segunda-feira, 29 de abril de 2013

SERÁ DEUS UM MATEMÁTICO?


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foto: divulgação
A geometria vem de um cérebro adaptado ao mundo em que existe


O título desta coluna vem de um livro recém-lançado nos EUA, de autoria do astrofísico Mario Livio. Nele, Livio examina a origem da matemática. Será ela obra da mente humana, uma invenção? Ou será que descobrimos a matemática que já existe, uma espécie de superestrutura conceitual que define o Universo e suas leis? Os que acreditam que seja esse o caso gostam da metáfora (atenção!) de que a matemática é a expressão da mente de Deus: Deus é o grande geômetra, o arquiteto universal.


O grande físico teórico Eugene Wigner, que ganhou o Prêmio Nobel pelos seus estudos das simetrias matemáticas que regem o comportamento atômico, achava a eficácia da matemática na descrição dos fenômenos naturais surpreendente. Por que ela funciona tão bem a ponto de nos permitir prever coisas que nem sabíamos que poderiam existir?


Por exemplo, quando o escocês James Clerk Maxwell mostrou que todos os fenômenos elétricos e magnéticos podem ser descritos por apenas quatro equações, não poderia imaginar que dessa união viria a descoberta de que a luz é uma onda eletromagnética e que outras existem, invisíveis aos nossos olhos, como os raios X ou as micro-ondas.


Várias partículas elementares da matéria foram descobertas usando apenas princípios de simetria. Será que a natureza é mesmo uma estrutura matemática?


Livio descreve argumentos a favor dessa hipótese e contra ela, optando por uma solução de compromisso: parte é descoberta e parte inventada.


A favor, ele mostra como, de fato, a matemática tem uma permanência diversa da das ciências naturais: um teorema matemático, uma vez demonstrado, é correto para sempre. Já em física ou química, explicações que parecem razoáveis numa época às vezes se provam erradas, ou aproximações de explicações mais sofisticadas.


Será, então, que uma civilização extraterrestre redescobriria os mesmos resultados matemáticos do que nós, como se fossem uma espécie de código da natureza? Pitágoras, Platão, Galileu, Newton, Einstein, muitos matemáticos (mas não todos) e os físicos que hoje trabalham em teorias de supercordas diriam que sim. Talvez mudem os símbolos, mas a essência dos resultados seria a mesma.


Um astrofísico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Max Tegmark, chega a afirmar que o Universo é matemática e que infinitos outros universos existem, replicando todas as combinações lógicas e geométricas possíveis. Acho que Tegmark confundiu a ficção de Jorge Luis Borges com a realidade. Sua posição é, para mim, religiosa.


Não há dúvida de que certos resultados matemáticos, como 2 + 2 = 4, são verdadeiros independentemente de como sejam descritos. Mesmo assim, vou além de Livio e afirmo que a matemática é uma invenção humana, uma linguagem criada para descrever a nossa realidade. Somos produtos de milhões de anos de evolução, adaptados ao mundo em que vivemos.


Na superfície da Terra vemos árvores, pedras e animais, unidades que naturalmente definem os números inteiros, que usamos para contar. No céu vemos estrelas e imaginamos constelações. Uma criatura marinha inteligente e solitária, vivendo nas profundezas e sem luz ou outras formas de vida por perto, provavelmente desenvolveria uma outra matemática.


Nossa geometria descreve aproximadamente as formas que vemos à nossa volta: esferas, quadrados, cubos, círculos, linhas. Ela vem de um cérebro adaptado ao mundo em que existe. Se uma civilização extraterrestre tiver desenvolvido linguagem equivalente, é porque existe numa realidade semelhante. O único Deus matemático é aquele que inventamos.



MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor
do livro "A Harmonia do Mundo"
Fonte: www.brasilmacom.com.br

domingo, 28 de abril de 2013

AIKIDO E MAÇONARIA


AIKIDOComo praticante de uma arte marcial conhecida por AIKIDO, há aproximadamente doze anos. E como estudioso e incentivador de sua filosofia, não pude deixar de fazer um paralelo dentro de um caráter especulativo, com a Arte Real. Não quero aqui lançar comparações afirmando ou atestando algo, pois tal fato seria no mínimo uma irresponsabilidade de minha parte e uma ofensa aos estudos ritualísticos e da simbologia existentes. Sabedouro do esforço de cada irmão no aprimoramento de seus conhecimentos sobre os símbolos e alegorias, e entendendo que todos possuem conhecimento suficiente sobre o assunto que irei discorrer, suprimirei a paralela visual comparativa, deixando somente que o traçado seja visto pela curiosa leitura deixando-vos a vontade para as comparações que virão.
O que transmitirei não é regra em toda academia de AIKIDO, pois cada professor tem a liberdade de conduzir seus trabalhos de acordo com a necessidade que se apresenta. Assim são possíveis termos diferentes modos de apresentação, saudação e formas de treinamento dentro de cada associação, o que não pode mudar é a essência fraternal existente dentro do DOJO (local de treino), que busca moldar o caráter do praticante transformando-o em um ser melhor.
Irei inicialmente fazer uma pequena introdução biográfica do fundador da arte, O’Sensei Morihei Ueshiba, e logo após algumas comparações e explicações sobre a arte como um todo.
Propositalmente estarei suprimindo alguns estudos que são para a maioria, incompreensíveis, como o KOTODAMA (a arte dos sons sagrados) o ZAZEN (que nada mais é do que sentar, meditar, e entoar sons sagrados) e o trabalho de desenvolvimento do KI (energia).
Sobre o Fundador.
Morihei Ueshiba nasceu em 14 de dezembro de 1883, em Tanabe, província de Wakayama, Japão. Por volta dos sete anos foi enviado a um templo budista para aprender os clássicos de Confúcio e as escrituras budistas. Na infância já teve o primeiro contato com o Sumô e a natação. Começou seu treinamento marcial por volta de 1902 aprendendo os tradicionais Kenjutsu e ju-jutsu.
No Exército serviu no 37º Regimento da Quarta Divisão de Osaka, e devido a sua grande honestidade, árduo trabalho e habilidade com a baioneta, foi apelidado de “O Rei dos Soldados”. Em reconhecimento à sua bravura no campo de batalha na guerra russo-japonesa foi promovido ao posto de sargento. Durante o período militar continuou praticando artes marciais ingressando no Dojo Masakatsu Nakai onde aprendeu o Yagyu-ryu ju-jutsu na escola Gotô. Após o período militar praticou o estilo Kodokan de Judô. Quando de sua estada em Hokkaido Morihei treinou intensamente com Sokaku Takeda famoso mestre de Daito-Ryu ju-jutsu.
Por volta de 1919 conheceu Onisaburo Deguchi, líder de uma nova e crescente religião Omoto-Kyu que muito o influenciou espiritualmente. A partir desse encontro e práticas meditativas posteriores, a arte marcial de Morihei começou gradualmente a ter um caráter mais espiritual, originando assim o Aiki-bujutsu mais conhecida pelo público como Ueshiba’ryu aiki-bujutsu.
Desenvolveu o Sojutsu (técnicas com lanças) e praticou intensamente técnicas com espada e ju-jujtsu. Por volta de 1925, com a clareza de que um dos princípios filosóficos na qual sua arte baseava era a união de seu ser com o universo, este entendeu ser melhor dar o nome a sua criação de Aiki-Budô, ao invés de aiki-bujutsu.
Com maior divulgação o Aiki-budô atraiu um grande número de praticantes.
Na província de Iwama, Morihei iniciou por volta de 1944, o que ele chamou de Ubuya (sala de nascimento), ou local secreto, sagrado do AIKIDO um complexo que incluía um santuário aiki e um dojo ao ar livre.
Morihei planejou, ele mesmo todas as disposições limites do Santário Aiki, seguindo os princípios do Kotodama (arte dos sons sagrados). Por exemplo, o prédio principal, o salão para orações, o torii (portal tradicional) e todo o traçado, seguem a lei dos três princípios universais, isto é: o triângulo o círculo e o quadrado, símbolos dos exercícios de respiração nos estudos do kotodama. Explicou Morihei que quando o triângulo o círculo e o quadrado estão unidos em rotação esférica o resultado é um estado de perfeita clareza (sumikiri), sendo esta a base do AIKIDO.
Em 1960 recebe do Imperador Hirohito pelos seus trabalhos marciais o prêmio Shijuhoshô. Somente três pessoas no mundo das artes marciais haviam conseguido este feito. Em 1961 Morihei a convite, viajou aos Estados Unidos, declarando o seguinte sobre sua viagem: “Vim ao Havai para construir uma “ponte prateada”. Até hoje fiquei no Japão, construindo uma “ponte dourada” para unir o Japão, mas, de agora em diante, meu desejo e construir uma ponte para ligar diferentes países do mundo na harmonia e no amor contido no AIKIDO. Penso que o AIKI, produto das artes marciais, pode unir todas as pessoas do mundo em harmonia, no verdadeiro espírito do budô (caminho marcial), abraçando a todo o mundo em um amor único e igual.”
Faleceu pacificamente em 26 de abril de 1969, às 17:00 horas, no dia primeiro de maio foi consagrada condecoração póstuma pelo imperador Hirohito. Suas cinzas foram depositadas no cemitério de Tanabe, no templo da família Ueshiba.
Semelhanças iniciais
A palavra AIKIDO (AIKIDO ) é composta por três kanji (ideogramas da escrita chinesa). O ideograma AI (AIKIDO ) Pode ser traduzido por amor, ou harmonia.
O ideograma KI (AIKIDO ) representam as energias que se manifestam de origem material e espiritual. Podendo ser traduzido por energia ou espírito.
O ideograma DO (AIKIDO ) designa o caminho, a via, o TAO.
Em resumo o AIKIDO é uma busca espiritual através da harmonia com as energias vitais, ou simplesmente o caminho da harmonia.
Da admissão em um Dojo.
Com a divulgação e crescimento da arte, O’Sensei Morihei Ueshiba aceitava somente os alunos que eram indicados. Assim sendo para que ocorresse a admissão de um novo aluno no Dojo, este tinha que apresentar no mínimo duas cartas de recomendação de alunos mais antigos (sempais), ou ilustres e mestres de áreas diferentes no qual O’Sensei tinha ligação.
Da Vestimenta.
O HAKAMA é uma calça semelhante a uma saia usada por alguns praticantes de AIKIDO. É uma peça tradicional do vestuário samurai.
O GI normal (calça branca e blusa branca popularmente chamada de KIMONO) usado no AIKIDO, assim como em outras artes marciais tais como o JUDO e o KARATE, era originalmente dentro da tradição japonesa, roupas de baixo o que equivaleria ao “pijama” ocidental. O uso do HAKAMA é parte da tradição de muitas escolas de AIKIDO. Na maioria das associações de AIKIDO, o HAKAMA, só é permitido aos faixas-pretas. O HAKAMA é um traje tradicional possuindo sete pregas, sendo cinco na frente e duas atrás, e simbolizam as sete virtudes do BUDO.
Yuki: Coragem, Valor, Bravura.
Jin: Benevolência. 
Gi: Honra ou Justiça.
Rei: Etiqueta, Cortesia.
Makoto: Sinceridade, Honestidade, Realidade.
Chugi: Lealdade, Fidelidade, Devoção.
Meiyo: Credibilidade, Glória, Reputação, Dignidade, Prestígio.

