terça-feira, 18 de março de 2014

VÁ COM DEUS, IR.'. LUCAS!


Hoje é um dia triste para a Loja Parnamirim nº9, bem como para a Maçonaria potiguar. O nobre Ir.'. José Lucas partiu para o Oriente Eterno, deixando o plano terreno nesta terça-feira.
Os  Obreiros da Loja São José nº14 rogam ao G.'.A.'.D.'.U.'. que o receba de braços abertos e conforte a todos os seus familiares neste momento de dor.

18 DE MARÇO: DIA DE DEVOÇÃO EM MEMÓRIA A JACQUES DEMOLAY

INTRODUÇÃO
Ao longo dos tempos, figuras importantes da história, como Joana D`Arc, Jesus Cristo, William “Coração Valente” Wallace, Tiradentes, dentre outros, tiveram que morrer para deixar vivo aquilo que acreditavam.
Com Jacques De Molay não foi diferente. Sua vida e obra serviu de exemplo e referencial para milhões de jovens e adultos ao redor do mundo, sua bravura e persistência foram o sustentáculo para que outras Ordens engendrassem daquilo que fora a Ordem dos Cavaleiros Templários. E o mais importante: suas qualidades – dentre elas Lealdade e Tolerância – se tornaram a base-mor da Ordem DeMolay; tornaram-se eternas; tornaram-se Virtudes Cardeais de um DeMolay.
Temos Jacques DeMolay não só a figura do patrono de nossa Ordem, mas também a de um homem que deu sua vida a um ideal, coisa que poucos fariam e/ou farão. Deu, ainda, uma chance a milhões de pessoas, ao mostrar que era possível acreditar naquilo que seu coração dizia, até o final. Pois é no final que, muitas vezes, encontra-se o início de algo grandioso.
E é, infelizmente, em seu fim que a história da Ordem DeMolay começa.

MAS... QUEM FOI JACQUES De MOLAY?
Historiadores acreditam que Sir Jacques Burguemundos De Molay nasceu em Vitrey, França, em 1244.
Aos 21 anos, tomou-se aquilo que muitos de sua época sonhavam ser, mas que poucos tinham privilégio: membro da Ordem dos Cavaleiros Templários.
A Ordem dos Cavaleiros Templários, ou simplesmente Templários, havia sido oficialmente sancionada e reconhecida pelo Papa e pelo Conselho da Igreja em 1128. Sua denominação original era “Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão", e sua finalidade era vigiar a estrada entre Jerusalém e Acro, o porto de Jerusalém no Mediterrâneo. Logo, pela elevada sanção da Igreja, a Ordem tornou-se imensamente popular. O dinheiro jorrava na tesouraria dos Templários; ricas propriedades eram estabelecidas; e nobres e príncipes enviavam seus filhos para se unirem à Ordem.
Os Cavaleiros Templários aumentaram e torraram-se mais fortes com matrizes na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, e logo a valentia dos soldados na Palestina foi apoiada e preservada por uma vasta organização sistematizada nos lugares de origem. A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, De Molay foi eleito Grão-Mestre. Era um cargo que o classificava como, e muitas vezes, acima de grandes lordes e príncipes. De Molay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acro. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários” para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus lideres eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda. Em 1305, Filipe, o Belo, Rei da França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitaleiros, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Filipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja. Em 14 de setembro de 1307, Filipe agiu. Ele emitiu regulamentos secretos para aprisionar todos os Templários. De Molay e centenas de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas para De Molay e seus cavaleiros. Filipe forçou o Papa Clemente a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou De Molay a trair os outros Líderes da Ordem e descobrir onde todas as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, De Molay recusou-se. Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de De Molay e três de seus Preceptores. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de De Molay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas De Molay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Auvergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida com a morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Filipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde. Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim.

