A CRÍTICA
Fácil é admirar quem compartilha
nossos ideais. Difícil, no entanto, é olhar com generosidade e valorizar
aqueles cujo pensamento diverge do nosso.
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Novas
tecnologias – Vivemos em uma era em que as Redes
Sociais, como Facebook, Twitter, Instagram e outras, são os principais
mecanismos pelos quais as pessoas recebem e compartilham fatos, ideias e
opiniões. Mas o que ocorre quando essas novas tecnologias estimulam a
proliferação de relatos tendenciosos fomentados por rumores infundados, a
desconfiança, a desinformação, os rumores, a calúnia e a mentira? As pessoas
compartilham principalmente informações que confirmam seus preconceitos, e não
dão atenção aos fatos e a veracidade da informação.
Valor
da crítica – A crítica construtiva, baseada em
documentação, ou em sólidos conhecimentos, apontando os erros, que devem ser
corrigidos, é um apanágio das sociedades democráticas, ao contrário das
totalitárias, onde as críticas inexistem. A Maçonaria contemporânea,
frutificada nos ideais liberais e libertários dos povos é, por definição, uma
instituição essencialmente democrática, uma tribuna livre, onde o poder do povo
maçônico se sobrepõe, sempre, aos poderes de eventuais “dominadores”, que
pretendem fazer, da Ordem, o seu feudo particular. Assim, dentro da Maçonaria,
a crítica construtiva a erros cometidos, deve ser incentivada, como direito do
maçom, e não cerceada, com base na tão decantada tolerância, que, no caso,
envolve cumplicidade nos erros e que pode chegar às raias da ingenuidade.
Muitos autores de notória capacidade profissional, com grandes conhecimentos
maçônicos têm criticado, em tese, os grandes erros ritualísticos, históricos e
filosóficos, que se tem cometido na Maçonaria, desfigurando-a através dos
tempos e despojando-a do seu primitivo esoterismo. Isso é altamente
construtivo; calar seria acatar, seria assumir total cumplicidade, contribuindo
para perpetuar o erro, oficializando-o. Qualquer homem sente-se estimulado pela
crítica, dinamizando-se e procurando aperfeiçoar-se; por outro lado, a falta de
crítica é altamente prejudicial, pois o homem, que só recebe elogios, torna-se
acomodado e estático, acostumado, perenemente, a bajulação e curvaturas dos que
o cercam.
Críticas
de má fé - É claro que a crítica rasteira e
maldosa não pode ter lugar em nossos Templos, pois ela é prejudicial, ofensiva
e nada traz de útil para quem a faz e para quem a recebe; mas é claro, também,
que aos poucos maçons independentes que criticam as coisas erradas, possuem
nível intelectual e discernimento suficiente, para não descerem a ofensas
pessoais, resguardando os princípios de ética e da moral, que levam a polêmicas
revitalizantes e de elevado teor cultural. Usar, como se faz, comumente, o
princípio da tolerância, para tentar justificar os erros e torná-los imunes às
críticas, é uma atitude simplista que chega a ser até cínica, na medida em que
abusa da boa fé dos maçons, iludindo-os.
Constatação
- Viva, portanto, a crítica construtiva! Vivam os
maçons independentes e críticos, que mantém a Ordem sempre desperta! No dia em
que esses homens tornarem-se emudecidos pela acomodação, ou, o que é pior,
deixarem a Ordem, como desejam alguns avessos às democráticas atitudes contestatórias,
aí da Maçonaria, pois ela se tornará apenas um corpo robotizado, sujeito ao
tacão de alguém que reinará absoluto, sobre um séquito de aduladores
rastejantes. Isto não é, absolutamente uma crítica; é uma simples constatação.
Alguém disse: “Alegremo-nos com os que estão alegres; choremos com os que
choram”, partilhando assim, das emoções daqueles que estão ao nosso lado. No
mundo espiritual, não há lugar para o choro, para a tristeza, mas tão somente
para o gozo celestial.
Comportamento
humano - O povo sempre arranja um motivo para
tecer críticas. É como aquela história do homem, do menino e do burro. Andava
um homem montado em seu burro; seguia-o a pé, um menino, provavelmente um
filho; ao passarem por um grupo de pessoas, alguém criticou: - pobre criança!