Da entrada na sala de treino.
Os alunos se postam seguindo a ordem de graduação, sendo que tomando por base a posição do Sensei, que estará voltado para os alunos, os mais antigos ficarão à sua esquerda, os mais novos à sua frente.
Para o início das aulas é feito uma saudação a todos os presentes pelo Sensei, logo após é feito uma saudação ao O’Sensei como forma de agradecimento, e finalizando é feito nova saudação à todos os presentes.
Disposição do dojo.
Entra-se no dojo pelo lado oposto do kamiza no lado do shimoza. Se nós estabelecermos que o kamiza está no norte, logo o shimoza estará no sul. De acordo com a cosmologia taoista, o sul está associado ao Fogo e a etiqueta e ao intelecto (talvez porque na China as paredes com face sul sejam as mais ensolaradas, contrariamente ao que ocorre no Brasil). É o desejo consciente, racional de aprender que faz as pessoas entrarem no dojo, e ao mesmo tempo e exatamente neste ponto que devemos deixar o intelecto de lado e nos voltarmos para o interior, o mundo dos Deuses. Enquanto os iniciantes chegarem ao Shimoza com preconceitos e ideias erradas, estarão longe de conseguirem receber os ensinamentos que o sensei e o dojo podem oferecer. Eles necessitam aprender a “pensar” e agir de forma intuitiva, mais visceral. Exatamente no Shimoza que o aluno começa a aprender a etiqueta e as boas maneiras para que haja uma mudança espiritual do praticante, interiormente se liberando do egoísmo e desenvolvendo a empatia e respeito pelas outras pessoas.
O Jozeki fica do lado direito do dojo, a leste, e no circulo taoista corresponde a madeira, envolvendo o cultivo da virtude e da compaixão. Nele ficam os alunos mais graduados e experientes, e às vezes o próprio sensei, principalmente quando vem ao dojo, mestres de nível mais alto. Lá nesta posição hierárquica mais alta os alunos mais graduados tomam consciência de suas responsabilidades com a preservação futura do dojo, sabendo que lhes cabe grande parcela em dar o exemplo e ajudar no ensino dos mais jovens para que ela sendo praticada por futuras gerações de alunos e praticantes avançados a arte evolua e sobreviva, bem como a escola a que pertencem e têm lealdade. Em um Dojo tradicional o Jozeki deve ser muito mais um local de responsabilidade do que de honra para mostrar a todos a posição elevada dos praticantes mais antigos.
Do lado norte fica o Kamiza que os taoistas associam ao elemento água, que enfatiza a sagacidade e é lá onde está o local mais elevado onde as divindades se localizam simbolizadas pelo quadro do fundador. Independente da religião que o cada praticante tenha, o Kamiza é o centro do dojo. O kamiza bem cuidado e tratado com respeito certamente contribui de forma significativa para manter o moral elevado do dojo. O lado esquerdo do Dojo é o Shimozeki que está associado ao elemento metal e tem a característica do caráter correto e digno. É no shimozeki que os novos alunos concentram suas atividades e onde estão as sementes para o futuro do dojo e sua renovação natural. Grandes mestres poderão estar no meio dos faixas brancas, aparentemente desengonçados em seus movimentos iniciais. A qualidade primordial que os iniciantes devem ter é o comportamento e o caráter correto, e a vontade de colaborar, de treinar e de seguir o mestre em seus ensinamentos e conselhos dos Sempais (alunos mais antigos).
Eles devem acreditar que os mais experientes e o Sensei querem o melhor para eles sob todos os pontos de vista, como querem para si mesmos. O Shimozeki é tão importante quanto o Jozeki, pois um depende do outro, não existe Sempai (aluno mais antigo) se não houver Kohai (aluno mais novo). Os Sempai estão sempre sendo observados pelos Kohai, verificando os elevados propósitos técnicos e espirituais que eles ao ingressar, decidiram adquirir, e neste sentido eles acabam exigindo um comportamento conveniente e elevado que os ajuda a progredir mantendo o espírito de Shoshim (busca de aperfeiçoamento constante). O Shimozeki onde estão aqueles dos quais se exige comportamento ético e reto, fiscalizam se os Sempai estão exigindo deles coisas que eles mesmos não estão fazendo, e se estão agindo de forma modesta, e não arrogante como devem ser, guiados pelos elevados padrões propostos pelo Sensei.
AIKIDO
O treinamento.
Para que o aluno desenvolva a técnica, faz se necessário à participação de um parceiro de treino, o que chamamos de UKE. Entendendo esta questão, fica implantada na mente do praticante, a necessidade de sermos gentis e educados com o nosso parceiro de treino, demonstrando que somos responsáveis pela integridade física dele e por consequente à nossa própria integridade física, se não houver o respeito, a amizade sincera, logo não terei um parceiro para poder desenvolver minhas habilidades.
Neste momento os amigos poderão questionar: “ora, em toda arte marcial existe o parceiro de treino, então o que diferencia o AIKIDO?”. A resposta é simples, no AIKIDO não há competição, assim sendo, o estimulo de VENCER O OPONENTE A TODO CUSTO é diminuído e substituído pelo VENCER A SÍ PROPRIO, com esta busca e este olhar interior estaremos a partir daí crescendo na arte.
Há uma máxima existente dentro do AIKIDO, que diz: Como alguém pode pregar a harmonia com uma espada na mão? Novamente aqui entra uma questão de entendimento sobre o trabalho desenvolvido dentro do DOJO, a harmonia está ligada ao desenvolvimento inter e intrapessoal, ou seja, o desenvolvimento relacional de si mesmo e o desenvolvimento relacional com seus semelhantes. O bom praticante deve ser capaz de aplicar a técnica protegendo a si e ao oponente dele mesmo, por isso o AIKIDO é a harmonia em movimento.
Símbolos mais empregados no AIKIDO.
O’Sensei Morihei Ueshiba, para explicar o AIKIDO, ele o fazia através de alguns símbolos dentre os quais, o TRIÂNGULO, O QUADRADO E O CÍRCULO. O’Sensei dizia que o AIKI era uma montagem dos símbolos citados, e dizia que: “ o TRIÂNGULO é a raiz destes elementos. Isto porque o CIRCULO é a forma circular (o corpo em movimento) do triângulo e o QUADRADO são dois opostos juntos (num estado de controle).”
Para O’Sensei os símbolos tinham o seguinte paralelo:
AIKIDO
Corpo, centro, do interior para o exterior, de baixo para cima.