Última Prece: a maldição de Jacques DeMolay" Nekan, Adonai! Chol-Begoal! Papa Clemente... Cavaleiro Guilherme De Nogaret... Rei Filipe: intimo-os a comparecer perante o Tribunal de Deus-Todo-Poderoso dentro de um ano para receberem o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de vossas raças!"
Esta foi a prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o Grão-Mestre e seu fiel companheiro foram queimados. O fato é que em menos de um ano o Papa Clemente, o rei Filipe, o Belo, e o traidor Guilherme De Nogaret morreram.
Palavras do poeta Fernando Pessoa em sua auto-biografia: Resumo destas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques De Molay, Grão-Mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos: a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.

Gills Lopes.’’.Presidente da Alumni-PB

sexta-feira, 14 de março de 2014

MANIFESTO DA MAÇONARIA

Decidimos publicar esta carta na íntegra por concordarmos em todos os sentidos com o conteúdo da mesma, além de pedirmos aos Irmãos, cunhadas, sobrinhos e até mesmo os profanos que divulguem esta postagem para que, de alguma forma, possamos mudar nosso país para melhor, combatendo a ignorância e os erros, em prol da pátria e da humanidade.

CARTA DA LOJA MAÇÔNICA ACÁCIA DAS NEVES Nº 22
ORIENTE DE SÃO JOAQUIM – FILIADA AO GOSC

Vivemos um dos momentos mais difíceis de nossa história. O povo está sendo mantido na ignorância e sustentado por um esquema que alimenta com migalhas a miséria gerada por essa mesma ignorância. A tirania mudou sua face. Já não encontramos os tiranos do passado que com sua brutalidade aniquilavam as cabeças pensantes, cortando o pescoço. Os tiranos de hoje saqueiem a Pátria e degolam as cabeças de outra forma. A tirania se mostra pela corrupção que impera em todos os níveis. Encontramos mais viva do que nunca as palavras do Imperador Romano Vespasiano que na construção do Grande Coliseu disse:

“DAI PÃO E CIRCO PARA POVO”.

Esse grande circo acontece todos os dias diante de nossos olhos, especialmente sob a influência da televisão, que dá ao povo essa fartura de “pão” e de “circo”.

Quando pensamos que a fartura acaba, surgem mais opções. Agora vemos a Pátria sendo saqueada para a construção de monumentais estádios de futebol, atualmente chamados de arenas, nos moldes do que era o Coliseu, uma arena. Enquanto isso os hospitais estão falidos, arruinados, caindo aos pedaços. Brasileiros morrem nas filas e nos corredores desses hospitais; já, outros filhos da Pátria morrem pelas mãos de bandidos inescrupulosos que se sentem impunes diante de um Estado inoperante, ineficiente e absolutamente corrompido. Saúde não existe, educação não há, segurança, muito menos. Porém, a construção dos “circos”, continua!

Mas o pão e o circo também vem dos “Big Brothers” das “Fazendas”, das novelas que de tudo mostram, menos verdadeiros valores e virtudes pessoais. Quanto mais circo, mais pão ao povo. E o mais triste é que o povo mantido na ignorância, é disso que mais gosta. Nas tardes, manhãs e noites, não faltam essas opções de “lazer”. O Coliseu está entre nós. O circo está entre nós. Já o pão, esse vem do bolsa isto, do bolsa aquilo, mantendo o povo dependente do esquema, subtraindo-lhe a dignidade e a capacidade de conquistar melhores condições de vida com base em suas qualidades, em seus méritos, em suas virtudes.

Agora, o circo se arma em torno do absurdo que se coloca à população de que o problema de saúde é culpa dos médicos. Iludem e enganam o povo, pois fazem cair no esquecimento o fato de que o problema de saúde no Brasil é estrutural, pois o cidadão peregrina sem encontrar um lugar digno, nem mesmo parar morrer.

Então, absurdamente, em desrespeito aos filhos da Pátria, são capazes de abrir as portas para profissionais estrangeiros, alguns poucos, não cubanos. Os tiranos tem a audácia de repassar R$ 40.000.000,00 mensais que são sangrados dos cofres públicos para sustentar um outro governo falido e também tirano, o cubano; um dinheiro sem controle e sem fiscalização. Os pobres profissionais que de lá vêm, não têm culpa. É um povo sem liberdade, sem direito de expressão, escravo da tirania. Esses médicos recebem migalhas daquele governo. Mal conseguem sustentar a si e a seus familiares.

