sexta-feira, 11 de março de 2016

Simbolismo Maçônico



Simbolismo: A tradição dos símbolos é uma ciência viva. Ela permite aquele que a possui adaptar seus conhecimentos às necessidades de seus irmãos, soerguer uma sociedade que naufraga, amparar e reanimar um coração sem coragem e projetar a luz até onde as próprias trevas parecem ter seu reino absoluto.
Ritualismo, Simbologia e Símbolos: A Simbologia é a ciência mais antiga do mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se expressavam e comunicavam suas tradições. O primeiro aprendizado no mundo foi constituído por símbolos. Em um tempo onde a linguagem oral era ainda incipiente, os símbolos foram o meio de comunicação. A palavra símbolo deriva da palavra grega symbolum, que significa juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos, ideias ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo hemisfério direito do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm um efeito muito poderoso na mente humana, sendo mais eficientes do que palavras. Isso porque o significado contido em um termo muitas vezes, não traduz, de fato, a essência do que busca comunicar.
Simbolismo Maçônico: Toda a estrutura ideológica da Maçonaria está baseada no Simbolismo. Nos símbolos é que se encontram as chaves que abrem o conhecimento do mundo espiritual existente em cada um de nós. Quando falamos do Simbolismo Maçônico, queremos falar não é o do conjunto de símbolos adotados pela Maçonaria, mas sim da concepção que a nossa Instituição tem do símbolo e de como pode ou deve ser utilizado.
Pode-se dividir o simbolismo maçônico em duas categorias: a emblemática e a esquemática. Emblemática: A primeira tem um sentido mais moral a inferir-se por analogia: o Compasso, a medida na pesquisa; Esquadro, a retidão na ação; Maço, vontade na aplicação; Cinzel, discernimento na investigação; Prumo, a perspicácia mental, a profundidade na observação; Nível, uso correto do conhecimento; Régua, figurando a retidão de conduta; Alavanca, poder da vontade; Trolha, benevolência para com todos; a cor branca, a inocência ou pureza; a cruz, o ideal do auto-sacrifício; uma ferramenta, o trabalho.
Esquemática: Comporta um significado mais intelectual, filosófico, ou científico, que pode ou não incluir a primeira: o ponto representando a Vida Una; a Circunferência, o infinito ou a eternidade; o Triângulo, a trina manifestação da Vida Una; o Pentágono, o homem perfeito. O simbolismo realmente iniciático é esquemático e tem sido e tem sido a linguagem inalterável, universalmente usada desde a mais remota Antiguidade para proclamar e perpetuar certas verdades eternas, essenciais à vida humana. No entanto, é mister que cada interessado procure interpretá-lo, compreendê-lo e senti-lo por seus próprio esforço para poder penetrar seus profundos significados.
Nicola Aslan sobre Simbolismo: (...) Cansados e saturados por dois séculos de guerras políticoreligiosas, desiludidos das religiões, ditas reveladas, que as tinham provocado, provocando um verdadeiro caos nos costumes morais e religiosos do povo inglês, os maçons especulativos, surgidos em princípios do século XVIII voltaram às vistas para o simbolismo das religiões da Antiguidade, tentando redescobrir os símbolos do passado e o seu conteúdo doutrinário e iniciático deturpado, desfigurado e velado pela ignorância eclesiástica medieval e pelos sofismas dos doutores escolásticos. Em consequência dos estudos empreendidos pelos estudiosos, formouse a Simbólica Maçônica. Nela são compreendidos Símbolos das mais variadas origens e procedências, que podem ser divididos em cinco classes principais: a) Símbolos místicos e religiosos tradicionais: o Tau (símbolo do poder); o Círculo com um Ponto Central (Sol); o Selo de Salomão ou Escudo de Davi (criação, Deus, perfeição); o Triângulo, o Delta Luminoso, os Três Pontos (a ideia de Deus) etc. b) Símbolos tirados da arte da construção: símbolos dos maçons operativos: o Compasso (medida na pesquisa); o Esquadro (retidão na ação); o Malho (vontade