Apesar das minhas variadas pesquisas sobre a Ordem Maçónica, após a minha Iniciação, percebi que por mais livros que lesse e pesquisas que na internet fizesse, eu era um “ignorante” maçom. E digo um “ignorante” maçom e não um maçom ignorante. Porque de facto não sou uma pessoa ignorante ou burra nem tenho sequer esse tipo de atitude na minha vida. Assumo é que sofro de Ignorância Maçônica.
Enquanto profano, considerava-me um profano com alguma cultura maçônica, seja lá o que isso for…
As leituras, as pesquisas em fóruns especializados sobre a Arte Real, os vídeos e documentários que visionava, apenas me aumentavam os meus conhecimentos sobre a Maçonaria. Criaram-me uma certa disciplina de estudo e motivaram-me a aprender ainda mais. Pois cada vez que pesquisava, mais me “aguçava” o espírito.
Mas, por mais que lesse e estudasse, sentia que faltava ali “qualquer coisa”. Os livros e os vídeos não “mostravam” tudo. Não mostravam como se faz Maçonaria. E principalmente como se vive a Maçonaria. Para se fazer e viver a Maçonaria, é necessário a sentir.
E algo que me permitiu viver e sentir a Maçonaria, foi o silêncio que me foi imposto enquanto Aprendiz.
Algumas das mais-valias desse silêncio, é aprender, ouvir e escutar de uma forma que se assim não fosse, influenciaria negativamente a minha aprendizagem.
Apesar de eu estar obrigado a permanecer em silêncio no interior do Templo, eu assisto e rebato mentalmente o que se passa e o que se debate em Loja.
E ainda bem que tenho de permanecer calado, pois num sem número de vezes, me teria “espalhado ao cumprido”. Quantas vezes estive errado ou com ideias diferentes do que algo seria na realidade. O que é relevante é que se tivesse intervido, teria perturbado a harmonia da Loja e teria feito perder tempo aos meus Irmãos.
Sendo por isso, também, que um dos motivos pelos quais o Aprendiz deve permanecer calado em sessão de Loja, é para que aprenda e acima de tudo, discipline a sua vontade de falar. E assim falar somente o necessário, de forma sucinta apenas o que é importante que diga para conhecimento dos demais Irmãos.
É através do (seu) silêncio, tal como a citação latina “Audi, Vide, Tace”, (ver, ouvir, sentir/calar) o demonstra, é que a reflexão é posta em prática, analisando de forma demorada e paciente, o que se tem a aprender e principalmente o que se tem para dizer. De facto, reconhecer o valor do silêncio nos dias que correm, onde toda a gente parece mais preocupada em se fazer ouvir, do que ouvir alguém; é de elevada importância, por isso eu sinto-me grato pelo tempo em que tive de permanecer em silêncio.
Estar em silêncio é uma das formas de se viver a Maçonaria, sobre as outras, por agora me manterei em silêncio…
pedra-de-buril.blogspot.com
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