terça-feira, 24 de novembro de 2015

Indagações do porque se vai a Loja


Porque se vai à Loja




     A pergunta sobre as razões porque os maçons vão à Loja, gastando tempo que, não fora essa utilização, dedicariam à sua família, ao lazer ou a outras atividades a que se dediquem, tem tantas respostas quantos os maçons.
Em boa verdade, cada um tem as suas razões para ir à Loja.
Uns vão em busca do conhecimento, dos ensinamentos que a Maçonaria proporciona.
Outros buscam o convívio, rever os seus Irmãos, com eles estar e partilhar um ágape, em amena cavaqueira.
Outros ainda procuram na Loja a estrutura que corresponde aos seus anseios de serem úteis à Sociedade e aos seus semelhantes, utilizando a Loja como meio de enquadramento da sua vontade de devolver à Sociedade um pouco do que esta lhes proporciona.
Também há os que vão à Loja simplesmente cumprir o seu dever de maçons, assegurar o cumprimento das obrigações que assumiram, efetuar as tarefas cuja execução assumiram.
Há também aqueles que, na Loja, no seu espaço, nos seus símbolos, no seu ritual, encontram espaços e tempos de comunhão com o Divino, com o Transcendente.
E existem também aqueles que anseiam por uns momentos de simples e pacata Paz, que procuram a companhia de seus Irmãos e a sua estada no espaço do Templo com confiança, encontrando um oásis de segurança e comunhão, que os compensam das agruras, dos desafios, da tensão da sua vida do dia a dia.
E outros buscarão coisas e estados e espaços diferentes.
 O que a Loja tem afinal, de extraordinário é uma infinita capacidade de proporcionar a cada um o porto de abrigo, o espaço de segurança, o caminho de busca, o tempo de convívio, a estrutura de atividade ou contemplação ou investigação ou busca que cada um necessita. O que, no fundo, a Loja é, é um espaço de suprema Liberdade e Tolerância, em que cada um pode realizar-se e deixar os outros realizar-se, cada um à sua maneira e segundo as suas características e necessidades.
É um espaço de cooperação, em que cada um contribui para a realização e melhoria dos outros, beneficiando ele próprio do contributo dos demais.
É um ponto de encontro, simultaneamente ponto de partida e encruzilhada de variegados interesses individuais, que constituem um rico interesse coletivo. É a bissetriz do individual e do coletivo, de tal forma equilibrada que permite que ambos cresçam e cooperem e mutuamente se alimentem. É, em suma, a Utopia possível, a concretização do inconcretisável, equilíbrio instavelmente estável de múltiplos interesses e egoísmos, numa matriz que a todos enquadra satisfatoriamente.
É um delicado bordado de mil linhas e infinitas cores, executado por inúmeras mãos, extraordinariamente resultando numa harmoniosa composição. É tudo isto e ainda mais o que cada um quiser, desde que respeite os interesses e anseios dos demais e do conjunto por todos constituído. Esta singular plasticidade da Loja faz dela um duradouro cimento que une homens de diferentes temperamentos, de diversas gerações, de divergentes culturas, de separadas religiões, de conflitantes convicções, gerando laços de solidariedade e confiança que imutavelmente duram há centenas de anos.
É por isso que sempre se marca bem, sempre da mesma forma, sempre com o mesmo ritual, a abertura dos trabalhos, delimitando invisível mas sensivelmente o espaço e o tempo e a cumplicidade da Loja e dos seus elementos em relação a tudo e a todos que lhes é exterior. É por isso que, findos os trabalhos, de novo, sempre e da mesma forma, se executa um ritual de encerramento, que marca o fechar e preservar desse espaço e tempo, e cumplicidade próprias e exclusivas, preparando cada um para voltar a atuar no mundo exterior, só que mais forte, mais sabedor, mais capaz de ver beleza onde o olhar comum nada de especial vê.
 A Loja é um espaço onde cada um dá o que pode e vai buscar o que necessita. É por isso que cada um sabe porque vai à Loja e, afinal, existem tantas razões para um maçom ir à Loja como maçons existem à face da Terra.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Aperfeiçoar Maçônico






