Por diversas vezes, encontramos a expressão “Construtor Social” vinculada
à missão de ser Maçom e com isso focamos nossos esforços no coletivo, em ações
sociais. Não há nada de errado nesta postura de nos concentrarmos nesta
dimensão objetiva dirigida ao outro como a sociedade organizada, desde que não
nos esqueçamos da dimensão subjetiva ou bem próxima a nós. Todo Maçom tem, de
alguma forma, um vínculo com a juventude, seja com sobrinho, filho, neto,
funcionário ou vizinho.
A Organização das Nações Unidas – ONU, qualifica como jovens
pessoas entre os 13 e 24 anos de idade. Mesmo reconhecendo a importância desta
maravilhosa fase da vida, não podemos nos esquecer de que a juventude é também
uma forma imatura de um ser vivo. Nas nossas alegorias, não podemos tratá-los
como “pedra bruta”, mas, sim, como uma “pedra em formação”, sem, ainda, a
plenitude de uma estrutura externa e interna bem definida. Sob o ponto de vista
geológico, esta “pedra em formação” está exposta a todas as intempéries do
tempo e todas as forças da natureza.
Os jovens como “pedra em formação” estão expostos também moral e psicologicamente.
Nesta face é onde grande parte de sua formação (aprendizado) se dá em ambientes
adversos, diferentes do lar, das instituições de promoção da moral e da ética
ou mesmo das religiões. Não havendo uma atuação prática substancializada em
valores e forças neste processo de formação, teremos como resultante uma pedra
de estrutura interna fragilizada, com tantas arestas e deformidades externas
que, ao uso do malho e do cinzel, ela trincará ou não se sustentará como peça
adequada a nenhuma edificação. Os valores aprendidos pelo Maçom no estudo de
nossos símbolos precisam ser balizadores de sua conduta.
Lembremo-nos de que um dia,
estávamos “nas trevas”, vendados;
éramos completamente ignorantes sobre o que se passava ao nosso redor. Por
isto, precisávamos de um GUIA ESCLARECIDO (Experto). Este estado que nos
encontrávamos se aplica à família, onde o jovem/filho, incapaz de se dirigir,
necessita do amparo e guia de um adulto/pai. Nosso Grão-Mestre AdVitan Leonel Ricardo
de Andrade, há anos nos alerta: “Para com os filhos deve (o Maçom) exercer com
lealdade o poder pátrio, educando e ensinando-lhes que o trabalho e a honradez
constituem o mais seguro amparo, além de ser a única forma justa e perfeita de
ascensão social.” A PRIMEIRA CÉLULA DA SOCIEDADE É A FAMÍLIA. QUE NENHUM MAÇOM
SE ESQUIVE DE SUA CONDIÇÃO DE EDUCADOR, PRINCIPALMENTE, PELO EXEMPLO. Este
artigo foi inspirado no livro “CENTENÁRIO DA LOJA MAÇÔNICA CARIDADE SUL
MINEIRA” 1998, onde na página 123, o Irmão Jesus Antonio Padilha se manifesta
sobre a juventude: "Nós temos esta responsabilidade sagrada, a
responsabilidade de abrir estradas amplas para a jornada do moço, na direção do
futuro. Temos que rasgar clareiras, para o seu repouso e refazimento, ao longo
dessa caminhada, temos o dever de nos postarmos como tenebrário para o escuro
das suas noites de dúvidas e de incertezas." Neste nono ano de
compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de
fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de
Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudo das Lojas. Precisamos
incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como
ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.
Fraternalmente
Quirino
Sérgio Quirino – ARLS
Presidente Roosevelt 025 - GLMMG