sexta-feira, 30 de agosto de 2013

APAGANDO VELINHAS

Quem comemorou mais uma primavera no dia de hoje foi a presidente do Clube de Samaritanas da Loja São José, a cunhada Idaíres, esposa do V.'.M.'. Mário Azevedo de Paiva.
Que o G.'.A.'.D.'.U.'. abençôe a nossa cunhada e seus familiares, enchendo seu lar de saúde, paz e felicidades!


A HISTÓRIA DOS RITOS DE MEMPHIS-MISRAIM

A história dos Ritos de Misraim, Memphis, Memphis-Misraim é extraordinariamente confusa. Desde obscuras origens legendárias até as modernas correntes do Século XXI, quem tentar fazer uma história verídica corre o risco de ser extremamente parcial em função das fontes de dados, tão escassa.
A principais fontes de abastecimento de dados são os que oferecem as mesmas Obediências em suas páginas de Internet, mais o que aparece em alguns livros (escassos e difíceis de conseguir) sobre o Rito.
Por outra parte, os poucos historiadores que escreveram sobre estes temas tiveram que recorrer por sua vez as fontes de dados não validadas, que levantam fortes interrogações sobre os antecedentes deste Rito. Os livros proporcionam poucas imagens de documentos e o leitor que quer ser imparcial, observa que nada traz o conhecimento completo. Cada um posse uma parte do “Corpo de Osíris”. Talvez este seja o mistério da Maçonaria de Misraim e Memphis: o Iniciado deve reunir como um quebra-cabeça esotérico, os fragmentos de sabedoria espalhados por todo o mundo.

Então Podemos Dizer Que Assim Começa a História:

O RITO PRIMITIVO

Em 1780, o Marquês de Chefdebien fundou o “Rito Primitivo” (em Narbonne, França).

GAD BÉDARRIDE

Em 1782, um misterioso “iniciador egípcio”, de nome místico “Ananiah” (“O Sábio”), de visita a Cavaillon (França), inicia Gad Bédarride. Este, por sua vez, inicia os seus filhos, que vêm a tornar-se nos principais difusores do Rito Egípcio naquele país.

O RITO DOS PERFEITOS INICIADOS NO EGIPTO

Em 1788, em Veneza, foi criado o “Rito dos Perfeitos Iniciados do Egipto, ou Rito de Misraïm”. Este Rito deu continuidade aos trabalhos iniciados por Cagliostro e funcionava com uma Carta Constitutiva que ele passara a um grupo protestante (os Socisienos) por ele iniciados no Rito Egípcio. Estes trabalhos foram difundidos em França por alguns Maçons que tinham participado na campanha de Napoleão no Egipto.

A AUTÊNTICA TRADIÇÃO

1801 marca a data em que surgem numerosos ritos reclamando a autentica tradição egípcia e são constituídas muitas Lojas com esta finalidade.

A GRANDE LOJA FRANCESA DE MISRAÏM

Foi em 1810 que os três irmãos, Michel, Marc e Joseph Bedarride fundaram a Grande Loja Francesa de Misraïm, com poderes outorgados pelo Grande Comendador Italiano De Lassalle. Fiéis à tradição, enfatizaram na sua ritualística a história do primeiro rei do Egipto (detentor dos segredos da Ordem): Misraïm.

SAMUEL HONIS E MARCONIS DE NÉGRE

Em 1815, também em França (Montauban), Samuel Honis e Marconis de Négre, cavaleiros templários iniciados pelo egípcio Ormuz, sacerdote de Memphis (convertido ao Cristianismo por São Marcos), fundaram uma outra obediência do Rito de Memphis.

O RITO DE MISRAÏM

A primeira menção ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão, Gênova e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-Mestrado em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos Bedarride desenvolveram o Rito na França, de certa forma sob a proteção do Rito Escocês. Ilustres Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Duque Decazes, o Duque de Saxe-Weimar, o Duque de Leicester e o Tenente Coronel de Teste, entre outros.

