domingo, 22 de setembro de 2013

A BANDEIRA DA PAZ UNIVERSAL

Hasteada sobre monumentos culturais e carregada por braços que celebram ou exigem a liberdade, a paz, a fraternidade, a igualdade e a justiça, a Bandeira da Paz é um poderoso símbolo universal, adaptado de elementos simbólicos presentes em diversas culturas pelo sábio Nicholas Roerich, destinada a servir como divisa da elevação da cultura e da paz por sobre guerra.
Ela foi desenvolvida como símbolo do Pacto Roerich, um tratado internacional assinado em 15 de abril de 1935, o primeiro dedicado à proteção das instituições artísticas e científicas e dos monumentos históricos. A ideia mais importante deste Pacto é o reconhecimento legal do fato de que a defesa dos objetos culturais é mais importante do que a defesa militar, e que a proteção da cultura sempre deve preceder qualquer necessidade militar.
A Bandeira foi proposta por Nicholas Roerich, para um Pacto Internacional dos valores culturais, que em suas palavras corresponde a um ideal humanitário destinado a ser o guardião das realizações culturais da humanidade.
Isso a torna um instrumento semelhante à Cruz Vermelha, que por sua vez está destinada ao trabalho de aliviar os sofrimentos físicos dos seres humanos. Mais abstrata no entanto, a Bandeira deve ser o símbolo do planeta como um todo, de todo o mundo civilizado, e não de uma única nação.
O filósofo e pintor Nicholas Roerich (1874–1947) foi quem deu início ao movimento moderno que defende e preserva os objetos culturais, como princípio fundamental da ideia de Paz entre as Civilizações. Além de ser reconhecido como um dos maiores pintores russos, seu maior feito durante a vida foi o Pacto Roerich, assinado pelos congressistas dos estados americanos no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC.
Nicholas Roerich nasceu em São Petersburgo, e desde cedo recebeu o estímulo de seus pais para que se dedicasse à pintura. Aos 26 anos de idade ele se mudou para Paris, para aprender com Fernand Cormon, o professor de Van Gogh e Toulouse Lautrec. De volta à São Petersburgo, casou-se com Helena Shaposhnikova, quem se tornaria a criadora da filosofia do Agni Yoga.
A ideia de proteção dos monumentos culturais foi formulada antes de sua ida à Paris. Durante suas escavações na província de São Petersburgo, Roerich percebeu a necessidade de defender a visão de mundo que as civilizações antigas legaram ao mundo moderno na forma de monumentos.
Logo depois, Roerich e sua esposa viajaram por cerca de quarenta antigas cidades russas, criando uma ampla série de estudos arqueológicos e quase uma centena de pinturas dos lugares visitados. Então, desde a guerra entre a Rússia e o Japão (1904–1905), Roerich passou a escrever por mais de uma década diversos artigos nos quais expressava a necessidade de um tratado especial para a proteção das instituições e dos monumentos culturais.
Apenas em 1929, mediante a colaboração de um doutor em Direito Internacional e Ciências Políticas de Paris, Roerich preparou o projeto de um Pacto para a proteção dos valores culturais. Ao mesmo tempo, propôs um símbolo distintivo para identificar os objetos que tivessem a necessidade desta proteção, que viria a se tornar a Bandeira da Paz.
Seu fundo branco ostenta esferas da cor do amaranto, três delas unidas dentro de um círculo para simbolizar a Eternidade e a Unidade. O sinal da Trindade pode ser encontrado espalhado por todo o mundo, especialmente nas religiões. Contudo, cada pessoa pode enxergar nestas três esferas avermelhadas e no círculo que as envolve aquilo que bem entender.
Há quem enxergue neste símbolo o passado, o presente e o futuro, unidos pelo círculo da eternidade. Outros verão a religião, a ciência e a arte inseridas no círculo da cultura. Cristãos enxergarão a Santíssima Trindade, budistas verão o Buda, o Dharma e o Sangha, hindus reverenciarão a Trimurti, ou seja, Brahma, Vishnu e Shiva, enquanto os gnósticos recordarão da Morte, do Nascimento e do Sacrifício, os Três Fatores de Revolução da Consciência.

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