Os R$ 40.000.000,00 que serão mensalmente enviados para Cuba, solucionaria o problema de inúmeros de pequenos hospitais pelo interior deste País. Mas não é a isto que ele servirá. Nós estamos a financiar um trabalho explorado, escravizado, de profissionais que não tem asseguradas as mínimas condições de dignidade de pessoa humana, porque simplesmente não são homens livres.

E nós brasileiros, devemos nos envergonhar de tudo isto, porque estamos sendo responsáveis e coniventes por sustentarmos todo esse esquema, todos esses vícios, comportando-nos de maneira absolutamente inerte.

Esses governantes, que tanto criticam o trabalho escravo, também não esclarecem à população o fato de um médico brasileiro receber o mísero valor de R$ 2,00 por uma consulta pelo SUS. Do valor global anual que recebem, ainda é descontado o Imposto de Renda, através de uma escorchante tributação sobre o serviço prestado, que pode chegar ao percentual de 27,5%. Em atitude oposta, remuneram aqueles que não são filhos da Pátria, os estrangeiros, com o valor de R$ 10.000,00 mensais por cada profissional, cabos eleitorais desses governantes. Profissionais da saúde no Brasil, servidores públicos de carreira, à beira da aposentadoria, com dedicação de uma vida inteira, receberão quando da aposentadoria metade do valor pago ao estrangeiro.

Não podemos aceitar a armação desse circo, em cujo picadeiro, povo brasileiro é o palhaço !

A Maçonaria foi a grande responsável por movimentos históricos e por gritos de liberdade em defesa da dignidade do homem. Foi por  Maçons que se deu o grito de Independência do Brasil, da Proclamação da República, da Abolição da Escravatura. Foi por Maçons que se deu o brado da Revolução Farroupilha.

E o que está fazendo a Maçonaria de hoje ao ver o circo armado, com a distribuição de um pão arruinado pelo vício que sustenta essa miséria intelectual!  
Não podemos ficar calados e inertes!
A Maçonaria, guardiã da liberdade, da igualdade e da fraternidade, valores que devem imperar entre todos os povos, precisa reagir, precisa revitalizar seu grito, seu brado para a libertação do povo. Esse é o nosso dever, pois do contrário não passaremos de semente estéril, jogada na terra apenas para apodrecer e não para germinar.

A Loja Maçônica Acácia das Neves, incita a todos os IIrm.: para que desencadeemos um movimento de mudança, de inconformismo, fazendo ecoar de forma organizada a todas Lojas e Maçons desta Pátria, o nosso dever de cumprir e fazer cumprir a nossa missão de levantar Templos à virtude e de cavar masmorras aos vícios!

domingo, 9 de março de 2014

PALAVRÕES AOS GRÃO-MESTRES

Por  Kennyo Ismail

O título deste artigo, “Palavrões aos Grão-Mestres”, foi escolhido, obviamente, pela sua capacidade atrativa. Porém, o emprego do termo “palavrões” no título não se refere ao significado mais usual, de “palavras obscenas ou grosseiras” , mas sim no sentido de “termo empolado” . E nesse caso, para ser mais  claro, “empolado” no sentido de pomposo. Ou seja, o artigo trata dos axiônimos, termos corteses de tratamento e reverência utilizados ao se dirigir a um Grão-Mestre, também conhecidos como pronomes de tratamento.

