segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A ORIGEM DO PODER DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Os cavaleiros templários foram lendários monges soldados da Idade Média, conhecidos como guerreiros de Deus, vistos como homens sagrados e também como lutadores perversos, devotados à pobreza, porém mais ricos que os reis. Eles alcançaram um poder inigualável em sua época, e algumas lendas sugerem que a fonte deste poder era o Santo Graal, a mais preciosa relíquia de toda a cristandade.

Mesmo assim, justamente quando desfrutavam de seu auge, os templários acabaram sendo destruídos e sua fortuna desapareceu para sempre. Este triste fim foi decretado pela própria Igreja Católica que lhes serviu de berço, pois devido às suas práticas obscuras em relação à doutrina cristã e ao dinheiro, eles foram acusados de múltiplas heresias, e mortos por isso.

Em 18 de março de 1314 d.C., um dos homens mais poderosos de toda a Europa, chamado Jacques de Molay, é executado na fogueira, sob as acusações de adoração ao diabo, sodomia e chantagem envolvendo dinheiro. Jacques de Molay é um dos 69 homens queimados vivos naquele dia sob as ordens do rei Felipe IV da França. Ele é um dos Cavaleiros Templários, uma das irmandades mais misteriosas da história.

Os templários se denominavam os pobres cavaleiros de cristo, mas mesmo assim eles se tornaram uma das organizações mais ricas da Europa. Diziam que a fonte de sua riqueza era uma antiga relíquia, que fora descoberta sob as ruínas de um antigo templo judeu em Jerusalém, e que muitos, mas nem todos, consideram ser o Santo Graal.

A intrigante história dos cavaleiros templários tem início com as Cruzadas, expedições militares encomendadas pela Igreja Católica e abençoadas pelo Papa, com o objetivo de auxiliar os cristãos do oriente e o Império Bizantino a reabrir os caminhos de acesso às regiões sagradas ao redor de Jerusalém, as quais tinham sido fechadas pelos muçulmanos.

No ano 1096 d.C. um exército de cavaleiros europeus marcha ao longo de milhares de quilômetros para uma região denominada Terra Santa. Naquela época, os muçulmanos dominavam o Oriente Médio e uma região que vai da Pérsia à Espanha, atravessando o norte da África, e ofereciam resistência à entrada de cristãos nestas regiões. Então, o Papa Urbano II convoca uma guerra santa para resgatar Jerusalém, a cidade mais sagrada do cristianismo.

Após três anos de viagem, os cavaleiros chegaram ao seu destino, e em algumas semanas conquistaram a cidade em meio a uma carnificina e a um banho de sangue sem precedentes. Para governar o novo reinado que agora se estabelecia em Jerusalém, os cavaleiros escolheram alguém de seu próprio meio, e ano após ano continuam a lutar para manter o seu solo sagrado.

No ano 1118 d.C., eles escolheram o conde de Edessa para ser seu terceiro líder, o qual ficou conhecido como Balduíno II. O novo rei de Jerusalém recebeu então a visita de um cavaleiro cruzado e nobre francês chamado Hugo de Payens, quem idealizou a criação de uma nova ordem militar, cuja finalidade seria proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém do ataque de ladrões e de muçulmanos que atacavam os reinos cristãos que haviam sido recentemente criados no Oriente.

Estava fundada a Ordem dos Templários, que de um grupo de nove cavaleiros se transformaria em pouco tempo em um exército de milhares. Eles se denominavam a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, mas logo eles ficaram conhecidos como os Cavaleiros Templários, guerreiros e monges que faziam votos de pobreza, obediência e celibato.

Com o passar do tempo eles foram adquirindo uma aura mística de poder. Além de suas habilidades em batalha e de sua dedicação mística monástica, o mito do imenso poder desta ordem foi reforçado pela própria sede dos Cavaleiros Templários, que consistia em uma parte de um antigo templo judeu onde outrora já estivera a Arca da Aliança, e onde o próprio Jesus havia entregado seus ensinamentos.

