Arcebispo de Porto Alegre Dom Dadeus Grings falou na Loja Maçônica Honra e Trabalho, onde estiveram representantes de diversas religiões
Em uma sessão magna pública realizada na Loja Maçônica Honra e Trabalho, o prefeito de Carazinho Aylton Magalhães, o Grão Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, José Firmino, o pároco da igreja Bom Jesus, João Gheno Neto e representantes de diversas religiões, além de várias pessoas da sociedade prestigiaram a palestra do arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings. Após a abertura, realizada a portas fechadas, os convidados passaram por baixo de espadas para entrar no local. O mestre de cerimônias conduziu o arcebispo para abrir a Bíblia (Livro da Lei para os maçons). Ele convidou a todos para fazer uma reflexão sobre a Campanha da Fraternidade, que fala sobre ecologia e tem como tema “Fraternidade e a Vida do Planeta”.
A iniciativa de convidar Dom Dadeus partiu de Firmino. “É uma demonstração pública que maçonaria e igreja são compatíveis. Tivemos um tempo de separação, mas estamos retomando esse passo importante, uma vez que a maçonaria é uma instituição filosófica e ao mesmo tempo religiosa. A Bíblia sempre é lida na loja maçônica e Dom Dadeus Grings está aqui nos dando à honra de falar sobre a visão maçonaria-igreja. A ideia de trazer Dom Dadeus para Carazinho, também é do Luciano Feldmann”, destaca Firmino.
Dom Dadeus começou sua explanação falando das quatro relações do ser humano. “A primeira é consigo mesmo; a segunda é com o mundo em que vivemos; a terceira é com as pessoas e a quarta é com Deus, que são conquistas. Se não funcionar o último, os outros também não estarão corretos”, completa o arcebispo, dizendo que Deus diz e faz, ao contrário de muitos homens. “Os seres humanos às vezes falam e não fazem, enquanto que a palavra de Deus está criada, também através da natureza. Tanto que disse, para os que não acreditavam em suas palavras que olhassem suas obras”, observa.
Em um outro momento ele relata sobre a industrialização que acabou interferindo na natureza. “Fizemos um mundo artificial, onde foram criadas dificuldades. Antigamente tudo era reaproveitado, hoje passamos a produzir mais lixo e tudo foi acumulando e não se transformando. Há anos foi calculado que existiam armas suficientes para destruir 25 vezes o Mundo, por isso ele corre risco, seja através da arma seja através do lixo”, lamenta.
(Dom Dadeus Grings falou sobre ecologia)
APROXIMAÇÃO ENTRE IGREJA E MAÇONARIA
Para o arcebispo a aproximação com a Maçonaria é resultado de uma época de diálogo. “Principalmente a partir do Concílio Vaticano, a igreja começou uma conversa com toda a sociedade. Então podemos dialogar com todas as entidades, que não é refutar o outro nem sucumbir à posição do outro, mas primeiro conhecer a diferença de cada grupo. Até porque não temos o mesmo pensamento de 50 anos atrás, pois de lá para cá muita coisa mudou. Na sociedade, temos muitas entidades que trabalham pelo bem comum, e vamos trabalhar juntos para que possamos somar, respeitando as diferenças”, enfatiza. Sobre a palestra ele compara a situação do planeta a uma febre. “Percebemos a reação do planeta ao crescimento da temperatura: está com febre. Então o que fazer? Devemos saber o que está acontecendo, ver qual é a nossa culpa como seres humanos, onde temos recursos enormes para trabalhar o universo. Primeiro, temos que conscientizar a nossa população e todas as entidades que trabalham nesse campo são convidados a participar desse grande debate”, destaca.
Ao final da palestra, Dom Dadeus foi presenteado com a miniatura do Bombeador (um dos símbolos de Carazinho). Após, todos os presentes participaram de um jantar de confraternização.
Redação Carazinho
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