Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica
é fazer valer o que diz o Salmo 133:
“Oh
quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso
sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla
das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes
de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.”
A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal
descrito nas palavras acima alcança todos, não escapa ninguém dessa Lei
Universal. O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial. É a força cega que
fere de morte a Loja, a filha de Sião. A Loja unida é como um corpo: quando um
padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos
se regozijam. Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!
O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem
desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.
Como unir homens, dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas
e valores tão diferentes? É aí que começa a ficar interessante a arte de ser
Maçom e viver em harmonia. É um esforço comum a todos os membros, e que requer
habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo. Antes de apreciarmos
os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar
nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos. Como sempre digo, no
mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por
terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que
cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no
edifício social.
O maior prejuízo para uma Loja Maçônica chama-se “crítica”. Criticar
significa pegar o Malhete e sair trabalhando a Pedra do outro irmão. A força
cega se aproveita disso e conduz a Loja à ruína.
O debate é saudável para a Loja. A crítica é destrutiva. O behaviorista
B. F. Skinner, em seu livro “Science and Human Behavior” diz que, a crítica é
fútil porque coloca um homem na defensiva, deixando-o em posição
desconfortável, tentando justificar-se. Em momentos como esse, a essência do
AMOR fraternal, também chamada de egrégora, se desfaz e a força cega assume o
controle. A crítica é perigosa porque fere o que o homem tem como precioso, seu
orgulho, gerando ressentimentos. É o começo do fim dos relacionamentos.
John Wanamaker, um psicólogo estudioso dos relacionamentos, também
escreveu: “Eu aprendi em 30 anos que é uma loucura a crítica. Já não são
pequenos os meus esforços para vencer minhas próprias limitações sem me
amofinar com o fato de que Deus não realizou igualmente a distribuição dos dons
de inteligência”. Os homens deveriam fazer autocrítica. Como não o fazem,
criticá-los é desafiar a harmonia em Loja.
B. F. Skinnner costumava fazer experimentos com animais, buscando
compreender o comportamento destes, para depois compará-lo com o das pessoas.
Ele demonstrou que um animal que é recompensado por bom comportamento aprenderá
com maior rapidez e reterá o conteúdo aprendido com muito maior habilidade que
um animal que é castigado por mau comportamento. Estudos recentes mostram que o
mesmo se aplica ao homem.
O homem adora criticar. Tem os que criticam erros de ritualística em
plena sessão, atrapalhando a egrégora, criando constrangimentos, quebrando a
sequência dos trabalhos, cruzando a palavra entre as CCol∴ e o Or∴ tudo pelo prazer de corrigir, criticar e fazer prevalecer seu potencial, seu
ego e sua autoridade, quando na verdade, o que deveria prevalecer seria o AMOR.
Buscar a perfeição na ritualística é nosso dever. Mas não é prudente fazer
críticas e correções em pleno serviço. É o começo do fim. Estudos têm mostrado que a crítica não
constrói mudanças duradouras, mas promove o ressentimento. Acaba deixando o rei
no trono, mas sem súditos para os governar. É o fim do reinado.
O combustível do AMOR e da união é o elogio. Se algum irmão fez um
trabalho e o mesmo precisa ser melhorado, seu consciente o está cobrando por
melhora. Ele sabe que precisa melhorar, não porque alguém o cobre melhoras, mas
porque o seu interior, sua alma, pede por melhora. Quando alguém o elogia após
a leitura de um trabalho, gera uma crítica construtiva, pois elogiou quando
dentro dele existe uma crítica. Esse irmão se sentirá motivado a fazer mais e
mais trabalhos, e, essa persistência o levará à perfeição sem que necessitasse
críticas de terceiros. Hans Selye, outro notável psicólogo que amava estudar o
comportamento humano diz: “Com a mesma intensidade da sede que nós temos de
aprovação, tememos a condenação”. Na prática, não só tememos, como também não
ficamos satisfeitos com críticas feitas por pessoas semelhantes a nós, com o
mesmo grau de fragilidade.
A Loja perfeita elogia, sugere, estimula, confere recompensas com
palavras: O VERBO. A PALAVRA. O AMOR.
Não quero com isso buscar unanimidade favorável a essa tese que defendo.
Mas tenho observado que em Lojas onde se pensa diferente, o AMOR esfriou, a
harmonia desapareceu e as CCol∴ da Loja estão em perigo.
Autor: Manoel Miguel – CIM 293759 –
ARLS Colunas de São Paulo 4145 – Or.’. de São Paulo, 23 de junho de 2016. E∴V∴
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