um passo a frente no quesito Igualdade, e assim fariam jus serem chamados de "construtores da humanidade", "limpos e puros" e até de "sagrados".
                                                                                                                                                                               Ir.´. Valdemar Sansão
Or.´. de São Paulo/SP 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

C U L T U R A M A Ç Ô N I C A




   Ao conjunto de manifestações humanas fundamentadas em ideais estéticos comungados por uma segmentação social atribui-se o conceito básico de Cultura. Padrões diversos que possam ensejar princípios aparentemente rudimentares, outros mais complexos, e expressões artísticas, literárias, musicais, políticas ou comportamentais, igualmente traduzem parte desse arcabouço a que denominamos Cultura.
   De acordo com o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa constata-se: Do latim cultura, culturae, que significa “ação de tratar”, “cultivar” ou “cultivar a mente e os conhecimentos”. Originalmente, a palavra cultura deriva-se do termo latino: colere, que quer dizer “cultivar as plantas” ou “ato de plantar e desenvolver atividades agrícolas”. Com o passar do tempo, foi se estabelecendo uma analogia entre o cuidado na construção e tratamento do plantio, com o desenvolvimento das capacidades intelectuais e educacionais das pessoas.
   Ao se fazer uma paráfrase à Maçonaria pode-se afirmar que o conjunto de postulados, conceitos, princípios, códigos éticos e morais, marcos regulatórios da Ordem (Landmarks), ritos, aspectos religiosos, esotéricos, exotéricos, sociais, históricos e filantrópicos, além é claro que os Sinais, Marchas, Batidas de Graus, Simbolismos e naturalmente a busca contínua pelo "Aprimoramento Humano" constituem-se no que se pode chamar de "Cultura Maçônica".
    A todo esse cabedal de circunstâncias conferem-lhe sua natureza Universal e nela reside a amplitude cultural de nossa Sublime Ordem expressa através de um vasta literatura, e até mesmo contextualizada por meio de peças teatrais, manifestações musicais, esculturas e obras arquitetônicas. Aliado a todo esse processo cultural, ao Maçom compete exercitar essa dinâmica entregando-se sem medo à pesquisa e à prática de sua essência. Indispensável traçar aqui um paralelo entre Cultura e Intelectualidade, especialmente do ponto de vista da Cultura Ocidental, posto que esse foi sempre um dos princípios do modus vivendi ocidental, separando o trabalho do lazer.
    Cultura evoca o conjunto da Obra e Intelectualidade remete ao exercício supremo da Ordem conjecturado por meio da concentração e formulação de Idéias e Estratégias. A cultura maçônica notadamente de grande influência das civilizações ocidentais, mormente cristãs, absorveu também atividades e métodos orientais, notadamente no seu âmbito metafísico e esotérico, o que se identifica inclusive nos estudos dos graus filosóficos e superiores da Arte Real. Influências das culturas mesopotâmicas (Caldeus, Acádios, Sumérios), dos antigos egípcios e dos Judeus todos de alguma forma deixaram seu legado como contribuição para o amalgamento da cultura maçônica.
    Outra característica cultural marcante são os seus Augustos Mistérios e os Segredos da Ordem que emprestam-lhe um ar permanentemente hermético e instigante e que somente se revelam a um legítimo Maçom por meio das próprias descobertas que se traduzem através dos Simbolismos contidos na sua filosofia e no aprofundamento de seu exercício contínuo em Loja.
    A cultura maçônica visa congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de suas tradições e suas lendas místicas. A relação simbólica com o Universo e todos os sinais e códigos denotam essa marca cultural sempre objeto de muita curiosidade dos não iniciados. É inegável que construir e desenvolver uma Consciência Reflexiva humana no âmbito espiritual, filosófico, filantrópico e progressista, enseja outro arsenal consistente de que se vale a obra e a cultura maçônica, especialmente porque a Maçonaria propõe o exercício constante da Reflexão, visto que esta significa o movimento em volta de si mesmo, é a interrogação a si mesmo, como busca pelo aprimoramento do homem.
Cabe aqui citação do autor Mansur, 1999, Boller 2011 que escreve:
“...O medo dos poderosos não é tanto pela forma esotérica das reuniões dos maçons, mas principalmente pelo fato de, pela educação natural, libertar o pensamento do cidadão, conscientizando-o de seu papel na sociedade e no Universo. A ordem maçônica não concorda com posicionamentos radicais ou de concentração de poder, e isto lhe rendeu poderosos inimigos. A vingança de insidiosos perseguiu maçons; miríades morreram para manter a ação de educar o homem do povo em direção à liberdade...”.
   É portanto válido afirmar que um dos expoentes da Cultura Maçônica é o seu "caráter adogmático", posto que a busca pela verdade e pelo crescimento humano são valores de inestimável perenidade, vez que o Maçom está em constante elevação, pois a liberdade de pensamento permite-lhe explorar as fronteiras mais longínquos do Conhecimento.
   A Maçonaria encerra em sua compleição cultural ensinamentos místicos e simbólicos, e constitui-se num sistema de moral e ética que não deriva da antropologia religiosa. É o homem conhecendo-se a si mesmo e burilando o Templo que existe dentro de si, pautado por elementos esotéricos e referências de cunho religioso que lhe conferem seus aspectos plurais de respeito e convivência entre todos os credos que conduzem ao entendimento do princípio da existência de um Supremo Arquiteto do Universo.
   Fontes inesgotáveis para a compleição cultural da Ordem são a Alquimia, a Geometria, a Arquitetura e a Astronomia que tantos valores agregam à Maçonaria e cujos estudos se evidenciam na prática durante o transcurso das Sessões em todo o mundo. Elementos esses que se perdem no tempo e no espaço dada a longevidade e consistência de suas influências e fundamentos que norteiam a instituição. De acordo com o autor maçom Albet Pike - Grande Comandante da Jurisdição do Sul do Rito Escocês Antigo e Aceito entre 1859 e 1891, como parte da CULTURA de nossa Ordem, destaque-se que os Símbolos Maçônicos "ocultam" e não revelam os seus ensinamentos, importando revelar somente ao iniciado, e dependendo do grau em que se encontrar, o nível de revelação; não sendo entretanto uma opinião compartilhada por muitos maçons. No seu livro, Moral e Dogma, este aponta os ensinamentos que devem ser apresentados e registra que diversos são os símbolos que a maçonaria apresenta aos maçons, distribuídos pelos diversos Graus que compõem os Ritos, e cabe a eles interpretarem e apreenderem o significado dos mesmos para construir o seu caminho.
     Assim, os símbolos e as alegorias fazem com que em tese os Maçons de todo o mundo se entendam, mesmo que suas línguas sejam diferentes, porém sob a égide de uma CULTURA sedimentada que valoriza e substancia as relações Fraternas que dão vida e sustentação a nossa Ordem.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Conceito de Ética