O RITO DE MEMPHIS

A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande Oriente de França. No Cairo eles descobriram uma sobrevivência gnóstico-hermética e no Líbano entraram em contato com a Maçonaria drusa, a mesma encontrada por Gérard de Nerval, remontando assim à Maçonaria “operativa” que acompanhava os seus protetores, os Templários. Conseqüentemente, os Irmãos da Missão do Egito decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra. E assim nascia em 1815 o Rito de Memphis , em Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre, com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e Giuseppe Garibaldi, ele que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.

HISTÓRIA DO RITO DE MEMPHIS-MISRAÏM

Essa Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu quando os dois Ritos, de Memphis e de Misraim, foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu primeiro Grão-Mestre.
O Rito de Misraim foi fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que o erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os Altos Graus da Maçonaria Templária Alemã.
O Rito de Memphis foi constituído em Montauban em 1815, por Franco-Maçons que em 1799 haviam participado com Napoleão Bonaparte da Missão do Egito. A esses dois Ritos foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências Esotéricas do século XVIII: do Rito Primitivo e do Rito dos Philadelphos, entre outros.

O RITO DE MEMPHIS-MISRAÏM

Até 1881 os Ritos de Memphis e Misraim seguiam rotas paralelas e concordes, no mesmo clima particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo no hermetismo e no ocultismo.
O Rito de Memphis-Misraim perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática e das ciências iniciáticas.

O RITO ORIENTAL ANTIGO E PRIMITIVO DE MEMPHIS

Em 1947, alguns maçons assumiram uma postura revivalista e insistiram em fazer ressurgir O Rito de Memphis (independentemente de continuar a existir o rito unificado de Memphis e Misraïm), com a designação de “Rito Oriental Antigo e Primitivo de Memphis”. Apresentaram-no como tratando-se de uma síntese de todos os ritos filosóficos, herméticos e alquimistas, e disseram ser uma continuação do Rito Primitivo de Philalethes.

RITO ANTIGO E PRIMITIVO DE MEMPHIS-MISRAÏM

Em 1959 foi criado o “Supremo Conselho Mundial das Ordens Maçónicas de Memphis e Misraïm”, agremiando todos os Ritos Egípcios antigos.
Em 1963, passou a existir somente a designação de «Rito Antigo e Primitivo de Memphis Misraïm». A partir desta data surgiram Potencias (Soberanos Santuários) Nacionais, Continentais, Internacionais, e outros com Jurisdições definidas por idiomas (também com carácter internacional).
Memphis: Cidade do antigo Egito, situada no delta do Nilo. Ali foi criado o Rito por iniciados que estavam em contato com essa antiga civilização.
Misraim: Essa palavra é a forma plural de “egípcio”. O Rito aparece em Veneza, num grupo de socinianos. A patente constitucional foi dada por Cagliostro.
Retirado da Obra: Robert Ambelaim – A antiga Franco-Maçonaria de Memphis-Misraim
Pelo Ir.’. Marco Antônio Queixada (Xuxa)
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terça-feira, 27 de agosto de 2013

