quinta-feira, 3 de março de 2016

SUBINDO A ESCADA DE JACÓ



   

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 Todo maçom está familiarizado com a expressão “Escada de Jacó”. É uma expressão que na tradição maçônica simboliza a própria Maçonaria enquanto escola de ensinamento moral e designa a escalada iniciática do iniciado pelos graus do ensinamento maçônico. Esta é uma jornada que começa na sua própria iniciação, como Aprendiz e nunca termina, em sua própria vida terrena. Isso porque, embora o Irmão possa galgar todos os graus previstos no Rito da Loja à qual ele se filiou, não é a sua diplomação no último grau que julga se ele, de fato, absorveu o ensinamento maçônico e subiu, com méritos, a “Escada de Jacó”, mas sim a prática desses ensinamentos na sua vida diária. Isso se explica pelo fato de a Maçonaria estar centrada em três fundamentos básicos que lhe dão suporte e estrutura. O primeiro é a ideia que está no núcleo central da sua própria existência como instituto cultural. Essa ideia é a da União. União que pode ser traduzida como Igualdade e que se realiza através da estratégia da Confraria.
   Essa é a razão de a Loja Simbólica, dedicada ao Aprendiz, ser aberta com a invocação ao Salmo 133: “Como é bom e agradável viverem Irmãos em harmonia. É como o óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, do qual escorrem gotas para sua barba, e daí para suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que vem cair sobre as montanhas do Tsión, como bênçãos ordenadas pelo Eterno. Sejam elas perpetuadas em sua vida”. Isso quer dizer que todos os maçons são iguais e entre eles deve reinar a harmonia. Por isso, a virtude da Confraria, que se traduz na congregação dos Irmãos reunidos em Loja se realiza no simbolismo desse Salmo, que consagra a União fraternal. [1]
   O segundo fundamento é a prática que resulta da aplicação dessa ideia. Essa prática concita os membros da Confraria maçônica a viver e servir a sociedade, como se esta fosse a sua própria família. Aqui está implícita a virtude da Fraternidade, que é outra divisa consagrada pela Ordem. É o espírito de Fraternidade, simbolizada no próprio ambiente que se forma na Loja, que resulta em uma egrégora, captando e distribuindo entre os Irmãos a energia que ali circula Daí a oração final, de fechamento das seções..[2]
   ─ Ó Gra .·. Arq .·. do Univ.·., fonte fecunda de Luz, de Felicidade e Virtude, os OObr.·. da Arte Real, congregados neste Augusto Templo, cedendo aos movimentos de seus corações, Te rendem mil graças e reconhecem que a Ti é devido todo bem que fizeram. Continua a nos prodigalizar os Teus benefícios e a aumentar a nossa força, enriquecendo as nossas CCl.·. com OObr.·. úteis e dedicados. Concede-nos o auxílio das Tuas Luzes e dirige os nossos trabalhos á perfeição. Concede que a Paz, a Harmonia e a Concórdia sejam a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras.[3]
E por fim a instituição, que é a própria organização conhecida como Maçonaria, pessoa jurídica organizada a nível internacional, que congrega milhões de cidadãos em todas as partes do mundo, irmanadas por uma promessa, um código de conduta, uma tradição mística e um ideal comum, que é a defesa da Liberdade, da Igualdade entre as pessoas e a Fraternidade entre os povos do mundo. Essa proposta está consagrada nas palavras finais de encerramento dos trabalhos maçônicos, através da pergunta feita pelo Venerável Mestre ao Primeiro Vigilante:
VEN.·.Para que nos reunimos aqui?
1º VIG .·. Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros. Para glorificar a Justiça e a verdade. Para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, levantando Templos á Virtude e cavando masmorras ao vício.[4]
   Moralidade ao Subir a Escada de Jacó, portanto, significa absorver a ideia de que o iniciado pertence a uma Confraria de pessoas especiais, que devem viver, na prática, os ensinamentos maçônicos, lutando sempre pela defesa dos fundamentos sobre os quais a instituição Maçonaria está assentada: a Liberdade, a Igualdade e Fraternidade. E nesse sentido respeitar e honrar a instituição à qual pertence com uma conduta ilibada no mundo profano e uma atitude tolerante e respeitosa para com todas as crenças e religiões, pois que essa é conduta espiritual que se espera de um verdadeiro maçom. Neste momento, mais que em qualquer outro, a nossa sociedade está precisando revitalizar os pressupostos que justificam a existência da Maçonaria. E talvez possamos aproveitar para acrescentar um fundamento ao triângulo: a defesa da Moralidade. Isso porque o surto de licenciosidade para com o vício, a corrupção, a imoralidade e os maus costumes estão levando o nosso país a uma crise sem precedentes. Esta não é apenas uma crise política, econômica e social.
  É, fundamentalmente, que em uma crise moral. Nos cabe aqui perguntar: O que podemos e o que estamos fazendo em relação a isso?

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