INTRODUÇÃO
Ao longo dos tempos, figuras importantes da história, como Joana D`Arc, Jesus Cristo, William “Coração Valente” Wallace, Tiradentes, dentre outros, tiveram que morrer para deixar vivo aquilo que acreditavam.
Com Jacques De Molay não foi diferente. Sua vida e obra serviu de exemplo e referencial para milhões de jovens e adultos ao redor do mundo, sua bravura e persistência foram o sustentáculo para que outras Ordens engendrassem daquilo que fora a Ordem dos Cavaleiros Templários. E o mais importante: suas qualidades – dentre elas Lealdade e Tolerância – se tornaram a base-mor da Ordem DeMolay; tornaram-se eternas; tornaram-se Virtudes Cardeais de um DeMolay.
Temos Jacques DeMolay não só a figura do patrono de nossa Ordem, mas também a de um homem que deu sua vida a um ideal, coisa que poucos fariam e/ou farão. Deu, ainda, uma chance a milhões de pessoas, ao mostrar que era possível acreditar naquilo que seu coração dizia, até o final. Pois é no final que, muitas vezes, encontra-se o início de algo grandioso.
E é, infelizmente, em seu fim que a história da Ordem DeMolay começa.
MAS... QUEM FOI JACQUES De MOLAY?
Historiadores acreditam que Sir Jacques Burguemundos De Molay nasceu em Vitrey, França, em 1244.
Aos 21 anos, tomou-se aquilo que muitos de sua época sonhavam ser, mas que poucos tinham privilégio: membro da Ordem dos Cavaleiros Templários.
A Ordem dos Cavaleiros Templários, ou simplesmente Templários, havia sido oficialmente sancionada e reconhecida pelo Papa e pelo Conselho da Igreja em 1128. Sua denominação original era “Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão", e sua finalidade era vigiar a estrada entre Jerusalém e Acro, o porto de Jerusalém no Mediterrâneo. Logo, pela elevada sanção da Igreja, a Ordem tornou-se imensamente popular. O dinheiro jorrava na tesouraria dos Templários; ricas propriedades eram estabelecidas; e nobres e príncipes enviavam seus filhos para se unirem à Ordem.
Os Cavaleiros Templários aumentaram e torraram-se mais fortes com matrizes na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, e logo a valentia dos soldados na Palestina foi apoiada e preservada por uma vasta organização sistematizada nos lugares de origem. A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, De Molay foi eleito Grão-Mestre. Era um cargo que o classificava como, e muitas vezes, acima de grandes lordes e príncipes. De Molay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acro. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários” para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus lideres eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda. Em 1305, Filipe, o Belo, Rei da França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitaleiros, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Filipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja. Em 14 de setembro de 1307, Filipe agiu. Ele emitiu regulamentos secretos para aprisionar todos os Templários. De Molay e centenas de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas para De Molay e seus cavaleiros. Filipe forçou o Papa Clemente a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou De Molay a trair os outros Líderes da Ordem e descobrir onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, De Molay recusou-se. Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de De Molay e três de seus Preceptores. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de De Molay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas De Molay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Auvergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida com a morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Filipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde. Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim.
Última Prece: a maldição de Jacques DeMolay" Nekan, Adonai! Chol-Begoal! Papa Clemente... Cavaleiro Guilherme De Nogaret... Rei Filipe: intimo-os a comparecer perante o Tribunal de Deus-Todo-Poderoso dentro de um ano para receberem o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de vossas raças!"
Esta foi a prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o Grão-Mestre e seu fiel companheiro foram queimados. O fato é que em menos de um ano o Papa Clemente, o rei Filipe, o Belo, e o traidor Guilherme De Nogaret morreram.
Palavras do poeta Fernando Pessoa em sua auto-biografia: Resumo destas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques De Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos: a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Gills Lopes.’’.Presidente da Alumni-PB
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