Ética


  Ética estuda as atitudes morais de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, identificando o comportamento humano dos indivíduos como correto ou incorreto, de acordo os valores e crenças de cada época. Vivemos no atual momento uma crise de valores, que geram uma ansiedade em busca de respostas do sentido da vida e do papel de cada um na coletividade. Já em 1914 Ruy Barbosa discursava:   
  “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
   O tema ganha importância para uma reflexão sobre a conduta das pessoas e seus valores, a busca humana pelas melhores formas de agir, viver e conviver. A ação humana é fruto de uma escolha entre o certo e o errado, e entre o que é bom e o que é mau. Desde a sua origem, o homem precisou viver em grupos, criando modelos de comportamento como justiça, honestidade, responsabilidade, lealdade e respeito de acordo com os valores estabelecidos na sua cultura e na sua época.
   A ética se caracteriza como estudo das ações individuais dos homens, cuja finalidade consiste em elaborar uma orientação normativa para essas ações, sempre fundamentadas para o bem. As reflexões da ética compreendem tanto aspectos da vida pública (como o direito, o poder e a política) quanto da vida privada, e são elas que determinam o modo como cada um convive consigo próprio e com os outros. As respostas filosóficas para as questões éticas variam no tempo e no espaço, e ainda apresentam uma característica fundamental que envolve a posição dos indivíduos em relação ao valor e as virtudes que são defendidos em seu meio cultural.
    A ética surgiu no pensamento clássico grego, quando Sócrates demonstrou que ela seria sempre o juiz individual das normas morais, as quais o homem deve seguir, não somente por educação ou por tradição, mas por convicção e em razão de sua própria reflexão. Ele julgava o ser humano ser dotado de uma natureza racional e voltada para o bem, tentando compreender a essência das virtudes e do bem.
   Na Idade Média, a Filosofia sofrera uma forte influência da tradição cristã. Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são representantes desse período, onde o Estado não tem apenas função repressiva e econômica, mas também organizadora e moral. A filosofia permanecerá subordinada a teologia ao longo de todo período medieval. É impossível separar o pensamento filosófico do teológico. A vida ética era definida por sua relação com Deus e pela caridade com o seu próximo.
   A partir do século XVIII com Friedrich Hegel a ética ganha um dimensionamento político, pregando que uma ação eticamente boa é politicamente boa, contribuindo para o aumento da justiça e distribuição igualitária do poder entre os homens. Já para Émile Durkheim, os indivíduos devem desenvolver ações que possam modificar os aspectos deficientes da coletividade, dando ênfase para a solidariedade na tentativa de alcançar a harmonia na sociedade.
   A palavra ética refere-se a valores, virtudes e fins, como honestidade, integridade, transparência, respeito e consideração com o outro. A ética deve ser uma conduta de vida, onde tem sempre que haver um pensamento básico: tudo que me faz mal, que me incomoda, que me deixa infeliz, provavelmente poderá também afetar o outro e fazer-lhe mal, incomodá-lo e deixa- lo infeliz.
   Em uma conferência em 1991 sobre ética, Inácio Strieder já destacava as mudanças da sociedade brasileira:
  “Embora no momento pareça que a sociedade brasileira esteja num processo de deterioração sistêmica, sem perspectivas de saída, com uma desmoralização cada vez maior, eu estou convencido que estamos, pela primeira vez, numa encruzilhada histórica que nos permite iniciar a construção de uma sociedade ética. Se este processo vai levar 10, 20, 50 ou 100 anos não sei. Mas ha indícios de uma nova fervura. Não sei também qual a pressão que a panela suportará. Mas sei que sem o aumento das pressões sociais a mentalidade dos responsáveis pelo sistema, até agora predominante, não se alterará...
   Se formos capazes de montar projetos, buscar fins em vistas à dignificação do homem brasileiro também saberemos encontrar os meios para executar estes objetivos. E no uso destes meios se encontra o lugar da ética. Se não tivermos fins, nem meios adequados, também não haverá ética.”.
    O homem somente conseguirá ser ético quando entrar em contato com o seu íntimo para cobiçar a perfeição, que só pode ser conseguida pela conduta virtuosa. A humanidade só pode ser pensada em sociedade quando todos aspirarem o bem e a felicidade. Devemos entender que depende única e exclusivamente de nós expressarmos o amor e a ética na própria vida, nas relações pessoais e na sociedade.

