O silêncio é uma virtude que
deve fazer parte de nossa vida. O poeta inglês Samuel Butler dizia
que “o silêncio é uma virtude que nos torna agradáveis aos
nossos semelhantes”. E quando iniciamos na Maçonaria
juramos guardar o mais profundo silêncio. O silêncio pedido não é
o sigilo. O silêncio pedido é o silêncio para reflexão, do calar
das palavras para melhor meditar sobre os ensinamentos, sobre as
instruções. É o aprofundamento no interior para melhor captação
dos ensinamentos.
O sigilo é outra coisa. É “a
conservação secreta dos conhecimentos havidos por iniciação,
tanto dos métodos de trabalho, como das suas lendas e tradições
que só podem ser comunicadas a outros Irmãos”, diz o Landmark nº
23.
Lembremos-nos de um momento da
iniciação em que ficamos em profundo silêncio, o silêncio pedido
pela Maçonaria, quando estávamos na “caverna”, que chamamos de
“Câmara de Reflexão”, meditando sobre a morte e fazendo o
último testamento da vida. Foi uma oportunidade ímpar passado em
nossa vida. O Irmão Francisco Javier Moreno Martinez em sua Peça de
Arquitetura intitulada “O Silêncio na Maçonaria” destaca:
“Somente o homem capaz de guardar o silêncio será
disciplinado em todos os outros aspectos de seu ser, e assim poderá
se entregar à meditação”. O silêncio é a virtude
maçônica que desenvolve a discrição, corrige os defeitos, permite
usar a prudência e a tolerância em relação aos defeitos e faltas
dos semelhantes.
Finalmente, cabe salientar que
os maçons se reúnem em templos, e "O templo representa a
fortaleza da paz e do silêncio". (Isaías, cap. 30 v.
15)”. Afinal é no silêncio e no trabalho duro com reflexão,
direcionamento e estratégia que o Maçom vai percorrendo os degraus
da vida maçônica. No trabalho duro de desbastar a sua Pedra Bruta,
e no silêncio para desenvolver a discrição, corrigir seus defeitos
e tornando cada vez mais tolerantes para com os Irmãos e o próximo.
Assim, como diz a frase acima,
praticando o silêncio seremos agradáveis aos nossos semelhantes. E
estamos cansados de saber que somente através dos perigos e das
dificuldades que poderemos alcançar a iniciação. Ou seja, é no
trabalho duro e no silêncio que poderemos alcançar o sucesso das
empreitadas do dia a dia. E o Dale Carnegie dá o conselho de que
“trabalhe duro e em silêncio”. Deixe que o seu
sucesso faça barulho”. E o sucesso será o aumento das virtudes,
onde poderá se destacar no meio da comunidade. Desta forma, quanto
mais duro e exigente for o Maçom consigo mesmo, mais fácil se
tornará a vida.
Os Fuzileiros Americanos dizem
que “quanto mais suar em tempo de paz, menos sangrará em
guerra”. Das Leis Básicas da Maçonaria existe uma das
regras que diz que os Maçons devem ser reservados em suas palavras e
obras, a fim de que os mais observadores não descubram aquilo que
não seja oportuno que aprendam. Trabalhemos duro, mas com reflexão,
direcionamento e estratégia, praticando o silêncio e meditando
sobre o lema da Grande Loja da Inglaterra que adotou, depois da
unificação, a legenda: “Audi, Vide, Tace”, ou seja,
“Ouça, Veja, Cale”. O calar é o silêncio no
sentido de meditar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário