A festa era uma homenagem ao Grande Oriente Paulista, que comemorava aniversário de fundação. Lá estavam uma multidão de convidados e maçons, perante aos quais realizei a palestra alusiva ao evento. Foi um convite com que aquela Potência Maçônica muito me honrara.
Já estava no banquete, quando um dos convidados se aproximou de mim e disse: – Seu Grão-Mestre, fiquei encantado em ouvi-lo falar tanta coisa bonita e importante a respeito da Maçonaria. Mas por que alguns protestantes falam tão mal dessa Instituição e a Igreja de Roma excomunga os maçons? – Em sua próxima conferência não esqueça de dizer algo sobre isto…
Depois do banquete, tentei encontrar o cidadão, porém foi infrutífera minha procura. Todavia ele poderá vir a ler este livro, e, então encontrará, não tudo, mas algo do que eu já disse referente à sua curiosidade.
Há muitos livros publicados a respeito do assunto. Autores tendenciosos, aproveitadores, exploradores da boa-fé de ingênuos que se deixam enganar por vendedores de pedacinhos do céu. Os Leo Taxil da vida. Mas existem os historiadores sérios. Analistas da verdade que fazem a ressureição dos fatos, sem paixão. E graças a Deus, são muitos.
As sagradas escrituras, em passagem do Novo Testamento, ensinam que “a boca fala do que está cheio o coração”, havendo neste tesouro do bem ou do mal. E, aí, fica mais fácil entender as motivações por que alguns só falam do mal. Para não padecer de tal aborrecimento, é só nãooferecer seu ouvido para ser urinol desses que têm o coração endurecido pelo mal. Faça como o Grande Arquiteto do Universo que através de “Provérbios” (6,19) revelou aborrecimento com quem fala mal do próximo.
Muitos ignoram que a religião oficial do Brasil era o Catolicismo romano. Outras religiões não tinham amparo legal para pregação em nosso País, até a Proclamação da República, quando se deu a quebra dessa barreira. E todos puderam professar a sua fé e adotar a religião que o seu coração pedisse. Mas quem redigiu o decreto, sancionou e o referendou foram os maçons (Decreto Federal nº 119-A, de 7.1.1890). Como muitos sabem, mas se fazem de esquecidos de que antes dessa liberdade, lojas maçônicas, e não foram poucas, abriram suas portas para que os pastores evangélicos pudessem fazer suas pregações, protegidas pela Maçonaria. Mas a gratidão, minha gente, é a memória do coração.
É de se ressaltar, no entanto, que milhares e milhares de adeptos da Maçonaria têm sua religião no seio dos evangélicos. A Maçonaria não é seita, nem religião.
O Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, com o pseudônimo de Pítia, escreveu dez cartas a um de seus alunos, a quem chamava de Damão. Na décima carta, o Frei Caneca se refere à Maçonaria. Transcrevi essa missiva anexa a meu livro “Artesanatos Maçônicos”, publicado pela Editora Maçônica A TROLHA Ltda., de Londrina. O Frade Carmelita, hoje com o seu nome constante do livro dos HERÓIS DA PÁTRIA, aponta as críticas que são feitas à Ordem e as derruba uma a uma; elenca muitos dos benefícios que ela tem feito à humanidade, em todo o mundo; e ela se destina somente ao fazimento do bem, pois como conclui: “seus estatutos foram, como o Cristianismo, extraídos dos Evangelhos”.
Damão, que queria saber tudo da Maçonaria, deve ter ficado muitos anos fazendo reflexão a respeito dessa informação de Pítia: “os que são contrários à Maçonaria se enquadram em uma das duas categorias: não conseguiram ingressar em seus quadros, porque não tinham as excelsas qualidades exigidas para tanto; ou foram expulsos de seus quadros” por se terem revelados ‘sepulcros caiados’.
Enviado pelo Ir.’. Antônio do Carmo Ferreira Presidente da ABIM (Associação Brasileira da Imprensa Maçônica)
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