Seu pai ao invés de colocá-lo na montaria, egoisticamente, busca a sua própria
comodidade. Ouvindo isso, o homem desceu do burro e nele colocou o filho e
passou a segui-los à pé. Passando por outro grupo de pessoas, um deles
criticou: esse menino é um egoísta, e abusador, não tem pena de seu velho pai e
usufrui da comodidade da montaria. O pobre homem, então, resolveu montar no
burro junto com o menino; bastou para que alguém criticasse: - que homem
malvado, sacrificando um pobre animal, sobrecarregando-o de peso. Constrangido,
o homem desceu da montaria, fez o filho descer e seguiram a pé, puxando o burro
pelo cabresto. Surgiu outra crítica: - que homem ignorante. Contando com uma
montaria, prefere, com o seu filho, andar a pé. Convencido o homem que a sua
primeira atitude era a certa, montou no burro, deixando o filho, segui-lo a pé.
Diante
da crítica – O motivo para criticar não tem
importância; o que importa é a crítica; ela pode ser construtiva, portanto
permitida quando não houver maldade, mas opinião sincera. Temos que reconhecer
nossos erros e aceitá-los. O erro é uma falha acidental, involuntária, uma
tentativa frustrada ou mal sucedida de acertar. Não se trata de cruzar os
braços, mas não revidar, não retaliar. Eu aprendi que quando você planeja dar o
troco a alguém, está permitindo que essa pessoa endureça possíveis diálogos. O
que eu quero dizer é que, quando somos criticados, é vital que dediquemos algum
tempo para compreender o que realmente está por trás dessas críticas. Os nossos
sentimentos frequentemente são os mesmos, independentemente dos motivos de quem
faz a crítica. É preciso pouco tempo para examinar os sentimentos, de modo que
possamos chegar à verdade ou ao engano da crítica. Em primeiro lugar, eu
pergunto a mim mesmo: “Quem está me fazendo esta crítica?” É uma pessoa
rabugenta que sempre encontra de que reclamar? Ou é uma pessoa que faz críticas
criteriosamente? Isso não quer dizer que eu consigo sempre descartar as
críticas do crítico habitual, mas tem me ajudado a ouvir as críticas da maneira
mais objetiva, com reserva analítica, sendo elas geradoras de aplausos ou
motivadores de acirradas rejeições. Em segundo lugar, me pergunto: “O que há de
verdade nesta crítica?” Até mesmo na mais infame das alegações pode haver um elemento
de verdade que preciso ouvir.
Em
terceiro lugar, eu sempre peço a opinião de outra pessoa. A confidencialidade
requer consideração, por isso a importância da opinião dos Irmãos. Com muita
frequência, apenas repetir em voz alta traz a definição dos meus sentimentos, e
uma nova perspectiva sobre o assunto.
Erros
e acertos - Algumas vezes, a crítica vem de pessoas
mal-humoradas. Outras vezes, vem de pessoas que nos amam e querem o melhor para
nós. O que não podemos é ter o luxo de descartar a crítica. Deus usa as
críticas para lembrar-nos de que precisamos fazer nosso trabalho com humildade
e com total dependência Dele. Ele também nos lembra de que não temos opção,
quando o assunto é amar. E nada ensina o amor mais rápido do que o desafio de
amar. E amando todos estarão felizes, exceto belicistas e semeadores da
discórdia. Tenho aprendido mais com meus erros que com meus acertos. Esperamos
demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de
cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto comentamos que a vida é
curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição, um estoque inesgotável de
tempo. Esperamos demais para dizer as palavras de perdão, que devem ser ditas,
para por de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão,
para dar ânimo, para oferecer consolo.
Conclusão
– muito difícil, para indivíduos e organizações de
qualquer natureza, o exercício da autocrítica. Por implicar a avaliação
rigorosa dos próprios atos, sem cancelar os aspectos problemáticos e até
negativos, costuma dar a ideia de fraqueza, mostrando os pontos frágeis.
Procure agir com senso e assimile esta sábia oração: “SENHOR, concede-me
serenidade para aceitar o que não posso mudar; coragem para mudar o que posso.
Tomar conhecimento de Tuas palavras e assumi-las é o primeiro passo para
melhorar minha conduta”.
PS
- NÃO POUPE ELOGIOS À QUALIDADES DOS OUTROS - Os
elogios aumentam as qualidades. Aumentando as qualidades, os defeitos acabam
desaparecendo, assim como a treva desaparece quando você aumenta a luz. Não
adianta remexer a treva, pois não é assim que ela acaba. Basta acender a luz
para que a treva desapareça.
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