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Maçonaria é Movimento

   É movimento no sentido de que os Maçons devem estar sempre se reciclando, lendo e procurando sempre melhorar a vida para ser sempre um exemplo vivo dentro da sociedade em que vive.
 Há pouco tempo, em Loja de Aprendiz Maçom, o Irmão Arion Peixoto Gershenson apresentou uma Peça de Arquitetura (artigo) intitulada “Porque ainda estou aqui?”. Trata-se de uma Peça de Arquitetura, primorosa e perfeita, encaixada para os nossos dias e que nos levou a refletir sobre essa energia que devemos ter na Maçonaria.
  Partindo de um convite para entrar para Maçonaria com a Iniciação e, depois executando as diversas tarefas maçônicas exigidas para o prosseguimento e permanência na Maçonaria, foi dada como um dos motivos porque estava na Maçonaria. 
  E aí é o que vem o que quero falar, que foi inspirado pelas reflexões da Peça de Arquitetura: Disse o Irmão que “Aqui em nosso Templo, sempre observo os meus Irmãos, não consigo encontrar nenhum igual ao outro, todos são pedras, pedras diferentes, mas que em nossa construção vão se desbastando e encaixando-se perfeitamente”. 
  É essa dinâmica de “pedras” diferentes que vão se amoldando para a construção e que está sempre em movimento para se encaixarem perfeitamente na construção do Templo da Humanidade. 
  Cada um com suas peculiaridades e defeitos vão se talhando, uns se transformando em pedras grandes, outros em pedras menores, mas todas importantes para a construção. É essa energia constante que vai acionar o fogo da fraternidade e o trabalho em equipe para a consecução dos objetivos maçônicos. 
  É como ele disse na Peça de Arquitetura, que lendo “um livro em que tinha uma citação sobre uma inscrição Persa que foi traduzida assim”: “Oh! Enquadra-te para ser utilizada; Uma pedra adaptada ao muro não fica abandonada no caminho”. Ou seja, trabalha, trabalha e trabalha, mas como Pedra “enquadra-te” e se junta com os outros para ser bem utilizada e energizada a fim de que não fiques para trás, jogada no meio do caminho ou abandonada. 
  Como disse muito bem o Irmão no final de sua Peça de Arquitetura, de que a Maçonaria: “... entrega ao iniciado o ambiente a as ferramentas necessárias para seu aprendizado e desenvolvimento. E nós, os iniciados, temos o livre arbítrio, nós decidimos: Ser uma pedra desbastada ou uma abandonada no caminho”. 
  E aí chegamos à conclusão de que a Maçonaria realmente é estímulo, é movimento, é ação constante para que a vida seja construída de homens dignos e dispostos a se enquadrarem na felicidade e no bem da Humanidade. 

                                                                                            Ir.´. Juarez de Oliveira Castro
Loja Simbólica Alferes Tiradentes nº 20

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Bandeira do Brasil


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19 DE NOVEMBRO DE 2015 DIA DA BANDEIRA!