AIKIDO
Espaço, estado de alerta, sentir, ligações, a não resistência.




AIKIDO
Terra, gravidade, estabilidade, equilíbrio, impulso.

O triângulo, círculo e o quadrado também representam missão, vida e destino, sendo espelhado na técnica do AIKIDO.

O triângulo é a missão da pessoa, que é mais como uma direção na vida. É similar a posição inicial (hanmi) e o movimento de avanço (irimi) de uma técnica de AIKIDO.
O círculo é a vida da pessoa o movimento dinâmico das energias, vistas no AIKIDO como os movimentos espirais da técnica.
O quadrado representa o destino o resultado da vida da pessoa, bem como o final da técnica do AIKIDO, a imobilização (osae waza).
Do encerramento do treinamento.
Todos se postam como no início do treinamento, é feito um agradecimento pelo Sensei dentro da forma ritualística, e quando da retirada do dojo, todos os alunos esperam a saída do Sensei da área de treinamento, para depois se levantarem e se retirarem.
Meus amigos, essas são apenas algumas considerações sobre a arte, mas acredito que já tenha conseguido parcialmente, atingir o objetivo proposto. Não pretendo dar o assunto por encerrado, pois tal possui uma enorme riqueza. Assim agradeço a Deus pelo dom da vida e por todas as graças que tenho recebido, aos autores que li, por aumentarem o meu parco e limitado conhecimento, agradeço a todos que participam de minha jornada, dando significado a esta. Um especial abraço àqueles que junto comigo, trilham ou trilharam este caminho marcial, em especial ao Fred, ao Marcelinho, e ao Vivaldo, antecipando escusas àqueles dos quais não citei.

Um fraternal abraço.

Weslley Marcelo Massako Negre - C.'.M.'.
2º Dan AIKIDO
www.comunidademaconica.com.br

sábado, 27 de abril de 2013

A RELIGIOSIDADE DA MAÇONARIA


A Franco Maçonaria nasceu praticamente, na Igreja. Não tem choro nem vela, tem que aceitar a verdade e a sua influência religiosa.
A primeira associação organizada de construtores surgiu em Roma, no século VI a.C., em decorrência das grandes conquistas romanas da época, pois as legiões de Roma, ao conquistar povos e cidades, provocavam, diante da resistência encontrada, grandes destruições. Assim, foram criados os Collegia Fabrorum.
Já em plena Idade Média é que iria florescer a hoje chamada Maçonaria Operativa, para a preservação da Arte Real entre os Mestres construtores da Europa. Assim, sucedendo aos collegiati, surgiram, no século VII, as Associações Monásticas, formadas, exclusivamente, por clérigos e que, durante muito tempo, iriam dominar o segredo da arte de construir, que ficou restrita aos conventos, fato que iria ter fundamental importância na formação dos artífices posteriores e no caráter religioso dado ao trabalho da construção.
Posteriormente, pela necessidade de expansão, os frades construtores começaram a preparar e adestrar leigos, proporcionando, no século XI, a organização das Confrarias Leigas, as quais, embora formadas por Mestres leigos, sofriam, evidentemente, forte influência do clero, do qual haviam aprendido a arte de construir e o cunho religioso dado ao trabalho. Foram essas confrarias que inauguraram, para indivíduos de fora do clero, os privilégios profissionais que só a toda poderosa Igreja medieval poderia conceder, com o beneplácito das cabeças coroadas.
Quase na mesma época, surgiam associações simplesmente religiosas, as quais, a partir do século XII, começaram a formar corpos profissionais: eram as guildas, às quais se deve o uso da palavra Loja, para designar uma corporação maçônica. As guildas, divididas em dois ramos – a dos artesãos e a dos mercadores – dada a sua origem religiosa, ligavam, evidentemente, o seu trabalho à religião dominante.
No século XIII é que surgiria a associação considerada mais importante desse período operativo: os Ofícios Francos ou Francomaçonaria, formados por artesãos privilegiados, com liberdade de locomoção e isentos das obrigações e impostos reais, feudais e eclesiásticos. Na Idade Média, a palavra Franco designava não só o que era livre, como também todos os indivíduos ou todos os bens que escapavam às servidões e direitos senhoriais. Evidentemente, tais Obreiros tinham esses privilégios concedidos pela Igreja, o maior poder político da época, mentor de reis e protetor de Estados.
As antigas Catedrais, foram construídas na sua maioria pelos Maçons Operativos, que nessa época reuniam-se nas tabernas, ou nos adros da igrejas. A maçonaria nunca foi uma religião, porém sempre foi uma instituição religiosa.
A maioria dos relatos acima, foram escritos por renomados pesquisadores.

