quarta-feira, 15 de junho de 2016

São João Smoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria.






                                           
      
Ao iniciarmos os trabalhos em loja, o V.’.M.’. Invoca a proteção do G.’.A.’.D.’.U.’.e abre-se a loja, dizendo  -“em homenagem a São João, nosso padroeiro, declaro aberta esta loja no Grau de A.’.M.’. sobre o Titulo distintivo (e diz o nome da loja)” . Nesse momento os trabalhos estão abertos, mas nos resta a pergunta: Quem é este São João, e o porque do titulo distintivo?
A Bíblia fala de dois São João: o Batista e o Evangelista.
Para responder a esta pergunta nós precisamos ainda mais nos aprofundar um pouco em textos, lendas e histórias, para descobrirmos quem foi São João de Jerusalém e porque nossas lojas são dedicadas a ele.
Comecemos por fazer algumas distinções. O primeiro São João de que ouvimos falar e o qual um dos mais famosos personagens da bíblia é sem dúvida, São João Batista, o précussor de Jesus, pregou a vinda do Senhor, a necessidade de se arrepender  dos pecados e das pessoas serem batizadas, tendo o privilégio de batizar o próprio Jesus. Mais tarde, lançado na prisão por ter reprovado publicamente o casamento adúltero de Herodes Ântipas com Herodias, esposa de seu irmão, quando foi morto, após Salomé, filha de Herodias,  ter pedido a Herodes sua cabeça em uma bandeja, o mesmo teve sua cabeça decepada por ser fiel aos seus princípios e convicções.
Este Santo tem seu dia de comemoração também associado aos mistérios celestes, pois se comemora exatamente no dia do equinócio de inverno, ou seja, o dia mais curto do ano. A maçonaria, por sua vez, associou este dia como contemplação a esta transição do sol, e a reverencia em suas lojas com associações a sua doutrina. Erroneamente alguns historiadores associaram este São João como patrono da maçonaria, talvez por ser o mais famoso e conhecido, mas isso é um erro comum entre os que levianamente estudam a maçonaria por obrigação.
O outro São João de que se tem noticia, e também associado à maçonaria, é o São João Evangelista. Apostolo e um dos três mais intimamente associados de Jesus, juntamente com Pedro e Tiago. Este João escreveu o evangelho segundo João, as três cartas de João e Apocalipse, uma maravilhosa visão da Revelação.
Sua data de comemoração é associada ao solstício de verão, que ocorre em dezembro.
Nesta data eram eleitas as gestões das lojas, e neste solstício a maçonaria também realizava comemorações pela passagem do sol. Porém, também erroneamente, este São João foi associado como patrono da maçonaria; principalmente por aqueles que não se dão ao trabalho de ler, e gostam muito de citar grandes nomes do passado não testando e investigando sua veracidade; meramente copiando e transcrevendo seus dizeres e se esquecendo que a verdade é a mola que nos impulsiona. Então, surgem as perguntas: Se nenhum deles é o patrono da maçonaria, quem o é? Se não são estes dois importantes santos, a quem abrimos nossas lojas e trabalhamos sobre sua proteção?
No ano de 550 da era cristã, após a vinda de Jesus, nasceu um menino na ilha de Chipre ao sul da Itália, onde seu pai, Epifânio, era o governador da ilha, motivado por sua formação cristã e caridosa. Dedicou sua vida a obras assistenciais, por ajudar pobres, doentes e famintos. Tinha o costume de sentar-se em frente à igreja para ouvir e atender as queixas destes desafortunados. O mesmo se encaminhou a Jerusalém, com a intenção de montar um hospital que atendesse aos peregrinos que viajavam à Terra Santa, para visitar o Santo Sepulcro.
Nesta ocasião ocorriam as Sagradas Cruzadas, lideradas pelos cavaleiros Templários, ao qual este menino se inspirou em seus métodos e conduta, durante as Sagradas Cruzadas, fundou a Ordem dos Cavaleiros Hospitalares e montou em Jerusalém um hospital que atendesse aos peregrinos que iam à terra santa, utilizando recursos próprios, de sua herança.
O garoto, e agora homem, veio a faleceu no ano de 619, na cidade de Amatonto, na ilha de Chipre. Após a sua morte, o Papa em reconhecimento ao seu desprendimento e amor incondicional, o canonizou com o nome, São João Esmoleiro, porém este santo ficou mais conhecido como São João de Jerusalém.