 Nesta quinta-feira, dia 19, comemoramos o Dia da Bandeira. Assim, busquei no seu hino inspiração para esta P.´.de Arq.´..
   Salve, lindo pendão da esperança! Salve, símbolo augusto da Paz!  A Bandeira é o Lábaro estrelado, representativo da Pátria brasileira; Pátria que é o Princípio Criador desta Grande Nação.    Nos referimos a ela “o Auriverde Pendão”. Ela se projeta fulgurante e radiosa sobre a Nação Brasileira e sobre o íntimo de cada brasileiro. A retidão de suas linhas enquadrando o losango amarelo lembra que o procedimento correto e justo encontra amparo no Delta Sagrado. 
  O círculo indica-nos a universalidade da caridade. É o símbolo de nossas crenças e convicções, visão perene de nossa amada Pátria. Nos dias de hoje ela é tão pouco lembrada e poucos conhecem sabem cantar o seu hino. Ao cultuá-la reacendemos nosso sentimento patriótico pois ela reflete o espírito nacional num misto de civismo e orgulho. 
  Ao contrário da corrupção, da imoralidade e dos desmandos que hoje vicejam, a sua faixa branca nos lembra a paz que a todos acolhe sob os auspícios da Moral e da Razão, na busca da Ordem e do Progresso. 
  Tua nobre presença, à lembrança, A Grandeza da Pátria nos traz!     Na escola, cabia a honra de o melhor aluno hastear semanalmente a Bandeira. Todos cantavam seu hino emocionados A BANDEIRA DO BRASIL, embalou nossos sonhos de criança, impulsionou nossos ideais juvenis e ainda mantém acesa a chama patriótica. 
  Nas Lojas Maçônicas, com sua grandeza, participa nas Sessões Magnas – 19 de novembro de 2015 – dia da bandeira! Por isso, hoje escrevemos estas linhas como homenagem e o respeito que nós, MAÇONS devotamos. 
  Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil. Para que pratiquemos como dever maçônico o ensinamento do seu lema. Ordem com Responsabilidade e Respeito a Lei. Progresso com Trabalho e Disciplina. Querido Símbolo da Terra honra-la e dignifica-la, não só através do amor, da defesa de teu solo e das instituições, mas principalmente pela Liberdade de Pensar e de Agir. 
  Neste momento crucial vivido pelo nosso País, vemos que os valores estão invertidos. O ter representa mais que o ser. A esperteza, a desonestidade e a corrupção se sobrepõe à ordem e a decência, à honestidade, a ética e a justiça. Devemos ser guardiões e difusores dos valores morais na sociedade. Que nos inspire o que ela representa e dando-nos força para combatermos sem tréguas o crime e o vício, para que “CORRUPÇÃO NUNCA MAIS”. 
  A Bandeira é o Símbolo da Nação Brasileira. Há quem diga que também Maçônico poderia ser. Sua forma e alegorias transmitem ensinamentos e nos abrigam sob o estrelado céu azul do firmamento da Loja. Devemos rogar ao Grande Arquiteto do Universo que Ele abençoe a Bandeira Brasileira, para que ela se conserve sempre Livre e Altaneira. Que Ele não mais permita que esses corruptos e desonestos continuem a envergonhar, a dilapidar o patrimônio público, a macular a honra e a dignidade nacionais.    Que nossa Bandeira, no seu tremular impávido, paire, sempre altaneira, nos momentos de festa ou de dor. Procuremos reavivar em todos nós o patriotismo, não apenas em época de copa do mundo ou olimpíadas, mas em todos os momentos, refletindo a alma nacional numa permanente manifestação de consciência, de brasilidade, de soberania e de independência. Pois somos Obreiros desta grande Oficina, Da Amada Terra Do Brasil! 

Irmão João Carlos Nedel Camargo Ven Mestre da Loja Rei David, 58 Florianópolis - SC 

O que queremos para nós mesmos?



