terça-feira, 19 de janeiro de 2016

MENSAGEM DO DIA – A CRÍTICA



A CRÍTICA


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Fácil é admirar quem compartilha nossos ideais. Difícil, no entanto, é olhar    com generosidade e valorizar aqueles cujo pensamento diverge do nosso.

  Novas tecnologias – Vivemos em uma era em que as Redes Sociais, como Facebook, Twitter, Instagram e outras, são os principais mecanismos pelos quais as pessoas recebem e compartilham fatos, ideias e opiniões. Mas o que ocorre quando essas novas tecnologias estimulam a proliferação de relatos tendenciosos fomentados por rumores infundados, a desconfiança, a desinformação, os rumores, a calúnia e a mentira? As pessoas compartilham principalmente informações que confirmam seus preconceitos, e não dão atenção aos fatos e a veracidade da informação.
   Valor da crítica – A crítica construtiva, baseada em documentação, ou em sólidos conhecimentos, apontando os erros, que devem ser corrigidos, é um apanágio das sociedades democráticas, ao contrário das totalitárias, onde as críticas inexistem. A Maçonaria contemporânea, frutificada nos ideais liberais e libertários dos povos é, por definição, uma instituição essencialmente democrática, uma tribuna livre, onde o poder do povo maçônico se sobrepõe, sempre, aos poderes de eventuais “dominadores”, que pretendem fazer, da Ordem, o seu feudo particular. Assim, dentro da Maçonaria, a crítica construtiva a erros cometidos, deve ser incentivada, como direito do maçom, e não cerceada, com base na tão decantada tolerância, que, no caso, envolve cumplicidade nos erros e que pode chegar às raias da ingenuidade. Muitos autores de notória capacidade profissional, com grandes conhecimentos maçônicos têm criticado, em tese, os grandes erros ritualísticos, históricos e filosóficos, que se tem cometido na Maçonaria, desfigurando-a através dos tempos e despojando-a do seu primitivo esoterismo. Isso é altamente construtivo; calar seria acatar, seria assumir total cumplicidade, contribuindo para perpetuar o erro, oficializando-o. Qualquer homem sente-se estimulado pela crítica, dinamizando-se e procurando aperfeiçoar-se; por outro lado, a falta de crítica é altamente prejudicial, pois o homem, que só recebe elogios, torna-se acomodado e estático, acostumado, perenemente, a bajulação e curvaturas dos que o cercam.
   Críticas de má fé - É claro que a crítica rasteira e maldosa não pode ter lugar em nossos Templos, pois ela é prejudicial, ofensiva e nada traz de útil para quem a faz e para quem a recebe; mas é claro, também, que aos poucos maçons independentes que criticam as coisas erradas, possuem nível intelectual e discernimento suficiente, para não descerem a ofensas pessoais, resguardando os princípios de ética e da moral, que levam a polêmicas revitalizantes e de elevado teor cultural. Usar, como se faz, comumente, o princípio da tolerância, para tentar justificar os erros e torná-los imunes às críticas, é uma atitude simplista que chega a ser até cínica, na medida em que abusa da boa fé dos maçons, iludindo-os.
   Constatação - Viva, portanto, a crítica construtiva! Vivam os maçons independentes e críticos, que mantém a Ordem sempre desperta! No dia em que esses homens tornarem-se emudecidos pela acomodação, ou, o que é pior, deixarem a Ordem, como desejam alguns avessos às democráticas atitudes contestatórias, aí da Maçonaria, pois ela se tornará apenas um corpo robotizado, sujeito ao tacão de alguém que reinará absoluto, sobre um séquito de aduladores rastejantes. Isto não é, absolutamente uma crítica; é uma simples constatação. Alguém disse: “Alegremo-nos com os que estão alegres; choremos com os que choram”, partilhando assim, das emoções daqueles que estão ao nosso lado. No mundo espiritual, não há lugar para o choro, para a tristeza, mas tão somente para o gozo celestial.
   Comportamento humano - O povo sempre arranja um motivo para tecer críticas. É como aquela história do homem, do menino e do burro. Andava um homem montado em seu burro; seguia-o a pé, um menino, provavelmente um filho; ao passarem por um grupo de pessoas, alguém criticou: - pobre criança! Seu pai ao invés de colocá-lo na montaria, egoisticamente, busca a sua própria comodidade. Ouvindo isso, o homem desceu do burro e nele colocou o filho e passou a segui-los à pé. Passando por outro grupo de pessoas, um deles criticou: esse menino é um egoísta, e abusador, não tem pena de seu velho pai e usufrui da comodidade da montaria. O pobre homem, então, resolveu montar no burro junto com o menino; bastou para que alguém criticasse: - que homem malvado, sacrificando um pobre animal, sobrecarregando-o de peso. Constrangido, o homem desceu da montaria, fez o filho descer e seguiram a pé, puxando o burro pelo cabresto. Surgiu outra crítica: - que homem ignorante. Contando com uma montaria, prefere, com o seu filho, andar a pé. Convencido o homem que a sua primeira atitude era a certa, montou no burro, deixando o filho, segui-lo a pé.
   Diante da crítica – O motivo para criticar não tem importância; o que importa é a crítica; ela pode ser construtiva, portanto permitida quando não houver maldade, mas opinião sincera. Temos que reconhecer nossos erros e aceitá-los. O erro é uma falha acidental, involuntária, uma tentativa frustrada ou mal sucedida de acertar. Não se trata de cruzar os braços, mas não revidar, não retaliar. Eu aprendi que quando você planeja dar o troco a alguém, está permitindo que essa pessoa endureça possíveis diálogos. O que eu quero dizer é que, quando somos criticados, é vital que dediquemos algum tempo para compreender o que realmente está por trás dessas críticas. Os nossos sentimentos frequentemente são os mesmos, independentemente dos motivos de quem faz a crítica. É preciso pouco tempo para examinar os sentimentos, de modo que possamos chegar à verdade ou ao engano da crítica. Em primeiro lugar, eu pergunto a mim mesmo: “Quem está me fazendo esta crítica?” É uma pessoa rabugenta que sempre encontra de que reclamar? Ou é uma pessoa que faz críticas criteriosamente? Isso não quer dizer que eu consigo sempre descartar as críticas do crítico habitual, mas tem me ajudado a ouvir as críticas da maneira mais objetiva, com reserva analítica, sendo elas geradoras de aplausos ou motivadores de acirradas rejeições. Em segundo lugar, me pergunto: “O que há de verdade nesta crítica?” Até mesmo na mais infame das alegações pode haver um elemento de verdade que preciso ouvir.
Em terceiro lugar, eu sempre peço a opinião de outra pessoa. A confidencialidade requer consideração, por isso a importância da opinião dos Irmãos. Com muita frequência, apenas repetir em voz alta traz a definição dos meus sentimentos, e uma nova perspectiva sobre o assunto.
   Erros e acertos - Algumas vezes, a crítica vem de pessoas mal-humoradas. Outras vezes, vem de pessoas que nos amam e querem o melhor para nós. O que não podemos é ter o luxo de descartar a crítica. Deus usa as críticas para lembrar-nos de que precisamos fazer nosso trabalho com humildade e com total dependência Dele. Ele também nos lembra de que não temos opção, quando o assunto é amar. E nada ensina o amor mais rápido do que o desafio de amar. E amando todos estarão felizes, exceto belicistas e semeadores da discórdia. Tenho aprendido mais com meus erros que com meus acertos. Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã. Enquanto comentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição, um estoque inesgotável de tempo. Esperamos demais para dizer as palavras de perdão, que devem ser ditas, para por de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.
   Conclusão – muito difícil, para indivíduos e organizações de qualquer natureza, o exercício da autocrítica. Por implicar a avaliação rigorosa dos próprios atos, sem cancelar os aspectos problemáticos e até negativos, costuma dar a ideia de fraqueza, mostrando os pontos frágeis. Procure agir com senso e assimile esta sábia oração: “SENHOR, concede-me serenidade para aceitar o que não posso mudar; coragem para mudar o que posso. Tomar conhecimento de Tuas palavras e assumi-las é o primeiro passo para melhorar minha conduta”.
   PS - NÃO POUPE ELOGIOS À QUALIDADES DOS OUTROS - Os elogios aumentam as qualidades. Aumentando as qualidades, os defeitos acabam desaparecendo, assim como a treva desaparece quando você aumenta a luz. Não adianta remexer a treva, pois não é assim que ela acaba. Basta acender a luz para que a treva desapareça.














sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

As necessidades humanas




A busca pela Felicidade

   A vida humana é uma das realidades biológicas mais complexas e misteriosas do universo. Afirmar qualquer coisa sobre o ser humano é sempre uma atitude arriscada, pois nada é preciso, principalmente quando se fala em necessidades humanas. Além das necessidades biológicas, responsáveis pela sobrevivência do homem, há também necessidades espirituais. E a principal delas é ser feliz.
   A busca da felicidade, segundo Dalai Lama, é a igualdade fundamental entre os seres humanos. “De fato, quanto mais vejo as coisas do mundo, mais claro fica para mim que, não importa qual seja a nossa situação, sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, qualquer que seja nossa raça, sexo ou religião, todos desejamos ser felizes e evitar sofrimentos”. (Dalai Lama, 2000, pag.13).
  Mas como ser totalmente feliz? Modificar os pensamentos, as emoções e o comportamento podem ajudar a lidar com o sofrimento, que é o responsável pela amargura da alma. Para Dalai Lama “grande porção do sofrimento que nos aflige é na verdade criado por nós mesmos” (idem, pag. 07). Neste mundo contaminado pelo materialismo, o ser humano esquece de alimentar o espírito, abalando também sua saúde física, com sua estrutura fragilizada, os opositores da felicidade, que são a ansiedade, o medo, o estresse, a confusão, a insegurança e a depressão dominam com mais facilidade as atitudes do homem, impossibilitando que ele seja feliz. Dalai Lama acredita que os atuais padrões de comportamento são consequência do crescimento e desenvolvimento econômico. As pessoas convivem diariamente com a competitividade e a inveja. Hoje é cada vez mais difícil demonstrar um mínimo de afeto aos outros. Encontra-se apenas um alto grau de solidão e a perda dos laços afetivos.
   Ernest Cassirer, antropólogo, já previa este estágio do ser humano, ao intitular uma de suas teses como “Multidão Solitária”. Atualmente as pessoas parecem não precisar mais das outras, recorrem às máquinas para saciar suas carências. Ao observar o padrão de vida da população mundial nota-se que quanto mais desenvolvido é o país onde se vive, maior é o grau de infelicidade. As pessoas do chamado “primeiro mundo”, ao invés de utilizarem a tecnologia e a ciência em prol de sua felicidade pessoal, preferem competir entre si na aquisição de bens materiais. No clássico da literatura infantil, “O Pequeno Príncipe”, Antoine Saint Exupéry alertava o mundo quanto a falta de vínculos nos relacionamentos dos seres humanos. Este fenômeno é consequência da falta de espiritualidade. Dalai Lama, depois de viajar por muitos países e conhecer várias culturas, conclui: “Não importa muito se a pessoa tem ou não uma crença religiosa. Muito mais importante é que seja uma boa pessoa”. (Dalai Lama, 2000, pag. 29).