Essa é uma questão intrigante na Maçonaria brasileira. O Grande Oriente do Brasil e a maioria dos Grandes Orientes Independentes confederados à COMAB adotam o termo “Soberano” como pronome de tratamento de seus Grão-Mestres. Já as 27 Grandes Lojas brasileiras adotam oficialmente o termo “Sereníssimo” para seus Grão-Mestres, assim como alguns poucos Grandes Orientes confederados à COMAB. Não havendo consenso no axiônimo utilizado no meio maçônico brasileiro ao se  dirigir aos Grão-Mestres, inquire-se qual é a origem do uso dos termos “Soberano” e “Sereníssimo” na Maçonaria brasileira. Esse é o objetivo principal deste breve estudo.

Termo Original: Most Worshipful O termo maçônico comumente utilizado para se referir a um Grão Mestre é o de “Most Worshipful” 3 , que pode ser traduzido  como “Mui Respeitável”, “Mui Venerável”, “Venerabilíssimo” ou mesmo o “Mais Venerável”. A adoção desse termo na Maçonaria data de, pelo menos, 1721, quando
Desaguliers resolve entregar o comando da Grande Loja de Londres (dos Modernos) à Nobreza, tendo sido o primeiro nobre Grão-Mestre o Duque de Montagu.4
Ao Duque de Montagu é creditada a solicitação para que James Anderson compilasse o Livro de Constituições, o qual seria publicado em 1723. 5 Porém, as evidências apontam que tal iniciativa partiu de Desaguliers, que serviu como Adjunto do Duque de Montagu, e quem de fato dirigia a instituição.
É fácil compreender a adoção desse termo já nos primeiros anos da primeira Grande Loja Especulativa. Se o Mestre de Loja recebe o tratamento de “Worshipful”, ou seja, de Venerável”, não seria correto que o Grão-Mestre da Grande Loja fosse tratado como “Most Worshipful”, ou seja, “Mui Venerável”? Um tanto quanto lógico. Interessante observar que Grandes Lojas Estaduais brasileiras em algum momento foram influenciadas por essa nomenclatura. Sendo as Grandes Lojas dos EUA comumente chamadas de “Most 2 Texto originalmente publicado no blog: www.noesquadro.com.br Worshipful Grand Lodge of...”, muitas Grandes Lojas no Brasil optaram por adotar a mesma nomenclatura. Porém, traduziram “Most Worshipful” como “Mui Respeitável”. Isso parece inicialmente um equívoco visto que, no meio
maçônico, a tradução do termo inglês “Worshipful” para o Português sempre foi “Venerável”. Porém, muitas Grandes Lojas de outros países latino-americanos já haviam optado por tradução similar do inglês para o espanhol, adotando o termo “Muy Respetable Gran Logia...”, o que pode ter influenciado na escolha do termo a ser adotado em português.

Sereníssimo: Século XVIII -  O primeiro registro que se tem do uso do termo “Sereníssimo” ao se referir a um Grão-Mestre da Maçonaria foi na França, em 1743. Com a morte do Duque de Antin, primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da França, uma reunião emergencial de Veneráveis Mestres elegeu Louis de Bourbon, o Conde de Clermont, como Grão-Mestre.6 O Conde de Clermont era um príncipe de sangue, e por isso detinha o direito de receber o tratamento de “Sereníssimo”, assim como os demais príncipes de sangue da França.7 Esse direito foi devidamente observado na Grande Loja da França durante sua gestão, em que foi chamado de
“Sereníssimo Grão Mestre”, ou seja, um príncipe que ocupa o posto de Grão-Mestre.