Ensinamentos da Águia


  A Vida é feita de escolhas e ações que nos impulsionam para a frente e para o alto, ou de cristalizações que nos paralisam e nos impedem de ser feliz. Escolhas equivocadas, ou a falta de ações, nos aprisionam no comodismo e no passado, funcionando como se fossemos um elástico que estivesse atado ao nosso corpo e a uma enorme rocha e que continuamente nos puxa para trás e nos impede de avançar em busca dos nossos ideais, de nossos objetivos e de nossas conquistas. 
  Em situações de repetição de eventos negativos em nossas vidas, devemos observar, analisar e avaliar o que estamos teimosamente repetindo de errado, para que possamos romper com esse ciclo vicioso. Somente assim poderemos avançar no nosso progresso individual – pois pé de banana na fornece abacate. De acordo com Carlos Torres Pastorino ‘Se não quisermos acompanhar a evolução do Universo, seremos inevitavelmente arrastados a isso por meio do sofrimento e da dor, e progrediremos de qualquer forma, mesmo com uma desnecessária demora.’ 
  Assim quando pensamos em ludibriar outras pessoas para levar algum tipo de vantagem, repetimos um dos grandes equívocos cósmicos, pois nos aprisionamos a uma metafórica bola de ferro das prisões medievais que retardará o nosso processo evolutivo de iluminação e de desapego das coisas mundanas e materiais. No seguimento desse raciocínio, podemos utilizar a simbologia da Águia, segundo Sérgio Quirino Guimarães: ‘A Rainha das Aves encontra-se em muitas simbologias, principalmente quando se quer simbolizar soberania, nobreza, força, liberdade, foco, comprometimento, renovação. Mas o maior simbolismo da águia está na coragem demonstrada ao proteger o que lhe é de grande valor: ‘Como a águia que desperta a sua ninhada, paira sobre os seus filhotes, e depois estende as suas asas para apanhá-los, levando-os sobre elas.’ (Deuteronômio capítulo 32, versículo 11) Como seria salutar se as pessoas se tornassem um ‘verdadeiro e grande ninho de águias’, onde aprendessem o verdadeiro valor da coragem, aprendendo, sem medo, a fazer o que é certo e o deve ser feito. Ter coragem é ter coerência com nossos valores e princípios. É despertar as pessoas que estão no ciclo da repetição negativa, não para castigá-las, mas, para juntos, procurar as suas causas e afastá-las. No momento de tensão, descobrimos os diferentes níveis de comprometimento das pessoas com os valores éticos e morais. Quantas vezes o ego nos trai e nos expõe o quanto ainda somos imperfeitos e insistimos que certas arestas não precisam ser desbastadas! É como se disséssemos a nós mesmos: ‘Eu estou pronto. Não preciso aprender mais nada. E, eu me basto.’ Desta forma, somos apenas uma imagem e uma aparência que revelamos para o Universo, pois nos apresentamos como uma águia, mas voamos como um frango que apenas pia e cisca para trás. 
  Existe um conforto natural que sentimos na vida, quando podemos nos apresentar por inteiro, sem máscaras e dissimulações, sem medo de nos expor ao outro, inclusive nos nossos erros. Esse é um dos pilares mais sólidos da Fraternidade e, seguramente, um dos garantidores de nossa Liberdade individual e social, pois por mais que nos armemos com máscaras, dissimulações, falsas imagens; nada disso funciona no Templo da Vida. Não há nada que se compare à verdade colocada com delicadeza e respeito a quem nos opomos. 
  Todos se engrandecem com essa postura. É preciso ser corajoso para ser humilde e ser inteiro. A humildade, virtude do homem maduro, caminha junto à coragem. Ambas nos mantêm vivos e nos esclarece o quanto ainda nos falta para a construção do nosso Templo Interior. As reflexões sobre os verdadeiros ensinamentos nos levam ao comprometimento e a sermos verdadeiramente inteiros. 
  Se o indivíduo não for comprometido e corajoso, uma hora ou outra, inexoravelmente, chegará o momento em que a fraqueza de sua verdadeira alma será revelada. O comprometimento com aquilo que acreditamos, ser justo e verdadeiro é uma espécie de exercício de vida e nos faz amadurecer o espírito, nos traz conforto para a alma, nos fortalece perante as pessoas e nos prepara para vida. Ou seja, nos faz melhor como Ser Humano. 
  Também é necessária a virtude da coragem para se ter comprometimento, quer dizer, agir com o coração. Somente investidos de coragem seremos coerentes conosco e com os outros. É na coragem que germina o conforto de sermos inteiros como Homem. Às vezes, deixamos de expressar aquilo que acreditamos, iludidos de estarmos nos preservando contra um, contra todos, ou nos prevenindo de algum mal. Este é um grande equívoco que não deve estar ao lado de quem busca o seu processo evolutivo. Quando um homem, por medo, insegurança ou descaso com o outro, não se compromete inteiramente naquilo que prega ou acredita, acaba por se desmerecer perante aos outros e perante ele mesmo. 
  A ausência ou a dissimulação do comprometimento fragiliza o homem e ele acaba por se revelar menor a si e ao outro. Desmascarado pelo próprio medo, ele entra em conflito interno e acaba por se tornar menor como homem. Aí, a dissimulação se torna uma prática comum internalizada e ele marca sua vida com sua própria mentira, afundando-se no desconforto de uma existência enganosa. E se sentindo menor, ele se torna frágil na Fraternidade. E o pior, bota fora sua própria Liberdade. E, então, qual será a nossa opção de Vida: Ciscar como um frango, ou voar como uma águia?’ Lembre-se também que ‘Cada experiência é um investimento que vai render para sempre em sua Vida.’

