Tradução: José Filardo
A primeira loja em terra africana foi criada em Saint Louis du Sénégal em 1781. Com tudo isso, a maçonaria permanece ali um apanágio exclusivo de europeus: foi preciso aguardar até o início do Século XX para que fossem iniciados os primeiros africanos. Muitos entre eles marcarão a história da África, como Blaise Diagne, originário do Senégal que se tornará deputado e sub-secretário de estado das Colônias (1931-1932).
Depois da Segunda Guerra Mundial o movimento não para de seduzir as elites africanas que estudam agora nas universidades francesas. Todos militam pela independência de seu país; desde 1960, uma confraria realmente africana vê a luz do dia, amplamente implantada nos mais altos escalões dos novos Estados. Todo-poderosa, ela suscita, entretanto, temores, quando não uma franca hostilidade. Os motivos? Eles são, por vezes, religiosos – o catolicismo e o Islã sempre se opuseram à implantação de lojas – mas, sobretudo políticos.
Na Costa do Marfim, desde 1963, Félix Houphouët-Boigny as impede e as reprime, acusando-as de fomentar conspirações. Uma paranoia amplamente difundida, que conduz à sua intervenção e perseguição em outros países, tais como o Bénin, Madagascar, Zaïre, Guiné e Mali. Nos anos 70, as perseguições chegam ao fim; a maçonaria africana toma um desenvolvimento quase irresistível.
Para o melhor? Nem sempre! Os apetites de poder são numerosos e as lojas rapidamente se tornam etapas incontornáveis em direção ao topo. Mais ainda, os regimes implantados monopolizam as ferramentas maçônicas. Numerosos presidentes africanos são abertamente maçons e se instalam na chefia das obediências de seus países.
A partir daí os ideais humanistas dão lugar à instrumentalização comercial, à corrupção, à rede Françafrique. É o que faz com que se diga que na África de hoje, os maçons estão em todos os lugares, mas a maçonaria não está em lugar algum…
Fonte: bibliot3ca.wordpress.com
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