A Ordem Rosacruz, AMORC é uma organização internacional de caráter místico-filosófico, com sede mundial em São José na Califórnia, EUA, fundada em 1915 por Harvey Spencer Lewis. A AMORC tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz. O nome AMORC, siginifica: Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz e foi adotado para diferenciá-la de outras ordens filosóficas com nomes semelhantes, mas diferentes em essência.
ORIGENS
Segundo seus adeptos, as origens da Ordem Rosacruz AMORC, remontam às antigas escolas egípcias de mistérios, há 3.360 anos. E o faraó Tutmés III, da XVIII dinastia, é tido como seu fundador por volta de 1350 a.C. Teria o faraó fundado uma fraternidade secreta, com o objetivo de estudar os mistérios da vida. A Fraternidade Rosacruz ainda não se auto denominava assim, sendo oficialmente estabelecida em El Amarna pelo faraó Amenófis IV, conhecido também como Akhenaton, porém essas informações não podem ser comprovadas históricamente. A primeira menção histórica da ordem data de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado "Fama Fraternitatis", onde são contadas as viagens de Christian Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados.
A LENDA DE CHRISTIAN ROSENKREUZ
Segundo a lenda, exposta no documento "Fama Fraternitatis" (1614), essa fraternidade teria suas origens em Christian Rosenkreuz (de início apenas designado por "Irmão C.R.C."), nascido em 1378 na Alemanha, junto ao rio Reno. Os seus pais teriam sido pessoas ilustres, mas sem grandes posses materiais. Sua educação começou aos quatro anos numa abadia onde aprendeu grego, latim, hebraico e magia. Em 1393, acompanhado de um monge, visitou Damasco, Egito e Marrocos, onde estudou com mestres das artes ocultas, depois do falecimento de seu mestre, em Chipre. Após seu retorno a Alemanha, em 1407, teria fundado a "Fraternidade da Rosa Cruz", de acordo com os ensinamentos obtidos pelos seus mestres árabes, que o teriam curado de uma doença e iniciado no conhecimento de práticas do ocultismo. Teria passado, ainda, cinco anos na Espanha onde três discípulos redigiram os textos que teriam sido os iniciadores da sociedade. Depois, teriam formado a "Casa Sancti Spiritus" (a Casa do Espírito Santo) onde, através da cura de doenças e do amparo daqueles que necessitavam de ajuda, foram desenvolvendo os trabalhos da fraternidade, que pretendia, no futuro, guiar os monarcas na boa condução dos destinos da humanidade. Segundo o texto "Fama Fraternitatis", C.R.C. morreu em 1484, e a localização da sua tumba permaneceu desconhecida durante 120 anos até 1604, quando teria sido, secretamente, redescoberta.
Uma outra lenda menos conhecida, veiculada na literatura maçônica, originada por uma sociedade secreta altamente hierarquizada do século dezoito na Europa central e do leste, ao contrário dos ideais da Fraternidade que se encontra exposta nos manifestos originais, denominada "Gold und Rosenkreuzer" (Rosacruz de Ouro), que tentou realizar, sem sucesso, a submissão da Maçonaria ao seu poder, dispõe que a Ordem Rosa-cruz teria sido criada no ano 46, quando um sábio gnóstico de Alexandria, de nome Ormus e seis discípulos seus foram convertidos por Marcos, o evangelista. A Ordem teria nascido, portanto, da fusão do cristianismo primitivo com os mistérios da mitologia egípcia. Segundo este relato, Rosenkreuz teria sido, apenas um Iniciado e, posteriormente Grão Mestre da Ordem e não seu fundador.
Assim como ocorre com o Mestre Hiram Abif da lenda maçônica, a existência real de Christian Rosenkreuz divide a opinião dos grupos que se intitulam Rosacruzes. Alguns a aceitam, outros o vêem apenas como um pseudônimo usado por personagens realmente históricos como, Francis Bacon, por exemplo.
A ORDEM ROSA CRUZ E A MAÇONARIA
O Rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão e alquimia. Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos francos-maçons.
Como a Ordem Rosa-cruz estava impregnada pelos alquimistas, deu-se a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d'Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosa-cruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo exceção apenas aos maçons, o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas maçônicas para alí poder continuar com os seus trabalhos.
Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em "Maçonaria dos Aceitos" (também chamada de "Especulativa"). Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, históricamente a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, as evidências históricas autênticas e não as "lendas", que faz remontar a origem de ambas as instituições ao Antigo Egito.
A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Seus graus vão do 1 ao 3 nas "Lojas Simbólicas" e do 4 ao 33 nas "Lojas de Graus Filosóficos". Já a Antiga e Mística Ordem Rosa-cruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosa-cruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como na maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO.
O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.
A maior evidência de uma ligação histórica entre a Ordem Rosa-Cruz e a Maçonaria é a existência do "Capítulo Rosa-Cruz" que é o 18º Grau do "Rito Escocês Antigo e Aceito" da Franco-Maçonaria, (representando simbolicamente a 9ª Iniciação Menor no grau de "Cavaleiro Rosa-Cruz"), que tem como símbolos principais o Pelicano, a Rosa e a Cruz.
AS INICIAÇÕES
Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é no grau de Aprendiz, na AMORC, a admissão se dá no Primeiro Grau de Templo. As iniciações têm o mesmo objetivo, impressionar o iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte.
O SIMBOLISMO
Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente.
Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosa-cruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente.
O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor.
Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual.
O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo.
Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místico-filosófico.
Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto que os aprendizes maçons recebem suas instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.
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Fonte: www.magiadourada.com.br
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