Bibliografia: GRANDE LOJA DE SANTA CATARINA – NOÇÕES GERAIS DE FILOSOFIA PARA APRENDIZ – MAÇON. GIRARDI, João Ivo. Do meio-dia à meia-noite: vade-mécum maçônico. OLIVEIRA, Ruy Barbosa de. Trecho do discurso “Requerimento de Informações sobre o Caso do Satélite”, proferido no Senado Federal, no Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 1914. STRIEDER, Inácio. O lugar da ética na sociedade atual. Conferência pronunciada em 07 de outubro de 1991, durante a XII Semana de Filosofia da Universidade Católica de Pernambuco.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Indagações do porque se vai a Loja


Porque se vai à Loja




     A pergunta sobre as razões porque os maçons vão à Loja, gastando tempo que, não fora essa utilização, dedicariam à sua família, ao lazer ou a outras atividades a que se dediquem, tem tantas respostas quantos os maçons.
Em boa verdade, cada um tem as suas razões para ir à Loja.
Uns vão em busca do conhecimento, dos ensinamentos que a Maçonaria proporciona.
Outros buscam o convívio, rever os seus Irmãos, com eles estar e partilhar um ágape, em amena cavaqueira.
Outros ainda procuram na Loja a estrutura que corresponde aos seus anseios de serem úteis à Sociedade e aos seus semelhantes, utilizando a Loja como meio de enquadramento da sua vontade de devolver à Sociedade um pouco do que esta lhes proporciona.
Também há os que vão à Loja simplesmente cumprir o seu dever de maçons, assegurar o cumprimento das obrigações que assumiram, efetuar as tarefas cuja execução assumiram.
Há também aqueles que, na Loja, no seu espaço, nos seus símbolos, no seu ritual, encontram espaços e tempos de comunhão com o Divino, com o Transcendente.
E existem também aqueles que anseiam por uns momentos de simples e pacata Paz, que procuram a companhia de seus Irmãos e a sua estada no espaço do Templo com confiança, encontrando um oásis de segurança e comunhão, que os compensam das agruras, dos desafios, da tensão da sua vida do dia a dia.
E outros buscarão coisas e estados e espaços diferentes.
 O que a Loja tem afinal, de extraordinário é uma infinita capacidade de proporcionar a cada um o porto de abrigo, o espaço de segurança, o caminho de busca, o tempo de convívio, a estrutura de atividade ou contemplação ou investigação ou busca que cada um necessita. O que, no fundo, a Loja é, é um espaço de suprema Liberdade e Tolerância, em que cada um pode realizar-se e deixar os outros realizar-se, cada um à sua maneira e segundo as suas características e necessidades.
É um espaço de cooperação, em que cada um contribui para a realização e melhoria dos outros, beneficiando ele próprio do contributo dos demais.
É um ponto de encontro, simultaneamente ponto de partida e encruzilhada de variegados interesses individuais, que constituem um rico interesse coletivo. É a bissetriz do individual e do coletivo, de tal forma equilibrada que permite que ambos cresçam e cooperem e mutuamente se alimentem. É, em suma, a Utopia possível, a concretização do inconcretisável, equilíbrio instavelmente estável de múltiplos interesses e egoísmos, numa matriz que a todos enquadra satisfatoriamente.
É um delicado bordado de mil linhas e infinitas cores, executado por inúmeras mãos, extraordinariamente resultando numa harmoniosa composição. É tudo isto e ainda mais o que cada um quiser, desde que respeite os interesses e anseios dos demais e do conjunto por todos constituído. Esta singular plasticidade da Loja faz dela um duradouro cimento que une homens de diferentes temperamentos, de diversas gerações, de divergentes culturas, de separadas religiões, de conflitantes convicções, gerando laços de solidariedade e confiança que imutavelmente duram há centenas de anos.
É por isso que sempre se marca bem, sempre da mesma forma, sempre com o mesmo ritual, a abertura dos trabalhos, delimitando invisível mas sensivelmente o espaço e o tempo e a cumplicidade da Loja e dos seus elementos em relação a tudo e a todos que lhes é exterior. É por isso que, findos os trabalhos, de novo, sempre e da mesma forma, se executa um ritual de encerramento, que marca o fechar e preservar desse espaço e tempo, e cumplicidade próprias e exclusivas, preparando cada um para voltar a atuar no mundo exterior, só que mais forte, mais sabedor, mais capaz de ver beleza onde o olhar comum nada de especial vê.
 A Loja é um espaço onde cada um dá o que pode e vai buscar o que necessita. É por isso que cada um sabe porque vai à Loja e, afinal, existem tantas razões para um maçom ir à Loja como maçons existem à face da Terra.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Aperfeiçoar Maçônico






