Simbolismo:
A tradição dos símbolos é uma ciência viva. Ela permite aquele
que a possui adaptar seus conhecimentos às necessidades de seus
irmãos, soerguer uma sociedade que naufraga, amparar e reanimar um
coração sem coragem e projetar a luz até onde as próprias trevas
parecem ter seu reino absoluto.
Ritualismo, Simbologia
e Símbolos: A Simbologia é a ciência mais antiga do
mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se expressavam e
comunicavam suas tradições. O primeiro aprendizado no mundo foi
constituído por símbolos. Em um tempo onde a linguagem oral era
ainda incipiente, os símbolos foram o meio de comunicação. A
palavra símbolo deriva da palavra grega symbolum, que significa
juntar, reunir. Os símbolos são uma representação de objetos,
ideias ou ações e são uma linguagem especial, compreensível pelo
hemisfério direito do cérebro, isto é, a imaginação. Eles têm
um efeito muito poderoso na mente humana, sendo mais eficientes do
que palavras. Isso porque o significado contido em um termo muitas
vezes, não traduz, de fato, a essência do que busca comunicar.
Simbolismo Maçônico:
Toda a estrutura ideológica da Maçonaria está baseada no
Simbolismo. Nos símbolos é que se encontram as chaves que abrem o
conhecimento do mundo espiritual existente em cada um de nós. Quando
falamos do Simbolismo Maçônico, queremos falar não é o do
conjunto de símbolos adotados pela Maçonaria, mas sim da concepção
que a nossa Instituição tem do símbolo e de como pode ou deve ser
utilizado.
Pode-se dividir o
simbolismo maçônico em duas categorias: a emblemática e a
esquemática. Emblemática: A primeira tem um sentido mais moral a
inferir-se por analogia: o Compasso, a medida na pesquisa; Esquadro,
a retidão na ação; Maço, vontade na aplicação; Cinzel,
discernimento na investigação; Prumo, a perspicácia mental, a
profundidade na observação; Nível, uso correto do conhecimento;
Régua, figurando a retidão de conduta; Alavanca, poder da vontade;
Trolha, benevolência para com todos; a cor branca, a inocência ou
pureza; a cruz, o ideal do auto-sacrifício; uma ferramenta, o
trabalho.
Esquemática:
Comporta um significado mais intelectual, filosófico, ou científico,
que pode ou não incluir a primeira: o ponto representando a Vida
Una; a Circunferência, o infinito ou a eternidade; o Triângulo, a
trina manifestação da Vida Una; o Pentágono, o homem perfeito. O
simbolismo realmente iniciático é esquemático e tem sido e tem
sido a linguagem inalterável, universalmente usada desde a mais
remota Antiguidade para proclamar e perpetuar certas verdades
eternas, essenciais à vida humana. No entanto, é mister que cada
interessado procure interpretá-lo, compreendê-lo e senti-lo por
seus próprio esforço para poder penetrar seus profundos
significados.
Nicola Aslan sobre
Simbolismo: (...) Cansados e saturados por dois séculos de
guerras políticoreligiosas, desiludidos das religiões, ditas
reveladas, que as tinham provocado, provocando um verdadeiro caos nos
costumes morais e religiosos do povo inglês, os maçons
especulativos, surgidos em princípios do século XVIII voltaram às
vistas para o simbolismo das religiões da Antiguidade, tentando
redescobrir os símbolos do passado e o seu conteúdo doutrinário e
iniciático deturpado, desfigurado e velado pela ignorância
eclesiástica medieval e pelos sofismas dos doutores escolásticos.
Em consequência dos estudos empreendidos pelos estudiosos, formouse
a Simbólica Maçônica. Nela são compreendidos Símbolos das mais
variadas origens e procedências, que podem ser divididos em cinco
classes principais: a) Símbolos místicos e religiosos tradicionais:
o Tau (símbolo do poder); o Círculo com um Ponto Central (Sol); o
Selo de Salomão ou Escudo de Davi (criação, Deus, perfeição); o
Triângulo, o Delta Luminoso, os Três Pontos (a ideia de Deus) etc.