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

O VISITANTE & O RITUAL


Apesar de ser um tema um pouco polêmico, e por isso é certo que alguns Irmãos discordarão do aqui exposto, sua abordagem é importante para a promoção da reflexão e do debate entre os Irmãos.
Existem três forças que, apesar de distintas, estão relacionadas: a regra legal, que é imposta; a regra social, que é respeitada; e a educação, maçonicamente chamada de “bons costumes”, que leva o cidadão a respeitar a regra social e a obedecer a regra legal.
No Japão há uma antiga tradição de tirar os sapatos para entrar em casa. Se você está no Japão e visita a casa de um japonês, é claro que você tira os sapatos. Não é por você não ser japonês que desrespeitaria tal regra social. Da mesma maneira, um japonês, ao visitar o Ocidente, não sai tirando os sapatos em todo lugar que entra, pois respeita as convenções sociais daqui.
Já na Inglaterra, as mãos do trânsito são invertidas: os carros trafegam pelo lado esquerdo da via, com o lado direito do carro voltado para o centro. Quando você vai para a Inglaterra, é evidente que você não teima e dirige como se estivesse no Brasil. Assim como um inglês no Brasil não dirige na contramão. Ele segue nossas regras legais.
Existem também instituições cujos regimentos exigem do homem o uso de terno e gravata. Poderia um pescador que nunca usou uma gravata exigir sua entrada de bermuda e chinelo? E um índio que ingressa nas Forças Armadas, está dispensado do uso de uniforme por conta de sua cultura?
Seja numa casa no Japão, numa rua de Londres, num Fórum de uma cidade, num quartel no meio da selva ou em qualquer outro lugar do mundo, as pessoas de bem respeitam as regras sociais e se sujeitam às regras legais do local onde estão. Na Maçonaria, fraternidade de cidadãos exemplares, todos homens livres e de bons costumes, isso não deve ser diferente.
Porém, muitas vezes assistimos simbologias e ritualísticas serem quebradas por visitantes crentes que devem seguir as regras de suas Lojas, e não da Loja que estão visitando. Uns não respeitam o modo de circulação do rito adotado pela Loja visitada, talvez com receio de estarem ferindo o que aprenderam em suas próprias Lojas. Outros, Mestres Maçons, insistem em utilizar todos os paramentos e acessórios maçônicos de um Mestre ao visitarem uma Loja no grau de Aprendiz de outros ritos, porque assim é feito no seu rito. Esses últimos ignoram o fato de que na maioria dos ritos o uso do Chapéu numa Loja de Aprendiz é restrito ao Venerável Mestre, sendo representativo de sua autoridade e governo da Loja, simbolismo esse muito bem reforçado nas Instalações. Quando, nesses casos, visitantes utilizam chapéu, estão anulando a representatividade da autoridade do Venerável Mestre anfitrião e, de certa forma, ferindo o simbolismo do rito visitado.
As regras, simbolismo e ritualística de seu rito alcançam somente as reuniões dele. Ao visitar Lojas de outros ritos, respeite as regras sociais e siga as regras legais do mesmo. Não importa se na sua Loja o certo é assim ou assado. Os “bons costumes”, que todo maçom deve observar, ditam que, na casa dos outros, você tem que dançar conforme a música. Como muito bem ensina o ditado: “Quando em Roma, faça como os romanos”.

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A INCONFIDÊNCIA MINEIRA E A MAÇONARIA, UMA TRADIÇÃO INVENTADA


Este artigo faz parte do esforço científico da revista Universo Maçônico em combater o obscurantismo e mitos que, infelizmente, contaminam a história da Maçonaria Brasileira. Vamos tratar aqui de um antigo debate travado em torno da relação entre a Maçonaria a Inconfidência Mineira. Realmente existiram maçons dentro do movimento inconfidente? Joaquim José da Silva Xavier, o famoso Tiradentes era maçom? Estas serão as perguntas basilares deste artigo.
A instituição maçônica foi fundada no Brasil apenas em 1801, doze anos após a conjuração. Desta premissa partimos para a primeira pergunta: a Inconfidência poderia caracterizar-se como um movimento maçônico se ainda não havia lojas no Brasil? De acordo com alguns autores, haveria, sim, centenas de maçons organizados em lojas, mas estas funcionavam clandestinamente, já que a ordem se encontrava proibida pela legislação portuguesa. Este fato explicaria a falta de documentos acerca da atividade maçônica durante o século XVIII.
Dentro da historiografia o relato que inaugurou o mito de que a Inconfidência possuía caráter maçônico partiu de Joaquim Felício dos Santos em sua obra Memórias do distrito diamantino da comarca do Serro Frio de 1924. Neste livro o autor afirma que a “Inconfidência de Minas tinha sido dirigida pela maçonaria, Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros-livres”. Surgiu a suspeita de que Tiradentes, que percorria o caminho dos currais rumo à Bahia, acabou, numa de suas viagens, tornando-se maçom.
Tiradentes se tornou ao longo do século XX o personagem mais popular do panteão brasileiro, adquirindo contornos heróicos hipertrofiados e status de mito político. É natural que a Maçonaria aproprie-se dele como elemento fundador. No entanto, não há qualquer prova documental que corrobore esse fato. Desta forma, em virtude da ausência de fontes podemos afirmar que Tiradentes não tem respaldo histórico para ser caracterizado como maçom. As suspeitas sobre tal característica do Alferes podem ser classificadas como invenções infundadas.
Muitos maçons, no entanto propuseram-se a escrever sobre este fato para desvendar sua “verdadeira” história e demonstrar o papel crucial da maçonaria na definição dos acontecimentos de 1789. Em geral, tais narrativas baseiam-se no fato de que a Inconfidência não foi um episódio regional. Tal movimento teria feito parte de um projeto internacional elaborado para tornar livres todos os povos oprimidos. A Inconfidência, a Revolução Francesa e a Independência Americana seriam expressões de um mesmo fenômeno: o do anseio revolucionário por independência, democracia e liberdade que sacudiu a Europa e a América por meio das atividades maçônicas.
De certa forma, estes três eventos podem sim ser correlacionados. O historiador Tarquínio José Barbosa ressalta que muitos estudantes brasileiros em Coimbra (Portugal) e Montpellier (França) iniciaram-se na maçonaria européia e trouxeram seus valores e idéias para o Brasil. Talvez, o registro mais concreto da participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira seja exatamente o encontro do estudante carioca e inconfidente José Joaquim Maia com o Maçom norte-americano Thomas Jefferson, que, nesta época, era embaixador dos Estados Unidos na França. O encontro tinha por objetivo obter o apoio dos americanos à revolta que se articulava nas Minas Gerais.
O professor da UFMG Luiz Carlos Villalta ainda ressalta que as fontes intelectuais dos inconfidentes foram bastante ecléticas. Nisso eles se assemelharam aos maçons norte-americanos que fizeram a Independência dos EUA em 1776. Da Antiguidade Clássica, apropriaram-se de Virgílio: “Libertas quae sera tamen”, lema da bandeira imaginada. Beberam também das Luzes, representadas por Montesquieu, mas sobretudo por Raynal. Baseados neste autor os inconfidentes acreditavam que o Brasil poderia ser a colônia mais feliz do mundo se ficasse livre do monopólio comercial e se o fisco não fosse tão pesado.
Os americanos apelaram para o direito consuetudinário inglês e para as teorias políticas e sociais do puritanismo da Nova Inglaterra. Os inconfidentes operaram de modo análogo com as tradições culturais ibero-americanas, buscando socorro nas idéias da Segunda Escolástica que admitiam que era legítimo voltar-se contra um governo tirânico.
Desta forma, inconfidentes mineiros e os revolucionários maçônicos americanos possuíam uma aproximação intelectual. No entanto, enquanto a maçonaria talvez tenha sido o elo central da independência americana: Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e George Washington eram comprovadamente maçons, o mesmo não podemos afirmar de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga
e Tiradentes.