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Maçonaria é Movimento

   É movimento no sentido de que os Maçons devem estar sempre se reciclando, lendo e procurando sempre melhorar a vida para ser sempre um exemplo vivo dentro da sociedade em que vive.
 Há pouco tempo, em Loja de Aprendiz Maçom, o Irmão Arion Peixoto Gershenson apresentou uma Peça de Arquitetura (artigo) intitulada “Porque ainda estou aqui?”. Trata-se de uma Peça de Arquitetura, primorosa e perfeita, encaixada para os nossos dias e que nos levou a refletir sobre essa energia que devemos ter na Maçonaria.
  Partindo de um convite para entrar para Maçonaria com a Iniciação e, depois executando as diversas tarefas maçônicas exigidas para o prosseguimento e permanência na Maçonaria, foi dada como um dos motivos porque estava na Maçonaria. 
  E aí é o que vem o que quero falar, que foi inspirado pelas reflexões da Peça de Arquitetura: Disse o Irmão que “Aqui em nosso Templo, sempre observo os meus Irmãos, não consigo encontrar nenhum igual ao outro, todos são pedras, pedras diferentes, mas que em nossa construção vão se desbastando e encaixando-se perfeitamente”. 
  É essa dinâmica de “pedras” diferentes que vão se amoldando para a construção e que está sempre em movimento para se encaixarem perfeitamente na construção do Templo da Humanidade. 
  Cada um com suas peculiaridades e defeitos vão se talhando, uns se transformando em pedras grandes, outros em pedras menores, mas todas importantes para a construção. É essa energia constante que vai acionar o fogo da fraternidade e o trabalho em equipe para a consecução dos objetivos maçônicos. 
  É como ele disse na Peça de Arquitetura, que lendo “um livro em que tinha uma citação sobre uma inscrição Persa que foi traduzida assim”: “Oh! Enquadra-te para ser utilizada; Uma pedra adaptada ao muro não fica abandonada no caminho”. Ou seja, trabalha, trabalha e trabalha, mas como Pedra “enquadra-te” e se junta com os outros para ser bem utilizada e energizada a fim de que não fiques para trás, jogada no meio do caminho ou abandonada. 
  Como disse muito bem o Irmão no final de sua Peça de Arquitetura, de que a Maçonaria: “... entrega ao iniciado o ambiente a as ferramentas necessárias para seu aprendizado e desenvolvimento. E nós, os iniciados, temos o livre arbítrio, nós decidimos: Ser uma pedra desbastada ou uma abandonada no caminho”. 
  E aí chegamos à conclusão de que a Maçonaria realmente é estímulo, é movimento, é ação constante para que a vida seja construída de homens dignos e dispostos a se enquadrarem na felicidade e no bem da Humanidade. 

                                                                                            Ir.´. Juarez de Oliveira Castro
Loja Simbólica Alferes Tiradentes nº 20

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Bandeira do Brasil


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19 DE NOVEMBRO DE 2015 DIA DA BANDEIRA!