O ANJO DA VIDA

Duas mulheres, uma anciã e uma jovem viúva, estão sentadas em um quarto, na penumbra. As mãos da jovem seguram o retrato do marido que acaba de perder a vida em um acidente. Tinham-no enterrado na manhã daquele dia.
Seus vestidos de luto fazem com que dos seus rostos e mãos emane uma pálida claridade.
Por muito tempo as duas mulheres ficaram sentadas, sem palavras e sem lágrimas. Finalmente a anciã tira das mãos da neta o retrato do marido e diz com voz baixa:
- H...
A anciã não encontrando palavras para consolar a jovem, tenta uma parabola de Jesus:
- Filha, ouve o que quero dizer-te.
A jovem não responde, mas a anciã começa a falar:
- Quando Deus me deu o primeiro filho, aconteceu que ele ficou doente e eu, sentada à noite ao seu lado, com uma mão no berço, e a outra no terço adormeci.
Tive um sonho muito estranho: detrás de uma cortina longa e densa saiu um anjo escuro e aproximou-se do berço, querendo levar o meu filho. Estendi logo as mãos com o terço e sobre o berço gritei:
- Não, Morte, não te deixo levar o meu filho!
O anjo sorriu e disse:
- Não me chamo Morte, chamo-me vida! Precisarei levar o teu filho. Ou preferes trocar? Queres este em lugar do bebê? Erguendo ele a cortina, saiu de lá um menino bonito e forte, de pele clara, olhos azuis e cabelos louros em caracóis. Mas a mim era estranho e gritei:
- Não, não o quero! Antes mata-me.
Ninguém pode matar – replicou o anjo – Precisas concordar com a troca! Ou preferes este?
O menino desapareceu e em seu lugar apareceu um jovem.
- Toma este! Vê como ele é belo, seus membros bem proporcionados, corpo e alma com forças vibrantes.
- Não, não! – gritei outra vez.
E o anjo disse:
- Mas este amarás com certeza. – E mostrou-me a imagem de um homem de barba escura, bronzeado pelo sol e pelos ventos.
- Não, – voltei a gritar – nunca o amarei! Vou odiá-lo!
- Mas este aqui – o anjo continuou a argumentar comigo: era um velho de ombros largos e cabelos grisalhos.
- Não, não, não! Jamais trocarei. Vai embora e não toques no meu filhinho!
O anjo sorriu outra vez, dizendo:

- Certamente irás trocar e serás feliz. Vida e morte são uma coisa só. A morte não existe.
Assim dizendo, desapareceu. Acordei trêmula, ao lado do berço do meu filho que estava dormindo tranqüilamente. Os anos passaram e eu fui trocando: o bebê pelo menino, o menino pelo jovem, o jovem pelo homem e o homem pelo velho. E fui me lembrando de cada um como o tinha visto no sonho.
De todos eles, só o grisalho tu bem conheces: é meu filho, o teu pai!
A anciã se calou. E a jovem viúva ergueu o retrato do marido, dizendo:

- Mas isto aqui não é troca, vovó, isto é roubo!
- Espera – disse a anciã – ainda não terminei. Na noite seguinte o sonho se repetiu, e na minha visão o anjo voltou.
Vi outra vez o menino, o jovem, o homem e o velho e não quis saber nada deles. Mas, depois de mostrar-me tudo como na noite anterior, o anjo disse:
- Até aqui era só por brincadeira. Agora precisas aceitar uma troca bem mais difícil: aceita este em troca!
- Mas não vejo ninguém! – exclamei.
- Não podes vê-lo – replicou o anjo.
- Mas também não ouço ninguém.
- Pois ele não se deixa ouvir – respondeu o anjo.
Eu tateava ao redor:
- Ninguém está aqui!
E o anjo disse:
- Tampouco podes palpá-lo.
- Então zombas de mim?
- Não. Tu não me entendes. Vou falar de outra maneira.
- Tu me darias os teus olhos em troca do filho?
- Leva-os! – gritei.
Logo caiu uma escuridão profunda sobre mim, mas ouvia ainda a respiração tranqüila do meu filho, como se fosse uma brisa noturna deliciosa.
- Mas não é ainda suficiente – disse o anjo – Dá-me a tua audição.
- Leva-a! – ordenei, e peguei o corpinho de meu filho com as duas mãos, beijando-o ternamente.
- Mas ainda não é suficiente – exigiu o anjo novamente.
- Dá-me todos os teus sentidos.
- Leva-os todos! – gritei, e afundei no nada.
- Onde está o meu filho? Onde?
- Podes crer: ele vive. O que desaparece dos sentidos nem por isso está morto.
A morte não existe para aqueles que tem Jesus como seu salvador, Deus criou só a vida. Entendes agora?
A estas palavras do anjo acordei. Muitas vezes tenho meditado sobre o que o anjo disse, e paulatinamente comecei a compreender. Muitas vezes somos servos dos nossos sentidos. Mas Deus como Senhor dos mil sentidos consegue transformar o que amamos, mil vezes.
São transformações que não nos permitem ver, nem ouvir, nem apalpar. É por isso que falamos da morte.
Mas a morte não existe quando se tem Jesus como vida.
A vida natural rouba, e dá sem cessar. Se soubermos isto, qualquer sofrimento poderá transformar-se em alegria antecipada.
A anciã calou-se. Depois de algum tempo a jovem viúva repousou a cabeça nas mãos da velha, perguntando:
- Quem te ensinou tudo isso, amada avó?
- A vida, minha filha, a vida…
E a anciã acrescentou:
…e a morte!