Dois anos após sua morte, em 1773, a Grande Loja da França foi dividida em duas: o Grande Oriente de França e a Grande Loja de Clermont. Essa última quase não resistiu à Revolução Francesa, chegando a suspender seus trabalhos. Quando do término da Revolução, a Grande Loja de Clermont foi incorporada pelo Grande Oriente de França.8 Voltando ao Grande Oriente de França, que se declara sucessor da Grande Loja de França, seu primeiro Grão-Mestre foi Louis Philippe d‟Orleans, Duque de Orleans e também príncipe de sangue. Logicamente que, sendo um príncipe, recebia o tratamento de “Sereníssimo” no Grande Oriente de França. O Duque de Orleans permaneceu como Grão-Mestre do Grande Oriente de França até 1793, quando fez uma declaração contra os mistérios e reuniões secretas e acabou sendo destituído de seu posto, ao qual, diga-se de passagem, nunca fez questão nem deu a mínima atenção. 9 Porém, após 50 anos tratando os Grão-Mestres por “Sereníssimo” (1743-1793), a Maçonaria francesa passou a considerar esse axiônimo como maçônico. Nada a impedia quanto a isso, visto então estar vivendo numa República. O termo “Sereníssimo”, então consagrado na Maçonaria francesa, berço da Maçonaria latina, foi amplamente adotado pela Maçonaria de língua espanhola e portuguesa, muito mais influenciada e próxima dos maçons franceses do que dos britânicos ou dos norte-americanos. Não é por acaso que
ainda é utilizado oficialmente pela Grande Loja da Bolívia, Grande Loja do Chile, Grande Loja de Cuba, Grande Loja da República Dominicana, Grande Loja Simbólica do Paraguai, etc. Isso pode ter influenciado as Grandes Lojas brasileiras que, fundadas a partir de 1927, adotaram o mesmo axiônimo.

Soberano: Século XIX - Como se sabe, em Junho de 1822 foi fundado o Grande Oriente Brasílico, o qual sucumbiu em Outubro do mesmo ano.10 Entre Outubro e Novembro de 1831 alguns dos remanescentes desse primeiro se reúnem, “reerguendo suas colunas”, no jargão maçônico, com o nome de Grande Oriente do Brasil.
Importante registrar que, em 1830, no ano anterior ao referido “reerguimento”, outro grupo de maçons já havia fundado um novo Grande Oriente, o Grande Oriente Brasileiro, com o objetivo de impulsionar o trabalho maçônico no país, e que foi instalado em Junho de 1831. Porém, personalidades como José Bonifácio e outros partícipes daquele primeiro Grande Oriente, de 1822, haviam ficado de fora e, aparentemente, não gostaram nem um pouco disso, partindo rapidamente para a reinstalação do Grande Oriente Brasílico, agora Grande Oriente do Brasil. Podemos dizer que essa foi a primeira divisão maçônica por vaidade ocorrida no Brasil. É interessante observarmos que a justificativa apresentada por José Castellani e William Carvalho para a (re)instalação do Grande Oriente do Brasil ter sido posterior à instalação do Grande Oriente Brasileiro é a de que os reerguedores aguardavam “um clima mais liberal, o qual seria propício aos trabalhos maçônicos”.12 Digo interessante porque no dia 07 de Abril de 1831 Dom Pedro I abdicou do trono e nomeou José Bonifácio como tutor do príncipe regente. Isso significa que durante os meses de abril, maio, junho, julho, agosto e setembro o “clima” estava bastante “propício” para José Bonifácio, que nenhuma pressa tinha acerca da Maçonaria. É curioso observar que os líderes do mesmo movimento maçônico revolucionário de 1822, que em um curto espaço tempo reergueram uma Loja, iniciaram dezenas de membros, dividiram a Loja em três e fundaram o Grande Oriente Brasílico com o intuito de promover a independência do Brasil, que esses mesmos líderes aguardassem “um clima mais liberal” para reerguê-lo. Essas observações apenas reforçam a teoria de que a motivação foi, exclusivamente, a tão conhecida vaidade humana, impulsionada pela instalação do Grande Oriente Brasileiro, liderado por Irmãos considerados “rivais”, em Junho de 1831.

