quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DOS GRAUS SIMBÓLICOS

Ir.:José Castellani

Os três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre, comuns a todos os ritos maçônicos, representam a essência total de toda a doutrina moral da Maçonaria.
Na primitiva Franco-maçonaria, formada pelas organizações de ofício, só existiam os Aprendizes; e os mestres-de-obras eram escolhidos entre os mais experientes Aprendizes. O grau de Companheiro seria criado já nosórdios da Maçonaria dos Aceitos --- também chamada, impropriamente,Especulativa --- no século XVII; e essa era a situação, quando da fundação, a 24 de junho de 1717, da Pemier Grand Lodge, de Londres, a primeira do sistema de obediências.grau de Mestre seria criado em 1725, mas só introduzido em 1738, pela Grande Loja londrina. A parti daí, iria se concretizar a totalidade da doutrina moral e da mística da instituição maçônica.
Os três graus simbólicos, síntese do universo maçônico, mostram a evolução racional da espécie humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado pelos Mestres, realiza o seu trabalho de forma praticamente empírica, através da intuição, apenas, representando o alvorecer das civilizações, dominadas pelo empirismo ; o Companheiro, já tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma mais avançada fase da evolução da mente humana, enquanto o Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da mente, na busca da perfeição.
Simbolicamente, nesses três graus, os maçons dedicam-se à construção do templo de Jerusalém, símbolo das obras perfeitas dedicadas a Deus, de acordo com a concepção da Ordem dos Templários, criada em 1118 e regida pelos estatutos idealizados por São Bernardo. A construção do templo, no caso, representa a construção moral e éticainiciado. Para a concretização desse simbolismo, a Maçonaria criou a lenda do terceiro grau, de forte cunho moral, segundo a qual havia um arquiteto, Hiram Abi ("Hiram, meu pai"), que fora enviado ao rei Salomão por Hiram, rei da cidade fenícia de Tiro, para ser o mestre das obras do templo ; isso, evidentemente, é pura lenda, pois, Hiram Abi era, simplesmente, um entalhador de metais. Diz, também, a lenda, que Hiram dividia os seus obreiros, de acordo com suas aptidões,em graus --- Aprendiz, Companheiro e Mestre --- dando-lhes a oportunidade de progredir, pelo seu trabalho. Embora isso também seja, lenda, pois não havia Maçonaria na época da construção do templo de Jerusalém e nem graus de Companheiro e Mestre (embora alguns ingênuos acreditem nisso), mostra duas lições morais: a cada um segundo as suas aptidões e a cada um segundo os seus méritos. Hiram, a personificação da Sabedoria, acabaria sendo morto pela personificação de vícios degradantes, a inveja, a cobiça e a ignorância, representadas em três Companheiros, que, sem os méritos, procuravam ser Mestres, a qualquer custo (o que também é apenas lenda e não realidade).
Esses traços gerais da lenda --- já que o seu desenvolvimento e as suas minúcias são reservadas aos iniciados no terceiro grau ---mostram que o maçom, ao atingir o grau de Mestre, jádeve possuir a plenitude do conhecimento iniciático, moral, social e metafísico, necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica, restando-lhe, então, o trabalho, sempre constante, na busca da perfeição, nunca atingida, mas sempre perseguida, pois ela é o estímulo sempre presente na vida do ser humano.
Terá, então, o Mestre, a humildade de se prostrar perante os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da Natureza, despojando-se de todas as vaidades, incluindo-se, entre elas, a busca desvairada dos galardões, símbolos da fatuidade, e a busca da ascensão a qualquer custo, numa escala que quase nunca reflete um conhecimento apreciável e um desejável mérito pessoal. Deverá, então, o Mestre,sempre, de que a verdadeira beleza é a interior, mesmo que o exterior não seja coruscante e não brilhe em faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o verdadeiro maço, o maçom integral é um Mestre pelas suas qualidades mentais e espirituais e não por sua posição na escala, ou por seus vistosos paramentos. O hábito não faz o monge, diz a velha sabedoria popular, e se pode atéacrescentar que um muar ajaezado de ouro nunca poderá ser confundido com um corcel de alta linhagem.
Na Loja Simbólica, verdadeira e única essência da Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho, desde as trevas do Ocidente até à luz do Oriente, tendo o seu lugar de acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os seus méritos. Sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés e bajulações, ou ao poder corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade, em geral, masídos dos templos da verdadeira Maçonaria, desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam Aprendizes e Companheiros, que usavam um simples avental de couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes de uma nababesca farrambamba.
Acham, muitos maçons desavisados, que os graus simbólicos são secundários e representam um mero apêndice da maçonaria, uma etapa primária e elementar, um trampolim para grandes escaladas, quando, na realidade ébasilar e relevante a sua importância --- a ponto deles constituírem, segundo consenso, a "pura Maçonaria" --- pois, como alicerces de toda a estrutura maçônica universal, nada mais existiria de maçônico sem eles, restando apenas as honorificências, de que o mundo não maçônico é tão prenhe.

Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom" Editora A Gazeta Maçônica - 1987

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O MAR DE BRONZE

O objetivo deste trabalho é relatar o resultado das pesquisas efetuadas sobre o Mar de Bronze, que orna nosso templo do R:.E:.A:.A:..
Para falar do Mar de Bronze, é necessário fazer referência a textos bíblicos. Como se sabe, há diversas traduções e interpretações da Bíblia – muitas delas inclusive discordantes entre si, como pudemos constatar nas pesquisas para este trabalho. Por isso, optamos por desenvolver a pesquisa a partir de quatro destas traduções, todas transcrita de modo comparativo, versículo a versículo, nos anexos desse trabalho. São elas:
- a Vulgata Latina, em latim, traduzida por São Jerônimo no século IV d.C. diretamente do grego antigo e do hebraico.
- a Vulgata Latina, em português, traduzida pelo Padre Matos Soares diretamente da versão em latim.
- a primeira tradução da Bíblia para o Português, feita por João Ferreira de Almeida em 1753, a partir do grego antigo, hebreu e latim.
- edição pastoral, utilizada pela Igreja Católica atualmente.
O Mar de Bronze surge na Bíblia quando esta descreve a construção e estrutura do Templo de Salomão. Tal descrição surge no 1º Livro de Reis e no 2º Livro de Crônicas. Segundo a versão de João Ferreira de Almeida da Bíblia, durante o processo de construção do Templo de Salomão:
[Hiram] Fez mais o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra borda, perfeitamente redondo, e de cinco côvados de alto; e um cordão de trinta côvados o cingia em redor. E por baixo da sua borda em redor havia botões que o cingiam; por dez côvados cercavam aquele mar em redor; duas ordens destes botões foram fundidas quando o mar foi fundido. E firmava-se sobre doze bois, três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente; e o mar estava em cima deles, e todas as suas partes posteriores para o lado de dentro. E a grossura era de um palmo, e a sua borda era como a de um copo, como de flor de lírios; ele levava dois mil batos (I Reis, 7, 23-36)

