Por Kennyo Ismail
Em Outubro deste ano teremos eleições no Brasil, com o período de campanha iniciando em Julho. Isso significa que, de Julho a Outubro, sofreremos os benefícios e mazelas proporcionados pelo sistema democrático, quando o debate de ideias e projetos lutará a injusta batalha contra a avalanche de poluição sonora e visual.
Não vamos voltar aqui à discussão da Maçonaria enquanto precursora da democracia moderna, assunto esse exposto em outro estudo. A intenção deste texto é chamar a atenção do maçom para a tendência comportamental em redes sociais durante esse período versus a devida postura maçônica.
Pela proximidade do período de campanha eleitoral, já temos presenciado um aumento no volume de publicações nas redes sociais relativas ao tema, especialmente críticas. Porém, ao contrário do que gostaríamos, tais publicações em geral não partem do princípio da crítica fundamentada sobre programas e propostas políticas, e sim vis ofensas diretas a lideranças políticas, muitas delas atuais autoridades legitimamente constituídas.
Quando se aborda tal questão junto aos “ofensores”, a primeira resposta que se recebe é quanto a famosa “liberdade de expressão” que, teoricamente, lhes daria o direito de ofender pessoas que eles mal conhecem. Entretanto, esse tópico é assunto amplamente discutido e, de certa forma, já esgotado no seio do Direito brasileiro, cuja lei maior “conferiu significado especial aos direitos de personalidade, consagrando o princípio da dignidade humana como postulado essencial da ordem constitucional, estabelecendo a inviolabilidade do direito à honra e à privacidade e fixando que a liberdade de expressão e de informação haveria de observar o disposto na Constituição, especialmente o estabelecido no Art. 5º, X.”
Porém, o que vemos são pessoas publicando fotos de políticos e, em vez de criticar alguma decisão, afirmação ou atitude desses, proferem ofensas pessoais, xingamentos, difamam e caluniam. E o que mais assusta é que muitos dos autores são… maçons. Irmãos que, entre uma ofensa e outra, publicam conteúdo maçônico falando de fraternidade entre os homens e levantar templos às virtudes. No mínimo, uma incoerência.
Não precisamos aqui explicitar que, em muitos casos, tais atos podem ser enquadrados como infrações maçônicas. O objetivo aqui é tratar da conduta maçônica, provavelmente respeitada no meio maçônico, mas aparentemente negligenciada no mundo profano, mais especificamente em redes sociais. Como exemplo do que estamos falando, outro dia me espantei com uma publicação de um irmão em rede social, cuja identidade será mantida em sigilo. Era uma foto da Presidente da República, cujo texto que a acompanhava era “ANTA!”. Independente da orientação política do irmão, a injúria proferia era desnecessária e inaceitável. Trata-se de uma mãe e avó de família e líder legitimamente eleita do país. O referido irmão, além de maçom, é Sênior DeMolay e militar. Como DeMolay, faltou com seu juramento ao desrespeitar uma mulher. Como militar, cometeu falta grave contra a Comandante em Chefe. E como maçom, faltou com decoro, não combateu suas paixões, desrespeitando as leis do país, sendo intolerante e esquecendo-se da moral maçônica. Obviamente que ninguém é obrigado a gostar do Presidente da República em exercício, mas todos temos o dever de respeitar uns aos outros, em especial quando se trata de um ser humano e uma autoridade que foi eleita pelo povo em um processo democrático.
Importante ressaltar que o período eleitoral oficialmente ainda não começou e, infelizmente, a tendência é apenas piorar. Por isso, conclamamos todos os maçons a se autopoliciarem nesse período, em especial nas redes sociais, de forma a não expor a Maçonaria ao ridículo.
Fonte: www.noesquadro.com.br
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