Ir.’. Carmo Capozzi - www.revistauniversomaconico.com.br

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

TEMPLO DE ZOROBABEL

Não há tantas informações a respeito desse templo, com a volta da primeira leva de cativos, da Babilônia, os judeus começaram então a reconstrução do que era o templo de Salomão.
Na época, o governador era Zorobabel, Josué, era líder-chave e importante nesse cenário, já haviam restaurado o altar, porém a obra no templo tornou-se mais lenta.
Os profetas levantados por Deus foram Ageu e Zacarias, que incentivando o povo à reconstrução do templo, lembrava-os inclusive de existirem cartas do Rei Ciro que os autorizava a reconstrução.
Embora tivessem começado com carinho e prestezas acomodaram-se por causa das dificuldades e o trabalho foi paralisado.
Os inimigos, samaritanos, que prejudicaram a obra fazendo-a ficar parada por mais de 15 anos, fizeram com que os judeus ficassem acomodados e desanimados, outro motivo era que o templo era inferior ao de Salomão.
Ageu os encorajou com a mensagem de Deus, de que a glória desse templo ultrapassaria a do anterior. A parte mais importante do santuário é a presença de Deus. Aproximadamente 500 anos mais tarde, Jesus Cristo caminharia pelos ários do templo.
Deus pergunta ao povo como podiam viver com tanto luxo, enquanto a sua casa estava em ruínas. O templo era o símbolo do relacionamento entre Judá e o Senhor, mais ainda estava demolido.
Ao invés de terminarem a obra, o povo empregava tempo para embelezar suas próprias casas, porém, quanto mais trabalhavam para si mesmos, menos tinham, porque ignoravam sua vida espiritual. O seu trabalho não era produtivo, não era frutífero e suas posses materiais não eram satisfatórias.
O problema de Judá eram suas prioridades. O povo só começou a reconstrução após 23 dias de Ageu ter anunciado sua mensagem.
Não consta nenhuma informação sobre suas dimensões ou medidas, contudo, supomos ser inferior ao templo de Salomão, de forma que cidadãos diziam que ao terminar a construção seria como “nada”, essa foi a expressão usada na época.
Ag 2:3-4 – “Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e “esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra”, “diz o Senhor”, “e trabalhai; porque eu sou convosco”, diz o Senhor dos exércitos.
Recolocaram os fundamentos do templo, imediatamente Deus os abençoou. Ele não esperou o projeto ser concluído. O Senhor frequentemente envia seu encorajamento e aprovação assim que damos os primeiros passos em obediência. O anseio de Deus é nos abençoar!
Deus concluiu Sua mensagem a Zorobabel com a tremenda afirmação: “Porque te escolhi”. A mensagem tinha o objetivo de ensinar o povo suas verdadeiras prioridades.
Deus sempre quis estar com seu povo, amém!
Então, foi assim que antes do nascimento do Salvador, Israel ficou sem templo. O povo dividira-se: havia dois reinos (Israel e Judá) inimigos um do outro. O povo tornara-se idólatra e totalmente iníquo, e o Senhor rejeitara a ele e ao seu santuário. O reino de Israel, formado aproximadamente por 10 das 12 tribos, fora subjugado pela Assíria por volta de 721 a. C. e, cem anos depois, a Babilônia conquistou o reino de Judá.
Durante 70 anos, o povo de Judá, que passou a ser chamado de judeu, permaneceu na servidão, exatamente como fora predito. (Jr 25:11–12; 29:10).
Durante o reinado favorável de Ciro (Ed 1, 2) e de Dario (Ed 6) os judeus receberam permissão de voltar a Jerusalém e voltar a edificar um templo como prescreviam suas crenças.
Em homenagem ao diretor da obra, o templo restaurado ficou historicamente conhecido como o Templo de Zorobabel. O alicerce foi colocado com uma cerimônia solene e, nessa ocasião, as pessoas mais velhas que sobreviveram e lembravam-se do antigo templo choraram de alegria. (Ed 3:12–13).
A despeito das formalidades legais (Ed 4:4–24) e outros obstáculos, o trabalho continuou e depois de voltarem do cativeiro, os judeus estavam com o templo pronto para a dedicação.
O Templo de Zorobabel foi terminado, exatamente no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario. A cerimônia dedicatória foi realizada em seguida. (Ed 6:15–22). É verdade que, no que se refere à riqueza do acabamento e da mobília, esse templo era bem inferior ao Templo de Salomão, mas era o melhor que o povo podia construir e o Senhor aceitou-o como a oferta que simbolizava o amor e devoção de Seus filhos.
O fato de que profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias ministraram entre as paredes desse templo são prova da aceitação divina.
Ir.’.Marco Antônio Queixada
M.’.M.’.Vice • Presidente do PLD
Município de São Paulo • www.pld.org.br
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domingo, 25 de agosto de 2013