 Nesta quinta-feira, dia 19, comemoramos o Dia da Bandeira. Assim, busquei no seu hino inspiração para esta P.´.de Arq.´..
   Salve, lindo pendão da esperança! Salve, símbolo augusto da Paz!  A Bandeira é o Lábaro estrelado, representativo da Pátria brasileira; Pátria que é o Princípio Criador desta Grande Nação.    Nos referimos a ela “o Auriverde Pendão”. Ela se projeta fulgurante e radiosa sobre a Nação Brasileira e sobre o íntimo de cada brasileiro. A retidão de suas linhas enquadrando o losango amarelo lembra que o procedimento correto e justo encontra amparo no Delta Sagrado. 
  O círculo indica-nos a universalidade da caridade. É o símbolo de nossas crenças e convicções, visão perene de nossa amada Pátria. Nos dias de hoje ela é tão pouco lembrada e poucos conhecem sabem cantar o seu hino. Ao cultuá-la reacendemos nosso sentimento patriótico pois ela reflete o espírito nacional num misto de civismo e orgulho. 
  Ao contrário da corrupção, da imoralidade e dos desmandos que hoje vicejam, a sua faixa branca nos lembra a paz que a todos acolhe sob os auspícios da Moral e da Razão, na busca da Ordem e do Progresso. 
  Tua nobre presença, à lembrança, A Grandeza da Pátria nos traz!     Na escola, cabia a honra de o melhor aluno hastear semanalmente a Bandeira. Todos cantavam seu hino emocionados A BANDEIRA DO BRASIL, embalou nossos sonhos de criança, impulsionou nossos ideais juvenis e ainda mantém acesa a chama patriótica. 
  Nas Lojas Maçônicas, com sua grandeza, participa nas Sessões Magnas – 19 de novembro de 2015 – dia da bandeira! Por isso, hoje escrevemos estas linhas como homenagem e o respeito que nós, MAÇONS devotamos. 
  Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil. Para que pratiquemos como dever maçônico o ensinamento do seu lema. Ordem com Responsabilidade e Respeito a Lei. Progresso com Trabalho e Disciplina. Querido Símbolo da Terra honra-la e dignifica-la, não só através do amor, da defesa de teu solo e das instituições, mas principalmente pela Liberdade de Pensar e de Agir. 
  Neste momento crucial vivido pelo nosso País, vemos que os valores estão invertidos. O ter representa mais que o ser. A esperteza, a desonestidade e a corrupção se sobrepõe à ordem e a decência, à honestidade, a ética e a justiça. Devemos ser guardiões e difusores dos valores morais na sociedade. Que nos inspire o que ela representa e dando-nos força para combatermos sem tréguas o crime e o vício, para que “CORRUPÇÃO NUNCA MAIS”. 
  A Bandeira é o Símbolo da Nação Brasileira. Há quem diga que também Maçônico poderia ser. Sua forma e alegorias transmitem ensinamentos e nos abrigam sob o estrelado céu azul do firmamento da Loja. Devemos rogar ao Grande Arquiteto do Universo que Ele abençoe a Bandeira Brasileira, para que ela se conserve sempre Livre e Altaneira. Que Ele não mais permita que esses corruptos e desonestos continuem a envergonhar, a dilapidar o patrimônio público, a macular a honra e a dignidade nacionais.    Que nossa Bandeira, no seu tremular impávido, paire, sempre altaneira, nos momentos de festa ou de dor. Procuremos reavivar em todos nós o patriotismo, não apenas em época de copa do mundo ou olimpíadas, mas em todos os momentos, refletindo a alma nacional numa permanente manifestação de consciência, de brasilidade, de soberania e de independência. Pois somos Obreiros desta grande Oficina, Da Amada Terra Do Brasil! 

Irmão João Carlos Nedel Camargo Ven Mestre da Loja Rei David, 58 Florianópolis - SC 

O que queremos para nós mesmos?