b) Símbolos tirados da arte da construção: símbolos dos maçons
operativos: o Compasso (medida na pesquisa); o Esquadro (retidão na
ação); o Malho (vontade na aplicação); o Cinzel (discernimento na
investigação); a Perpendicular (profundeza na observação); o
Nível (emprego correto dos conhecimentos); a Régua (precisão na
execução); a Alavanca (poder da vontade); a Trolha (benevolência
para com todos); o Avental (símbolo do trabalho construtor) etc. c)
Símbolos herméticos e alquímicos: o Sol e a Lua; as Colunas B e J;
os três princípios da Grande Obra: Enxofre, Mercúrio e Sal; os
quatro elementos herméticos: Ar, Água, Terra e Fogo; o VITRIOL,
etc. d) Símbolos possuindo um significado particular: a romã
(simbolizando os maçons unidos entre si por ideal comum); a Cadeia
de União (união fraternal que liga por uma cadeia indissolúvel
todos os maçons do globo, sem distinção de seitas e condições);
a Estrela Flamejante (a iluminação); a letra G (conhecimento); o
ramo de Acácia (imortalidade e inocência); o Pelicano (amor e
abnegação), etc. e) Outros símbolos tradicionais: pitagóricos
(números); cabalísticos (sefirot); geométricos, religiosos, e
todos aqueles que se prestaram a um significado maçônico. De acordo
com os seus pontos de vistas particulares, estes símbolos são
vistos pelos maçons seja como elementos de Iniciação com
significados esotéricos, seja como fórmulas morais comportando
significados educativos. De qualquer maneira, as ideias representadas
por estes símbolos devem ser admitidas por todos os membros da
fraternidade maçônica, sem o que não podem ser considerados
verdadeiros maçons. O Nível, por exemplo, representa também a
ideia da igualdade, obrigatória entre os maçons. O Esquadro é o
emblema da retidão e do direito, princípios que devem ser
obrigatoriamente respeitados por todos os maçons. O Malhete é o
símbolo da autoridade do Venerável e personifica a disciplina nos
trabalhos que todo maçom é obrigado a admitir. E além de
representarem fórmulas ou ideias morais, os Símbolos são uma
espécie de linguagem que une os maçons entre si por serem expressão
de ideias comuns a todos eles. É este o sistema adotado pela
Maçonaria, diz Mackey, para desenvolver e inculcar as grandes
verdades religiosas e filosóficas, de que foi, por muitos anos, a
única conservadora. E é por esta razão, como já observei, que
qualquer investigação dentro do caráter simbólico da Maçonaria
deve ser precedida por uma investigação da natureza do simbolismo
em geral, se quisermos apreciar convenientemente o seu uso particular
na organização maçônica.
Uma aula de Simbologia:
Trecho do livro: O Símbolo Perdido, Dan Brown. (...) A arquitetura,
a arte e o simbolismo de Washington estão entre os mais
interessantes do mundo. Porque vocês cruzam o oceano antes de
visitar a sua própria capital? - As coisas mais antigas são mais
legais - disse alguém. - E por coisas antigas - esclareceu Langdom -
suponho que você queira dizer castelos, criptas, templos, esse tipo
de coisa? Cabeças aquiesceram simultaneamente. - Muito bem. Mas seu
eu dissesse a vocês que Washington tem todas essas coisas? Castelos,
criptas, pirâmides, templos... está tudo lá. Os rangidos
diminuíram. - Meus amigos - disse Langdon, baixando a voz e
avançando até a beira do tablado -, ao longo da próxima hora,
vocês vão descobrir que o nosso país transborda de segredos e de
histórias ocultas. E, exatamente como na Europa,
todos os melhores segredos estão escondidos à vista de todos.