Foi neste lugar sagrado que os templários encontraram aquilo que pode ter moldado definitivamente o seu destino. Segundo as lendas, por baixo do antigo templo, os cavaleiros fizeram uma das mais notáveis descobertas de todos os tempos. De posse de um antigo pergaminho que fornecia a localização de antigos tesouros judeus, eles passaram nove anos cavando túneis até encontrarem, entre tantas outras coisas, o Santo Graal.

Na Idade Média, o Graal é tema de incontáveis lendas e canções, figurando como a taça que Jesus utilizou na última ceia com seus apóstolos, o evento que inaugura o principal dos sacramentos do Cristianismo. Além disso, o Santo Graal teria sido o recipiente em que foi recolhido seu sangue quando Cristo foi ferido com a Lança de Longinus.

Contudo, existem também especulações de que os templários teriam encontrado um livro com um registro dos descendentes de Jesus em seu suposto matrimônio com Maria Madalena. De acordo com esta teoria, a palavra Santo Graal seria na verdade uma expressão levemente alterada, que em sua origem significaria Sangue Real, numa referência aos filhos de Jesus.

Para muitos, a teoria do Sangue Real como a fonte de poder dos Cavaleiros Templários faz mais sentido do que a de uma relíquia. Provar que Jesus casou e teve filhos balançaria os fundamentos do cristianismo e ameaçaria toda a estrutura de poder da Europa medieval. Certamente, a Igreja pagaria qualquer preço para suprimir esta informação.

Curiosamente, Hugo de Payens deixa a Terra Santa para ir ao Concílio de Troyes, na França. Ninguém sabe o que foi discutido lá, mas o Papa Honório II dá aos templários a sua bênção, e seu sucessor, o Papa Inocêncio, confere aos cavaleiros poderes sem precedentes, como a imunidade das leis, regulamentações e taxas de cada nação, fazendo da ordem uma poderosa força autônoma.

Por outro lado, historiadores consideram que o poder dos Templários era o resultado de suas boas relações e de sua influência financeira. Registros apontam que os templários administravam grandes quantidades de recursos de maneira bastante eficiente. Mais que isso, eles teriam se tornado hábeis em emprestar dinheiro à juros, o que na época era considerado simonia e usura.

Há quem credite aos templários a invenção do cheque e das linhas de crédito. No final de 1200 d. C. os templários já são uma das mais ricas e poderosas organizações europeias. Contudo, mais para o final do século, o ideal das Cruzadas perde força na Europa, e os templários já não são mais tão bem vistos como antes. Além disso, o rei da França estava praticamente falido, e seu principal credor era justamente a Ordem dos Templários.

O destino da ordem havia sido colocado nas mãos do nobre francês Jacques de Molay, que buscou reerguer o espírito das Cruzadas, mas tudo foi em vão. Os templários foram presos, torturados e condenados à fogueira. As acusações eram múltiplas e bizarras, nem todas elas relacionadas à especulação financeira, mas à adoração do demônio na forma da figura esotérica conhecida como Baphomet.

Com tantas torturas e em meio a tantas acusações sem sentido, mescladas com informações esparsas sobre o gnosticismo praticado pelos Templários, até hoje não se tem certeza sobre qual a verdadeira fonte de poder desta ordem. Os historiadores se atêm às teorias políticas e econômicas, as quais não precisam ser necessariamente falsas para que a versão mística do seu poder seja considerada.

São muitos os indícios de que os Templários tiveram contato com algo secreto e grande valor, o que acabou sendo representado como o Santo Graal, seja como elementos da última ceia ou registro de descendência do matrimônio entre Jesus e Maria Madalena. Para os gnósticos, os templários teriam descoberto o segredo da união com Deus através do conhecimento, desafiando assim o dogma da fé católica e figurando como uma ameaça à estrutura medieval de poder da Igreja e do estado francês.
 
Fonte: www.sgi.org.br

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