Ensinamentos da Águia


  A Vida é feita de escolhas e ações que nos impulsionam para a frente e para o alto, ou de cristalizações que nos paralisam e nos impedem de ser feliz. Escolhas equivocadas, ou a falta de ações, nos aprisionam no comodismo e no passado, funcionando como se fossemos um elástico que estivesse atado ao nosso corpo e a uma enorme rocha e que continuamente nos puxa para trás e nos impede de avançar em busca dos nossos ideais, de nossos objetivos e de nossas conquistas. 
  Em situações de repetição de eventos negativos em nossas vidas, devemos observar, analisar e avaliar o que estamos teimosamente repetindo de errado, para que possamos romper com esse ciclo vicioso. Somente assim poderemos avançar no nosso progresso individual – pois pé de banana na fornece abacate. De acordo com Carlos Torres Pastorino ‘Se não quisermos acompanhar a evolução do Universo, seremos inevitavelmente arrastados a isso por meio do sofrimento e da dor, e progrediremos de qualquer forma, mesmo com uma desnecessária demora.’ 
  Assim quando pensamos em ludibriar outras pessoas para levar algum tipo de vantagem, repetimos um dos grandes equívocos cósmicos, pois nos aprisionamos a uma metafórica bola de ferro das prisões medievais que retardará o nosso processo evolutivo de iluminação e de desapego das coisas mundanas e materiais. No seguimento desse raciocínio, podemos utilizar a simbologia da Águia, segundo Sérgio Quirino Guimarães: ‘A Rainha das Aves encontra-se em muitas simbologias, principalmente quando se quer simbolizar soberania, nobreza, força, liberdade, foco, comprometimento, renovação. Mas o maior simbolismo da águia está na coragem demonstrada ao proteger o que lhe é de grande valor: ‘Como a águia que desperta a sua ninhada, paira sobre os seus filhotes, e depois estende as suas asas para apanhá-los, levando-os sobre elas.’ (Deuteronômio capítulo 32, versículo 11) Como seria salutar se as pessoas se tornassem um ‘verdadeiro e grande ninho de águias’, onde aprendessem o verdadeiro valor da coragem, aprendendo, sem medo, a fazer o que é certo e o deve ser feito. Ter coragem é ter coerência com nossos valores e princípios. É despertar as pessoas que estão no ciclo da repetição negativa, não para castigá-las, mas, para juntos, procurar as suas causas e afastá-las. No momento de tensão, descobrimos os diferentes níveis de comprometimento das pessoas com os valores éticos e morais. Quantas vezes o ego nos trai e nos expõe o quanto ainda somos imperfeitos e insistimos que certas arestas não precisam ser desbastadas! É como se disséssemos a nós mesmos: ‘Eu estou pronto. Não preciso aprender mais nada. E, eu me basto.’ Desta forma, somos apenas uma imagem e uma aparência que revelamos para o Universo, pois nos apresentamos como uma águia, mas voamos como um frango que apenas pia e cisca para trás. 
  Existe um conforto natural que sentimos na vida, quando podemos nos apresentar por inteiro, sem máscaras e dissimulações, sem medo de nos expor ao outro, inclusive nos nossos erros. Esse é um dos pilares mais sólidos da Fraternidade e, seguramente, um dos garantidores de nossa Liberdade individual e social, pois por mais que nos armemos com máscaras, dissimulações, falsas imagens; nada disso funciona no Templo da Vida. Não há nada que se compare à verdade colocada com delicadeza e respeito a quem nos opomos. 
  Todos se engrandecem com essa postura. É preciso ser corajoso para ser humilde e ser inteiro. A humildade, virtude do homem maduro, caminha junto à coragem. Ambas nos mantêm vivos e nos esclarece o quanto ainda nos falta para a construção do nosso Templo Interior. As reflexões sobre os verdadeiros ensinamentos nos levam ao comprometimento e a sermos verdadeiramente inteiros. 
  Se o indivíduo não for comprometido e corajoso, uma hora ou outra, inexoravelmente, chegará o momento em que a fraqueza de sua verdadeira alma será revelada. O comprometimento com aquilo que acreditamos, ser justo e verdadeiro é uma espécie de exercício de vida e nos faz amadurecer o espírito, nos traz conforto para a alma, nos fortalece perante as pessoas e nos prepara para vida. Ou seja, nos faz melhor como Ser Humano. 
  Também é necessária a virtude da coragem para se ter comprometimento, quer dizer, agir com o coração. Somente investidos de coragem seremos coerentes conosco e com os outros. É na coragem que germina o conforto de sermos inteiros como Homem. Às vezes, deixamos de expressar aquilo que acreditamos, iludidos de estarmos nos preservando contra um, contra todos, ou nos prevenindo de algum mal. Este é um grande equívoco que não deve estar ao lado de quem busca o seu processo evolutivo. Quando um homem, por medo, insegurança ou descaso com o outro, não se compromete inteiramente naquilo que prega ou acredita, acaba por se desmerecer perante aos outros e perante ele mesmo. 
  A ausência ou a dissimulação do comprometimento fragiliza o homem e ele acaba por se revelar menor a si e ao outro. Desmascarado pelo próprio medo, ele entra em conflito interno e acaba por se tornar menor como homem. Aí, a dissimulação se torna uma prática comum internalizada e ele marca sua vida com sua própria mentira, afundando-se no desconforto de uma existência enganosa. E se sentindo menor, ele se torna frágil na Fraternidade. E o pior, bota fora sua própria Liberdade. E, então, qual será a nossa opção de Vida: Ciscar como um frango, ou voar como uma águia?’ Lembre-se também que ‘Cada experiência é um investimento que vai render para sempre em sua Vida.’

O Ir.´. Vidigal de Andrade Vieira* Carangola – MG e Membro Correspondente da Loja Brazileira de Estudos e Pesquisas de Juiz de Fora – MG.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Importância da Frequência Maçônica