A MAÇONARIA NEGRA...

...OU PRINCE HALL
Prince Hall era um escravo que trabalhava em couro, perto de Boston, Massachusetts. Seu senhorio, em 1749, era William Hall. Em 9 de abril de 1770, como reconhecimento pelos seus trabalhos, foi alforriado após 21 anos de serviço. Provavelmente, Prince Hall nasceu em 1735. Conjectura-se onde: em Boston, Massachusetts ou em Barbados (Caribe). Documentos da época listam 21 pessoas do sexo masculino cujo nome era Prince Hall. Portanto, estes dados são especulativos;  usa-se aqui os dados oficiais da Most Worshipful Prince Hall Grand Lodge of State of New York.
Após alforriado, consta que Prince Hall trabalhou como abolicionista. Conta-se que ele lutou pela existência de leis que protegessem, de seqüestro, os negros alforriados dos traficantes de escravos, em Massachusetts. Fez campanha para fundação de escolas para crianças negras, tendo tido uma escola em sua própria casa. Prince Hall e outros 14 negros livres e amigos da mesma região, se aproximaram de um alojamento britânico de maçons, pertencentes ao 38º Regimento em Boston. Estes 15 negros foram iniciados na Loja do alojamento britânico (Irish Constitution Military Lodge nº 441) em 6 de março de 1775. (Na época, a  Irlanda pertencia ao Reino Unido). É provável que Prince Hall tenha servido nas milícias de Massachusetts durante a Guerra Revolucionária Norte-Americana (1775–1783) ou  na Guerra da Independência. (Isto também é uma especulação, pois que há registros de 6 militares da época com o nome de Prince Hall).  Após o retorno do regimento britânico à Grã-Bretanha, foi solicitada a permissão para que, os que permaneceram em Boston, formassem uma Loja. Em 3 de julho de 1775 (um ano antes da Declaração de Independência dos EUA) o grupo formou a primeira loja de maçons negros e livres do mundo, a African Lodge nº 1 (Loja Africana nº 1). Na época, a Loja só estava autorizada a funcionar nos dias de São João (24 de junho e 27 de dezembro) e conduzir funerais maçônicos, mas não poderia conferir graus nem qualquer outro trabalho maçônico. Prince Hall foi eleito seu primeiro Mestre da Loja. Foi o fundador da “Maçonaria Negra” nos EUA, conhecida, hoje, como Maçonaria Prince Hall.  A African Lodge nº 1 foi excluída, como loja, pela Grande Loja Provincial de Massachusetts. Entretanto, a Grande Loja de Londres, em 29 de setembro de 1784 (não existia, ainda, Grande Loja Unida da Inglaterra), concedeu uma carta constitutiva como African Lodge nº 459, carta esta que só chegou a Boston em 1787. Esta Loja contribuiu para o Fundo de Caridade da Grande Loja de Londres até 1797. Depois de 1802, com problemas de comunicação entre a América do Norte e Inglaterra, devido às guerras napoleônicas, foi perdido o contato entre A Loja Africana e a Grande Loja de Londres.