Mas voltando aos axiônimos, apesar de desconhecido para muitos maçons brasileiros, o pronome de tratamento originalmente adotado pelo Grande Oriente do Brasil referente à Obediência e ao Grão-Mestre era o de “Sapientíssimo”. Durante quarenta e cinco anos do Século XIX (1832-1877), o líder maior dessa obediência maçônica do país era predominantemente chamado de Sapientíssimo Grão Mestre do Sapientíssimo Grande Oriente do Brasil.13 O termo “predominantemente” não foi escolhido à toa. Como se sabe, desde poucos meses após sua reinstalação até 1951, o Grande Oriente do Brasil era uma obediência maçônica mista, no sentido de não separação do governo dos graus simbólicos e dos altos graus, o que era (e ainda é) considerado uma irregularidade pela comunidade maçônica internacional. Foi no dia 23 de Maio de 1951, por meio do decreto Nº 1641, que o então Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Irmão Joaquim Rodrigues Neves, desfez essa irregularidade, ao promulgar a nova constituição maçônica do GOB. Entretanto, no período em que a irregularidade existiu, o Grão-Mestre acumulava o posto de Soberano Grande Comendador. Os termos corretos empregados no referido período de quarenta anos do Século XIX eram: “Sapientíssimo” para Grão-Mestre e “Mui Poderoso” para Soberano Grande Comendador. O “Mui Poderoso”, apesar de largamente utilizado junto aos Soberanos Grandes Comendadores no restante do mundo, acabou entrando em desuso no Brasil, talvez pela extensão do título do cargo (Sapientíssimo Grão-Mestre e Mui Poderoso Soberano Grande Comendador. Ufa!), ou mesmo pela possível interpretação de que o cargo era de “Grande Comendador” e que o termo “Soberano” era  distintivo. Por isso, durante o período, o líder maior do GOB era comumente chamado de “Sapientíssimo Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador”. Logo, com o termo “Soberano” supostamente sendo interpretado como um axiônimo, e não como parte do título, começaram as aparições da variação “Soberano Grão-Mestre e Grande Comendador”. A partir de Março de 1877 o uso do termo “Soberano” passou a ser predominante. Uma hipótese para a boa aceitação dessa mudança é o fato de que o termo “Sapientíssimo” era compartilhado por todos os membros da Alta Administração, não havendo na época um termo distintivo exclusivo para o Grão-Mestre no GOB, o que pode ter estimulado o uso do “Soberano” em detrimento desse.

COMAB: Soberano ou Sereníssimo?
Os Grandes Orientes Independentes surgiram a partir da desfiliação de dez Grandes Orientes Estaduais do Grande Oriente do Brasil, ocorrida em 27 de Maio de 1973 e liderada por Athos Vieira de Andrade, de Minas Gerais, e Danylo José Fernandes, de São Paulo.15 A partir de 1973, tendo como referências os termos de tratamento de “Soberano” no Grande Oriente do Brasil e “Sereníssimo” nas Grandes Lojas, os Grandes Orientes recém-libertos parecem não ter chegado a um consenso. O GOSC – Grande Oriente de Santa Catarina, por exemplo, adota o termo “Sereníssimo” desde sua fundação. Já o GOP – Grande Oriente Paulista parece ter inicialmente adotado o termo “Soberano”, mas optado pelo termo “Sereníssimo” a partir de 2003. Entretanto, a maioria dos Grandes Orientes confederados à COMAB adota o termo “Soberano”, herdado do Grande Oriente do Brasil, o que é logicamente natural, visto manterem a mesma nomenclatura, ritos praticados, e até, em muitos casos, a mesma estrutura administrativa, basicamente apenas se desfiliando do GOB e declarando suas soberanias. Durante o desenvolvimento deste artigo, algumas autoridades da COMAB foram contatadas e indagadas se há alguma decisão ou recomendação da COMAB em busca de uma padronização nos modos de tratamento. A informação obtida foi de que não houve ainda alguma deliberação nesse sentido, o que parece significar que cada Grande Oriente tem total autonomia para definir o axiônimo a ser utilizado.

