quinta-feira, 9 de maio de 2013

A CRUZ GAMADA OU SWASTIKA


A origem da swastica perde-se na noite dos tempos, embora possa ser considerado um dos mais velhos símbolos utilizados pela humanidade. A sua mais antiga significação é a de símbolo Solar.
A tradição remonta à Índia védica, mas os ensinamentos bramânicos nos ensinam que sua origem é muito mais antiga. Certos tradicionalistas não hesitam por seu lado, de fazerem da cruz gamada um emblema conhecido pelos Atlantes, os habitantes do antigo e hipotético continente de Um, ou Lemúria. Façamos um apanhado dessas teorias.
Segundo o inglês, coronel James Churchward, o primeiro símbolo empregado pelo homem foi a cruz comum, representando as quatro direções do espaço. A sua evolução levou à cruz dentro de um círculo, símbolo do ovo do Sol, ou do mundo governado pela LUZ, que se transforma na swastica ou cruz gamada da roda da vida.
A cruz swastica é o símbolo das quatro forças sagradas que sob inumeráveis nomes e aspectos diferentes representaram um papel importante na concepção humana do Criador e da Criação, desde o alvorecer dos tempos, até hoje em dia (Fogo, Água, Ar e Terra).
Com essa conseqüência, eles governam os movimentos de todos os corpos no Universo. Isso demonstra que todos os corpos giram de oeste para leste e que todos os circuitos formados pelos corpos em movimento vão do ocidente para oriente, girando em torno de um centro. O símbolo demonstra que este centro é a força primária, isto é, o Grande Infinito, o Todo-Poderoso.
Assim, a cruz swastica não é somente considerada como um emblema do fogo, um sinal solar, mas como centro ou eixo do mundo, que os “teósofos” nazistas situaram em Tula, capital da Hiperbórea.
Se a cruz gamada é bem o emblema da raça hiperbórea, que não seria outra senão a dos “grandes arianos louros de olhos azuis”, compreende-se que Hitler, tenha feito dela o emblema do seu partido.
Quanto à orientação destrógira desse sinal na bandeira nazista, muito se discutiu sobre o assunto, sem, entretanto se chegar a uma resposta satisfatória. Afirmou-se assim que a direção da rotação da swastika nazista era uma inversão de sua orientação normal e correspondia às forças negras, sustentadoras de Hitler, em luta aberta contra o bem.
Em realidade a cruz suástica é comumente representada indiferentemente destrógira ou sinistrógira na Grande Fraternidade Branca da Índia e do Tibete, sem que os ocultistas vejam nela um símbolo “negro” ou “branco”.
O que se pode observar é que swastika (sinistrogira) simboliza a “marcha do tempo”. Aquele que inverte o sentido pretende, pois, “parar o tempo”. Isso corresponde bem à ética de Hitler “homem contra o tempo”, que imaginava entravar durante um milênio a “degenerescência” anunciada na última idade de nosso ciclo, chamada pelos hindus kali-yuga ou idade do ferro.
Nessa perspectiva, o sobressalto nazi-racista, reatando com a “tradição primordial”, deveria preparar os tempos futuros e forjar uma elite de “super-homens” que resistiriam à catástrofe final. As coisas não se passaram exatamente como Hitler pensava, pois ele mesmo foi triturado por sua obra que não mais controlava.
Voltando a cruz suástica, pode-se assinalar sua grande difusão na Antiguidade, tanto no Ocidente como no Oriente, embora hoje ela permaneça um emblema sagrado da única parte do mundo em que o Sol se levanta.
No que concerne aos países europeus, a utilização da swastika é atestada pelos druidas (celtas do norte), detentores de um profundo saber iniciatório. Esses homens sábios colocaram o símbolo nos altares e nos santuários gauleses, conforme se pode ver pelas estátuas gaulesas expostas no Museu Borely de Marselha.
No ombro de uma dessas divindades pode-se observar a presença de uma cruz swastika esculpida. Encontram-se numerosos traços da suástica na região dos Pirineus, e o emblema aparece também entre os bascos sob a forma de uma cruz com vírgulas, como no Brasão de Armas da cidade de Bayonne.
Se nos restringirmos só a dados históricos, a mais antiga presença da swastika foi encontrada na Índia bramânica. A swastika seria o instrumento original usado pelos Brâmanes para a produção do fogo sagrado.
Deste modo, a cruz gamada representa os fenômenos cósmicos do Fogo Celeste, o relâmpago e o raio. Com esta interpretação, estamos próximos da exegese nazista, que faz da swastika o Sol negro o princípio oculto da energia situado num mundo etéreo, além do visível, na linha da filosofia de Jâmblico e da Gnose.
Explicando melhor: a cruz gamada, símbolo do Sol visível, representa o lado esotérico da doutrina, enquanto que sua significação esotérica é a do Sol invisível.
No Tibete, o povo vê na swastika sobretudo um “talismã”, uma insígnia de algo muito importante, ligado ao caráter sagrado de cruz gamada nos templos budistas. A cruz gamada chama-se em tibetano gyung-drung e os lamas consideram-na como o sinal místico por excelência, em alusão ao “rei do mundo”, soberano invisível da Terra. A lenda, retomada por “Saint-Yves d´Alveydre” no seu livro Missão à Índia, afirma que o “mestre da Agarta” possui um selo com a cruz gamada. É certo que Gengis Khan usava um anel com a cruz gamada, ainda conservado no museu de Oulan-Bator (Mongólia). Esse anel, segundo a tradição, pertencera ao “rei do mundo”, que o presenteara ao fundador do Império mongol.
Na Idade Média os cátaros bogomilos dos Bálcãs, secretamente afiliados ao culto solar – uma dissidência do catolicismo, que foram todos mortos pelos soldados da quarta cruzada, na cidade Montségur – adotaram a swastika, como se vê nos castelos de Montségur e de Quéribus, que eram verdadeiros templos. Ali, a cruz gamada era o sinal de sua filiação maniqueísta dedicada à luz.
Esta tradição seria confirmada pelos antecessores gnósticos dos cátaros, os Templários. Os cavaleiros do Templo empregavam várias cruzes diferentes ao lado da cruz, propriamente dita “templária” que bem conhecemos. Entre estas é preciso assinalar a cruz celtica, que nada mais era do que a swastika.
Em Portugal, aquele jardim por Deus à beira mar plantada, pátria de santos e heróis, os Templários deixaram a swastika gravada em diversos lugares, como por exemplo, numa pedra que está no museu da aldeia de Vilar Maior, a alguns quilômetros da cidade da Guarda e que mostra uma swastica dupla. Esta swastika engloba as duas suásticas (suástica em sânscrito significa exatamente cruz). A de Vishnu (movimento de construção – roda para a direita, como a circulação em Loja. Mostra também a suástica de Shiva) movimento de destruição que roda para a esquerda.
A suástica pode também ser vista na cidade romana de Conimbriga, perto da cidade de Coimbra e no belo poço gótico que se encontra no museu de Alporão, na cidade de Santarém.
 Ir.’. Antonio Rocha Fadista – M.’.I.’.
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