na aplicação); o Cinzel (discernimento na investigação); a Perpendicular (profundeza na observação); o Nível (emprego correto dos conhecimentos); a Régua (precisão na execução); a Alavanca (poder da vontade); a Trolha (benevolência para com todos); o Avental (símbolo do trabalho construtor) etc. c) Símbolos herméticos e alquímicos: o Sol e a Lua; as Colunas B e J; os três princípios da Grande Obra: Enxofre, Mercúrio e Sal; os quatro elementos herméticos: Ar, Água, Terra e Fogo; o VITRIOL, etc. d) Símbolos possuindo um significado particular: a romã (simbolizando os maçons unidos entre si por ideal comum); a Cadeia de União (união fraternal que liga por uma cadeia indissolúvel todos os maçons do globo, sem distinção de seitas e condições); a Estrela Flamejante (a iluminação); a letra G (conhecimento); o ramo de Acácia (imortalidade e inocência); o Pelicano (amor e abnegação), etc. e) Outros símbolos tradicionais: pitagóricos (números); cabalísticos (sefirot); geométricos, religiosos, e todos aqueles que se prestaram a um significado maçônico. De acordo com os seus pontos de vistas particulares, estes símbolos são vistos pelos maçons seja como elementos de Iniciação com significados esotéricos, seja como fórmulas morais comportando significados educativos. De qualquer maneira, as ideias representadas por estes símbolos devem ser admitidas por todos os membros da fraternidade maçônica, sem o que não podem ser considerados verdadeiros maçons. O Nível, por exemplo, representa também a ideia da igualdade, obrigatória entre os maçons. O Esquadro é o emblema da retidão e do direito, princípios que devem ser obrigatoriamente respeitados por todos os maçons. O Malhete é o símbolo da autoridade do Venerável e personifica a disciplina nos trabalhos que todo maçom é obrigado a admitir. E além de representarem fórmulas ou ideias morais, os Símbolos são uma espécie de linguagem que une os maçons entre si por serem expressão de ideias comuns a todos eles. É este o sistema adotado pela Maçonaria, diz Mackey, para desenvolver e inculcar as grandes verdades religiosas e filosóficas, de que foi, por muitos anos, a única conservadora. E é por esta razão, como já observei, que qualquer investigação dentro do caráter simbólico da Maçonaria deve ser precedida por uma investigação da natureza do simbolismo em geral, se quisermos apreciar convenientemente o seu uso particular na organização maçônica.
Uma aula de Simbologia: Trecho do livro: O Símbolo Perdido, Dan Brown. (...) A arquitetura, a arte e o simbolismo de Washington estão entre os mais interessantes do mundo. Porque vocês cruzam o oceano antes de visitar a sua própria capital? - As coisas mais antigas são mais legais - disse alguém. - E por coisas antigas - esclareceu Langdom - suponho que você queira dizer castelos, criptas, templos, esse tipo de coisa? Cabeças aquiesceram simultaneamente. - Muito bem. Mas seu eu dissesse a vocês que Washington tem todas essas coisas? Castelos, criptas, pirâmides, templos... está tudo lá. Os rangidos diminuíram. - Meus amigos - disse Langdon, baixando a voz e avançando até a beira do tablado -, ao longo da próxima hora, vocês vão descobrir que o nosso país transborda de segredos e de histórias ocultas. E, exatamente como na Europa, todos os melhores segredos estão escondidos à vista de todos. Langdom diminuiu as luzes e passou o slide seguinte. - Quem pode me dizer o que George Washington está fazendo aqui? O slide era de um conhecido mural que mostrava George Washington vestido com trajes completos de um maçom, parado diante de uma estranha engenhoca – um gigantesco tripé de madeira com um sistema de cordas e polias, no qual estava suspenso um imenso bloco de pedras. Um grupo de espectadores bem-vestidos o rodeava. - Levantando-se esse bloco de pedra? - arriscou alguém. Langdom não disse nada, pois preferia sempre que possível, que algum outro aluno fizesse a correção. - Na verdade - sugeriu outro aluno -, acho que Washington está baixando a pedra. Ele está vestido com trajes