segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A TOLERÂNCIA

Autor: Ir.'. Alcides Luiz de Siqueira

A nossa Sublime ordem exige de seus Iniciados o cumprimento de sérios deveres e enormes sacrifícios. 
A Maçonaria proclama em seus princípios gerais " que os homens são livres e iguais em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um". 
A nossa Sublime ordem proclama a TOLERÂNCIA entre os seus Iniciados. O vocábulo TOLERAR não significa apenas ser indulgente, ser condescendente, ser transigente, ser permissivo, mas acima de tudo significa saber suportar. No mundo atual, praticar a tolerância a cada dia exige muito de nós, pois a conturbação social e a pressão psicológica exercida sobre o homem, torna-o mais que nunca exigente, imprudente, agressivo e até inconseqüente. 
É nesse contexto que tolerar assume importância fundamental entre os homens. Se o profano sente-se desobrigado de praticar a tolerância, para o Maçom o mesmo não acontece: TOLERAR É UM DEVER. Este princípio está intrinsecamente ligado a um dos fins supremo da Sublime Ordem: A FRATERNIDADE. 
O Salmo 133 da Bíblia Sagrada é elogio da concórdia e união fraterna, quando diz: "Ó quão bom e quão suave é viverem os Irmãos em união! É como o perfume derramado na cabeça, que desce sobre a barba de Aarão, que desce sobre a orla de suas vestes, É como orvalho do Hermon, que desce sobre o monte de Sião, porque o Senhor derramou ali a sua benção e a vida para sempre". 
A cada dia, nós Maçons temos por obrigação exercitar a prática da tolerância, o que facilita sobremaneira todo o relacionamento entre os Irmãos, ampliando o espírito fraterno que existe no seio da nossa entidade milenar. 
A partir da Iniciação o Maçom é uma pessoa diferenciada, porque se abrem as portas da verdadeira amizade. A fraternidade que passa a viver entre os Irmãos é a exteriorização mas concreta da felicidade de ser Maçom. 
A tolerância do Maçom não pode se limitar apenas ao relacionamento com o próximo. Há que ser também paciência no desenvolvimento das etapas, que permite o crescimento e o progresso individual em todos os aspectos. Não é fácil ser Maçom, Se relacionar exige paciência e tolerância, fazer progresso na Maçonaria exige muito mais. 
Ingressar na Maçonaria é um fato, fazer progresso na ordem é outro. Manter-se motivado é fundamental para o crescimento interior do Obreiro, o que lhe dá um prazer imensurável de ser Maçom. Não raro, Iniciados deixam a Instituição logo após o seu ingresso. A verdade é que esses Irmãos não buscam a LUZ, assim, não conseguem ver o seu brilho, tampouco descobrem a sua direção. Para os que buscam o crescimento, o caminho é longo, contínuo e ás vezes áspero, é preciso saber perseverar. 
No seio da Sublime Ordem, é necessário querer progredir, tolerar, estudar, buscar a verdade para que haja a transformação do homem que renasceu para o mundo. 
O homem profano perde-se nas solicitações mundanas. O consumismo, a falta de interiorização deixa-o esquecido de si mesmo. Sua convivência com os vícios, acaba por fazê-lo infeliz. Nessa alienação passa a buscar a felicidade fora de si mesmo, nas drogas, no fanatismo religioso e tudo o mais que foge à própria pessoa, numa fuga do seu mundo vazio. 
A Maçonaria é o oposto de tudo isso, daí a dificuldade de se buscar o crescimento no seu seio. Acostumados que fomos à vida profana, às vezes perdidos na busca de objetivos vãos, encontramos dificuldades para alcançar a plenitude Maçônica. É por isso que alguns desistem. Contudo, o estudo contínuo propicia o aperfeiçoamento, pois através dele há uma constante evolução de conhecimentos. 
A Iniciação de novos valores fortalece cada vez mais a nossa Instituição, porque vêm somar forças para a construção de sua grande obra. O bem da humanidade.

Publicado na Revista A TROLHA 
Edição Nº 141 de julho de 1998 – pagina 26.

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