Embora o Grão Mestre da América do Norte, John Rowe, tivesse permitido os trabalhos da Loja Africana, esta permaneceu separada da maçonaria branca nos EUA porque os maçons brancos não aceitavam os maçons negros.  Havia problemas de racismo e segregacionismo.  Prince Hall expandiu a maçonaria negra para outras cidades e, em 24 de junho de 1797, 22 anos depois, uma segunda loja negra (Hiram Lodge, sem número devido à perda de contato) foi fundada em Providence, Rhode Island.  Um ano depois, outra loja negra; desta vez, em Philadelphia (African Lodge No. 459 B – observa-se o mesmo número da primeira Loja Africana).
Logo depois, em 1812, fundou-se uma Loja Prince Hall em New York. Após a criação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813, as Lojas Africanas, na América, tiveram seus registros omitidos (não se sabe bem o porquê), não havendo contato por muitos anos. Entretanto, a carta constitutiva não foi retirada das Lojas Africanas. Como as cartas constitutivas das Lojas brancas foram retiradas apos a declaração da independencia (1776) e a carta constitutiva da loja africana não foi retirada, os maçons Prince Hall dizem, hoje, que a maçonaria Prince Hall é a mais antiga maçonaria regular e a mais autentica dos EUA.
Na maçonaria norte-americana, a formalidade de ingresso de novos membros envolve um escrutínio secreto (voto anônimo) e a concordância, absolutamente unânime, após sindicância. Em vista disso, houve racismo e segregação nas Grandes Lojas (lojas “brancas”) e, igualmente, nas Lojas Prince Hall (lojas “negras”). Embora as leis norte-americanas e a moral maçônica condenem o racismo, é impossível identificar um voto anônimo. Este sistema de segregação racial, na maçonaria norte-americana, perdurou até 1960, com raras exceções e ainda persiste até hoje, em algumas jurisdições. São poucas as lojas norte-americanas (das Grandes Lojas) que tinham membros afrodescendentes e, igualmente, são muito poucas as Lojas Prince Hall que tinham membros caucasianos. Houve, tambem, declarações  explicitas de racismo, nos regulamentos das lojas brancas. Hoje os maçons Prince Hall chamam as lojas brancas, pejorativamente, de Maçonaria caucasiana;  por outro lado os maçons das lojas brancas chamam, pejorativamente, os maçons afro-americanos de Maçonaria negra.
Prince Hall morreu em Boston em 4 de dezembro de 1807. Um ano após sua morte, a Loja Africana nº 1 passou a chamar-se Loja Prince Hall, em honra a Prince Hall. Em 1815, foi formada a Prince Hall Grand Lodge of Pennsylvania. Em 1827, a Grande Loja de Massachussets recusou o reconhecimento das Lojas Africanas, tendo, então, sido formada a Grande Loja Africana de Massachussets.
Na década de 1830, procurou-se formar a National African Grand Lodge, sem sucesso. Mas, na década de 1840, foram formadas Prince Hall Grand Lodges em vários estados dos EUA e algumas no Caribe. Todas as Prince Hall Grand Lodges são oriundas da Prince Hall Grand Lodges of Massachusetts.
