Quando
pediram a Aristóteles um código moral por onde pautar a vida, ele disse:"Não posso dar-lhe um código; estejas com os melhores e mais sábios que
você encontrar, e imite-os"!
Entende-se por lei
maçônica, em sentimento amplo, a Constituição e o Regulamento Geral, além dos
denominados landmarks (em número de 25, que são as mais antigas leis que regem
a Maçonaria Universal) e por Atos normativos maçônicos aqueles representados
por Regimentos Internos de Lojas e dos Tribunais Maçônicos, bem como por
Decreto Maçônico.
As leis maçônicas são
de ordem moral e estão restritas à Instituição. Assim sendo, devem cingirse,
estritamente, à ritualística e a liturgia,sem gerar conflitos – vale dizer –
sem colidir com a boa hermenêutica das leis civis.
A Constituição da
República Federativa do Brasil, instituiu um Estado Democrático e a Maçonaria
acolhe seu preâmbulo em seus PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, definidos na abertura do
Ritual do Aprendiz.
Trata-se de um
preâmbulo maravilhoso pela riqueza conceitual de seu conteúdo que merece todo
elogio, especialmente na vivência do cidadão Maçom, no desempenho de seus
deveres que devem manifestar profunda reverência para com a Ordem e alta
consideração para com a Loja.
Aparecem bem claros os
valores supremos proclamados no papel e que precisamos professar com a nossa
vida de homens livres e de bons costumes, conscientes de que somos a própria
alma da Maçonaria. Ela tem a missão de educar, desenvolver e prosperar a
humanidade, e é dita progressista. Combate, ainda, o vício, a tirania, a
injustiça social e pretende libertar o homem.
Na abertura das nossas
reuniões, o nosso Ritual faz alusão a uma das muitas definições do que seja, ou
signifique a Maçonaria, explicando o seu objetivo, o qual explicita:
"Tornar feliz a humanidade pelo exemplo, pelo amor, pelo aperfeiçoamento
dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e a
crença de cada um". Buscando e rebuscando o que temos diante de nós,
dentro de nós, só é necessário que façamos cumprir na plenitude o que já temos.
Em vez de observarmos e buscarmos fora, temos de observar e buscar dentro.
A Maçonaria tem, como
um dos objetivos primeiros, a missão de levar à humanidade a felicidade real,
pelo exemplo daqueles que fazem a Maçonaria, pelos seus integrantes. Ainda
estamos engatinhando na construção desses objetivos. Precisamos de dirigentes
que estejam imbuídos do espírito democrático e o transmitam especialmente com
ações eficazes. Se não derem de saída, o bom exemplo, invalidarão o exercício
do que se prega e na prática vai gorar certamente. Virtudes se ensinam mais
pelos exemplos, que pelas palavras. "Lutar pelo princípio da Eqüidade,
dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e
méritos". Sem essa prática não existe, não existirá razão de nos filiarmos
à Instituição, destinada a assegurar o exercício dos direitos, da liberdade, da
igualdade e justiça como valores supremos.
Embora esses direitos
sejam descurados, às vezes ignorados, maltratados, e longe de ser praticados por
grande parte de nós e principalmente a partir das classes chamadas
intelectualizadas, dirigentes, etc, aparecem com destaque, porque são a razão
fundamental das demais prerrogativas anunciadas no Preâmbulo.
Na verdade, há muito o
que fazer. É preciso, apenas, idéias e boa vontade de elevar a Ordem e assistir
e valorizar o Maçom. Um Maçom bem formado e motivado só precisa de uma alavanca
e um ponto para fazer este mundo melhor.
A Maçonaria preocupa-se
com o analfabetismo, a violência, a superstição, a insegurança, a má
distribuição de rendas, aonde o grande lucro vai para quem somente movimenta o
dinheiro, dentre tantos outros. E busca soluções na raiz dos problemas, naquilo
que provocam estes efeitos, estas causas.
LIBERDADE - Em seus
enunciados a Maçonaria realça o direito do homem à Liberdade, sem a qual o ser
humano deixa de o ser e perde até a razão de existir. Infelizmente muito se
fala em liberdade e quanto mais se fala, menos ela existe. Para ser alcançada a
liberdade, está entre os clamores de nosso povo a Segurança, sem a qual é
impossível funcionar a liberdade. Hoje, não se pode sair de casa
tranqüilamente, até podemos, mas (quem garante!!!) retornarmos vivos e sadios?
Se inexiste a segurança como pode haver liberdade? Existe sim, profundo mal-estar,agravado
ainda pela inércia, ou seja, a falta de ação, de atitudes corretas, de
atividade das autoridades. Se os requisitos básicos da liberdade estão em
déficit, ou, sua existência é precária como pode haver dignidade da pessoa
humana?
IGUALDADE – Um valor
sumamente exaltado, desde a revolução Francesa, uma revolução de burguesia e
não do povo, como muitos pensam. Quanta tinta derramada no papel, páginas,
versos e versos, e as maravilhosas pregações de todos os iluminados que
caminharam entre nós, pregando o amor e a reconciliação entre os povos, em
todas as religiões; Quanto sangue derramado em nome da liberdade e da
igualdade. A Maçonaria reconhece que todos os homens nasceram iguais e as
únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e
o trabalho. A igualdade segundo temos constatado não existe nem em potência,
nem em valor, nem em dimensão, nem em duração.
O que existe e
persiste, é que queremos ser diferentes e divulgamos sermos iguais, quando
somos sujeitos a comparações diferentes. Para ficarmos num único exemplo de
"desigualdade" e garantia do direito de cada um ao critério de
igualdade, retidão, equanimidade e principalmente justiça, seria aceitável que
o Tribunal Eleitoral através dos órgãos oficiais de comunicação, (Boletins e
Revistas oficiais) publicassem antes do pleito eleitoral em lugar de destaque
as fotos, os currículos vitae, endereços, telefones e o PROGRAMA ADMINISTRATIVO
ou de trabalho (Plataforma) de todos os candidatos aos cargos eletivos para que
fosse garantida aos eleitores o direito de fazer seu julgamento e prestigiar o
mais apto. Assim, os eleitos seriam, realmente, aqueles que mais conhecimento
possuam, que mais espiritualidade tenham demonstrado e que sintam e se
comprometam com deveres e responsabilidades. E teriam a chance de escolher
melhor. Isso, por acaso tem sido feito? Nem mesmo o acesso ao endereço do
eleitor é facultado a todos os candidatos. A "Saúde, Força e União"
depende somente da abnegação e desprendimento. Mas ninguém dá o primeiro passo.
Há medo de perder o "espaço conquistado"! Sei que não conseguiríamos
esse ideal porque tudo depende da aprovação e da boa vontade das cúpulas às
quais estamos subordinados. Talvez, um dia, nossos dirigentes resolvam dar uma
demonstração de eqüidade, reconhecendo igualmente o direito de cada um,
vencendo suas paixões e submetendo suas vontades.
Isto poderá fortalecer
a Democracia e a Maçonaria, dando um passo a frente no quesito Igualdade, e
assim fariam jus serem chamados de "construtores da humanidade",
"limpos e puros" e até de "sagrados".
Ir.´. Valdemar Sansão
Or.´. de São Paulo/SP
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