Considerações Finais
Este artigo não tem a intenção de dizer qual o axiônimo correto ou mais adequado a ser utilizado ao se referir a um Grão-Mestre. Isso simplesmente é impossível de ser feito na Maçonaria, especialmente na Maçonaria Latina. Se nem mesmo nos Estados Unidos, em que as Grandes Lojas costumam chegar a um consenso, não há unanimidade no assunto, por que esperar isso no Brasil, cuja Maçonaria regular tem três distintas vertentes e pratica oito diferentes ritos?
Por conta dessa Maçonaria “cosmopolita” praticada no Brasil, não há que se dizer em certo e errado. O que se pode fazer, ou melhor, o que é dever de todo maçom, é buscar a verdade, ou seja, pesquisar e identificar a real origem e razão daquela ação ou interpretação, buscando compreender o contexto de sua ocorrência. E isso sem qualquer julgamento de mérito. O objetivo deste artigo é simples e creio que foi alcançado. Se “Sereníssimo” ou “Soberano”, pouco importa. São apenas “elogios oficiais”, como, por exemplo, “Excelentíssimo” para as principais autoridades civis ou “Magnífico” para Reitores de Universidades. No entanto, um maçom, pela própria natureza da instituição, não deveria pronunciar ou escrever quase que diariamente um termo maçônico sem nem ao menos querer saber seu significado, sua origem, sua adoção. Seria o mesmo que dizer palavras que não se sabe o significado no meio de frases em conversas na rua. Algo, no mínimo, bizarro.