maçônicos. Já vi imagens de maçons assentando pedras angulares. Na cerimônia tem essa espécie de tripé para colocar a primeira pedra. - Excelente - disse Langdon. O mural mostra o pai de nosso país usando um tripé e uma polia para assentar a pedra angular do Capitólio em 18 de setembro de 1793, entre 11h15 e 12h30. - Langdon fez uma pausa, correndo os olhos pela sala. - Alguém pode me dizer o significado dessa data e hora? Silêncio. - E se eu dissesse a vocês que esse momento exato foi escolhido por três famosos maçons: George Washington, Benjamin Franklin e Pierre L‘ Enfant, o principal arquiteto da capital? Mais silêncio. - A pedra angular foi assentada nessa data e hora simplesmente porque, entre outras coisas, a auspiciosa Caputs Draconis estava em Virgem. Todos trocaram olhares intrigados. - Espere aí - disse alguém. - O senhor está falando de... astrologia? - Exato. Embora seja uma astrologia diferente da que conhecemos hoje em dia. Alguém levantou a mão. - Esta querendo dizer que os nossos pais fundadores acreditavam em astrologia? Langdom deu um sorriso. - E muito. O que você diria se eu lhe contasse que a cidade de Washington tem mais signos astrológicos em sua arquitetura do que qualquer outra cidade do mundo... zodíacos, mapas de estrelas, pedras angulares assentadas em datas e horários astrológicos precisos? Mais da metade dos homens que elaboraram a nossa Constituição eram maçons e prestavam muito atenção à posição dos astros no céu enquanto estruturavam seu novo mundo. - Uma coincidência impressionante, considerando-se que as pedras angulares das três estruturas que formam o Triângulo Federal, ou seja, o Capitólio, a Casa Branca e o Monumento a Washington, foram todos assentados em anos diferentes, mas tudo cuidadosamente programados para que isso ocorresse exatamente nas mesmas condições astrológicas. Langdom se deparou com uma sala cheia de olhos arregalados. Alguém levantou a mão no fundo da sala. - Por que fizeram isso? Langdom deu uma risadinha. - A resposta para essa pergunta é material para um semestre inteiro. Se estiver curioso, deve fazer o meu curso sobre misticismo. Para ser franco, não acho que vocês estejam emocionalmente preparados para ouvir a resposta. - Como assim? Gritou o aluno. – Experimente! Langdom fez uma pausa exagerada, como se estivesse pensando no assunto, e em seguida balançou a cabeça, brincando com os alunos. - Desculpe, não posso. Alguns de vocês são calouros. Tenho medo de impressioná-los. - Conte para a gente! Gritaram todos. - Talvez vocês devessem virar maçons e descobrir a resposta na origem. - A gente não pode entrar - argumentou o rapaz. - Os maçons são uma sociedade supersecreta! - Supersecreta? É mesmo? - Então por que os maçons usam anéis, prendedores de gravatas ou broches maçônicos à vista de todos? Por que os prédios maçônicos possuem indicações claras? Por que os horários das suas reuniões são publicados em jornal? - Meus amigos, os maçons não são uma sociedade secreta... eles são uma sociedade com segredos. - Dá na mesma - murmurou alguém. - É? - desafiou Langdom. - Você diria que a Coca-Cola é uma sociedade secreta? - Bom, e se batesse na sede da corporação e pedisse a receita da Coca-Cola original? - Eles nunca iriam me dar. - Exatamente. Para conhecer o maior segredo da Coca-Cola, você precisaria entrar para a empresa, trabalhar muitos anos, provar que é de confiança e, depois de muito tempo, alcançar os mais altos escalões, nos quais essa informação poderia ser compartilhada com você. E então você assinaria um termo de confidencial idade. - Então o senhor está dizendo que a Francomaçonaria é uma grande empresa? - Só na medida em que tem uma hierarquia rígida e leva a confidencial idade muito a sério. - Meu tio é maçom - entoou uma voz aguda de uma moça. - E a minha tia detesta, porque

O Ir. João Ivo Girardi é Obreiro da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 (Blumenau). E autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”

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