Assim, a narrativa da Inconfidência como um movimento maçônico propriamente dito pode ser denominada de “‘tradição inventada”, expressão cunhada por Eric Hobsbawm que indica a criação de um passado com o qual se busca estabelecer uma continuidade ininterrupta. Quando muito, através de documentos, podemos afirmar apenas que os inconfidentes procuraram o apoio e respaldo dos norte-americanos (maçons em sua maioria) para a sublevação mineira.
Bibliografia:
HOBSBAWN, Eric. A Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MAXWELL, Kenneth: A Devassa da Devassa – A Inconfidência
Mineira: Brasil e Portugal 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
VILLALTA, Luiz Carlos. História de Minas Gerais – as minas setecentistas. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
Enviado pelo Ir∴ Igor Guedes de Carvalho, Mestrando em História
Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Companheiro Maçom da Loja Vigilantes da Colina Nº 68, Jurisdicionada à Grande Loja de Minas Gerais.
A matéria expressa a opinião do autor.
Publicada em www.revistauniversomaconico.com.br

quarta-feira, 24 de abril de 2013

MAÇONARIA: TRABALHO VOLUNTÁRIO


Voluntário, conforme o dicionário [1], é aquele “que faz parte de uma corporação por mera vontade e sem interesse” e “que faz de boa vontade e sem constrangimento”. Essa definição, ao qualificar a ação voluntária como “sem interesse”, esbarra no debate filosófico da impossibilidade de ausência de interesse. O altruísmo, termo criado por Augusto Comte, seria esse ato de ajudar alguém sem ter qualquer interesse individual envolvido, apenas por pura bondade. Nesse sentido, muitos filósofos têm defendido que não existe ato genuinamente altruísta, totalmente desinteressado. Para ilustrar esse entendimento, se você acredita que atos de bondade, de caridade, que boas ações colaboram para sua evolução moral e/ou espiritual, então qualquer ato seu não será 100% altruísta, pois você tem um interesse pessoal, mesmo que mínimo, de evoluir com isso. Até mesmo se não esperar tal evolução, mas se você se sente bem em ajudar o próximo, sua ação não será totalmente desinteressada, pois você, em algum nível, sente prazer em ajudar, se beneficiando de alguma forma com isso.  Nesse sentido, não existe ato voluntário sem interesse.

Já a ONU [2] fornece uma definição condizente com tal entendimento, ao declarar que voluntário é “o jovem, adulto ou idoso que, devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a diversas formas de atividades de bem estar social ou outros campos”. Nesse caso, vê-se claramente que a ação voluntária parte de um interesse pessoal, mesmo que motivado pelo civismo.
A Maçonaria é uma oportunidade de trabalho voluntário, tendo nos maçons seus voluntários. A definição mais comum de Maçonaria em uso em todo o mundo é a de que Maçonaria é “um belo sistema de moralidade velado em alegoria e ilustrado por símbolos” [3] [4]. Essa definição é derivada de outra, de autoria de William Preston [5], que considera a Maçonaria “um sistema regular de moralidade, concebido em uma tensão de interessantes alegorias, que desdobra suas belezas ao requerente sincero e trabalhador”. Dessa forma, deve o maçom, logicamente, estar interessado em evoluir moralmente para ser voluntário em um “sistema regular de moralidade”. Tais definições também indicam que o trabalho voluntário do maçom corresponde a atividades e práticas relacionadas a “alegorias e símbolos”, ou seja, a aprendizagem e execução do ritual, que é a ferramenta de ensino que contém as diversas alegorias e símbolos maçônicos.
Mas, como todo trabalho voluntário, Maçonaria é um trabalho “sem remuneração”, cujas atividades são realizadas por livre e espontânea vontade. Não se ganha na Maçonaria, se gasta. Você investe, além de seu tempo como voluntário, recursos financeiros para manter a estrutura de sua Loja e Obediência. Por esse motivo, mais do que qualquer outro trabalho voluntário, o maçom deve estar realmente ciente do cunho moral da organização, interessado em tal aspecto, e realizar suas atividades a contento. Em outras palavras, precisa estar 100% comprometido. Assim como não existe um “mais ou menos” médico sem fronteiras, não dá pra ser “meio” maçom.
E o que é ser um maçom, esse voluntário da Maçonaria? É estudar o ritual, não apenas executando-o da melhor forma possível, mas principalmente o compreendendo. É participar ativamente das reuniões, contribuindo com suas ideias e opiniões. É se oferecer para ajudar nas diversas atividades em grupo, ou mesmo para realizar algumas atividades individuais dentro de suas competências, como ministrar uma palestra, criar um website, pintar uma parede ou trocar uma simples lâmpada. É ter ciência de que, sendo um trabalho voluntário, você não depende dele para sua sobrevivência e sustento de sua família, devendo, portanto, ir para a Maçonaria e permanecer nela somente se estiver realmente interessado. E cada vez que comparecer, faça valer à pena, porque apenas assistir e criticar não pode ser considerado trabalho voluntário… é necessário colaborar.

Por Kennyo Ismail, www.noesquadro.com

terça-feira, 23 de abril de 2013

ONDE ESTARÁ O INÍCIO?