Por muitos anos, as lojas Prince Hall e as Grandes Lojas, nos EUA, fizeram um trabalho integrado, ainda que não tivesse havido um reconhecimento formal. Isto não ocorreu (e, em certos casos, ainda não ocorre) em alguns estados do sul dos EUA, de tradição segregacionista. Não obstante sua formação incomum, a Prince Hall Grand Lodges of Massachusetts foi, finalmente, em dezembro de 1994, aceita como regular e reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra. Em verdade, na prática, foi “renovado o reconhecimento” de 1784. Mas, até hoje, as lojas negras são separadas das lojas brancas, embora haja reconhecimento mútuo e eventuais visitas. Hoje, várias Lojas Prince Hall são reconhecidas e regulares, pela Grande Loja Unida da Inglaterra e são reconhecidas pela maioria das Grandes Lojas estaduais, nos EUA. Segundo dados de 2008, 41 das 51 Grandes Lojas estaduais dos EUA, reconhecem as Grandes Lojas Prince Hall. A tendência é que os 10 estados restantes (quase todos do sul) venham a reconhecer as Grandes Lojas Prince Hall. Observe que, na prática, mas não formalmente, as Grandes Lojas Prince Hall formam uma outra Obediência regular e reconhecida. A maioria das Grandes Lojas do Canadá reconhece as Grandes Lojas Prince Hall. A Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece, atualmente (2006), 21 Grandes Lojas Prince Hall. As Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia reconhecem as Grandes Lojas Prince Hall de Massachusetts e de Connecticut.  Isto é puramente formal, pois, com o reconhecimento e regularização da GLUI, todas as Potências regulares, como o GOB, reconhecem, indiretamente, as Grandes Lojas Prince Hall.
Hoje, existem Lojas Prince Hall nos EUA, Canadá,  Barbados (Caribe), Bahamas, Jamaica, Belize,  Libéria e mais recentemente Africa do Sul. Existem, no mundo, 45 Grandes Lojas Prince Hall, com cerca de 5.000 lojas subordinadas e cerca de 300.000 maçons Prince Hall.
As Lojas Prince Hall têm (ou tiveram) membros notáveis. Cita-se os mais conhecidos:
- Rev. Jesse Jackson, Chicago, Illinois;
- Rev. Al Sharpton, New York, líder de direitos civis;
- Andrew Young, Atlanta, Georgia, ex-embaixador dos EUA na ONU;
- Thurgood Marshall, juiz da Suprema Corte dos EUA;       
- Ralph H. Metcalfe, campeão olímpico;
- Nathaniel "Nat King" Cole, pianista e cantor;
- Edward Kennedy "Duke" Ellington, líder de orquestra, compositor de jazz;
- William “Court” Basie, líder de orquestra e compositor de jazz;
- James Herbert “Eubie” Blake, pianista e compositor de jazz;
além de vários atletas, representantes (deputados) estaduais e federais, prefeitos (e exprefeitos) municipais (Los Angeles, Kansas City, Philadelphia,  Cleveland, Atlanta), exgovernador de estado (Virginia), industriais e executivos de grandes empresas, professores universitários, reitores e ex-reitores (Atlanta University, Tuskegee Institute), atores, comediantes conhecidos, alguns Grão Mestres de Grandes Lojas (não Prince Hall), jornalistas conhecidos (o editor de Ebony e Jet Magazine, e o editor de Chicago Defender),  lideres sindicais e generais do exercito dos EUA. Por último, o mais conhecido e importante:
Barach Hussein Obama II (44º Presidente dos EUA)  é mestre  maçom Prince Hall (iniciado na Harmony Lodge Nº 88, Chicago, Illinois) e é grau 32º do REAA (Sublime Príncipe do Real Segredo) da Maçonaria Prince Hall.

Fonte: www.formadoresdeopiniao.com.br