O Ir.´. Vidigal de Andrade Vieira* Carangola – MG e Membro Correspondente da Loja Brazileira de Estudos e Pesquisas de Juiz de Fora – MG.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Importância da Frequência Maçônica








Responsabilidade do Maçom sobre a Frequência



   Responsabilidade é a qualidade ou condição de responsável. Sabe-se que responsável é aquele que responde pelos próprios atos ou, pelos de outrem. Responsabilidade moral é a situação de um agente consciente, com relação aos atos que ele pratica voluntariamente. 
       Uma das responsabilidades mais importantes de um Maçom é a frequência à Loja. Trata-se de uma responsabilidade que tem amparo legal e, também, moral. Frequência é o ato de frequentar. 
Em física, frequência significa número de vibrações por unidade de tempo. Frequentar uma Loja causa, realmente, vibrações positivas em nós e em nossos Irmãos. A frequência deve ser observada não somente como uma questão de quorum, ou um problema legal, mas, sobretudo, como a forma mais eficaz para nos conhecermos melhor, uns aos outros, e nos aproximarmos. 
       Quando de nossa iniciação, a primeira preleção, feita pelo Venerável Mestre, fala da fidelidade que deve ser exemplificada por uma estrita observância das Constituições, Regimento, Estatutos e demais normas do GOB, do GOB-SC e da própria Loja. Também, nesta preleção, o V.’. M.’. fala da obediência que deve ser provada por uma estrita observância de nossas leis e regulamentos, por uma atenção pronta a todas as convocações, além de uma pronta observância das decisões e resoluções aprovadas em Loja. As leis e regulamentos falam da necessidade de frequência. 
       As convocações às nossas sessões são, em geral, semanais e uma das importantes resoluções aprovadas é o calendário da Loja, que deve ser observado. O Regulamento Geral da Federação trata da frequência em Loja. Tratam, também, de quando o Maçom se torna irregular por não ter frequência. 5 – responsabilidade do maçom sobre a frequência Walter Celso de Lima JB News – Informativo nr. 1.870 – Florianópolis (SC) – sexta-feira, 13 de novembro de 2015 Pág. 18/34 Nos altos graus, disposições análogas devem ser observadas se não estiverem previstas em regulamentos próprios. Porém, muito mais importante que leis e regulamentos é o inflexível cumprimento do dever: nossa consciência e nossos compromissos e promessas obrigam-nos à frequência. 
     Quando a Loja não abre por falta de quórum, a responsabilidade, definida no princípio, é de todos: não somente dos faltosos ou do Venerável Mestre. Todos nós somos responsáveis pelo bom funcionamento da Loja. Quando algum Obreiro necessita faltar, por justa causa, deve procurar algum Mestre amigo que o substitua, ou avisar a todos, para que todos se responsabilizem pela existência de quorum. Por isso, somos Irmãos fraternos, nos auxiliando uns aos outros. 
      Como palavras finais: nós somos construtores (“maçons”, pedreiros) sociais; somos obreiros, cabeças pensantes, pessoas com diferentes formações, opiniões diferentes e, brevemente, seremos mais. Mas, vivemos numa fraternidade tolerante, respeitamos as ideias, eventualmente, diferentes. Convergimos em algumas virtudes que adotamos conjuntamente, a exemplo da tolerância e, especialmente, da responsabilidade objeto deste ensaio. A participação responsável de todos fortalece a nossa Loja que busca, insistentemente, a realização do trabalho justo e perfeito de construir nosso templo interior.

O escritor e Irmão Walter Celso de Lima É obreiro da Loja “Alvorada da Sabedoria” (GOB/SC) e membro da Academia Catarinense Maçônica de Letras Florianópolis

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Um Aspecto Sobre o Papel das Lojas Simbólicas