“Côvado” é uma antiga unidade de medida que representa 44 cm (Côvado Hebreu) ou 45 cm (Côvado Romano)1. Assim, as dimensões do Mar de Bronze eram aproximadamente de 4,50m de diâmetro, e 2,25cm de profundidade. Naturalmente, o autor do texto bíblico fez referências apenas aproximadas, já que com tais medidas, e sendo perfeitamente redondo, não poderia ter 30 côvados (13,5 metros) de perímetro, já que o Q (Pi) não é 3, mas 3,14.
O mesmo ocorre com o volume d’água suportado pelo Mar de Bronze. Um (01) bato representa 45 litros. Assim, a capacidade do Mar seria de 90.000 litros (2.000 batos). Um recipiente como o descrito nas Escrituras não comportaria tal volume de água (2).
A finalidade do Mar de Bronze no Templo de Salomão era a ablusão. Ou seja, os fiéis, antes de entrarem no Templo, deveriam lavar seus pés e mãos, buscando a purificação. Também os animais que seriam levados a sacrifício antes eram banhados no Mar de Bronze, para serem purificados (3).
Maçonicamente, o Mar de Bronze exerce esta mesma função de purificação, já que é nele que se opera a purificação pela água (4) nas iniciações. Simbolicamente, ocorre aí a purificação da alma do candidato, que está sendo preparado para sacrificar o Homem profano e fazer nascer na luz o Homem Maçom.
A localização do Mar de Bronze nos templos maçônicos é tema relativamente controvertido. Aliás, as próprias traduções bíblicas apresentam certa divergência quanto à localização do Mar de Bronze no próprio Templo de Salomão.
Sabe-se que o Templo de Salomão estava orientado do Oriente para o Ocidente. A entrada do Templo e as coluna Jaquim e Boaz, portanto, estava no Oriente, enquanto o Santo dos Santos situava-se no Ocidente.
Olhando-se de dentro para fora, em direção à entrada oriental do Templo, estavam localizadas as colunas Jaquim (direita) e Boaz (esquerda). Todas as traduções consultadas afirmam que o Mar de Bronze estava localizado fora do Templo, no Oriente e à direita. Portanto, próximo à coluna Jaquim.
Algumas traduções dizem que o Mar de Bronze estava nesta posição contra o meio-dia; outras falam em meridiano; e outras ainda ao sul. As expressões meio-dia e meridiano referem-se ao ponto cardeal Sul. O Mar de Bronze, portando, localizava-se entre o Oriente (Leste) e o Sul, ou seja, a sudeste. Porém, a versão Pastoral da Bíblia, em 1º Reis, 7, 39, traduz esta posição como sendo sudoeste, o que aparenta ser um equívoco, já que em 2º Crônicas, 4,10 esta mesma versão da bíblia referencia sudeste.
Talvez tenha sido esta – ou outra com o mesmo equívoco – a tradução utilizada por CASTELLANI quando, transcrevendo a mesma passagem bíblica, afirma que no Templo de Salomão o Mar de Bronze situava-se a sudoeste (5).
Todas as representações gráficas, gravuras e plantas do Templo de Salomão consultadas, a mais antiga datada de 1584 (6), posicionam o Mar de Bronze a sudeste. Portanto, à esquerda de quem entra no Templo de Salomão pelo Oriente, e próximo à coluna Jaquim.
Qual será, então, a posição do Mar de Bronze no Templo Maçônico? Sabe-se que o Templo Maçônico é a representação simbólica do Templo de Salomão, porém voltado do Ocidente para o Oriente.
Partindo dessa premissa – e sempre considerando a inexperiência desses nossos primeiros passos, ainda retos, de Aprendiz – parece-nos que o Mar de Bronze deve estar localizado à sudoeste no Templo Maçônico, ou seja, próximo à porta de entrada do Templo, à direita de quem de fora olha, e perto da coluna J.
É que, direcionando-se o Templo Maçônico (Ocidente para o Oriente) em sentido inverso ao do Templo de Salomão (Oriente para o Ocidente), parece-nos que deve haver a correspondente inversão dos demais pontos cardeais, para que se mantenha a mesma simetria. Tal fato, aliás, justifica o posicionamento das colunas J e B: no Templo de Salomão, J está à esquerda de quem de fora olha, e B está à direita. No Templo Maçônico, J está à direita de quem de fora olha, e B está à esquerda. E isso reforça
nossa impressão.
Corrobora também esta nossa impressão o fato de que na Planta do Templo apresentada no Ritual do R:.E:.A:.A:. vigente (7), o Mar de Bronze está localizado no Ocidente (Oeste), mais próximo à Coluna do Sul e próximo da Coluna J.
Fonte: lojamaconicamontemoria.com.br