Será o futuro agora
uma espécie de reunião entre os deuses?
O encontro dos planetas
perder-se-á na arrogância dos homens?
Será que perderemos a rota
e o significado dos sonhos terrestres?
Uma sublime lágrima chorada em vão
formará grandes oceanos.
Uma precisa melodia não ouvida
desencadeará grandes danos.
Assim, de repente, o silêncio conforta
o que restou da explosão
o que sobrou do fogo e do perdão,
da tempestade e do abrir da comporta:
da Intolerância.
Eis a beleza da história
na retórica aura da eternidade.
Eis o tamanho do abismo
entre o homem e a humanidade.
O Grande Arquiteto do Universo
revela-nos a verdade
(antigas palavras mágicas)
Falta-nos compreender
a engrenagem da viagem da vida
e o mecanismo do ocultismo da morte.
O renascimento dos novos tempos começa agora!
Ir.’.Wildon Lopes da Silva
ARLS Mount Moriah Nº 3327 • GOSP/GOB

segunda-feira, 22 de abril de 2013

ATUALIDADES DA EDUCAÇÃO E PROPOSTA DA MAÇONARIA


Dois fatos recentes servem para identificar a grande preocupação da Maçonaria com relação ao estado da educação em nosso País.
Não é que, somente agora, a Ordem se preocupa com o ensino e a educação. Não seria verdadeiro pensar assim. O ensino sempre esteve na ordem do dia das reuniões maçônicas. A própria Maçonaria é conhecida como uma “escola de conhecimentos”. Todos os iniciados têm a obrigação da aprendizagem. Da leitura de seus livros de doutrina e ritualismo. E o ensino ali é no sentido de que o maçom venha a ser “um construtor social”, pugnando pela melhoria dos costumes, pela destruição dos vícios, pelo combate incessante à ignorância, porque ela é “a mãe de todos os vícios”.
O envolvimento da Maçonaria com a melhoria da qualidade de ensino foi tema principal em dois grandes momentos, em conclaves da Ordem, em meado deste ano. Diagnósticos das frágeis condições em que a educação se encontra e a necessidade da cobrança de progressos nesse setor da vida brasileira povoaram os pronunciamentos de representantes da COMAB, em Blumenau/SC, durante a posse de seu Presidente, e do Supremo Conselho dos Graus Escoceses para o Brasil, em São Paulo.
Reporto-me, neste artigo, à palestra que foi proferida pelo maçom Rosa-Cruz Adhemar Módena, cujo texto se encontra publicado no Boletim Oficial daquele Supremo Conselho, edição de abril/maio/junho do corrente ano. Vários assuntos da maior preocupação para a Maçonaria foram denunciados naquele Encontro, mas em nosso entender, nenhum foi mais evidente que o relacionado com o estado da educação.
O palestrante segue a linha de que a Ordem não deve se prender exclusivamente ao casulo. É preciso rasgá-lo. Formar para a construção social, segundo os moldes da instituição, e, aí, sim, a exigência esotérica. Mas ao término disso, cumpre a “o semeador sair a semear”. Pois “o maior de todos os sermões é o exemplo”. O ser sendo.
A Maçonaria deve estar voltada para a fiscalização, para a auditoria, e para a cobrança de tais obrigações de quem recebeu do povo a delegação para representá-lo.
Ouçamos os clamores do palestrante e seus conselhos e suas orientações. Fala com a responsabilidade de quem não apenas colocou o diploma de “mestre semeador” na parede da sala, porém que nele tem o alerta para “sair a semear”. Diz assim: “Urge que a Maçonaria trabalhe com afinco junto à sociedade e junto ao Poder Público para que sejam implementadas alterações nas áreas de Educação [...], visando municiar a juventude de conhecimentos e oportunidades éticas e sadias que ajudem na sua formação intelectual e moral. Pois se permanece omissa, ela mesma será vítima e sofrerá as consequências desastrosas de uma juventude mal formada. E em futuro próximo, a Maçonaria e a Sociedade como um todo serão o resultado da boa ou má formação de seus jovens.”
Louve-se o arrojo do palestrante, porque não fica na raia dos sentimentos volitivos, nem no campo das ideias. Sugere caminhos práticos, modus faciendi = maneira de fazer. Entendimentos seus que coincidem com outros, para os quais venho alertando, como registra ele: “…para tanto, as Lojas desenvolvam projetos, que de modo efetivo contribuam nessa formação”.
Essas discussões afloram no momento certo e não devem ser adiadas, pois há decisões que são iminentes. São como mandado de segurança. Se não se concede a medida na hora da solicitação e deixa-se para o depois, o prejuízo estará consumado e nunca mais se repara o dano.
As propostas de um novo governo estão em curso, como em elaboração se encontra um plano decenal para a nossa educação. E neles é preciso incluir o compromisso com a melhoria da qualidade da educação e do ensino, como lastro para a formação de profissionais ao novel das exigências de nosso progresso, e de cidadãos habilitados ao pleno exercício da cidadania.
O futuro que, aliás, já está em nossa sala, dependerá do estabelecimento desses compromissos e da especial atenção para seu resgate. Assim pensam os maçons e com essa consciência procederão.
Emin.’.Ir.’. Antônio do Carmo Ferreira • Presidente da ABIM (Associação Brasileira da Imprensa Maçônica) Fonte: www.revistauniversomaconico.com.br