Langdom diminuiu as luzes e passou o slide seguinte. - Quem pode me
dizer o que George Washington está fazendo aqui? O slide era de um
conhecido mural que mostrava George Washington vestido com trajes
completos de um maçom, parado diante de uma estranha engenhoca –
um gigantesco tripé de madeira com um sistema de cordas e polias, no
qual estava suspenso um imenso bloco de pedras. Um grupo de
espectadores bem-vestidos o rodeava. - Levantando-se esse bloco de
pedra? - arriscou alguém. Langdom não disse nada, pois preferia
sempre que possível, que algum outro aluno fizesse a correção. -
Na verdade - sugeriu outro aluno -, acho que Washington está
baixando a pedra. Ele está vestido com trajes maçônicos. Já vi
imagens de maçons assentando pedras angulares. Na cerimônia tem
essa espécie de tripé para colocar a primeira pedra. - Excelente -
disse Langdon. O mural mostra o pai de nosso país usando um tripé e
uma polia para assentar a pedra angular do Capitólio em 18 de
setembro de 1793, entre 11h15 e 12h30. - Langdon fez uma pausa,
correndo os olhos pela sala. - Alguém pode me dizer o significado
dessa data e hora? Silêncio. - E se eu dissesse a vocês que esse
momento exato foi escolhido por três famosos maçons: George
Washington, Benjamin Franklin e Pierre L‘ Enfant, o principal
arquiteto da capital? Mais silêncio. - A pedra angular foi assentada
nessa data e hora simplesmente porque, entre outras coisas, a
auspiciosa Caputs Draconis estava em Virgem. Todos trocaram olhares
intrigados. - Espere aí - disse alguém. - O senhor está falando
de... astrologia? - Exato. Embora seja uma astrologia diferente da
que conhecemos hoje em dia. Alguém levantou a mão. - Esta querendo
dizer que os nossos pais fundadores acreditavam em astrologia?
Langdom deu um sorriso. - E muito. O que você diria se eu lhe
contasse que a cidade de Washington tem mais signos astrológicos em
sua arquitetura do que qualquer outra cidade do mundo... zodíacos,
mapas de estrelas, pedras angulares assentadas em datas e horários
astrológicos precisos? Mais da metade dos homens que elaboraram a
nossa Constituição eram maçons e prestavam muito atenção à
posição dos astros no céu enquanto estruturavam seu novo mundo. -
Uma coincidência impressionante, considerando-se que as pedras
angulares das três estruturas que formam o Triângulo Federal, ou
seja, o Capitólio, a Casa Branca e o Monumento a Washington, foram
todos assentados em anos diferentes, mas tudo cuidadosamente
programados para que isso ocorresse exatamente nas mesmas condições
astrológicas. Langdom se deparou com uma sala cheia de olhos
arregalados. Alguém levantou a mão no fundo da sala. - Por que
fizeram isso? Langdom deu uma risadinha. - A resposta para essa
pergunta é material para um semestre inteiro. Se estiver curioso,
deve fazer o meu curso sobre misticismo. Para ser franco, não acho
que vocês estejam emocionalmente preparados para ouvir a resposta. -
Como assim? Gritou o aluno. – Experimente! Langdom fez uma pausa
exagerada, como se estivesse pensando no assunto, e em seguida
balançou a cabeça, brincando com os alunos. - Desculpe, não posso.
Alguns de vocês são calouros. Tenho medo de impressioná-los. -
Conte para a gente! Gritaram todos. - Talvez vocês devessem virar
maçons e descobrir a resposta na origem. - A gente não pode entrar
- argumentou o rapaz. - Os maçons são uma sociedade supersecreta! -
Supersecreta? É mesmo? - Então por que os maçons usam anéis,
prendedores de gravatas ou broches maçônicos à vista de todos? Por
que os prédios maçônicos possuem indicações claras? Por que os
horários das suas reuniões são publicados em jornal? - Meus
amigos, os maçons não são uma sociedade secreta... eles são uma
sociedade com segredos. - Dá na mesma - murmurou alguém. - É? -
desafiou Langdom. - Você diria que a Coca-Cola é uma sociedade
secreta? - Bom, e se batesse na sede da corporação e pedisse a
receita da Coca-Cola original? - Eles nunca iriam me dar. -
Exatamente. Para conhecer o maior segredo da Coca-Cola, você
precisaria entrar para a empresa, trabalhar muitos anos, provar que é
de confiança e, depois de muito tempo, alcançar os mais altos
escalões, nos quais essa informação poderia ser compartilhada com
você. E então você assinaria um termo de confidencial idade. -
Então o senhor está dizendo que a Francomaçonaria é uma grande
empresa? - Só na medida em que tem uma hierarquia rígida e leva a
confidencial idade muito a sério. - Meu tio é maçom - entoou uma
voz aguda de uma moça. - E a minha tia detesta, porque
O
Ir. João Ivo
Girardi é Obreiro da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39
(Blumenau). E autor
do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”