Responsabilidade do Maçom sobre a Frequência



   Responsabilidade é a qualidade ou condição de responsável. Sabe-se que responsável é aquele que responde pelos próprios atos ou, pelos de outrem. Responsabilidade moral é a situação de um agente consciente, com relação aos atos que ele pratica voluntariamente. 
       Uma das responsabilidades mais importantes de um Maçom é a frequência à Loja. Trata-se de uma responsabilidade que tem amparo legal e, também, moral. Frequência é o ato de frequentar. 
Em física, frequência significa número de vibrações por unidade de tempo. Frequentar uma Loja causa, realmente, vibrações positivas em nós e em nossos Irmãos. A frequência deve ser observada não somente como uma questão de quorum, ou um problema legal, mas, sobretudo, como a forma mais eficaz para nos conhecermos melhor, uns aos outros, e nos aproximarmos. 
       Quando de nossa iniciação, a primeira preleção, feita pelo Venerável Mestre, fala da fidelidade que deve ser exemplificada por uma estrita observância das Constituições, Regimento, Estatutos e demais normas do GOB, do GOB-SC e da própria Loja. Também, nesta preleção, o V.’. M.’. fala da obediência que deve ser provada por uma estrita observância de nossas leis e regulamentos, por uma atenção pronta a todas as convocações, além de uma pronta observância das decisões e resoluções aprovadas em Loja. As leis e regulamentos falam da necessidade de frequência. 
       As convocações às nossas sessões são, em geral, semanais e uma das importantes resoluções aprovadas é o calendário da Loja, que deve ser observado. O Regulamento Geral da Federação trata da frequência em Loja. Tratam, também, de quando o Maçom se torna irregular por não ter frequência. 5 – responsabilidade do maçom sobre a frequência Walter Celso de Lima JB News – Informativo nr. 1.870 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 13 de novembro de 2015 Pág. 18/34 Nos altos graus, disposições análogas devem ser observadas se não estiverem previstas em regulamentos próprios. Porém, muito mais importante que leis e regulamentos é o inflexível cumprimento do dever: nossa consciência e nossos compromissos e promessas obrigam-nos à frequência. 
     Quando a Loja não abre por falta de quórum, a responsabilidade, definida no princípio, é de todos: não somente dos faltosos ou do Venerável Mestre. Todos nós somos responsáveis pelo bom funcionamento da Loja. Quando algum Obreiro necessita faltar, por justa causa, deve procurar algum Mestre amigo que o substitua, ou avisar a todos, para que todos se responsabilizem pela existência de quorum. Por isso, somos Irmãos fraternos, nos auxiliando uns aos outros. 
      Como palavras finais: nós somos construtores (“maçons”, pedreiros) sociais; somos obreiros, cabeças pensantes, pessoas com diferentes formações, opiniões diferentes e, brevemente, seremos mais. Mas, vivemos numa fraternidade tolerante, respeitamos as ideias, eventualmente, diferentes. Convergimos em algumas virtudes que adotamos conjuntamente, a exemplo da tolerância e, especialmente, da responsabilidade objeto deste ensaio. A participação responsável de todos fortalece a nossa Loja que busca, insistentemente, a realização do trabalho justo e perfeito de construir nosso templo interior.

O escritor e Irmão Walter Celso de Lima É obreiro da Loja “Alvorada da Sabedoria” (GOB/SC) e membro da Academia Catarinense Maçônica de Letras Florianópolis

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Um Aspecto Sobre o Papel das Lojas Simbólicas

O que fazer para que as Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento


Durante muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras décadas do século passado as Lojas Simbólicas no Brasil serviram como espaço de aglutinação de homens voltados para a discussão de problemas relativos ao desenvolvimento da sociedade onde conviviam. Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas proeminentes da sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam uma enorme rede de contatos e facilitavam a troca de ideias e a absorção de novos conhecimentos.
   As Lojas, através das suas Sessões semanais, na maioria das vezes, serviam como oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que estava acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse histórico, político e filosófico sempre tiveram o maior enfoque nas Sessões Maçônicas. 
   O Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua cultura em geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade em que vivia. 
   No entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma época de grandes atrativos, pressa e utilitarismo. Um mundo cheio de atrações, como o cinema, a televisão, a internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos outros. A velocidade como tudo se processa, faz com que todos hoje tenham pressa para tudo. Vivemos como se não houvesse mais tempo a perder. Segundo o filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal ganha corpo: é bom tudo o que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é moralmente confortável tudo o que for vantajoso”. Podemos afirmar que essa norma não impera em nosso meio? 
   O grande desafio que temos hoje, particularmente em nosso País, dentre outros, é o de fazer com que nossas Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento e formação, com Sessões atrativas, discutindo temas de interesse nacionais e internacionais, despertando em seus membros o interesse na participação intra Lojas e extra Lojas e diminuindo o percentual de evasão maçônica.
   Por outro lado, a maioria das Lojas tem sido administrada, até aqui, de uma maneira geral, de forma empírica, sem o mínimo senso de administração, sem observância de critérios técnicos e com ênfase no improviso. Não se vê propriamente a aplicação de um planejamento administrativo. Urge, portanto, adequar a nossa estrutura organizacional às modernas técnicas e recursos de administração, inclusive, com a utilização de mais recursos tecnológicos e enfoque em conhecimentos de liderança. 
   A falta de estudos é o que mais prejudica as Lojas, impede seu crescimento qualitativo e muito contribui para a evasão maçônica. Estas perdem muito tempo com assuntos administrativos, quando esses assuntos deveriam passar antes pela respectiva Comissão, sendo devidamente enxugados. Esta é uma forma para que possa sobrar mais tempo destinado aos estudos em Loja.
   No entanto, o que leva à evasão maçônica não é apenas a falta de estudos, mas também uma seleção precipitada e corrida com vistas à iniciação de candidatos. Há que se aprimorar a indicação, seleção e admissão de candidatos à Ordem. 
   É prejudicial às Lojas, também, a ênfase dada pela maioria das administrações às pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas, em detrimento das atividades imprescindíveis à formação e aperfeiçoamento do caráter maçônico dos nossos irmãos Irmãos. 
   Por último, é importante que seja desenvolvido um sistema de capacitação dos cargos em Loja, especialmente os que compõem a administração, evitando-se que estes sejam assumidos por Irmãos, quando muito, providos apenas de conhecimentos empíricos. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

DESBASTANDO A PEDRA BRUTA



A Glória do Grande Arquiteto do Universo

A Pedra Bruta


O elemento pedagógico do alto conhecimento Maçônico 

A pedra bruta é um dos vários elementos que decoram internamente uma loja maçônica. Simboliza também as "arestas" da personalidade que o maçom deve aparar ou limar, para poder se aperfeiçoar. Estas arestas são os sentimentos como o ciúme, perfídia, a vingança, os vícios, e outros mais, pecados da moral e dos bons costumes, que como maçom jurou combater. Aparando desta forma as suas arestas, o maçom está a tornar-se mais perfeito e mais polido, representado simbolicamente pela pedra cúbica.

A Pedra Bruta é uma estratégia de ensinamento utilizada no ensino do aprendizado Maçônico, que de forma muito eficaz se difunde no seio desta organização, ajudando no entendimento da alegoria e no aperfeiçoamento de muitas personalidades no mundo afora.

Esculpir a si mesmo é o trabalho de tornar-se esclarecido. A metáfora da pedra se encaixa com a constituição do Templo e que sem uma pedra trabalhada não é possível construir algo com ela.

O Templo é símbolo de algo importante de local sagrado, neste as questões humanas estão superadas, ou pouco se apresentam assim o homem é um Templo tem condições humanas é uma construção eterna e como todas as construções é preciso levantar, lapidar, sobrepor pedras, juntar pequenos pedaços para formar algo grande e depois de chegar a uma grandiosa construção é preciso adornar e isso se faz com árduo empenho, muita força e perseverança.

 A Pedra Bruta que se fala na Maçonaria portanto é um elemento pedagógico para darmos nos conta que há em nós elementos que precisam ser trabalhados, talhados, lapidados e polidos, fazendo assim que esta chegue a uma pedra cúbica que irá compor o grande mural de Deus.

A Pedra Cúbica representa um formato de um grande tijolo, que na Idade Média era muito utilizado em antigas construções pela Europa e Ocidente Médio, quando chegado a esta fase a pedra poderá ser utilizada na construção civil. Dessa metáfora espera-se inferir que um Maçom quando completa os estudos do primeiro grau estará este pronto parar se empenhar nos estudos de ciências mais complexas, já que o tijolo é somente uma pequena parte estrutural de um Templo.

Trabalhando na Pedra Bruta o Maçom superará questões de escrita, interpretação de textos, leituras em voz alta, sabendo que o Maçom não é um ser mágico ou possuidor de um cartão de crédito sem fatura, mas sim um obreiro destemido e incansável.

A importância deste primeiro passo da construção é importantíssimo, pois é a base estrutural, se algo nesta fase der errado, ou for mal trabalhado algo poderá sair mais errado ainda na estruturação do Templo. Assim como nós juntamos pessoas sem o devido preparo para fazer um projeto em conjunto, muito logo poderemos perceber que nada irá para frente. Questões básicas como o domínio da escrita e de certa racionalidade irão faltar, assim a desordem será certa.

Antes do Grau de Companheiro Maçom, haverá muito trabalho sobre a pedra bruta, antes de empregá-la em uma construção, espera-se de um Aprendiz Maçom que tenham conhecimentos de história geral, história das civilizações, matemática geral, História Geral das Religiões e etc.

A riqueza de uma loja Maçônica será propiciar ambiente de estudos para os seus novos estudantes. Uma biblioteca com livros de História Geral, História da Matemática, entre outros. Somam-se aos livros um espaço agradável e propício a leitura, por fim, como papel de todos os mais antigos, pessoas qualificadas a ensinar os novatos.

Ao efetuarmos o convite a alguém... “Conhece-te a ti mesmo” certamente esta não lhe causará a proporcional reação do que a imagem de alguém se auto esculpindo, porém essa reação nem o simbolismo garante que os valores do neófito sejam lapidados, pois nem todos conseguem extrair valores destes e incutir em suas vidas, infelizmente alguns paramentados que mancham os verdadeiros valores desta Augustíssima Ordem Maçônica conhecem de cor e salteado todos os clichês da pedra bruta e mesmo assim continuarem agindo de forma torpe. Mesmo que todos saibam que isto acontece é necessário seguir firme em nossa caminhada Maçônica estudando as alegorias, mas principalmente fazendo uma revolução interna combatendo a ignorância de todos os tipos e cavando masmorras ao vício.