O que fazer para que as Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento


Durante muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras décadas do século passado as Lojas Simbólicas no Brasil serviram como espaço de aglutinação de homens voltados para a discussão de problemas relativos ao desenvolvimento da sociedade onde conviviam. Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas proeminentes da sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam uma enorme rede de contatos e facilitavam a troca de ideias e a absorção de novos conhecimentos.
   As Lojas, através das suas Sessões semanais, na maioria das vezes, serviam como oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que estava acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse histórico, político e filosófico sempre tiveram o maior enfoque nas Sessões Maçônicas. 
   O Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua cultura em geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade em que vivia. 
   No entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma época de grandes atrativos, pressa e utilitarismo. Um mundo cheio de atrações, como o cinema, a televisão, a internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos outros. A velocidade como tudo se processa, faz com que todos hoje tenham pressa para tudo. Vivemos como se não houvesse mais tempo a perder. Segundo o filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal ganha corpo: é bom tudo o que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é moralmente confortável tudo o que for vantajoso”. Podemos afirmar que essa norma não impera em nosso meio? 
   O grande desafio que temos hoje, particularmente em nosso País, dentre outros, é o de fazer com que nossas Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras escolas de conhecimento e formação, com Sessões atrativas, discutindo temas de interesse nacionais e internacionais, despertando em seus membros o interesse na participação intra Lojas e extra Lojas e diminuindo o percentual de evasão maçônica.
   Por outro lado, a maioria das Lojas tem sido administrada, até aqui, de uma maneira geral, de forma empírica, sem o mínimo senso de administração, sem observância de critérios técnicos e com ênfase no improviso. Não se vê propriamente a aplicação de um planejamento administrativo. Urge, portanto, adequar a nossa estrutura organizacional às modernas técnicas e recursos de administração, inclusive, com a utilização de mais recursos tecnológicos e enfoque em conhecimentos de liderança. 
   A falta de estudos é o que mais prejudica as Lojas, impede seu crescimento qualitativo e muito contribui para a evasão maçônica. Estas perdem muito tempo com assuntos administrativos, quando esses assuntos deveriam passar antes pela respectiva Comissão, sendo devidamente enxugados. Esta é uma forma para que possa sobrar mais tempo destinado aos estudos em Loja.
   No entanto, o que leva à evasão maçônica não é apenas a falta de estudos, mas também uma seleção precipitada e corrida com vistas à iniciação de candidatos. Há que se aprimorar a indicação, seleção e admissão de candidatos à Ordem. 
   É prejudicial às Lojas, também, a ênfase dada pela maioria das administrações às pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas, em detrimento das atividades imprescindíveis à formação e aperfeiçoamento do caráter maçônico dos nossos irmãos Irmãos. 
   Por último, é importante que seja desenvolvido um sistema de capacitação dos cargos em Loja, especialmente os que compõem a administração, evitando-se que estes sejam assumidos por Irmãos, quando muito, providos apenas de conhecimentos empíricos. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

DESBASTANDO A PEDRA BRUTA



A Glória do Grande Arquiteto do Universo

A Pedra Bruta


O elemento pedagógico do alto conhecimento Maçônico 

A pedra bruta é um dos vários elementos que decoram internamente uma loja maçônica. Simboliza também as "arestas" da personalidade que o maçom deve aparar ou limar, para poder se aperfeiçoar. Estas arestas são os sentimentos como o ciúme, perfídia, a vingança, os vícios, e outros mais, pecados da moral e dos bons costumes, que como maçom jurou combater. Aparando desta forma as suas arestas, o maçom está a tornar-se mais perfeito e mais polido, representado simbolicamente pela pedra cúbica.

A Pedra Bruta é uma estratégia de ensinamento utilizada no ensino do aprendizado Maçônico, que de forma muito eficaz se difunde no seio desta organização, ajudando no entendimento da alegoria e no aperfeiçoamento de muitas personalidades no mundo afora.

Esculpir a si mesmo é o trabalho de tornar-se esclarecido. A metáfora da pedra se encaixa com a constituição do Templo e que sem uma pedra trabalhada não é possível construir algo com ela.

O Templo é símbolo de algo importante de local sagrado, neste as questões humanas estão superadas, ou pouco se apresentam assim o homem é um Templo tem condições humanas é uma construção eterna e como todas as construções é preciso levantar, lapidar, sobrepor pedras, juntar pequenos pedaços para formar algo grande e depois de chegar a uma grandiosa construção é preciso adornar e isso se faz com árduo empenho, muita força e perseverança.