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

AS COLUNAS ZODIACAIS

O ser humano tem buscado ao longo dos tempos, respostas para os mistérios da vida de várias formas, desde a observação dos fenômenos naturais, na tentativa de reprodução desses mesmos fenômenos, do exercício para a compreensão dos fatos formulando hipóteses, teorias e leis. Antigamente, o homem não dispunha de metodologia científica e para não se sentir distante da compreensão dos mistérios do universo e da verdade absoluta, lançou-se a especulação, trabalhando o incompreensível e o imponderável. Por meio do Misticismo, o homem começou a se aproximar das respostas que queria no aspecto intelectual e espiritual.
O estudo dos corpos celestes e de suas influencias sobre o planeta Terra e os seres humanos, por meio da Astrologia, é um dos grandes exemplos da união de limites imprecisos, entre ciência e o misticismo. Embora a Maçonaria moderna seja baseada em ideias iluministas, liberais, progressistas e normalmente vinculadas ao uso da razão, na busca da verdade absoluta, ela utiliza em seus rituais, na sua simbologia e na sua estrutura filosófica e doutrinária, padrão místico de diversas seitas, religiões e civilizações antigas.
O estudo das colunas zodiacais torna-se fascinante quando tentamos entender a sua simbologia, expressada por meio de figuras e imagens provenientes de vários povos, relacionando de maneira extraordinária o cosmos, o homem e a Maçonaria.
Os signos zodiacais são originários da babilônia, mas o egípcios desenvolveram magnífico trabalho de representação zodiacal. Os chineses também representaram as constelações por meio de imagens de animais. O registro mais antigo que se tem de astrologia está no livro de Jô, o mais antigo Canon Hebreu, anterior ao de Moisés, que fala dos 12 signos e prova que os primeiros fundadores da ciência zodiacal pertenciam a um povo primitivo, antediluviano. Os povos sumerianos e babilônicos criaram a astrologia, os egípcios deram base científica e os árabes, no período medieval, salvaram-na do total desaparecimento.
Pode-se imaginar que tudo começou em tempos imemoriais, quando o homem, em vigília a zelar pelos rebanhos, observava os corpos celestes no firmamento intrigando-se com os seus regulares movimentos. Percebeu então que lenta e regularmente os astros mudavam de posição em relação ao nascer do Sol, e que depois de determinado tempo voltavam com absoluta regularidade ao mesmo ponto no firmamento.
Não pode deixar de observar que o nascimento helíaco de certos grupos de estrelas se repetia em períodos coincidentes com determinados acontecimentos importantes de sua vida, como o nascimento de crias nos rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a germinação de culturas sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de pastor-agricultor.
Sentiu então a necessidade de memorizar e registrar esses fatos astronômicos que começavam a se tornar importantes para orientação de suas atividades. Quando um determinado grupo de estrelas precedia o nascer do Sol era hora de plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para outras pastagens, ou era hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os animais e era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua família. Foi uma consequência inevitável, que aos poucos ele tentasse melhor identificar esses tão importantes grupos de estrelas com nomes próprios, que naturalmente se relacionavam com suas atividades. Recorrer ao nascimento helíaco como ponto de referência foi um passo inicial importante, foi a descoberta de um referencial, foi o início da marcação e medição do tempo.
Nascimento helíaco de um astro é o seu aparecimento logo acima do horizonte imediatamente antes do nascer do Sol.
Assim os grupos de estrelas referenciais de tempo foram recebendo nomes tirados da vida quotidiana daqueles primeiros astrônomos. Esses nomes nada tinham a ver com a formação característica dos conjuntos estelares. Eram simples nomes apenas, nada relacionados com poderes mágicos e premonições.
O zodíaco, que em grego significa ciclo dos animais, é uma faixa celeste imaginária, que se estende entre 8 a 9 graus de cada lado da aclíptica e que com essa coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em 12 casas de 30 graus cada uma, e o Sol parece caminhar 1 grau por dia. Os planetas conhecidos na antiguidade (Mercúrio a Saturno) também faziam parte do zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra. O zodíaco então é dividido em doze constelações, que são percorridas pelo Sol, uma vez por ano.
A maior evidência de que os nomes das constelações que formam o nosso zodíaco tiveram uma origem conforme descrito anteriormente está na sua relação com a vida pastoril. Podemos classificar os signos do Zodíaco em grupos de três formando quatro categorias distintas:
I) Os três reprodutores de seus rebanhos: Touro, Capricórnio (bode), Áries (carneiro).
II) Os três inimigos naturais dos rebanhos e dos pastores: Leão, Escorpião, Câncer (caranguejo).
III) Os três auxiliares mais importantes dos pastores: Sagitário (defensor, arqueiro), Aquário (aguadeiro ou carregador de água), Libra (pesador e sua balança).
IV) Os três mais destacados valores sociais da comunidade pastoril: Virgem, Gêmeos (benção dos Deuses), Peixes (alimentação).
No sempre presente afã humano de mistificar tudo o que não conhece ou não consegue explicar, já desde remota antiguidade começaram os homens a cercar de mistério as constelações do zodíaco, atribuindo-lhes poderes místicos e premonitórios e assim, creditando aos astros seus sucessos e infortúnios.
Um dos ramos dessa cultura mística, mediante observação de reis e pessoas, procurou determinar uma relação entre o dia do nascimento da pessoa e seu caráter. O processo empírico com que foi desenvolvido o sistema partiu do que se conhecia do homem em sentido moral, ético, beleza, força, determinação, para conectá-lo à posição dos astros. Uma espécie de engenharia reversa, que parte do resultado para lhe determinar fonte ou origem. Assim originaram-se os diversos métodos astrológicos, cujo objetivo era decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos terrestres e na vida das pessoas, em suas características psicológicas e em seu destino, explicar o mundo e predizer o futuro de povos ou indivíduos. O mais famoso de todos, segundo especialistas, foi o sistema dos astecas. Com isso se influenciou o povo em ver nas previsões dos astrólogos a delineação de rumos para as suas vidas, a semelhança que se dava aos fenômenos naturais influenciáveis pelas linhas de força da gravitação universal.
As colunas zodiacais num templo maçônico do rito escocês antigo e aceito são doze. Servem como símbolos de demarcação do caminho do homem maçom em desenvolvimento. Localizam-se todas no ocidente e são sinais do crescimento do aspecto material, moral e ético do iniciado, que durante sua jornada transcende em sua religião com a divindade. São seis em cada lado, normalmente engastadas nas paredes e sempre na mesma ordem. Constituem mais da metade de toda a decoração da Loja. Suas representações gráficas apresentam misturas dos quatro elementos místicos estudados por Aristóteles da Grécia antiga e sete astros.
Os rituais maçônicos usam os signos, sinais do zodíaco, em sentido simbólico, não falam em horóscopo, ou em diagrama das posições relativas dos planetas e dos signos zodiacais num momento específico, como o do nascimento de uma pessoa, ou com a intenção de inferir o caráter e os traços de personalidade e prever os acontecimentos da vida de alguém, ou um mapa astral, ou mapa astrológico.
O homem livre não carece disso quando estuda e evolui.
Na filosofia maçônica, as colunas zodiacais são apenas símbolos para estudo, destituídas da atribuição de aspectos da predição do comportamento do homem. É fácil deduzir que sua existência no rito escocês antigo e aceito tem finalidade educacional, parte de uma metodologia pedagógica específica à semelhança de outros símbolos e ferramentas.
As colunas zodiacais representadas no Templo são colunas da ordem jônica tendo, cada uma, sobre seu capitel, o pentaclo correspondente (pentaclo é a representação de cada signo com o planeta e o elemento que o caracteriza). As colunas são postadas longitudinalmente junto às paredes, sendo seis ao Norte e seis ao Sul. A sequência das colunas é de Áries a Peixes, iniciando-se com Áries ao norte próxima à parte Ocidental, e terminando com Peixes ao Sul também próxima à parte Ocidental.
Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz Maçom são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo zodiacal relacionado com o Grau de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos de Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua representatividade:
Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao cérebro do homem e representa Benjamim e como faculdade intelectual, a vontade ativa gerada pelo cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento fogo, representando no aprendiz o fogo interno, o ardor encontrado no Candidato à procura de Luz.
Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço e à garganta. É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação, simboliza que o candidato, depois de ser adequadamente preparado, foi admitido nas provas de iniciação. Corresponde ao planeta Vênus e ao elemento Terra.
Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos braços e às mãos, são os irmãos Simeão e Levi, como faculdade intelectual é a união da intuição com a razão. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Ar. Representa a terra já fecundada pelo fogo, á vitalidade criadora, simboliza o recebimento da luz pelo candidato.
Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o nascimento da vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a absorção por parte dele, dos conhecimentos iniciáticos da Maçonaria. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e digestivos. É Zabulão, como faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o intelectual. Corresponde ao planeta Lua, como era conhecido na antiguidade e somente mais tarde, verificou-se tratar de um satélite da terra e ao elemento Água.
Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro vital da vida física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração, pois se pensava ser ele o órgão do intelecto. Corresponde ao planeta Sol e ao elemento fogo, é para o Aprendiz a luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a seleção de conhecimento.
Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo solar que assimila e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como faculdade intelectual exprime a realização das esperanças. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.
Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus e o ar se refere ao grau de Companheiro Maçom. Simboliza o equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas.
Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Marte e pela água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas se referem ao grau de Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e sentimentos poderosos, rancor e obstinação e a constante batalha contra as imperfeições.
Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por Júpiter e pelo fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.
Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.
Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e pelo elemento Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.
Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e pela Água. Simboliza o desprendimento das coisas materiais.
A relação citada em relação às seis colunas do Aprendiz maçom pode ser simbolizada da seguinte maneira:
Áries – Fogo – Marte: O ardor iniciático conduzindo à procura da Iniciação;
Touro – Terra – Vênus: O Recipiendário (aquele que é solenemente recebido em uma agremiação), judiciosamente preparado, foi admitido às provas;
Gêmeos – Ar – Mercúrio: O Neófito recebe a luz;
Câncer – Água – Lua: O Iniciado instrui-se, assimilando os ensinamentos iniciáticos;
O Iniciado julga por si próprio e com severidade, as ideias que puderem seduzi-lo;
Virgem – Terra – Mercúrio: Tendo feito sua escolha, o Iniciado reúne os materiais de construção para desbastá-los e talhá-los, segundo o seu destino.
Para o grau de Companheiro Maçom temos:
Libra – Ar – Vênus: O Companheiro em estado de desenvolver seu máximo de atividade utilmente empregada.
As demais colunas se referem ao grau de Mestre Maçom.
As colunas zodiacais simbolizam o crescimento do iniciado no aspecto material, moral e ético, ou seja, é a demarcação do caminho que ele deve percorrer, a direção a ser seguida na busca da perfeição, por aqueles que procuram a verdade embasada na filosofia Maçônica. Nesse período de evolução, aqueles que continuarem nessa caminhada, descobrirão valores até então desconhecidos, segredos lhe serão revelados. Na jornada do iniciado se revela a existência de outros valores e segredos só desvelados aos que persistem nos estudos do rito e perseverantes em seu aprimoramento moral e intelectual.
O homem passa a contemplar outra maravilha, outro universo, uma miniatura daquele cosmos conhecido e representado pelas colunas zodiacais. Esse é o verdadeiro centro do universo da ótica do iniciado. É quando ele desvela o seu mundo interior, a suprema verdade do triunfo humano, a espiritualidade do maçom, ou aquilo que ele considera a representação dela. O conjunto aponta o cosmos, de onde é réplica uma realidade física e transcendental interna, o seu macrocosmo, o seu universo interior, onde ele encontra os vestígios do Grande Arquiteto do Universo e torna-se homem completamente livre e útil ao propóstio Divino e realmente útil à humanidade.
Ir.’. Luciano Frosi
ARLS Portal de Aquárius • N0 14 • Or.’. Barra do Garças • MT
revistauniversomaconico.com.br