A História certamente terminaria aqui, mas se fossemos meros profanos. Mas para nós, maçons iniciados na Arte Real, livres pensadores e perseguidores da verdade, não! Ainda nos restam as pergunta: Porque dedicar as lojas à ele? O que ele fez em Jerusalém? Porque voltou a sua pátria?
Atentai, amados IIr.’., que a resposta esta diante de vossos olhos. Ao sair de sua terra natal, o garoto levou o quinhão da fortuna de seu pai, que lhe era de direito. Ao invés de viver uma vida sossegada, ele deslocou-se para Jerusalém, onde construiu com enorme dificuldade, um hospital para socorrer os enfermos. Porém, a época era das Cruzadas, e os povos viviam em guerra. Baseado nos princípios da Cavalaria Templária, ele fundou a Ordem dos Cavaleiros Hospitalares, que tinha por principal função, defender os hospitais e prestar socorro à quem se achava enfermo. Ele mesmo foi amigo, irmão e confidente de muitos enfermos, e deu a eles mais do que os seus recursos financeiros. Doou a cada um deles, sua saúde e atenção. Nunca fez distinções entre feridos de guerra e leprosos; todos que buscavam ajuda neste período de caos encontravam, sem dúvida, uma mão estendida nos Cavaleiros Hospitalares e em São João.
A Ordem dos Cavaleiros Hospitalares logo foi transformada na Ordem dos Cavaleiros de Jerusalém, que agora não só tomavam conta dos hospitais, mas corriam em socorro dos doentes e dos necessitados, onde quer que se encontrassem. Esta Ordem sobreviveu durante anos, e ganhou enorme respeito dos Templários da época. O seu fundador foi eleito e sagrado Grão-Mestre dos Cavaleiros de Jerusalém, recebendo as mais altas honrarias Templárias, pois estes o reconheciam como um puro e fiel Cavaleiro, seguidor dos antigos valores. São João retornaria a sua pátria, na Ilha de Chipre, por saber que a mesma estava à mercê de invasão dos Turcos, e o seu povo necessitava de ajuda. Para isso, ele contou com sua experiência em Jerusalém, e fundou a Ordem dos Cavaleiros de Malta, que tinha a dupla função: Proteger os hospitais, ajudar os enfermos e feridos, e lutar pela manutenção da paz e preservação da independência de sua pátria.
A Ordem prosperou na parte da Hospitalaria, mas a sua força armada não foi suficiente para deter a invasão Turca, que dominou e destruiu grande parte da Ilha. Gostaríamos de dizer que tudo foi fácil e belo, mas esta não é a verdade. Muito sangue foi derramado para que os Cavaleiros pudessem prosseguir em sua jornada, e mantivessem a chama acesa, no intuito de ajudar os feridos e vitimas de doenças.
Os Cavaleiros de Malta foram conhecidos por seus atos como, grandes defensores dos oprimidos e daqueles que precisavam de ajuda, assim como já eram os Cavaleiros de Jerusalém. Após a morte de São João, e sua posterior  canonização, a Ordem de Cavalaria Templária associaría, fortemente, São João de Jerusalém como seu patrono, e ao se postarem no campo, para as batalhas, sempre se colocavam sobre a proteção do mesmo.
A Maçonaria copiou grande parte de seus ensinamentos e do modo de agir dos Templários, além de associar São João como seu padroeiro, pois os ideais deste nobre homem, que foi elevado a condição de Santo, combinavam com a doutrina maçônica de amor incondicional ao próximo, e sua elevada determinação em lutar pela liberdade. A partir deste momento, em que a maçonaria se colocava a campo para lutar pela liberdade da humanidade, clamava a esta grande figura, que a partir deste momento, sería conhecido por todos os maçons como: São João de Jerusalém nosso Patrono.
Por isso todas as lojas são abertas e dedicadas a sua homenagem, e até hoje nós somos lojas de São João. O amor dele nos contagia, e em sua homenagem é que trabalhamos para socorrer os necessitados, como ele o fez, e levar a luz do conhecimento e da verdade a toda a Humanidade.
Comemora-se no dia 23 de janeiro o dia de São João Smoler, para nós, São João de Jerusalém, Patrono da Maçonaria.



autor: Ir. Waldemar (A.R.L.S. União e Lealdade)
adaptado e revisado: lr.’. Mário Paiva (A.’.R.’.L.’.S.’. IIR.’. Fraternos – GLERN)

Nenhum comentário:

Postar um comentário