Texto originalmente publicado no blog: www.noesquadro.com.br

segunda-feira, 3 de março de 2014

CARNAVAL E MAÇONARIA

Carnaval IX
A origem do carnaval
A celebração provavelmente tem sua origem em festas pagãs, como os realizados em honra de Baco, o deus do vinho, e as saturnais romanas e as Lupercalia, ou aqueles que tiveram lugar em homenagem ao touro Ápis, no Egito.
Segundo alguns historiadores, as origens das festividades do carnaval remontam à antiga Suméria e Egito mais de 5.000 anos atrás, com celebrações similares no Império Romano, onde o costume se espalhou por toda a Europa, sendo trazido para a América pelos navegantes espanhóis e portugueses que nos colonizaram a partir do século XV.
O carnaval remonta as festas pagãs Celtas, a festividade contemporânea conhecida como o Carnaval pode ter tido sua origem na necessidade de comer todas as carnes e produtos animais como ovos e manteiga antes de iniciar o período da Quaresma. Segundo a tradição católica durante a Quaresma não deve comer carne, mas somente peixes e legumes.
No entanto, as verdadeiras origens do Carnaval são ainda desconhecidas. Não há como verificar onde e quando nasceu o carnaval. Estudos estimam que o primeiro culto que mais tarde seria conhecido como o Carnaval foi feitas anos antes de Cristo, quando os agricultores se reuniram no verão, com os rostos mascarados e corpos pintados inteiramente em torno de uma fogueira para celebrar a fertilidade e produtividade do solo, bem como afastar os maus espíritos da colheita.
A primeira concentração carnavalesca está localizada no Egito. A festa era nada mais do que dança, canto, e os participantes usavam máscaras e fantasias como um símbolo de ausência de classes sociais.
Seguindo a tradição chegou à Grécia. No século VI a.C., era costume de andar de barco com rodas (navalis carrus) onde as pessoas dançavam todos os tipos de dança.
Em Roma, foi dedicado à deusa egípcia Ísis, espalhando o culto dos celtas e os alemães.
As cerimônias foram um ponto comum. Foram associados com os fenômenos espirituais, astronomia e ciclos naturais, e manifestados através de expressões tais como a dança, música, sátira, máscaras, e desordem. Em uma sociedade com muitas diferenças sociais, as partes apresentaram-se para a necessidade de liberdade para todos.
Ricos e pobres se misturam durante o carnaval não reconhecido. Em seguida, vem o carnaval de Veneza, e de lá todos. E ele gradualmente moldar suas características, dependendo dos costumes de cada país. Mas, geralmente, o carnaval é definido através de máscaras, fantasias, carros alegóricos, desfiles, bailes, etc.
A data do carnaval varia de ano para ano. Muitas pessoas perguntam como você calcular a data do Carnaval?
A data da Páscoa começa (Domingo de Ramos) é calculada pelo mês lunar (28 dias) e domingo para a primeira lua cheia depois do equinócio da primavera (21 de março). Em outras palavras, a Páscoa só pode começar o mais tardar em 22 de Março e até 18 de abril. Portanto varia de ano para ano.
Assim o costume foi levado para calcular as datas do Carnaval, só em contagem decrescente, 40 dias entre o Domingo de Ramos. Esse dia será quarta-feira, e é o dia que começa a Quaresma.
A data do carnaval varia de ano para ano. E, o calendário é marcado pela Igreja Católica; que é calculada pela data do Domingo de Páscoa.
Ao principio a igreja, foi contra o Carnaval. O considerava muito leniente com as emoções, prazeres e desejos das pessoas. Para a igreja, o carnaval representava a desordem, o proibido. Ainda assim, o carnaval continuava, e a igreja, sentindo que era impossível impedi-lo, acabou adotando oficialmente a festa em, 590 d. C., e começando a programar seu calendário.
A primeira quarta-feira após o carnaval chamou “quarta de cinzas”, da inicio á quaresma, período em que se devem abster-se de todos os tipos de prazeres, como a carne, os ovos, o sexo, diversão em geral.
Por causa disso, o carnaval é calculado em relação à Páscoa. Entre quarta feira de cinzas e o domingo de Páscoa tem que passar cerca de 40 dias.
Além disso, esta celebração também é coincide com o feriado da Páscoa judaica. Realizada na primeira lua (lua cheia), na primavera ou 14 dias depois da lua nova.
A Lua leva mais de 27 dias para se trasladar ao nosso redor, mas, entretanto, o Sol também muda a sua posição no céu a cada ano percorre todo o céu. Então, a Lua necessita de 2 dias a mais para chegar ao sol e isso acontece em 29 dias, 12 horas e 44 minutos e uma fração, para ir de uma lua nova até a próxima.
Assim, a maioria dos meses judaicos se alterna entre 29 e 30 dias, o primeiro Adar, 30 dias, o segundo Adar, 29, a Nissan, em 30, Iyar, 29, Sivan, 30 e assim por diante, e exceto Cheshvan e Kislev, no outono, dado que correspondem a 44 minutos e também outros ajustes.
Um importante ajuste desse tipo é aplicado no dia do Ano Novo, conhecido como Rosh Hashaná (“início do ano”), você nunca deve cair em um domingo, quarta ou sexta-feira.
Isto é feito para evitar que, mais tarde, o Yom Kippur (“Dia do Perdão”), que é 10 dias mais tarde, para não cair junto do sabbath, porque dois dias de folga poderia dificultar a celebração adequada de ambos, e também para evitar que o sabbath coincidir com outro feriado que existe nesse mês. De modo que, curiosamente por causa desses ajustes, o Rosh Hashaná, muitas vezes não cai na lua nova.
Como é possível apreciar, para compensar o tempo introduzem um mês a cada 4 anos, para esso  determinar que é uma festa “flutuante”.
O Messias foi crucificado no 14dia de Nissan, como Paulo disse que é a nossa páscoa, o cordeiro sacrificado.
A seguinte é uma explicação um pouco mais complicada para alguns pelo uso de termos não muito comum para aqueles que não são judeus, mas também nos ajuda a compreender algumas das datas, mas este carnaval e Páscoa:
No calendário judaico de 2008, por exemplo, (neste dia) é o dia 6 do mês de Adary este ano, é o “primeiro Adar” ou “Adar Aleph,” porque é um ano bissexto. O mês é seguido por “Adar Beth” ou “Ve-Adar” (“e” “Adar”), o segundo Adar, um mês extra adicionado ao longo do tempo.
Evidentemente, devemos ter em mente que o calendário judeu segue a lua: “Rosh Chodesh” (“início do mês”), o primeiro dia do mês cai sempre na Lua Nova, no momento em que a posição do Lua no céu passa pelo Sol. Depois disso, podemos ver uma lua crescente logo após o pôr do sol.
Fonte: www.obreirosdeiraja.com.br