sábado, 18 de janeiro de 2014

A PRANCHA DE TRAÇAR


A Prancha de Traçar é um retângulo sobre o qual são indicados os esquemas que constituem a chave do alfabeto maçônico.
A Maçonaria em seu simbolismo chama o papel sobre o qual se escreve de “Prancha de Traçar” e substitui o verbo escrever pela expressão “traçar uma prancha”.
A “Prancha de Traçar” está ligada ao grau de Mestre, como a Pedra cúbica ao de Companheiro e a Pedra Bruta ao de Aprendiz.
É sobre a “Prancha de Traçar” que o Mestre estabelece seus planos; mas o Aprendiz e o Companheiro não devem ignorar seu uso e devem exercitar-se – desastradamente talvez – a esboçar aí suas idéias. Esse é o motivo pelo qual esse símbolo já figura no “Quadro de Aprendiz”.
O esquema alfabético que figura na “Prancha de Traçar” lembra ao Maçom que ele sempre deve traduzir seu pensamento de uma forma “maçônica”, trabalhando com “retidão”. Todas as letras têm a forma do Esquadro, que se relaciona com a matéria; não se vê aí o Círculo, símbolo do Espírito, pois o Espírito é invisível. Dessa forma, o Maçom se vê convidado a se libertar da letra para abordar o espírito.
Notar-se-á que a “Cruz”, que dá o esquema das dezoito primeiras letras, e o “X”, que dá as quatro últimas, forma precisamente o desenvolvimento da “Pedra Cúbica Pontiaguda”; essa “Pedra” é assim “colocada na horizontal sobre a “Prancha de Traçar”; aliás, sobre essa “Prancha” não se poderia traçar outra coisa a não ser “planos”.

(Jules Boucher)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DO DIÁCONO - TRIÂNGULO PITAGÓRICO

Muito se fala da caminhada dos 'diáconos' em loja, em seu objetivo de levar a palavra de abertura dos trabalhos. Em algumas lojas contorna-se aas 'colunas' no cumprimento deste objetivo, noutras, inicia-se (1º Diac:.) sua jornada no 'Oriente', à direita do V:.M:., adentra-se o 'Ocidente' no sentido 'horário', e após fazer-se um 'angulo reto' defronte o 2º Vig:., dirige-se ao 1ºVig:, concluindo seu curso ao lado do L:.L:.. O 2º Diac:. completa o percurso levando a palavra do 1º ao 2º Vig:. 
A 'Árvore da Vida' apresenta o "Triangulo Pitagorico", cuja mística propõe um entendimento deste momento mágico em loja. 
Da matéria “Maçonaria Ancestral”, de lavra do ir:. Otmanu, adaptamos da figura do Templo de Hermes, a movimentação dos ‘DIÁCONOS” no inicio das reuniões. Poucos irs:., por falta de reflexão, sabem do teor da importância desta fase da reunião.


Agora, imagine um navio ancorado no cais de um porto, prestes a zarpar. Imagine também a grande energia exigida de seus motores para colocá-lo em movimento, até que, em alto mar, esteja em velocidade de cruzeiro. Correlacione agora esta imagem com a abertura dos trabalhos em loja, e estabeleça um foco na energia da EGREGORA ainda em formação.
Ao circular, seguindo as linhas que formam o “Triângulo Pitagórico”, os Diáconos estabelecem os primeiros movimentos que darão força à constituição da egrégora, ainda em formação. Não bastasse a forte simbologia oculta no triangulo pitagórico(como o ângulo reto e as relações matemáticas entre seus lados), precedemos à abertura do L:.L:., incluso no triângulo e, circundado no REAA, pelas luzes que iluminarão os trabalhos.
Toda a responsabilidade de compor a força da egrégora sobrecai, então, sobre os Diáconos, que alcançam em suas funções, os três vértices do triangulo.
Existem muitas coisas que vemos, mas não enxergamos! Quando falamos no celular sabemos que uma energia é trocada entre o aparelho colocado em nosso ouvido, e as torres de microondas, que coletam e encaminham ao sistema de telecomunicações, as energias de voz convertidas em elétricas. Sentimos, porém não vemos estas energias!
Reflita meu irmão! Veja a importância de visualizar este tema através da Árvore da Vida (Kabbalah). Observe a coincidência (?) da posição dos oficiais em loja com a posição da Sephirots na Árvore da Vida.
No passado, muitas lojas mantinham na parede, ao lado do 1º Diac:.. um pequeno recipiente com óleo e pavio acesopermanentemente. Esta 'chama', e somente ela, poderia ser a fonte de fogo/luz do templo, da qual se acendiam as velas usadas nas seções. Estas tradições se perderam ao longo dos anos! 
Notar que a posição desta 'chama' coincide exatamente com o vértice do Triângulo Pitágorico, no ponto de onde se inicia a jornada dos 'diaconos'. 
Para ver o oculto, é preciso usar os óculos adequados! Certamente há muito mais...

Fonte: http://cabalamaconaria.blogspot.com.br

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A ABÓBADA CELESTE

Charles Evaldo Boller


O Ritual do Grau de aprendiz maçom da Muito Respeitável Grande loja do Paraná verte que "o teto do templo, de forma abobadada, é pintado e representa o firmamento, cuja tonalidade, azul-clara no oriente, vai gradativamente escurecendo em direção ao ocidente, entremeado de nuvens. O Sol, com raios dourados, aparece um pouco à frente do trono. Sobre o altar do primeiro vigilante, encontra-se a Lua prateada, em quarto crescente, sobre o altar do segundo vigilante uma estrela branca de cinco pontas". Fornece detalhes de cada constelação e estrelas num total de trinta e cinco figuras. Cada elemento deste céu tem seu significado particular e é exaustivamente tratado em livros e rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito. Inicialmente utilizado para demonstrar o interesse pela astronomia dos maçons antigos; para o maçom moderno seu simbolismo ficou restrito à definição do tamanho do templo espiritual que é erigido por ocasião da abertura dos trabalhos, mesmo que cada elemento tenha explicada sua presença de diversas formas. Referindo-se a tamanho físico do templo e conforme o Ritual acima citado, "... Seu comprimento é do oriente ao ocidente; sua largura, do norte ao sul, sua profundidade, da superfície ao centro da Terra, e sua altura, da Terra ao céu". E continua: "A loja é representada deste modo, numa vasta extensão para simbolizar a universalidade da instituição e para mostrar que a Caridade do maçom não tem limites, a não ser os ditados pela prudência".

A abobada decorada com corpos celestes simboliza a abertura que a consciência do espírito do homem deve tomar para alcançar o absoluto de suas aspirações transcendentais. O céu decorado não está limitado ao circunscrito pelos astros ali representados, mas tende a um finito plausível, limitado apenas pelo alcance da imaginação de cada um. Para o maçom em sua busca pela plenitude do espírito, este céu é como se fosse a união do espírito mundial que eleva a mente dele em sua crença num Ser Supremo, o conceito de um Grande Arquiteto do Universo. O maçom não discute este Ser Supremo porque é aquilo que a nenhum ser vivente e mortal é possível definir; se existem tentativas, estas são vãs e conduzem apenas a discussões vazias e especulações infindas que só conduzem a disputas e separações. Este céu é símbolo da transcendência de cada um a sua maneira e daquilo que lhe é sagrado e poderoso. A transcendência é colocada acima, para o alto, porque é onde normalmente o homem, desde os primórdios de sua história, dirige-se em busca de sua espiritualidade, entretanto, ao longo do tempo, e do crescimento do maçom, ele descobre que aquele céu sobre sua cabeça tem um equivalente em seu interior; é o reconhecimento de um Universo interior, o macrocosmo, de que é composto o seu corpo físico à semelhança do Universo representado pelos desenhos; ao contemplar o céu pela ilustração da abóbada pintada no teto do templo, em verdade o maçom está olhando para dentro de si próprio.

Esta abobada celeste atende às necessidades básicas de introspecção; sejam deístas ou teístas, até o ateísta a usa em seu materialismo para reconhecer sua insignificância frente ao Universo; a absoluta maioria dos maçons tem nesta representação a dimensão do transcendental, de como ela é finita, e por isso não a consideram a representação total do homem, mas uma parte importante, sem a qual o homem é um ser incompleto. É dada para cada um a possibilidade de imaginar o cosmos, cujo significado original é colocar ordem em algo, de colocar beleza naquilo que cada um considera importante para a sua construção interna e transcendental. É o local das coisas elevadas, aquilo que o iniciado busca em lugares baixos para que lhe seja possível encontrar coisas insignificantes em lugares altos.

Fonte: segredomaconico.blogspot.com.br

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O SIMBOLISMO DA CORDA DE 81 NÓS


1. INTRODUÇÃO
A corda de 81 nós que circunda todo o templo maçônico é uma alegoria que possui grande simbolismo, como todos os objetos presentes no templo maçônico. Ao aprendiz de primeira luz fica com a impressão de ser apenas uma alegoria, um ornamento decorativo da Loja maçônica. Sua origem e significado específicos encontram controversa entre diversos autores.
É consenso que a corda de 81 nós deve estar nas paredes dos templos, acima das Colunas Zodiacais, podendo ser esculpida ou natural, sendo composta sempre por "nós oito", ou seja, eqüidistantes. Antigamente era desenhada no chão em volta da loja, sendo apagada ao final dos trabalhos para evitar a observação dos profanos e as conseqüentes perseguições. De acordo com o Dicionário Maçônico (CAMINO, 2006) a corda de 81 nós simboliza a União e Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da terra.
Após a morte de Hiran Abiff (o pai da construção do Grande Templo), o Rei Salomão para prosseguir e concluir as obras do Grande Templo nomeou um corpo composto por oitenta e um membros. Os quais foram divididos em três grupos de vinte e sete elementos (SPOSTI, 1997).


2. A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

Uma das possíveis origens da corda de 81 nós, de acordo com Castellani (1995), remonta ao ano de 1773 por ocasião da instituição da primeira palavra semestral, em cadeia de união, onde tomou posse Louis Phillipe de Orleans como Grão-Mestre da Ordem Maçônica na França e, naquela solenidade, estavam presentes 81 irmãos e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas.

Outra corrente de historiadores acredita que os canteiros de obras da antigüidade (trabalhadores em cantaria, onde obreiros entalhavam as pedra) eram cercados por estacas ligadas umas as outras por anéis de ferro, que eram ligados entre si, através de elos e possuíam uma única abertura, destinada a entrada no local.
A Corda de 81 Nós que circunda todo o templo, tem o nó central sobre o Trono do Venerável, acima do Delta, na parede oriental. A partir daí, a Corda deve estender-se pelas paredes do Norte e do Sul, com quarenta nós de cada lado. Os extremos da Corda terminam em ambos os lados da porta ocidental, em duas borlas, representando a Justiça e Prudência. Esta abertura da Corda, em torno da Porta indica que a Maçonaria sempre estará aberta para receber novos candidatos que se interessem pelo estudo da Verdade, como também para todos os conhecimentos e novas idéias que elevem a espiritualidade do Homem.
Os números relacionados à Corda de 81 Nós merecem especial atenção, por terem como base o número 3, número de alto valor místico para as civilizações antigas, intimamente ligado a religião e aos seus cultos, sendo um número cabalístico, que representa a clareza da inteligência, além de representar o número da forma simbolizando as três dimensões dos corpos (comprimento, largura e profundidade). O número 81 é o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3. Recordemo-nos a simbologia do número 3:

- 3 eram os filhos de Noé (Sem, Cam e Jafé) - Gênesis, 6,10;
- 3 eram os homens que apareceram a Abraão - Gênesis, 18,2;
- 3 os dias de jejum dos judeus desterrados - Ester, 4, 16;
- 3 as negações de Pedro - Mateus, 26, 34;
- 3 as virtudes teologais (Fé, Esperança e Amor) - I Coríntios, 13, 13.



O número 40 (quarenta nós de cada lado da Corda, abstraindo-se o nó central) é número simbólico de penitência e expectativa. Por exemplo:


- 40 foram os dias do dilúvio - Gênesis, 7, 12;
- 40 foram os dias de Moisés no monte Sinai - Êxodo, 34,28;
- 40 dias durou o jejum de Jesus - Mateus, 4, 2;
- 40 dias Jesus esteve na Terra após sua ressurreição (Atos, 1, 3);

Devemos nos lembrar que o número 40 tem grande relação com ciclos que levam a mudanças radicais: Utilizamos, inclusive nos dias de hoje a quarentena de pessoas, plantas, animais ou espaços, buscando a purificação de males pré-existentes; A quaresma dura 40 dias, e ainda, os hebreus vagavam por 40 anos no deserto.

3. CONCLUSÃO
Finalizo valendo-me das palavras de Castellani (1995) onde nos esclarece que os Nós, não são propriamente nós, mas sim "laçadas" frouxas, sugerindo o símbolo do infinito, o eterno o permanente, porém se esticada transforma-se em nós. As "Laçadas" simbolizam "Laços de Amor" e lembram ao Maçom para a pré-disposição a amar o seu irmão e, ser devidamente cuidadoso de não transformar a laçada em nó, pois simboliza o egoísmo. A Borla localizada na porta de entrada da Loja, "recebe" os fluídos negativos, por uma das extremidades, quando os Maçons por ela adentram, sendo "descarregados" através da Borla localizada na outra lateral. As "vibrações" negativas são absorvidas pela terra como se fossem raios.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


CAMINO, RIZARDO DE. Dicionário Maçônico. São Paulo, SP. Madras Editora. 2006.
SPOSTI, ALDERICO NATAL. A Corda de 81 Nós. Londrina, PR. A Trolha, Agosto 1997
CASTELLANI, JOSÉ. O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática. Editora A Trolha, 2ª edição, 1995.

Fonte: www.fraternidadeserrana.com.br

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

AS CINCO FACES DA ESTRELA FLAMÍGERA

Dentre as diversas peculiaridades do grau de companheiro, uma que possui grande valor esotérico e desperta interesse na descoberta de seus mistérios é a Estrela Flamígera, até porque simboliza do Grau 2. Abordando matéria extraída da REVISTA TROLHA, de autoria do Ir.'. Dario Aparecido da Costa, encontramos a descrição das diferenças entre a Estrela Flamígera e a de Cinco Pontas, que não podem ser confundidas.

A Estrela de Cinco Pontas:
O Grau de Companheiro Maçom, não é simplesmente um Grau intermediário, como querem muitos autores maçons. Este Grau tem o seu fundamento no trabalho e sua liturgia assenta-se em vários instrumentos e símbolos, sendo a Estrela de Cinco Pontas um deles, cuja natureza pedagógica passaremos a abordar: A estrela, por ser um corpo celeste com luz própria, sempre foi a “quintessência” do mistério. Hoje, já temos uma visão mais palpável sobre a vida das estrelas, assim como dos demais astros, colhidas através da astronomia e de outras ciências, onde obtivemos conhecimento aprofundado sobre as suas possíveis origens e funções.
Pelo seu mistério, a estrela constitui-se num dos principais Símbolos do 2º Grau, ornamentado as Lojas, fixando-se como símbolo maior do Companheiro, apesar das muitas variações ritualísticas.
O “Pentalpha” é uma figura geométrica construída pêlos pitagóricos, que tomaram por base um triângulo e assim, unindo cinco dessas figuras sobre o pentágono, formaram a estrela de cinco pontas. Os pitagóricos consideraram a figura geométrica alcançada como o “emblema” da perfeição e do supremo saber. Como símbolo maçônico representa a “Fraternidade Maçônica”, que por sua vez almeja a “Paz Mundial, o que redundaria, em essência, no cultivo efetivo do “Amor”.


Exemplo da construção da estrela de cinco pontas pelos filósofos seguidores de Pitágoras:

A Estrela de Cinco Pontas, como emblema maçônico, tem origem no “Pentalpha de Pitágoras”, palavra derivada do grego: “Penta” = “cinco” e “alpha” = “A”, ou seja, a primeira letra do alfabeto grego, que cada triângulo representa, sendo posta em cada uma das faces do pentágono.
Vale ressaltar que a base triangular é largamente usada pela Maçonaria em todas as sua decorações, pelo seu alto significado simbólico, seja no formato dos tronos, dos papéis, dos estandartes, jóias, ornamentos e utensílios. 
A Estrela de Cinco Pontas pode também ser chamada de “Pentagrama”, “Pentalpha” e “Estrela Quinária”, mas jamais poderá ser confundida com “Estrela Flamígera” e muito menos com o “Selo de Salomão”. A Estrela Flamígera expele chama e faíscas, enquanto o “Selo de Salomão” é formado por dois triângulos entrelaçados, formando seis pontas.


Ex: “Selo de Salomão”, ou “Estrela de Davi”


A Estrela Flamejante: 
A Estrela Flamejante pode ser tanto de cinco, quanto de seis pontas. 
Também conhecido como Flamante, ou rutilante, pode ser, em Maçonaria, Pentagonal ou Hexagonal. A Pentagonal, ou Pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de Cinco Pontas está presente na maior parte dos ritos (A de Seis Pontas, está presente no Rito de York).
Ela é, também, um dos símbolos da magia e já foi usada como tal em ritos místicos, hoje quase abandonados. Na magia, de acordo com a sua orientação, ela pode acompanhar as operações de magia branca ou de magia negra: orientada com a ponta isolada para cima, ela significa teurgia (o bem) e conclama as influências celestiais que, por seu poder mágico, virão em apoio do invocador. Com a ponta isolada voltada para baixo, ela significa goécia (o mal) e, de acordo com as intenções do mago, atrai maléficas influências astrais.
A finalidade principal da Estrela Pentagonal é, portanto, testemunhar a obra que está sendo feita: se for uma obra de Luz, a ponta única estará voltada para cima; se for uma ação das trevas, a posição estará invertida. Como símbolo mágico e necessário em todos os trabalhos de magia, a estrela deverá, obrigatoriamente, ser composta por todos os metais e, na sua consagração, devem entrar todos os elementos.
O ocultista Eliphas Levi define bem o significado da estrela flamejante: “é o signo da onipotência e da autocracia intelectual. O signo do Verbo feito carne e, segundo a direção de seus raios, este signo absoluto em magia representa o bem ou o mal, a ordem ou a desordem, o cordeiro bendito de Ormuz e de São João ou o bode de Mendés; é a iniciação ou a profanação, a vitória ou a morte, a luz ou a sombra. Elevado no ar, com duas pontas para cima, representa satã ou o bode da missa negra; com apenas um dos raios para cima, é o Salvador. O pentagrama é a figura do corpo humano, com quatro membros e uma única ponta, que deve representar a cabeça. Uma figura humana de cabeça para baixo representa, naturalmente, o demônio, ou melhor, a subversão intelectual, a desordem e a loucura”.
Quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o teólogo e médico Enrique Cornélio Agrippa de Netesheim, que também se dedicava à magia, à alquimia e à filosofia cabalística e que era natural da cidade de Colônia, Alemanha, nascido no final do século XV. Na maçonaria, entretanto, a Estrela Flamejante só foi introduzida nos meados do século XVIII, na França, pelo barão de Tschoudy, criador do Rito Adonhiramita.


CONCLUSÃO
A estrela de cinco pontas, pelo seu significado geométrico e filosófico simboliza o grau de companheiro e possui uma conotação mais voltada para a implementação do conhecimento 
A estrela flamejante, por simbolizar o poder do fogo simboliza a magia, negra ou branca, podendo invocar o bem (se tiver sua ponta para cima) ou o mal (se a ponta estiver direcionada para baixo). Era o símbolo dos alquimistas e ainda hoje é utilizada nos rituais de bruxaria e esoterismo.
Resta-nos compreender que, à parte dos diversos significados que a estrela possui na maçonaria, o leque de sua abrangência é bastante extenso, não sendo possível expor aqui tudo o que o conhecimento humano já produziu a seu respeito.
Mas o que deve ficar em nossas mentes é que as diversas interpretações não devem servir em toda a sua plenitude para a escala evolutiva maçônica. Cada um de nós deve tirar proveito daquele significado de maior relevância para sua evolução espiritual, não havendo como, nem porquê, absorver toda a gama simbólica nela presente.