 A Pedra Bruta que se fala na Maçonaria portanto é um elemento pedagógico para darmos nos conta que há em nós elementos que precisam ser trabalhados, talhados, lapidados e polidos, fazendo assim que esta chegue a uma pedra cúbica que irá compor o grande mural de Deus.

A Pedra Cúbica representa um formato de um grande tijolo, que na Idade Média era muito utilizado em antigas construções pela Europa e Ocidente Médio, quando chegado a esta fase a pedra poderá ser utilizada na construção civil. Dessa metáfora espera-se inferir que um Maçom quando completa os estudos do primeiro grau estará este pronto parar se empenhar nos estudos de ciências mais complexas, já que o tijolo é somente uma pequena parte estrutural de um Templo.

Trabalhando na Pedra Bruta o Maçom superará questões de escrita, interpretação de textos, leituras em voz alta, sabendo que o Maçom não é um ser mágico ou possuidor de um cartão de crédito sem fatura, mas sim um obreiro destemido e incansável.

A importância deste primeiro passo da construção é importantíssimo, pois é a base estrutural, se algo nesta fase der errado, ou for mal trabalhado algo poderá sair mais errado ainda na estruturação do Templo. Assim como nós juntamos pessoas sem o devido preparo para fazer um projeto em conjunto, muito logo poderemos perceber que nada irá para frente. Questões básicas como o domínio da escrita e de certa racionalidade irão faltar, assim a desordem será certa.

Antes do Grau de Companheiro Maçom, haverá muito trabalho sobre a pedra bruta, antes de empregá-la em uma construção, espera-se de um Aprendiz Maçom que tenham conhecimentos de história geral, história das civilizações, matemática geral, História Geral das Religiões e etc.

A riqueza de uma loja Maçônica será propiciar ambiente de estudos para os seus novos estudantes. Uma biblioteca com livros de História Geral, História da Matemática, entre outros. Somam-se aos livros um espaço agradável e propício a leitura, por fim, como papel de todos os mais antigos, pessoas qualificadas a ensinar os novatos.

Ao efetuarmos o convite a alguém... “Conhece-te a ti mesmo” certamente esta não lhe causará a proporcional reação do que a imagem de alguém se auto esculpindo, porém essa reação nem o simbolismo garante que os valores do neófito sejam lapidados, pois nem todos conseguem extrair valores destes e incutir em suas vidas, infelizmente alguns paramentados que mancham os verdadeiros valores desta Augustíssima Ordem Maçônica conhecem de cor e salteado todos os clichês da pedra bruta e mesmo assim continuarem agindo de forma torpe. Mesmo que todos saibam que isto acontece é necessário seguir firme em nossa caminhada Maçônica estudando as alegorias, mas principalmente fazendo uma revolução interna combatendo a ignorância de todos os tipos e cavando masmorras ao vício.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A CORDA DE 81 NÓS, O SIMBOLISMO E A UNIÃO ENTRE OS MAÇONS


  “À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO” 

A CORDA DE 81 NÓS, O SIMBOLISMO E A UNIÃO ENTRE OS MAÇONS





O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que Corda de Oitenta e Um Nós é a corda que circunda a Loja, que simbolizam a União e a Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da Terra.

A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos do templo maçônico, em alguns ritos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (no caso do REAA).

Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros - trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe - medievais, que cercavam o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local. 

O nó central dessa corda deve estar acima do Trono (cadeira do V.:M.:) e acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação). 

Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural - de sisal - com os nós eqüidistantes em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:
    1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo, etc., além da Trindade cristã. 

    2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3). 

    3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado.
Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Observamos ainda que o simbolismo e a utilização físicada Corda é bem mais antigo, o Escritor Maçônico Irm.'. C.W Leadbeater nos diz que na antiga Maçonaria no começo do século dezoito se marcava no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e este diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas, e até hoje os franceses a descrevem como sendo "uma corda com lindos nós, que rodeia o painel".

 Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo maçom deve ter em sua mente em toda circunstância de sua vida.


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
" O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática" , José Castellani
"A Vida Oculta na Maçonaria", Charles Webster Leadbeater


António Dagoberto de Jesus Rios, A.'. M.'.
ARLS Fibra e Força Valentense, Valente - BA, Brasil.