domingo, 21 de abril de 2013

DESLUMBRAMENTO MAÇÔNICO


Sexta-feira, 4 de junho, 23:30 h. Terminava a cerimônia pela qual eu havia esperado durante muitos anos de minha vida. Dali para frente muita coisa mudaria na minha forma de enxergar o mundo e de participar dele.
Todos na sala me chamavam de “Irmão” e me cumprimentavam. Como isso soava esquisito, pois todos eram desconhecidos para mim. Pela minha cabeça só passavam fragmentos dos sons e sensações por que eu havia passado há alguns instantes. Ainda ressoavam algumas perguntas que me haviam sido feitas e as respostas mais ou menos corretas que eu havia retribuído.
Algumas vozes na sala me soavam familiares, pois eu as havia ouvido e agora podia identificar seus donos. Em geral todos eram muito diferentes do que eu havia imaginado quando não os podia ver.
Dia seguinte. Meu primeiro ato, após as obrigações matinais de higiene pessoal, foi pegar o adesivo de nossa Loja, que meu padrinho me dera na noite anterior, e colocar no vidro traseiro do carro. Agora eu era “um deles”. Estava cheio de orgulho por ter sido aceito na Ordem e poder desfrutar do status que isso gerava.
Dirigia torcendo para que alguém reconhecesse os símbolos contidos no adesivo do carro e identificasse minha nova situação de maçom. Até ficava imaginando as respostas que daria caso alguém me fizesse as perguntas necessárias para identificar meu “status maçônico”.
E como explicar a sensação de orgulho causada por um Irmão buzinando e te cumprimentando em plena rua? Será que alguém mais ouviu esta buzina? Será que algum “profano” percebeu que agora eu sou um ser “diferenciado”?
Mas pensando bem, agora que já se passaram alguns dias da iniciação, este adesivo da Loja parece muito discreto, quase que é preciso colocar uma lupa para enxergar os símbolos. Está na hora de colocar um adesivo de nossa Potência no vidro traseiro do carro e um outro no pára-brisa dianteiro. Vai que um policial pare meu carro… quando ele vir o adesivo com o esquadro e o compasso com certeza irá me mandar ir embora, pois saberá que seus superiores são meus Irmãos e ele não mexeria com o Irmão do chefe, claro.
Vi num site uma caneta toda decorada com temas maçônicos, linda, nada discreta. Em qualquer lugar que eu a usar serei identificado, quase reverenciado. Serei um sucesso. Lógico que a comprei. Ah, e também um anel de ouro com o esquadro e compasso em preto. Reluz mais do que um farol em dia de nevoeiro. Pode-se vê-lo à distância.
Isso sem falar dos pins que tenho na lapela de meus ternos. Cada um para uma ocasião diferente. Tem aqueles para as Sessões Magnas, aqueles para uso em reuniões de trabalho e também alguns que podem ser usados com roupas mais informais. Também existem os meus prendedores de gravata.. Tenho vários.,uns dez pelo menos. Apesar de prendedores de gravata estarem fora de uso. Mas quem se importa? Como ainda meu avental é todo branco eu compenso isso usando outros adornos. Levo um tempão para colocar tudo: caneta, anel, pins, prendedor de gravata…
Só que há uma coisa que tenho me questionado muito ultimamente: meu comportamento. Pergunto-me se meus mais recentes atos estão sendo coerentes com o que eu escuto na Loja. Minha paciência curta poderia ser o motivo dos meus problemas no trabalho, por exemplo?
Vejo que o que tenho aprendido em Loja e o que tenho praticado são suas coisas distintas. Critico os Irmãos , fico de olho nas cunhadas e pasmem até nas sobrinhas, dou pequenos golpes usando meus três pontos na assinatura, fico na minha, mas pago minha cotização em dia né?!.
Porém, hoje começo a entender o que os Irmãos querem dizer quando citam que as instruções são simbólicas, mas que elas vão transformando o iniciado. Percebo que estou muito distante de ser a pessoa que eu gostaria, pois ainda sou apegado a futilidades e aparências.
Meus filhos têm sido o maior espelho deste meu comportamento errôneo, pois não sei ter uma palavra de carinho para com eles e sempre que eles querem me contar algo sobre seu dia eu uso a desculpa de estar cansado e não lhes dou atenção, Pobrezinhos. Dias atrás por falta de paciência até dei um tapa neles, e briguei com a cunhada indo dormir no sofá.
Meus irmãos então, tem um irmão desempregado na Loja, mas ele é Mestre, ele deve saber todos os segredos maçônicos da riqueza. Eu não devo nem me preocupar com ele não é? E aquela “cunhada” da rua de tras , o irmão está doente, afastado pelo INPS, eu nem tenho tempo para ir lá, pois isso é coisa dos irmãos mais velhos de loja, do irmão hospitaleiro não é ? Eu sou só um simples aprendiz!, Minha obrigação é ir na loja! Pois é só pegar meu RITUAL REXONA, por em baixo do braço e ir para a sessão. Pois é bem legal, sempre tem uns comes e bebes depois! Estudar maçonaria eu faço isto depois!
Ah sim! Preciso trocar de carro, eu vou negociar com o irmão que tem uma garagem de venda de carro, pois agora sou maçom e vocês sabem maçom, tem que ter carro novo, de preferência importado.
Escrever sobre tudo isso é muito doloroso, mas talvez sirva para alertar outros a não cometerem os mesmos erros que os meus. E a pensar bem os motivos que têm para quererem adentrar a Ordem. Se for só para satisfazer o ego, advirto, alerto e falo que é trabalho e tempo perdido. Mas se for para começar a dar um rumo mais reto à sua vida e buscar formas de se tornar uma pessoa mais humana e solidária e começar a pelo menos perceber seus erros, posso afirmar que é um bom começo, se não é sinto muito, você não completou sua iniciação! Estas nas trevas, e sempre estarás!
Ir.’.Denílson Forato – M.’.M.’.
ARLS Frank Sherman Land Pta. – GOP

FILANTROPIA ANUAL

Também neste sábado(20/04) a Loja São José Nº14 realizou uma de suas missões: a Filantropia.
A instituição agraciada pela Loja foi o Abrigo de Idosos Pedro Firmino Bezerra, localizado na comunidade de Nascença, município de Arez.
O abrigo, que é brilhantemente administrado por Rivaldo Bezerra, hospeda idosos de vários municípios do Rio Grande do Norte e também de outros estados, que são deixados lá por seus parentes ou recolhidos por esse benfeitor abnegado.
Reconhecendo a idoneidade da instituição, a Loja São José nº14 resolveu doar 3 mil tijolos para que seja construído um muro, evitando assim que algum idoso vá para a rua e acabe se perdendo.


O abrigo, apesar da simplicidade, é muito bem cuidado por Rivaldo.

Os idosos são muito bem tratados.











Para quem, assim como nós, quiser fazer uma doação, é só entrar em contato pelos tel.3242-2421 e 8703-6063.