Ir.: Omero Souza Barbosa
São Joaquim(SC), Agosto/2005
Fonte: www.fraternidadeserrana.com.br

domingo, 5 de janeiro de 2014

IRMÃO EMPREGA IRMÃO

O Projeto “IRMÃO EMPREGA IRMÃO” de iniciativa do Irmão Fernando Paiva do Rio de Janeiro, dá força à proposta de quando em justa necessidade, Irmãos, Cunhadas e Sobrinhos possam disponibilizar suas informações profissionais cadastrando seus currículos, ou a Irmãos que estejam disponibilizando vagas de emprego e gostariam de contar com a segurança e responsabilidade que se pode cobrar de quem é da família.

www.irmaoempregairmao.com.br


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www.brasilmacom.com.br

sábado, 4 de janeiro de 2014

O MESTRE MAÇOM PERANTE O APRENDIZ E O COMPANHEIRO

Qual a palavra que melhor define o que deve ser o Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro?

Em minha opinião, não é "Mestre", nem "formador", nem "ensino". É certo que os Aprendizes e Companheiros estão em período de formação, de aprendizagem e prática sobre símbolos e simbologia, valores, propósitos e objetivos. É também certo que a formação de Aprendizes e Companheiros é enquadrada e proporcionada pelos Mestres da Loja. Aliás, no Rito Escocês Antigo e Aceito - e não só - existe um Mestre da Loja com a específica responsabilidade de coordenar a formação dos Companheiros - o Primeiro Vigilante - e outro com idêntica responsabilidade em relação aos Aprendizes - o Segundo Vigilante. Também é comum, e certo, o entendimento de que o Padrinho (isto é, o proponente da admissão do então ainda profano na Loja) tem o especial dever de acompanhar e auxiliar o Aprendiz ou o Companheiro cuja entrada na Loja patrocinou, quer na sua integração no coletivo que é a Loja, quer na sua formação.

Mas, sendo tudo isto certo, sempre entendi e defendi que, em bom rigor, a Maçonaria não se ensina, aprende-se, isto é, os Mestres proporcionam os meios, propõem os conceitos, guiam os Aprendizes e Companheiros no seu trabalho, mas o essencial está no trabalho do próprio Aprendiz ou Companheiro, no seu esforço, no seu compromisso, perante si próprio, de ser e fazer melhor, sempre melhor.

O trabalho do maçom é sempre e inapelavelmente individual, embora executado no seio e com o auxílio do grupo que é a Loja. Mas o determinante é o desbaste que o cinzel, sob a pancada do malho, ambos empunhados pelo maçom, efetua na pedra que está a ser desbastada, o próprio que maneja as ferramentas de desbaste. Esse é o trabalho essencial, o que tem vero significado, o que importa. Esse é o trabalho que mais ninguém executa, nem pode executar, senão o próprio em si mesmo.

Todo o resto é acessório. E, porque assim é não é o que se ensina ou quem ensina, ou como ensina que releva. O que releva é tão só o que se aprende.

No meu entendimento, a palavra que melhor define o que deve ser o Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro é "exemplo".

Precisamente porque aquele que está a aprender a aprender é influenciado, formado, preparado, mais do que pelas palavras, mais do que por lições, mais do que por explicações ou exposições, pelos atos de quem vê como mais antigo, mais experiente, mais "sabedor", mais "qualificado". Em Maçonaria não vigora, não deve vigorar, seria inaceitável que vigorasse o dito popular "Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz". A melhor pedagogia, a mais eficaz, a que realmente vale a pena, é a do exemplo.

Não nos esqueçamos de que os Aprendizes e Companheiros, sendo jovens membros da Loja, não são, porém, imaturos infantes na vida... Pelo contrário, são pessoas desenvolvidas, com as suas competências sociais inteiramente adquiridas, com vida própria, princípios e valores de base adquiridos, com família, muitas vezes (seguramente na maioria dos casos) eles próprios educando os seus filhos.

Não são bonitas palavras, elegantes conceitos, que marcam, convencem, ajudam a melhorar, adultos com vida e personalidade próprias e marcadas e, evidentemente, com o espírito crítico que desenvolveram ao longo da sua vida.

Os Aprendizes e Companheiros são jovens na Loja, ainda apenas sabem soletrar a simbologia que lhes é presente, mas sabem muito bem, como adultos capazes e experientes que são distinguir entre a parra e a uva e, sobretudo, discernir quando porventura alguém que lhes pretenda dar lições, afinal tenha muita parra e pouca uva e devesse no fim de contas dedicar-se a realmente aprender e executar as lições que debita...

Só é verdadeiramente Mestre Maçom aquele que propicia a aprendizagem, a melhoria, o crescimento, dos Aprendizes e Companheiros, pelo seu EXEMPLO.

De muito pouco valem bonitas exortações, exuberantes conceitos, profundas lições, se tudo isso não passar de meras palavras facilmente levadas pelo vento dos fatos, regularmente desmentidas pelos atos praticados. Se o Mestre Maçom, apesar de pregar o trabalho, o esforço, a qualidade, se mostra desinteressado, desleixado, impreparado, dificilmente inculcará no Aprendiz ou no Companheiro as virtudes que proclama da boca para fora e trai nos seus atos.

Por isso, a postura do Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro deve atender sempre a que tem de agir como o exemplo daquilo que proclama, sem contradição, sem facilitismo. Ou muito mau Mestre será...

Afinal de contas, se acho que a Maçonaria não se ensina, aprende-se, também acho que uma das melhores formas de aprender é diligenciar ensinar. E, tendo-se sempre presente que, em Maçonaria, a melhor forma de ensino é o exemplo, facilmente se adquire a noção de que, para se puder dar o exemplo, tem-se de, constantemente, dar o melhor de si mesmo, fazer melhor, trabalhar mais esforçadamente, procurar sempre ser hoje melhor que ontem e amanhã melhor do que hoje.

Basta, simplesmente, fazer aquilo que se proclama. Chega, afinal, ser efetivamente maçom em todos os atos e momentos. E assim poder ser reconhecido pelos demais de que é realmente Mestre Maçom, capaz de dar o exemplo aos mais jovens de como se faz - sempre e até ao fim da vida!

Rui Bandeira
Publicado, originalmente, no Blog A Partir da Pedra